DANIEL
Os Sonhos de DANIEL
VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS SIMBÓLICOS
VISÃO DO CARNEIRO E BODE
AS 3 LINHAS DE INTERPRETAÇÃO DAS PROFECIAS
BÍBLICAS
Existem três formas ou linhas para a interpretação das
profecias bíblicas :
1 - Interpretação Preterista: Considera que todo
cumprimento profético, já ocorreu muito tempo atrás.
O preterismo é a
metodologia mais popular para o exame de profecias bíblicas entre os eruditos
críticos. Essa escola é também conhecida como a contemporânea-histórica e
inclui exegetas tão brilhantes quanto Beckwith, Swete, Ramsay, Simcox, Moses
Stuart e F. F. Bruce.
2 - Interpretação Futurista: Acredita que a profecia vai
se cumprir em um futuro muito distante.
O futurismo situa-se no outro extremo da
interpretação, com relação ao preterismo.
O futurismo acredita que as profecias, em sua maciça maioria, aplica-se
totalmente ao futuro. O Futurismo aponta à tribulação final da igreja e é
portanto especialmente dirigido aos crentes nos primeiros últimos anos da
história, "especialmente" porque nenhum futurista nega o valor
presente das promessas e princípios achados nas profecias.
3 - Interpretação Historicista: Localiza as profecias
apocalípticas no fluxo da história.
Quando os livros de Daniel e Apocalipse forem bem
compreendidos pelos cristãos, os crentes terão uma experiência religiosa
inteiramente diferente, uma vez que lhes serão dados os vislumbres das portas
do céu.
Porque as profecias de Daniel e Apocalipse, bem como os
ensinamentos de Jesus por meio de parábolas, são apresentadas sempre por
figuras ou imagens: animais, água , mulher , arvores, vento , etc. É importante
ler o que Jesus diz a este respeito em Mateus cap. 13.
Então os discípulos chegaram a Jesus e lhe perguntaram:
“por que o senhor usa parábolas para falar com as pessoas? Jesus respondeu: ‘a
vocês Deus tem mostrado os segredos do céu, a eles não!’” (ver.10 e 11). “É por
que uso as parábolas, porque eles olham e não enxergam, escutam e não ouvem,
nem entendem” (ver.13), “pois, a mente deste povo está fechada: eles taparam os
ouvidos e fecharam os olhos, se eles não tivessem feito isto, os seus olhos
poderiam ver, e os seus ouvidos poderiam ouvir, sua mente poderia entender”.
(ver. 15).
Uma das grandes contribuições do pensamento Bíblico é a
noção do tempo linear a ideia de que o mundo se movimenta em linha recta, tem
um princípio específico e um fim específico. O mundo bíblico tem começo e fim.
Daniel fez uma abordagem da profecia, como uma grande sequência
histórica de um reino após o outro, até o fim dos tempos. (Daniel 2.28)
As profecias de Daniel apresentam um panorama geral da
história mundial (do planeta) de seu tempo até o fim. (Daniel 7:7 e 18).
Daniel, Paulo e Jesus, situam o cumprimento da profecia
apocalíptica, dentro do fluxo da história, começando no seu tempo e culminando
com o fim do mundo.
Conforme II Tess. 2 :3-8 “ele vai se colocar acima de todos
e até mesmo vai sentar-se no templo de Deus e afirmar que é Deus” . (vr. 7)
A misteriosa maldade já está agindo, mas o que está para
acontecer, acontecerá somente depois que for afastado aquele que impedir que
isso aconteça.
Só o historicismo
mostra a obra de Cristo. No passado, no presente e no futuro. As profecias de
Daniel cobrem a história universal desde seu tempo até o fim...
Vejamos a interpretação
do anjo em Daniel 7 : 17.
Algumas das mais incríveis profecias da Bíblia estão em Daniel cap. 2 e 7.
Nestes dois capítulos paralelos, Daniel descreve o percurso
da história mundial desde seu tempo até o nosso tempo, e até o fim do mundo,
quando Deus instituir o Seu reino. Se alguém precisa de uma base para crer na
inspiração da Bíblia, Deus a mostrou nestes dois capítulos.
Para se ter um maior entendimento dos animais de Daniel no capítulo
7, é preciso estudar primeiramente o capitulo 2 ou os dois simultaneamente.
Aqui expomos os
reinados:
- 1º Reinado = cabeça
de ouro (Dan. 2) = leão (Daniel 7) = Império Babilónico
- 2º Reinado = prata
(Dan. 2) = urso (Dan. 7) = Império Medo/ Persa
- 3º Reinado = ventre e
quadris de bronze (Dan. 2) = leopardo (Dan. 7) = Impérios Medo-persa e Grego-Macedónico (Daniel, 8 : 20
e 21) .
As profecias paralelas de Daniel 2 e 7: os metais da
estátua (Daniel 2) e os animais (Daniel 7), são símbolos de grandes reinos do
mundo, mencionados na sequência de sua ascensão e queda, na história.
Abaixo mais algumas interpretações:
1º Reino = cabeça de
ouro e leão = Babilónia
2º Reino = prata e urso
= identificado em Daniel 5: 28,30,31 8:20 como o Império Medo/Persa
- 3º Reino = bronze e leopardo =
simbolizado por um bode em Daniel 8:21, é identificado como Grécia em Daniel
11: 2. O quarto animal simboliza o poder de conquista de Roma pagã.
- 4º Reino = pernas de ferro e 4º animal
não são dadas maiores explicações como nos outros animais de Daniel, mas apenas
um poder se ajusta a sua descrição no decorrer da história mundial. Esta é a
Roma pagã, a Roma Papal.
De acordo com Daniel (2:40), haverá um quarto reino forte
como o ferro, uma vez que quebra e destrói tudo, e assim como o ferro despedaça
tudo, também ele destruirá e quebrará todos os outros.
Vejamos aqui a semelhança do quarto animal de Daniel (7:7 e
19) com as pernas de ferro de Daniel (2:40).
“Vi ainda um quarto
animal, aterrorizante, assustador e muito poderoso. Tinha grandes dentes de
ferro, com os quais despedaçava e devorava suas vitimas e pisoteava tudo o que
sobrava. Era diferente de todos os outros animais”. Daniel, 7:7 e 19.
O 4º animal tinha dentes de ferro, o que representa a
crueldade do império romano para com as nações conquistadas, uma crueldade
representada pelos dentes de ferro, conforme Daniel 7 : 19.
Novamente percebemos aqui a semelhança das pernas de ferro
(Daniel 2) com o 4º animal de Daniel 7 (dentes de ferro).
Para entender quem é o quarto animal, é importante saber
quem é o chifre pequeno de Daniel 7: 8. Na profecia de Daniel 7 encontram-se os
elementos que ajudam a fazer uma identificação. Em Daniel 7 : 8 o chifre
pequeno surge do quarto animal. Ainda em Daniel 7 : 24. aparecerá outro reino
diferente dos dez anteriores. Em Daniel 7 : 25, ele proferirá palavras contra
Deus, cuidará em mudar o tempo e a lei.
A profecia prevê uma mudança na lei de Deus, pelo poder
representado pelo chifre pequeno do quarto animal. O único dos dez mandamentos
que está relacionado com o tempo é o 4º mandamento que se refere ao dia de
guarda (sábado).
Em 7 de Março do ano 321 dc o imperador Constantino,
estabeleceu o primeiro decreto dominical civil.
No ano 364 dc, a igreja romana seguiu o exemplo de Constantino,
e o concílio de Laodicéia emitiu a primeira lei dominical eclesiástica.
No ano 321 dc com seu decreto de natureza civil,
Constantino ordenou que todos descansassem no “venerável dia do sol” excepto os
lavradores.
O papa Silvestre em 314-337 Dc oficializou para os cristãos
o nome domingo para o dia do sol; o primeiro dia da semana.
Euzébio 270 e 338 dc determinou que todas as coisas que
eram feitas no sábado fossem transferidas para o dia do senhor, o domingo.
Sócrates, historiador do quinto século, escreveu “todas as
igrejas do mundo celebram os sagrados mistérios no sábado, todas as semanas,
porem as igrejas cristãs de Alexandria e Roma, por conta de algumas tradições
antigas tenham deixado de fazê-lo.” (Nicene and post-Nicene fathers vol. 2 pág.
132)
Desta forma podemos identificar o 4º animal, como o poder
romano e papal.
Uma observação importante, afirma-se que o nascimento de
mitras ocorreu no dia 25 de Dezembro, na época do inverno no hemisfério norte,
quando os dias são mais longos, e, segundo a crença o domínio do sol: “o
domingo identificado como dia do sol era o dia consagrado a adoração e serviço
de Mitras”. Mitras aparece nos escrito sagrados do hinduísmo como uma figura de
Jesus Cristo.
Como podemos ver neste estudo, os capítulos 2 e 7 de Daniel
estão interligados: os dois capítulos descrevem o desenrolar da história do
planeta, do tempo de Daniel ou da queda de Babilónia até nossos dias ( os dias
de hoje ).
Os capítulos 2 e
7 de Daniel, são básicos para entender os elementos centrais do livro de
Apocalipse.
“Veio, pois, perto de onde eu estava; e vindo ele, fiquei
amedrontado, e caí com o rosto em terra. mas ele me disse: entende, filho do
homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.” Dan. 7: 17.
Muitos há que não compreendem as profecias referentes aos
dias atuais , e precisam ser esclarecidos . É dever, tanto do vigia como do
leigo, dar a trombeta o sonido certo: mostremos ao povo onde nos encontramos na
história profética!”
Interpretação
Historicista
Segundo esta linha de interpretação a profecia do capítulo.
7 cobre essencialmente o mesmo lapso histórico que o sonho do capítulo 2 de
Daniel. Ambos abarcam desde os dias do profeta até o dia do juízo final. Em
Daniel 2, Nabucodonosor viu os poderes mundiais representados por uma grande
estátua de metal, já no capítulo 7, Daniel os viu mediante o simbolismo de
bestas (animais) e chifres.
Os estudiosos que defendem esta linha de raciocínio
entendem que tema do capítulo 2 de Daniel é essencialmente político. Foi dado,
em primeiro lugar, para informar a Nabucodonosor e assim conseguir sua
cooperação com o plano divino. Já a profecia do capítulo 7, como as do resto do
livro, foram dadas especialmente para que o plano divino, através de todos os
séculos, pudesse ser entendido e revelado. Estas profecias tem como pano de
fundo a luta do bem contra o mal, o grande conflito entre Cristo e Satanás.
Antes de prosseguir nesta leitura veja os artigos Simbologia Bíblica e Tabela de
Símbolos Bíblicos. O artigo Profecia da Estátua de Nabucodonosor também pode
melhorar a contextualização e facilitar o entendimento desta linha de
interpretação.
Quatro Ventos do Céu
Combatiam no Grande Mar
"Daniel 2 disse:
Olhava eu em minha visão de noite, e tenho aqui que os quatro ventos do céu
combatiam no grande mar."
Quatro Ventos
Do Aramaico 'rúaj', equivalente ao hebreu 'rúaj', tem uma
variedade de significados e é traduzida de várias formas na Bíblia, tais como:
"Espírito" humano[3]
"Espírito" divino[4]
"Vento"[5]
Metaforicamente a palavra também é usada para referir-se a
coisas vazias ou vãs.[6] Quando é usada numa visão simbólica, como aqui, a
palavra parece indicar atividade ou alguma forma de energia, determinando-se
sua natureza exata pelo contexto. Por exemplo, os "ventos" da visão
simbólica de Ezequiel, que fizeram reviver os esqueletos secos, representavam a
energia divina que fazia reviver à morta nação de Israel.[7] Os
"ventos" de Daniel que combatiam no grande mar, fazendo surgir quatro
bestas (ou impérios), representavam àqueles movimentos (diplomáticos, bélicos,
políticos ou de outra índole) que determinariam a história desse período. Os
"quatro ventos" provenientes dos quatro pontos cardeais, representavam
a atividade política em diversas partes do mundo;[8] Zacarias.[9]
Combatiam
A palavra 'guaj' traduzida como 'combatiam', está
relacionada ao verbo "agitar". A forma do verbo sugere ação
continuada.
Grande Mar
O 'grande mar' é aqui identificado como um símbolo das
nações do mundo, o "grande mar" da humanidade em todos os
séculos.[10]
Quatro Animais
"E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros,
subiam do mar."[11]
Quatro Reinos
Segundo o verso 17,[12] as quatro bestas representam
"quatro reis que se levantarão na terra". Algumas traduções usam a
palavra 'reinos' em vez de 'reis'. A quarta besta é chamada especificamente de
"um quarto reino"[13] que segue aos "outros reinos". É
frequentemente aceita a ideia de que estas quatro bestas representam os mesmos
quatro poderes simbolizados pela imagem metálica do capítulo 2 de Daniel.
Diferentes uns dos
Outros
A diferença da qual se fala aqui tinha sido ilustrada pelos
diferentes metais apresentados em 2:38-40.[14] A mesma diferença é literalmente
expressada neste verso através dos diferentes animais que se apresentaram.
Subiam do Mar
As potências mundiais que se representavam não exerceram
seu poder em forma simultânea, mas sucessiva. Novamente cabe a anologia com a
profecia do capítulo 2, onde também os poderes e reinos se sucederam um após o
outro.
Primeiro Animal
“O primeiro era como leão, e tinha asas de
águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da
terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem”.
(Daniel 7:4).
Leão com Asas de Águia
Um leão alado é símbolo muito adequado para representar a Babilónia.
O leão alado se acha nas obras de arte babilónica. Era comum a combinação de
leão e águia: geralmente um leão com asas de águia, as vezes com garras ou
bico; outra combinação parecida era a águia com cabeça de leão. O leão alado é
uma das formas desse animal-símbolo que com frequência se representa combatendo
junto a Marduk, o deus patrono de Babilónia. Outros profetas da Bíblia também
se referiram ao rei Nabucodonosor por meio de figuras semelhantes. O leão como
rei das feras e o águia como rainha das aves representavam adequadamente ao
Império de Babilonia no apogeu de sua glória. O leão se destaca por sua força,
enquanto a águia é famosa pelo vigor e o alcance de seus voos. O poder de
Nabucodonosor se sentiu não só na Babilónia, mas desde o Mediterrâneo até o
Golfo Pérsico, e desde o Ásia Menor até Egito.
Por isso é adequado representar o alcance do poder de
Babilónia com um leão dotado de asas de águia. Portanto as asas devem designar
a rapidez de suas conquistas. “Porque eis
que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da
terra, para apoderar-se de moradas que não são suas.
Horrível e terrível é;
dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.
E os seus cavalos são
mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os
seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe;
voarão como águias que se apressam a devorar.”
Habacuque 1:6-8
Ainda se traçarmos um paralelo com a profecia de Daniel 2,
o primeiro império representado pela cabeça da estátua era Babilónia. Da mesma
forma a primeira besta é o império de Nabucodonosor.
Asas Arrancadas
O leão já não podia
voar como águia para atingir sua presa. Isto se refere provavelmente ao tempo
quando reis menos poderosos seguiram a Nabucodonosor no trono de Babilonia,
dirigentes durante cuja administração Babilonia perdeu glória e poder.
Alguns sugeriram também que isto é uma possível referência
à última parte da vida de Nabucodonosor, quando durante sete anos lhe foi
tirado não só o poder mas também a razão. Daniel 4: 23 a 33.
Deve-se entender sem dúvida que este era o reino de Babilónia,
já que o reino medo persa é definido em Daniel 5:28 como sucessor do primeiro
reino, no caso, o babilónico.
Em Dois Pés, como Homem
Um leão erguido como um homem indica a perda das qualidades
distintivas de um leão. O apelido do Rei Ricardo I de Inglaterra, "coração
de leão", indicava valor e ousadia invulgares. Ao inverso, um leão
"com mente de homem" (em algumas traduções da bíblia é usada a
palavra 'coração' no lugar da palavra 'mente') assinalaria covardia e timidez.
Em seus anos de decadência Babilonia se debilitou por causa da riqueza e o
luxo, até cair perante o Império Medo-Persa. Alguns estudiosos defendem a ideia
que a expressão "coração de homem" ou mesmo "mente de
homem" representa o desaparecimento da característica animal de voracidade
e ferocidade e a humanização do rei de Babilonia. Daniel 4:34 e 37. O capítulo
4 de Daniel foi escrito por Nabucodonosor. É a sua confissão. Ele o termina com
estas palavras: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor,
louvo, exalto e glorifico ao Rei do Céu, porque todas as Suas obras são
verdadeiras, e os Seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na
soberba” (Dn 4:37). “Essa proclamação
pública, em que Nabucodonosor reconhecia a misericórdia, a bondade e autoridade
de Deus, foi o último ato de sua vida registrado na história sacra” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 521). Tal interpretação poderia aplicar-se a
Nabucodonosor depois de sua vivência humilhante, mas não seria uma
representação apropriada do reino em seus últimos anos. Deve-se entender sem
dúvida que este era o reino de Babilónia, já que o reino medo persa é definido
em Daniel 5:28 como sucessor do primeiro reino, no caso, o babilónico.
É bom destacar que o Império Babilónico, foi um
poderosíssimo reino que dominou toda a Mesopotâmia, bem como a Síria, a Fenícia
e o reino de Judá. Foi próspero durante o governo de Nabucodonosor, mas
declinou sob o comando dos seus sucessores até cair nas mãos de Ciro, em 539
A.C..
Segundo Animal
“Continuei olhando, e eis aqui o segundo
animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado,
tendo na boca três costelas entre os seus
dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne”. Daniel 7: 5:
Urso
O segundo reino, a Média e a Pérsia são representados por
um urso. O urso é mais fraco e lento que o Leão, porém mais voraz. Assim,
também os exércitos Medo- Persa se bem que mais fracos e lentos nas conquistas
que os babilónios, foram mais sanguinários que estes e de fato devoraram muita
carne. As três costelas que o Urso tinha entre os dentes se referem as suas
presas principais: Babilónia, Lídia e Egito.
O segundo animal equivale aos peitos e braços
de prata da imagem de Daniel 2 e representa o poder que sucedeu a Babilónia, a
saber, a Medo-persa. Logo o Império Medo-Persa, corresponderia a prata, e como
a prata é inferior ao ouro, assim também em alguns aspectos o urso é inferior
ao leão. No entanto, o urso é cruel e rapaz, características atribuídas aos
medos.
O trecho a seguir revela a maneira pela qual as
especificações proféticas desses símbolos foram cumpridas: Ciro pertencia ao
clã dos Aquemênidas, fundadores da cidade de Pasárgada, tornada capital do
Reino. Em seu governo, as tribos persas foram unificadas e Ecbátana, a capital
dos medos, conquistada. Após a conquista
da Média, Ciro invadiu a Ásia Menor, onde tomou Sardes, capital do Reino da
Lídia, e, ao mesmo tempo, anexou as colónias gregas daquela região. Em
539 A.C., a Babilónia foi conquistada, após a derrota de Nabonide. Com a
anexação da Fenícia, da Síria e da Palestina, "Ciro tornou-se o maior
soberano do Oriente Próximo: seu Império abrangia desde a Ásia Menor até as
fronteiras da Índia, e a hegemonia persa se impôs sobre essa imensa região. Foi
sucedido pelo filho Cambises, que, atendendo aos interesses expansionistas da
aristocracia dominante, empreendeu a conquista do Egito, derrotando o Faraó
Psamético III na batalha de Pelusa, em 525 A.C.". (AQUINO, DENIZE e OSCAR,
História das Sociedades – Das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais,
págs. 142 e 143).
Em Isaías 44:28 existe uma outra profecia que se relaciona
com este segundo reino. Esta é uma profecia notável pois menciona o
conquistador persa Ciro, nominalmente, um século e meio antes de que ele
nascesse, e prediz sua notável participação na libertação dos judeus. Ciro deve
ter-se maravilhado muito ao inteirar-se de que seu nome aparecesse numa
profecia judia, na qual se descrevia a tomada de Babilónia e se predizia sua
política para com os cativos judeus. Pouco após tomar a cidade de Babilónia,
Ciro proclamou o decreto que permitiu que os judeus cativos regressassem a sua
pátria e reconstruíssem o templo.
Terceiro Animal
“Depois disto, eu
continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro
asas de ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe
dado domínio”. Daniel 7: 6.
Semelhante a um
Leopardo
O leopardo é um animal feroz e carnívoro, notável por sua
velocidade e a agilidade de seus movimentos. O poder que teria de seguir ao
Império Medo-Persa é identificado nominalmente em 8:21 como "Grécia".
Esta "Grécia" deve ser confundida com a Grécia do período clássico,
já que esse período precedeu à queda de Pérsia. Provavelmente a
"Grécia" que figura em Daniel corresponde com o império de Alexandre
Magno, que deu começo à época que conhecemos como Período Helenístico. Antes de
Alexandre não se poderia fazer referência ao "primeiro rei" de um
império grego, como "um rei valente" que tinha "grande
poder".
Em 336 a.C. Alexandre
herdou o trono da Macedónia, na fronteira norte de Grécia. O pai de Alexandre,
Filipe II da Macedónia, já tinha unido sob seu domínio à maioria das
cidades-estados da Grécia pelo ano 338 a.c. Alexandre demonstrou seu tempere ao
achatar revoluções na Grécia e Trácia. Depois de ter restabelecido a ordem em
seu próprio reino, Alexandre se lançou à tarefa de conquistar o Império Persa,
ambição que tinha herdado de seu pai. Em 334 a.C. Alexandre entrou em
território persa com só 35.000 homens, a insignificante soma de 70 talentos e
provisões para só num mês. A campanha foi uma série de triunfos. A primeira
vitória foi conseguida em Gránico, a segunda em Iso e outra em Tiro. Passando
pela Palestina, Alexandre conquistou Gaza e depois entrou no Egito virtualmente
sem oposição. Ali no ano 331 a.C. fundou a cidade de Alexandria. Declarou a si
mesmo sucessor dos faraós e suas tropas o aclamaram como um deus. Quando
novamente nesse ano empreendeu a marcha, dirigiu seus exércitos para a Mesopotâmia,
o coração do Império Persa. Os persas lhe defrontaram em Arbela, perto da
confluência dos rios Tigre e Grande Zab, mas foram derrotados e fugiram. As
fabulosas riquezas do maior império mundial estavam a disposição do jovem rei
de 25 anos de idade.
Depois de uma organização preliminar de seu império,
Alexandre prosseguiu suas conquistas para o norte e para o leste. Pelo ano 329 a.C.
já tinha tomado Maracanda, que é agora Samarcanda, no Uzbequistão. Dois anos
mais tarde invadiu a parte noroeste da Índia. No entanto, pouco depois de
cruzar o Rio Indo, suas tropas recusaram seguir mais adiante, e se viu obrigado
a voltar. De volta em Pérsia e Mesopotâmia, Alexandre começou a grande tarefa
de organizar a administração de seus territórios. Em 323 a.C. estabeleceu sua
capital na Babilónia, cidade que ainda conservava recordações da glória do
tempo de Nabucodonosor. No mesmo ano, depois de exceder-se na bebida, Alexandre
caiu enfermo e morreu de "febre dos pântanos", que provavelmente era
o antigo nome da malária.
Quatro Asas
Ainda que o leopardo em si é um animal veloz, sua agilidade
natural parece ser inadequada para descrever a assombrosa velocidade das
conquistas de Alexandre. A visão simbólica apresentava um animal com asas, não
só duas mas quatro, denotando uma velocidade superlativa. O símbolo descreve
muito adequadamente a velocidade com que Alexandre em menos de uma década criou
o maior dos impérios do que o mundo tinha conhecido. Não há outro exemplo, em
tempos antigos, de movimentos tão rápidos e vitoriosos de um exército tão
grande.
Alexandre morreu sem deixar definida a sucessão de seu
trono. Primeiro seu meio irmão Felipe, débil mental, e depois seu filho
póstumo, Alexandre, foi reis titulares sob a regência de um ou outro dos
generais. O império foi dividido em um grande número de províncias, das quais
as mais importantes foram regidas por uns seis generais principais que actuaram
como sátrapas. Mas a autoridade central - isto é, os dois reis fantoches -
nunca foi o suficientemente forte como para unir ao vasto império. Depois de uns
doze anos de lutas internas, durante as quais o domínio de diversas zonas do
território mudou de mãos repetidas vezes e morrem os dois reis. Antígono surgiu
então como o último dos pretendentes ao poder central sobretudo o império de
Alexandre. Uma coligação de quatro poderosos generais se opôs a ele: Casandro,
Lisímaco, Seleuco e Ptolomeo. Os quatro queriam dividir o império entre eles.
Em 306 a.C. Antígono se declarou rei de toda a nação e sucessor de Alexandre,
visando manter a unidade do império. Ante isto, os quatro aliados, deixando seu
título inferior de sátrapas, declararam-se reis de seus respectivos
territórios. A longa luta entre os defensores da unidade sob o ceptro de
Antígono e seu filho Demétrio contra os quatro generais foi resolvida na Batalha
de Ipso em 301 a.C. Antígono foi morto, Demétrio fugiu e seu território foi
dividido. Ficaram em pé quatro reinos independentes em lugar do imenso império
que Alexandre tinha formado, mas que não tinha conseguido consolidar. Ptolomeo
tinha Egito, Palestina e parte de Síria; Casandro dominava Macedónia com
soberania nominal sobre Grécia; Lisímaco tinha Trácia e uma grande parte do
Ásia Menor; e Seleuco possuía a maior parte do que tinha sido o Império Persa:
parte do Ásia Menor, o norte de Síria, Mesopotâmia e o oriente. Demetrio, só
ficou com a frota e várias cidades costeiras que não chegaram a conformar um
reino, ainda que mais tarde deslocou aos herdeiros de Casandro e fundou a
dinastia antigónia na Macedónia. Uns 20 anos depois da divisão, os quatro se
reduziram a três, porque Lisímaco foi eliminado. Grande parte de seu território
foi tomado pelo império selêucida, mas parte foi invadida pelos gauleses ou se
desintegrou em pequenos Estados independentes. O mais importante deles foi
Pérgamo. A duradoura divisão em três reinos principais permaneceu até tempos do
Império Romano. Alguns estudiosos tentam procurar a continuação dos quatro
reinos até o período romano, atribuindo a Pérgamo a sucessão do efémero reino
de Lisímaco. Mas comparado aos três reinos principais o reino de Pérgamo era
muito menor. Porém é fácil observar que no momento crítico - quando fracassou a
última esperança de manter unido ao império de Alexandre, e se fez inevitável a
divisão - todo o território, excepto fragmento menores, dividiu-se em quatro
reinos como o especificava a profecia. O império de Alexandro, ainda que
dividido, era uma continuação uma realização do ideal de seu fundador: um mundo
greco-macedónico-asiático de povos diferentes unidos pelo idioma, o pensamento
e a civilização dos gregos. Excepto a centralização política, o mundo henístico
constituía uma unidade como o que tinha sido sob o reinado de Alexandre, e
muito mais do que jamais tinha sido antes. Isto estava representado em forma
adequada por uma só besta com cabeças múltiplas (ou, em como em Daniel 8, com
múltiplos chifres).
Quatro cabeças
Alexandre morreu sem deixar definida a sucessão de seu
trono. Primeiro seu meio irmão Felipe, débil mental, e depois seu filho
póstumo, Alexandre, foram reis titulares sob a regência de um ou outro dos
generais. O império foi dividido em um grande número de províncias, das quais
as mais importantes foram regidas por uns seis generais principais que actuaram
como sátrapas. Mas a autoridade central - isto é, os dois reis fantoches -
nunca foi o suficientemente forte como para unir ao vasto império. Depois de
uns doze anos de lutas internas, durante as quais o domínio de diversas zonas
do território mudou de mãos repetidas vezes e morrem os dois reis. Antígono
surgiu então como o último dos pretendentes ao poder central sobretudo o
império de Alexandre. Uma coligação de
quatro poderosos generais se opôs a ele: Casandro, Lisímaco, Seleuco e
Ptolomeo. Os quatro queriam dividir o império entre eles. Em 306 a.C. Antígono
se declarou rei de toda a nação e sucessor de Alexandre, visando manter a
unidade do império. Ante isto, os quatro aliados, deixando seu título inferior
de sátrapas, declararam-se reis de seus respectivos territórios. A longa luta
entre os defensores da unidade sob o ceptro de Antígono e seu filho Demétrio
contra os quatro generais foi resolvida na Batalha de Ipso em 301 a.C. Antígono
foi morto, Demétrio fugiu e seu território foi dividido. Ficaram em pé quatro
reinos independentes em lugar do imenso império que Alexandre tinha formado,
mas que não tinha conseguido consolidar.
Ptolomeo tinha Egito,
Palestina e parte de Síria;
Casandro dominava Macedónia
com soberania nominal sobre Grécia;
Lisímaco tinha Trácia e
uma grande parte do Ásia Menor;
Seleuco possuía a maior
parte do que tinha sido o Império Persa: parte do Ásia Menor, o norte de Síria,
Mesopotâmia e o oriente.
Demétrio, só ficou com a frota e várias cidades costeiras
que não chegaram a conformar um reino, ainda que mais tarde deslocou aos
herdeiros de Casandro e fundou a dinastia antigónida na Macedónia. Uns 20 anos
depois da divisão, os quatro se reduziram a três, porque Lisímaco foi
eliminado. Grande parte de seu território foi tomado pelo império seléucida,
mas parte foi invadida pelos gaulêses ou se desintegrou em pequenos Estados
independentes. O mais importante deles foi Pérgamo. A duradoura divisão em três
reinos principais permaneceu até tempos do Império Romano. Alguns estudiosos
tentam procurar a continuação dos quatro reinos até o período romano,
atribuindo a Pérgamo a sucessão do efémero reino de Lisímaco. Mas comparado aos
três reinos principais o reino de Pérgamo era muito menor. Porém é fácil
observar que no momento crítico - quando fracassou a última esperança de manter
unido ao império de Alexandre, e se fez inevitável a divisão - todo o
território, excepto fragmento menores, dividiu-se em quatro reinos como o
especificava a profecia. O império de Alexandre, ainda que dividido, era uma
continuação uma realização do ideal de seu fundador: um mundo
greco-macedónico-asiático de povos diferentes unidos pelo idioma, o pensamento
e a civilização dos gregos. Excepto a centralização política, o mundo henístico
constituía uma unidade como o que tinha sido sob o reinado de Alexandre, e
muito mais do que jamais tinha sido antes. Isto estava representado em forma
adequada por uma só besta com cabeças múltiplas (ou, em como em Daniel 8, com
múltiplos chifres). Este animal na realidade é Roma, se procurarem na história
Romana verão que houve uma tetrarquia em seu desenvolvimento de governo, ou
seja as cabeças, enquanto as asas que ficaram em suas costas, ou seja para trás
significa que absorveu os reinos dos 4 generais gregos que disputavam o reino
de Alexandre. O ser representado como um leopardo, é devido suas manchas, ou
seja vários tipos de povos que este reino aglutinou para si, povos que antes
nem haviam sido dominados pelos outros animais antes dele. Todo o problema esta
no começo da interpretação, começa errado acaba errado. O que acontece nas
profecias são detalhes destes reinos, sempre em evolução do reino Seguinte e
com ênfase no 5º e último reino, que é chamado de 4º na evolução da profecia de
Daniel.
Quarto Animal
"Depois disto, eu continuava
olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso,
e muito forte, o qual tinha grandes dentes
de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que
sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres."
“Estando eu a observar os chifres,
eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros
chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem,
e uma boca que falava com insolência.”
Daniel 7:7; 8.
Diferente de Todos os
Animais
A quarta besta não tinha na natureza nenhum animal
parecido, e por isso não se faz nenhuma comparação como no caso das três
primeiras bestas.
Roma, o Império
Seguinte
As Províncias do Império Romano na sua extensão máxima
(governo de Trajano).
A história ensina claramente que o poder mundial que seguiu
ao terceiro império (O Império de Alexandre) foi o Império Romano. No entanto,
a transição foi gradual. De maneira que é impossível assinalar um acontecimento
específico que indique o momento da mudança. O Império de Alexandre foi
dividido depois de 301 a.C. em quatro (mais tarde três) reinos helenísticos, e
sua substituição pelo Império Romano foi um processo gradual que implicou
várias etapas principais. Os escritores não estão de acordo quanto à data que
assinala a hegemonia do império seguinte. Pelo o ano 200 a.C., quando Cartago
já não era mais rival à altura, Roma era dona do Mediterrâneo ocidental e tinha
começado a relacionar-se com o Oriente, onde de ali em adiante também chegaria
a dominar. Em 197 a.C. Roma derrotou a Macedónia e pôs aos Estados Gregos sob
sua protecção. Em 190 Roma derrotou a Antíoco III e tomou o território
seléucida pelo leste até os montes do Tauro. Em 168 a.C., na Batalha de Pidna,
Roma acabou com a monarquia da Macedónia, dividindo-a em quatro confederações.
Em 146 a.C. Roma anexou a Macedónia como província e pôs a maior parte das
cidades gregas sob o governador de Macedónia. Se a dominação romana do Próximo
Oriente se computa desde a data em que os monarcas dos três reinos helenísticos
foram eliminados pelo poder romano, pode considerar-se no ano 168 como o
primeiro passo desse processo. No entanto, os reis seléucidas e tolemaicos
retiveram seus tronos até muito depois, ficando-se até o ano 63 a.C. na Síria e
o 30 a.C. no Egito. Se forem eleitas as datas da anexação desses três reinos
como províncias romanas, as datas seriam 146, 64 e 30 a.C. respectivamente.
Alguns historiadores ressaltam o ano de 168 a.C. porque nesta data Roma tinha
conquistado Macedónia e tinha salvado a Egito de cair em mãos do reino
seléucida ao proibir a invasão de Antíoco IV. Isto demonstraria que Roma
virtualmente dominava os três reinos. Não se pode dar uma data única para um
processo gradual. Seja qual for a eleição de datas que se faça, o transpasso do
poder mundial para Roma fica claro. No ano 30 a.C. completou-se a absorção do
território de Alexandre desde Macedónia até o Eufrates.
Grandes Dentes de Ferro
Os enormes dentes metálicos podem ser uma referência de
crueldade e força. Bem como o animal rasgava e devorava suas presas com esses
caninos monstruosos, assim Roma devorava as nações e povos em suas conquistas.
Algumas vezes destruía cidades inteiras, como no caso de Corinto em 146 a.C..
Outras vezes reinos, tais como Macedónia e os domínios seléucidas, os que eram
divididos e convertidos em províncias.
Pisava aos Pés o que
Sobejava
Quando Roma não
destruía ou subjulgava um povo, costumava escravizar a seus habitantes ou os
vendia como escravos. Na intensidade de seu poder destruidor, Roma ultrapassou
aos reinos que previamente tinham dominado ao mundo.
Dez Chifres
Segundo a explicação de Daniel, são "dez reis". Se os "quatro reis" do verso 17 representavam reinos, e este reinos são os quatro impérios do capítulo 2 de Daniel, pode-se concluir que estes "dez reis" são também reinos. As sucessivas invasões de numerosas tribos germânicas que penetraram no Império Romano e a substituição deste por vários Estados separados ou monarquias, são acontecimentos comprovados pela história. Pelo menos uma vintena de tribos bárbaras invadiu o Império Romano, os estudiosos historicistas sugerem várias listas dos reinos estabelecidos no território do império.
Ainda que pequeno no começo, este chifre é descrito posteriormente como "maior que seus colegas". A interpretação historicista afirma que isto simboliza a continuação do poder do Império Romano mediante a Igreja Romana. Observe as afirmações de alguns historiadores de renome:
"Das ruínas da Roma Política se levantou o grande império moral na "forma gigante" da Igreja Romana" - (A. C. Flick, The Rise of the Mediaeval Church, 1900, p. 150).
"Sob a potestade do Império Romano os papas não tinham poder temporário. Mas quando o Império Romano se desintegrou e seu lugar foi ocupado por vários reinos rudes e bárbaros a Igreja Católica Romana não só dominou esses Estados no aspecto religioso, mas também dominou-os no aspecto secular. As vezes, sob governantes tais como Carlo Magno (768-814), Otón o Grande (936-973) e Enrique III (1039-1056), o poder civil teve certo predomínio sobre a igreja; mas em general, durante o débil sistema político do feudalismo, a igreja, bem organizada, unificada e centralizada, com o papa a sua cabeça, não só era independente nos assuntos eclesiásticos mas também controlava os assuntos civis" - (Carl Conrad Eckhardt, The Papacy and World-Affairs [1937] P. 1).
Diante
A
Três Primeiros Chifres
Segundo os historicistas, o "chifre pequeno" é um
símbolo da Roma Papal. Em consequência, os três chifres arrancados simbolizam a
destruição de três das nações bárbaras. Entre os principais obstáculos da Roma
Papal em sua busca por poder político estiveram os hérulos, os vândalos e os ostrogodos.
Os três eram defensores do arianismo, e por isso se tornaram formidáveis rivais
do catolicismo.
Os hérulos foram a primeira das tribos bárbaras que
dominaram a Roma. À cabeça dos hérulos e de outras tropas mercenárias estava
Odoacro, quem se constituiu rei de Roma. Odoacro, que era ariano, ainda que
tolerante para com os católicos, era odiado pelos italianos. Por sugestão do
imperador Zenón, do império de Oriente, Teodorico, caudilho dos ostrogodos, foi
o seguinte em invadir Itália (ver Thomas Hodgkin, Italy and Her Invaders, t. 3,
pp. 180–213).
No que se refere à Igreja Romana, a chegada de Teodorico
não significou nenhuma melhoria mas só uma mudança de caudilhos. Teodorico era
um ariano tão decidido como seu predecessor no trono de Itália. Concedeu
tolerância às diversas religiões de seu reino, as desmedidas ambições do pontífice
romano não podiam concentrar-se num sistema que só outorgava tolerância.
Entre tantos os vândalos, presididos por Genserico,
tinham-se estabelecido no norte de África e tinham tomado a Cartago em 439.
Sendo arianos fanáticos e belicosos, constituíam uma ameaça para a supremacia
da Igreja Católica no Ocidente. Eram especialmente intolerantes para com os
católicos, a quem chamavam hereges. Para ajudar aos católicos do Ocidente, o
Imperador Justiniano, que governava a metade oriental do Império Romano desde
Constantinopla, enviou a Belisário, o mais hábil de seus generais. Belisário
venceu completamente aos vândalos em 534.
Os ostrogodos ficaram na Itália como o único poder ariano
sobreviviente com importância suficiente para estorvar a hegemonia do papado no
Ocidente (ver Hodgkin, op. cit., t. 3, cap. 15). Depois de ter eliminado aos vandalos,
Belisario, em 535, começou na Itália sua campanha contra os ostrogodos (ver Hodgkin,
op. cit., t. 5, pp. 3– 66). Os ostrogodos, que tinham sido expulsos de Roma,
voltaram e a sitiaram em 537. Mas em 538 Justiniano fez desembarcar outro
exército em Itália, e em Março os ostrogodos abandonaram o assédio (ver
Hodgkin, op. cit., t. 4, pp. 73–113, 210-252; Charles Diehl,
"Justinian", em Cambridge Medieval History, t. 2, p. 15). É verdade
que em 540 voltaram a entrar na cidade durante um período muito curto, mas sua
ocupação foi breve. Sua retirada de Roma em 538 marcou o verdadeiro fim do
poder ostrogodo, ainda que não fosse o fim da nação ostrogoda. E assim foi
"arrancado" o terceiro dos três chifres que estorvavam ao pequeno
chifre.
Justiniano é notável não só por seu sucesso em unir
transitoriamente a Itália e os países do Ocidente com a metade oriental do que
tinha sido o Império Romano, mas também porque formou um código unificado ao
reunir e codificar as leis que existiam então no império, inclusive novos
editais do mesmo Justiniano. Nesse código imperial estavam incorporadas duas
cartas oficiais de Justiniano que tinham toda a força de um edital real. Nelas
confirmava legalmente ao bispo de Roma como "cabeça de todas as santas
igrejas" e "cabeça de todos os santos sacerdotes de Deus"
(Código de Justiniano, livro 1, título 1). Na carta posterior também embasa as actividades
do papa como corrector de hereges.
Ainda que esse reconhecimento legal da supremacia
eclesiástica do papa está datado em 533, é evidente que o edital imperial não
podia fazer-se efectivo em favor do papa enquanto o reino ariano dos ostrogodos
dominasse a Roma e a maior parte de Itália. O papado estaria em liberdade de
desenvolver ao máximo seu poder quando o domínio dos ostrogodos fosse quebrado.
Em 538, pela primeira vez desde o fim da linhagem imperial de Ocidente, a
cidade de Roma foi liberada da dominação de um reino ariano. Nesse ano o reino
dos ostrogodos recebeu seu golpe mortal (ainda que os ostrogodos sobreviveram
ainda em alguns anos mais como povo). Por essa razão no ano 538 é uma data mais
significativa do que 533.
Resumindo:
O papa já tinha sido reconhecido como bispo supremo das
igrejas de Ocidente e tinha exercido considerável influência política sob o
patrocínio dos imperadores ocidentais.
Em 533 Justiniano reconheceu a supremacia eclesiástica do
papa como "cabeça de todas as santas igrejas" tanto no Oriente como Ocidente,
e esse reconhecimento legalmente foi incorporado ao código de leis imperiais
(534).
Em 538 o papado foi realmente liberato do domínio dos
reinos arianos, que dominaram a Roma e A Itália depois dos imperadores
ocidentais. Desde esse tempo o papado pode aumentar seu poder eclesiástico. Os
outros reinos se fizeram católicos, um por um, e já que os longínquos
imperadores de Oriente não retiveram o domínio de Itália, o papa surgiu com frequência
como uma figura principal dos turbulentos acontecimentos que seguiram a este
período de Ocidente. O papado adquiriu domínio territorial e finalmente atingiu
o apogeu de sua dominação política tanto como religiosa da Europa.
Alguns pensam que é significativo que Vigílio, o papa que
ocupava esse cargo em 538, tivesse substituído o ano anterior a um papa que
tinha estado sob a influência gótica. O novo papa devia seu posto à Imperatriz
Teodora e era considerado por Justiniano como o meio para unir a todas as
igrejas de Oriente e de Ocidente sob seu domínio imperial. Fez-se notar que, a
partir de Virgílio, os papas foram mais e mais estadistas do que eclesiásticos,
e com frequência chegaram a ser dirigentes seculares.
Na realidade toda esta história e não história sobre o 4º
animal de Daniel 7, agora é que está se formando o último reino antes da vinda
de Cristo, é da Europa que é o 5º reino da estátua e o 4º reino de Daniel 7.
Digo da União Europeia, que logo em um breve futuro será governada por 10 reis
e estes darão o poder deste reino ao pequeno chifre ( Besta que é o 8º rei, que
era e que não é na época de João, mas que será em nossa época! ) Todo o cansaço
deste estudo acima, é válido para outra personagem das escrituras e não para o
pequeno chifre, o reino que recebeu e todos os demais detalhes acima
mencionado. Na realidade a cidade de Roma e sua Igreja meretriz é Babilonia e
não a Besta, pois quem entende as escrituras e não despreza as profecias, nem
retirando ou acrescentando partes das mesmas. Sabe que a besta e os 10 chifres,
destruíram Babilónia (Roma e sua Igreja), portanto não é ela o pequeno chifre
(Besta de Apocalipse)
Também é bem possível que este quarto animal não tenha nada
a ver com reinos europeus e sim com reinos orientais. Vemos claramente que todo
o desenrolar das milícias dos outros animais acontece no oriente, sempre desprezando
o ocidente. Também podemos perceber que hoje os países com maior influência
financeira, cultural e até mesmo religiosa vem do oriente e as que vem do
ocidente, isto é, Europa, vem perdendo força em todos os sentidos.
de
DANIEL 8
“E levantei os meus
olhos, e vi, eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas
pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a
mais alta subiu por último.” Daniel 8:3
Vamos abrir a nossa Bíblia em Daniel
8:1-4 (vamos ler todos os textos bíblicos):
“1 No ano terceiro do reinado do rei
Belsazar apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu
no princípio.
2 E na visão que tive, parecia-me que eu
estava na cidadela de Susã, na província de Elão; e conforme a visão, eu estava
junto ao rio Ulai.
3 Levantei os olhos, e olhei, e eis que
estava em pé diante do rio um carneiro, que tinha dois chifres; e os dois
chifres eram altos; mas um era mais alto do que o outro, e o mais alto subiu
por último.
4 Vi que o carneiro dava marradas para o
ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir,
nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia conforme a sua
vontade, e se engrandecia.” (Daniel 8:1 a 4)
Nota: Daniel teve uma visão. A primeira
coisa que viu foi um carneiro. O que este carneiro tem de interessante é que
ele tem uma ponta maior que a outra.
Hoje, quero mostra-lhe como usar as
ferramentas de interpretação da profecia. Vai interpretar esta e eu vou ajudá-lo/a.
O que representa um animal na profecia
na profecia bíblica? (Daniel 7:17,23)) (Um reino)
Então este carneiro representa uma
nação. A pergunta é: “Que reino?”
Lembre-se do principio de repetição e
ampliação de que falamos no estudo anterior. Lembre-se que vimos o assunto de
Daniel 2 se repetiu em Daniel 7. Vamos usar Daniel 7 para entender o capítulo
8. Qual é o animal em Daniel 7 que partilha a característica semelhante de ter
um lado mais alto que o outro? (Resposta: o urso. Daniel 7:5) Que nação
representava o urso? (Resposta: Medo-Pérsia.) Então vamos concluir que o urso
representa o reino da Medo-Pérsia.
Vamos ler o que acontece a seguir:
Daniel 8:5-7:
6 E dirigiu-se ao carneiro que tinha os
dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele
no furor da sua força.
7 Vi-o chegar perto do carneiro; e,
movido de cólera contra ele, o feriu, e lhe quebrou os dois chifres; não havia
força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos
pés; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do seu poder.”
Nota: um bode veio e destruiu o
carneiro. A característica interessante do bode é que ele corria rapidamente
sem tocar no chão (v.5).
Daniel 8:8 “O bode, pois, se engrandeceu
sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu
lugar outros quatro também notáveis nasceram para os quatro ventos do céu.”
Nota: O bode tinha uma ponta grande que
se partiu e foi substituída por quatro pontas.
Em Daniel 7 que animal era conhecido
pela sua grande velocidade e se dividiu em quatro partes? (Resposta: o
leopardo. Daniel 7:6) Em Daniel 7 que nação representava o leopardo? (Resposta:
a Grécia). Digamos que este bode representa a Grécia e a divisão do império
entre os quatro generais de Alexandre, após a sua morte.
Continuamos a ler para descobrir a parte
seguinte da profecia.
Daniel 8:9 “Ainda de um deles saiu um
chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a
terra formosa.”
Nota: a seguir cresceu uma ponta pequena
e tornou-se grande.
Daniel 8:10 “e se engrandeceu até o
exército do céu; e lançou por terra algumas das estrelas desse exército, e as
pisou.”
Nota: Opôs-se ao exército do Céu.
Daniel 8:11 “Sim, ele se engrandeceu até
o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto contínuo, e o lugar do seu
santuário foi deitado abaixo.”
Nota: Exaltou-se contra o Príncipe do
exército, retirou o sacrifício contínuo, e derrubou o lugar do santuário.
Daniel 8:12 “E o exército lhe foi
entregue, juntamente com o holocausto contínuo, por causa da transgressão;
lançou a verdade por terra; e fez o que era do seu agrado, e prosperou.”
Nota: Ele lançou a verdade por terra,
pôs isso em prática e prosperou.
Em Daniel 7 vemos novamente uma ponta
pequena profetizada? (Resposta. Sim. Daniel 7:8). O que é que ela representava?
(O papado romano). Podemos dizer então que a ponta pequena do capítulo 8 é o
papado romano.
Na visão o que acontece a seguir?
Daniel 8:13-14:
“13 Depois ouvi um santo que falava; e
disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão relativamente ao
holocausto contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do
exército, para serem pisados?
14 Ele me respondeu: Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.”
Nota: Daniel ouve a pergunta que é
feita: “Até quando durará” tudo isto? A resposta é 2 300 dias.
O que iria acontecer depois da ponta
pequena em Daniel 7? (Daniel 7:9,10). O julgamento é estabelecido. Podemos
dizer que os 2 300 dias estão relacionados com o julgamento.
Agora vamos rever o que temos até aqui:
• O cordeiro é a Medo-Pérsia.
• O bode é a Grécia. As suas quatro
pontas representam a divisão do império de Alexandre entre os seus quatro
generais.
• A ponta pequena é Roma e o papado.
• 2 300 dias estão em paralelo com o
início do julgamento.
Temos estado a usar o princípio de
repetição e acréscimo para nos ajudar a interpretar esta profecia. Agora vamos
ler o resto do capítulo 8 para ver se estamos correctos.
Daniel 8:15-19:
“15 Havendo eu, Daniel, tido a visão,
procurei entendê-la, e eis que se me apresentou como que uma semelhança de
homem.
16 E ouvi uma voz de homem entre as
margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, faze que este homem entenda a
visão.
17 Veio, pois, perto de onde eu estava;
e vindo ele, fiquei amedrontado, e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse:
Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.
18 Ora, enquanto ele falava comigo, caí
num profundo sono, com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me pôs em pé.
19 e disse: Eis que te farei saber o que
há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao determinado tempo
do fim.”
Nota: Deus envia o anjo Gabriel
ordenando-lhe que faça com que Daniel entenda a sua visão. Gabriel explica que
o sonho estender-se-á até ao tempo do fim. Veja a interpretação de Gabriel.
Daniel 8:20 “Aquele carneiro que viste,
o qual tinha dois chifres, são estes os reis da Média e da Pérsia.”
Nota: O carneiro é o império Medo-Persa.
Portanto está certo!
Daniel 8:21 “Mas o bode peludo é o rei
da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei.”
Nota: O bode é o reino da Grécia. Também
está certo!
Daniel 8:21 (última parte). A ponta
grande é o primeiro rei, Alexandre o Grande.
Daniel 8:22 “O ter sido quebrado, levantando-se
quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação,
porém não com a força dele.”
Nota: As quatro pontas são os quatro
generais que herdaram o reino de Alexandre.
Portanto o anjo confirma o que dissemos.
Não acha interessante perceber como a Bíblia se interpreta a si mesma? Mas
ainda não acabámos.
Que nação veio a seguir à Grécia?
(Resposta: Roma). Veja como, em Daniel 8, a ponta pequena é usada para
descrever a nação que vem depois da Grécia. Vamos ler o que o anjo diz acerca
deste poder.