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quinta-feira, 1 de abril de 2021

JUSTIFICADO PELA FÉ

JUSTIFICADO PELA FÉ

“Seria porventura o homem mais justo do que Deus?” Job 4:17

Perguntou o patriarca Job. Esta pergunta encerra em si a mais pungente das interrogações que o homem jamais tenha feito, desde o dia em que Adão pecou e perdeu o direito à vida. Eis a resposta das Escrituras:

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”; (Efésios 2:8,9).

A vida e inocência primitivas eram um dom de Deus. Só o Criador as podia conferir ao homem. Por isso, depois de perdidas só o Criador as pode restaurar.

O Homem por si não se pode justificar

Declara a Lei de Deus que todos os homens são pecadores. Sendo nós filhos e filhas de Adão, não somente herdámos dêle uma natureza perversa, como também todos, por causa desta mesma natureza, cometemos pecado.

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.  (Romanos 5:12).

“Porquanto não há diferença entre judeu e grego;” “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Romanos 10:12; 3:23).

Condenado à morte por uma lei santa, o pecador aproxima-se dela dizendo consigo mesmo: “Farei o que ela diz, obedecerei aos seus preceitos, e assim escaparei à condenação e à morte.” Mas não pode colocar de parte o facto que violou esta lei e que ela clama: “Culpado! Culpado!” A lei proclama o dever, ela não pode absolver; proclama justiça, não pode dar. As Escrituras dizem-nos:

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” Romanos “: 19,20.

Existe culpabilidade humana. Nenhuma obra humana pode anular o pecado e colocar o homem ao abrigo de uma lei justa. Ainda há mais: o pecador descobre que a justiça que a Lei reclama está absolutamente acima das suas forças. Exige obras de tal ordem que natureza humana, no seu estado de decadência, não pode de modo algum executar. Ao fazer este doloroso exame, o apóstolo Paulo exclamava: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” Romanos 7:14.

Ora, o que é carnal não pode produzir o que é espiritual; e a Lei exige uma obra de Justiça que seja espiritual; mas esta obra espiritual não a pode o coração carnal realizar. Dizem as Escrituras:

“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”.

“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7,8).

O pecador, mesmo despertado, ainda se encontra na carne. Ouve sempre ribombos de trovão da Lei, a qual repreende o seu pecado e o condena à morte. Não pode lavar o seu passado, nem escondê-lo; ele não pode obedecer à Lei de Deus com um coração carnal, porém, não tem outro. Perdido, impotente, suspira pela libertação, e solta o grito de desespero de que Paulo nos conservou o eco tirado da sua própria experiência. “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? “ Romanos 7:24.

Graças a Deus, há uma resposta para todo o pecador que faz ouvir este clamor.

O dom da graça de Deus

Esta resposta, tinha-a ouvido o apóstolo Paulo: o grito de desespero que soltou é seguido imediatamente do grito jubiloso do livramento: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor” (Romanos 7:25.) O grande Libertador, é o que “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai. (Gálatas 1:4).

Foi o amor de Deus que nos abriu o caminho da salvação. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16).

Nenhum pecador necessita de rogar a Deus que lhe perdoe. È o próprio Deus quem, no seu íntimo amor, este amor que o levou a entregar o Seu Filho à morte, suplica ao pecador de acreditar e aceitar a salvação.

O filho de Deus, para se tornar o Salvador dos homens, teve que tomar o lugar do pecador em face da Lei violada. Ele próprio teve de observar esta lei, embora estivesse revestido duma carne humana e degenerado de todas as suas fraquezas. Teve, para isso, de viver uma vida de fé, o único meio de cumprir perfeitamente a Lei divina. “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma” (João 5:30), dizia Jesus. O que não conhecera pecado, levou em seu corpo, para a cruz, os pecados dos homens. “..O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”.(Isaías 53:6) Morreu pelos pecados dos homens, para que Ele pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porém, o Seu sacrifício foi o sacrifício de um inocente. Cristo “pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus” Hebreus 9:14 A morte não o pode, pois, conservar em seu poder: Ressuscitou pelo poder do Espírito eterno para ser Advogado e Sacerdote da humanidade crente e derramar os frutos do seu sacrifício e da justiça sobre todos os que queiram recebê-los.

Ele anseia agora por comunicar a todos os corações a justiça que Ele obteve vivendo na nossa carne humana. Pelo seu Espírito Santo, Ele quer viver hoje em nós – como viveu outrora na Judea – uma vida de santidade e perfeição. Significa isto: perdão, libertação do poder  da carne, uma vida nova eficaz, justiça e justificação operadas pelo Salvador, habitando no coração humano. Mas como podemos receber Cristo e a sua grande salvação? – Pela fé; crendo nas promessas; permitindo-lhe que “habite pela fé nos nossos corações.” (Efésios 3:17).

Jesus Cristo habitando com toda a sua plenitude nos nossos corações – tal é a maravilha e mistério do Evangelho, “que é Cristo em vós a esperança da glória.” Isto significa que temos no céu um Salvador vivendo eternamente o qual está sempre presente e é capaz de salvar todos os homens sem excepção.

Ó inesperada e inevitável salvação!

Aprendamos isto nas próprias expressões das Escrituras.

O perdão – “Se confessarmos os nossos pecados. Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1:9).

A vitória sobre a carne – A purificação dos nossos pecados coincide com a efusão de um poder que subjuga o mal na nossa carne. “O nosso homem velho foi com Ele crucificado.” (Romanos 6:6). “Vós, porém, não estais na carne, mas no espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós..E , se Cristo está em vós, o corpo na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.” (Romanos (:9,10).

Um novo coração - “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ezequiel 36:26).

Uma nova vida“E vos renoveis no espírito da vossa mente; “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Efésios 4:23,24. Esta nova vida não é pois outra coisa senão a feliz presença de Jesus Cristo no coração do crente, realizando esta experiência do apóstolo Paulo:

 

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20)

A justiça e a justificação “Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. (Jeremias 23:6)  è pela fé que recebemos Cristo e é pela fé que sua justiça nos é atribuída ou imputada. A vida perfeita e de obediência de Jesus é lançada como um manto sobre a vida passada do crente, assim que encobre toda a sua vida presente, de tal modo que aos olhos de Deus ele é considerado como justificado de todo o pecado. Tal é o triunfo d’Aquele que não somente se entregou por causa dos nossos pecados, mas também “ressuscitou para nossa justificação.” Romanos 4:25.

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.

“Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. Romanos 5:18,19.

Jesus Cristo morreu e ressuscitou para trazer esta ditosa libertação aos pecadores que gemem sob o jugo do pecado e da condenação. As escrituras dizem o seguinte acerca daqueles que recebem cheios de fé a justiça de Deus: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8:1.

Louvado seja Deus! A salvação vem de Jesus e de modo nenhum de qualquer obra que façamos. É tão certa com um juramento ou uma promessa de Deus. E esta felicidade só nos pode ver arrebatada desde o momento em que deixemos de ter connosco a presença de Jesus Cristo por falta de vigilância de nossa parte. Tratemos de evitar este perigo a todo o custo. E se, por infelicidade, nos acontecesse ficar despojados do manto da sua justiça, devíamo-nos apressar a voltar atrás, confessar a nossa negligência e alcançar novo o nosso Libertador.

A justiça de Cristo é necessariamente a mesma que a justiça exigida pela Lei de Deus. É esta mesma lei que Jesus pratica no coração do crente. Tal é a verdadeira significação da justificação. “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.” (Romanos 2:13). O homem é pois levado, pela justificação, a praticar a Lei de Deus, porque a sua vida é substituída pela vida de Jesus Cristo, a qual faz que ele pela fé opere todos os preceitos da Lei divina. A morte do Salvador só teve por fim tornar possível ao pecador a obediência que lhe é impossível sem essa morte.

“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;

“Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”( Romanos :3,4).

É, pois, uma justiça perfeita e uma verdadeira salvação que Jesus traz a todo o pecador que n’Ele crê. “Porque n’Ele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos n’Ele.” (Colossenses 2:9,10.)

Este maravilhoso plano de salvação é tão profundo que só “nos séculos vindouros” nos poderá Deus mostrar “as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para connosco em Cristo Jesus.” Efésios 2:7). Porém, graças a Deus, os pecadores salvos pela graça poderão, mesmo neste sentido mundo, “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento,” (Efésios 3:19).

 


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