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domingo, 22 de setembro de 2019

A OBRA QUE EXIGE O NOSSO PENSAMENTO

 

A OBRA QUE EXIGE NOSSO PENSAMENTO


Não se podem endireitar os erros, nem operar reformas na conduta mediante alguns fracos e intermitentes esforços. A formação do caráter não é obra de um dia, nem de um ano, mas de uma existência. A luta pela conquista do eu, pela santidade e o Céu, é uma luta que se prolonga por toda a vida. Sem contínuo esforço e atividade constante, não pode haver progresso nem ganho da coroa da vitória. 

A mais vigorosa prova da queda do homem de uma mais elevada condição é o quanto lhe custa retroceder. O caminho de volta só pode ser conquistado por meio de renhida luta, palmo a palmo, hora a hora. Num momento, por uma ação precipitada, desprecavida, podemos lançar-nos sob o poder do mal; requer, porém, mais que um momento o quebrar as cadeias e atingir a uma vida mais santa. Pode-se formar o desígnio, começar a obra; sua realização, porém, requererá fadiga, tempo, perseverança, paciência e sacrifício. 

Não nos podemos permitir o agir por impulso. Não podemos estar despercebidos nem por um momento. Assaltados por inúmeras tentações, devemos resistir firmes, ou seremos vencidos. Se chegássemos ao fim da vida com nossa obra por fazer, isso importaria em perda eterna. 

A vida do apóstolo Paulo foi um constante conflito com o próprio eu. Ele disse: "Cada dia morro." I Cor. 15:31. Sua vontade e seus desejos lutavam cada dia com o dever e a vontade de Deus. Em vez de seguir a inclinação, ele fazia a vontade de Deus, embora crucificando a própria natureza. 

Ao fim de sua vida de conflito, olhando para trás, às lutas e triunfos da mesma, pôde dizer: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia." II Tim. 4:7 e 8. 

A vida cristã é uma batalha e uma marcha. Nesta guerra não há trégua; o esforço deve ser contínuo e perseverante. É assim fazendo que mantemos a vitória sobre as tentações de Satanás. A integridade cristã deve ser buscada com irresistível energia, e mantida com resoluta fixidez de propósito. 

Ninguém será levado para o alto sem árduo e perseverante esforço em prol de si mesmo. Todos têm de se empenhar por si nessa luta; nenhuma outra pessoa pode combater os nossos combates. Somos individualmente responsáveis pelos resultados do conflito; ainda que Noé, Jó e Daniel estivessem na Terra, não poderiam, por sua justiça, livrar nem filho nem filha. 

 

 A Ciência a Ser Dominada 

Há uma ciência do cristianismo a ser dominada - ciência tão mais profunda, vasta e alta que qualquer ciência humana, como os céus são mais elevados do que a Terra. A mente deve ser disciplinada, educada, exercitada; pois nos cumpre fazer serviço para Deus por maneiras que não se acham em harmonia com nossa inclinação inata. As tendências hereditárias e cultivadas para o mal devem ser vencidas. Muitas vezes, a educação e as práticas de toda uma existência devem ser rejeitadas para que a pessoa se possa tornar um aprendiz na escola de Cristo. Nosso coração deve ser educado em se firmar em Deus. Cumpre-nos formar hábitos de pensamento que nos habilitem a resistir à tentação. Devemos aprender a olhar para cima. Os princípios da Palavra de Deus - princípios tão elevados como o céu e que abrangem a eternidade - cumpre-nos compreendê-los em sua relação para com a nossa vida diária. Cada ato, cada palavra, cada pensamento deve estar de acordo com esses princípios. Tudo deve ser posto em harmonia com Cristo, e a Ele sujeito. 

As preciosas graças do Espírito Santo não se desenvolvem num momento. Ânimo, fortaleza, mansidão, fé e inabalável confiança no poder de Deus para salvar são adquiridos mediante a experiência de anos. Por uma vida de santo esforço e firme apego ao direito, devem os filhos de Deus selar seu destino. 

 

Não Há Tempo a Perder 

Não temos tempo a perder. Não sabemos quão presto nosso tempo de graça pode se encerrar. Quando muito, não teremos senão o curto espaço de uma existência aqui, e não sabemos quão breve a seta da morte pode nos ferir o coração. Não sabemos quão pronto seremos chamados a abandonar o mundo e todos os seus interesses. Estende-se diante de nós a eternidade. A cortina está a ponto de se erguer. Uns poucos anos apenas, e para todos os que ora são contados entre os vivos, sairá o decreto: "Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda." Apoc. 22:11. 

Estamos nós preparados? Conhecemos a Deus, o Governador do Céu, o Legislador, e a Jesus Cristo a quem Ele enviou ao mundo como Seu representante? Quando a obra de nossa vida terminar, estaremos aptos a dizer, como Cristo, nosso exemplo: "Eu glorifiquei-Te na Terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer. Manifestei o Teu nome"? João 17:4 e 6. 

Os anjos de Deus nos estão procurando atrair de nós mesmos e das coisas terrenas. Não os façais trabalhar em vão. As mentes que têm liberado as rédeas do pensamento precisam mudar. "Cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo." I Ped. 1:13-16. 

Os pensamentos devem se concentrar em Deus. Devemos exercer diligente esforço para vencer as más tendências do coração natural. Nossos esforços, nossa abnegação e perseverança devem ser proporcionais ao infinito valor do objetivo que perseguimos. Unicamente vencendo como Cristo venceu, havemos de alcançar a coroa da vida. 

Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. I Cor. 10:13.

Está o homem disposto a se apoderar do divino poder, e com determinação e perseverança resistir a Satanás, conforme o exemplo que Cristo lhe deu em Seu conflito com o inimigo no deserto da tentação? Deus não pode salvar o homem contra a verdade deste, do poder dos ardis de Satanás. O homem precisa trabalhar com o seu poder humano, ajudado pelo divino de Cristo, a fim de resistir e vencer, a qualquer custo para si mesmo. Em suma, o homem precisa vencer como Cristo venceu. E então, pela vitória que é seu privilégio alcançar no todo-poderoso nome de Jesus, ele pode tornar-se herdeiro de Deus e co-herdeiro de Cristo. Este não seria o caso, se Cristo fizesse tudo sozinho para a vitória. O homem precisa fazer a sua parte; precisa ser vitorioso por sua própria conta, mediante a força e graça que Cristo lhe dá. Ele precisa ser coobreiro de Cristo na tarefa de vencer, e então será participante com Cristo em Sua glória. Testimonies, vol. 4, págs. 32 e 33.

As vítimas de maus hábitos devem ser despertadas para a necessidade de fazer esforços por si mesmos. Outros podem desenvolver os mais fervorosos empenhos para erguê-los, a graça de Deus pode-lhes ser abundantemente oferecida, Cristo pode rogar, Seus anjos ministrar; tudo, porém, será em vão, a menos que eles próprios despertem para pelejar o combate em seu favor. ...

Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão. Deus não nos deixou lutar com o mal em nossa própria, limitada força. Sejam quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para o erro, podemos vencer, mediante o poder que Ele nos está disposto a comunicar. A Ciência do Bom Viver, págs. 174-176.

A tentação mais forte não pode desculpar o pecado. Por maior que seja a pressão exercida sobre a alma, a transgressão é o nosso próprio ato. Não está no poder da Terra nem do inferno compelir alguém a fazer o mal. Satanás ataca-nos em nossos pontos fracos, mas não é o caso de sermos vencidos. Por mais severo ou inesperado que seja o ataque, Deus nos proveu auxílio e em Sua força podemos vencer. Patriarcas e Profetas, pág. 421.

"A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (E. G. White, Educação, p. 231).

 “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”  Filipenses 4:8