O Espírito Santo
A Promessa
A
nós hoje, tão certamente como aos primeiros discípulos, pertence a promessa do
Espírito. Deus dotará hoje homens e mulheres com poder do alto, da mesma
maneira que dotou aqueles que, no dia de Pentecostes, ouviram a palavra de
salvação. Nesta mesma hora Seu Espírito e Sua graça se acham à disposição de
todos quantos deles necessitam e Lhe pegarem na palavra.
A promessa do Espírito Santo não é limitada a algum século ou raça.
Cristo declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com Seus
seguidores até o fim. Desde o dia do Pentecostes até ao presente, o Confortador
tem sido enviado a todos os que se rendem inteiramente ao Senhor e a Seu
serviço.
Deus deseja refrigerar Seu povo mediante o dom do Espírito Santo,
batizando-os novamente em Seu amor. Não é necessário que haja na igreja falta
de Espírito Santo. Depois da ascensão de Cristo, o Espírito Santo desceu sobre
os discípulos expectantes, crentes e entregues à oração, numa plenitude e poder
que tocou todo coração. Futuramente a Terra há de ser iluminada pela glória de
Deus. Daqueles que se acham santificados pela verdade resultará para o mundo
uma influência divina. A Terra será circundada por uma atmosfera de graça. O
Espírito Santo tem de operar no coração humano, tomando as coisas de Deus e
revelando-as aos homens.
É certo que no tempo do fim, quando a causa de Deus na Terra estiver
prestes a terminar, os sinceros esforços dos consagrados crentes sob a guia do
Espírito Santo serão acompanhados por especiais manifestações de favor divino.
Sob a figura das chuvas temporã e serôdia, que caem nas terras orientais ao
tempo da semeadura e da colheita, os profetas hebreus predisseram a dotação de
graça espiritual em medida extraordinária à igreja de Deus. O derramamento do
Espírito nos dias dos apóstolos foi o começo da primeira chuva, ou temporã, e
glorioso foi o resultado. Até ao fim do tempo, a presença do Espírito deve ser
encontrada com a verdadeira igreja.
O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi a "chuva
temporã", e glorioso foi o resultado. Mas a chuva serôdia será mais
abundante. Qual é a promessa para os que vivem nos últimos dias? - "Voltai à fortaleza, ó presos de
esperança; também hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro." Zac.
9:12. "Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia; o Senhor, que faz
os relâmpagos, lhes dará chuveiro de água, e erva no campo a cada um."
Zac. 10:1.
A Boa Vontade de Deus em
Conceder
O
Senhor está mais disposto a dar o Espírito Santo àqueles que O servem do que os
pais a dar boas dádivas a seus filhos.
Em todos os tempos e lugares, em todas as dores e aflições, quando a
perspectiva se figura sombria e cheio de perplexidade o futuro, e nos sentimos
desamparados e sós, o Consolador será enviado em resposta à oração da fé. As
circunstâncias podem-nos separar de todos os amigos terrestres; nenhuma, porém,
nem mesmo a distância, nos pode separar do celeste Consolador. Onde quer que
estejamos, aonde quer que vamos, Ele Se encontra sempre à nossa direita, para
apoiar, suster, erguer e animar.
Manhã após manhã, ao se ajoelharem os arautos do evangelho perante o
Senhor, renovando-Lhe seus votos de consagração, Ele lhes concederá a presença
de Seu Espírito, com Seu poder vivificante e santificador. Ao saírem para seus
deveres diários, têm eles a certeza de que a invisível atuação do Espírito
Santo os habilita a serem "cooperadores
de Deus". I Cor. 3:9.
Vivemos no tempo do poder do Espírito Santo. Ele está procurando
difundir-Se mediante os instrumentos humanos, aumentando assim Sua influência
no mundo.
Condições Para Recebê-Lo
O
Espírito Santo virá a todos quantos pedem o pão da vida para o dar aos
semelhantes. Ao unirmos o nosso coração ao de Cristo, e pormos a nossa vida em
harmonia com a Sua obra, virá sobre nós o Espírito que caiu sobre os discípulos
no dia de Pentecostes.
Não é por qualquer restrição da parte de Deus que as riquezas de Sua
graça não afluem para os homens, neste mundo.
O Espírito aguarda nosso pedido e recepção.
Uma vez que este é o meio pelo qual havemos de receber poder, por que
não sentimos fome e sede pelo dom do Espírito? Por que não falamos sobre ele,
não oramos por ele e não pregamos a seu respeito? Se o cumprimento da promessa
não é visto como poderia ser, é porque a promessa não é apreciada como devia
ser. Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito.
Cada obreiro devia fazer sua petição a Deus pelo batismo diário do
Espírito. Grupos de obreiros cristãos se devem reunir para suplicar auxílio
especial, sabedoria celestial, para que saibam como planejar e executar
sabiamente. Especialmente devem eles orar para que Deus batize Seus
embaixadores escolhidos nos campos missionários, com uma rica medida do Seu
Espírito.
Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entreguem-se a Deus para a
salvação dos perdidos. Com fé peçam a bênção prometida, e virá.
Os discípulos não pediram a bênção para si mesmos. Achavam-se oprimidos
ante o sentimento de sua responsabilidade pelas almas. O evangelho devia ser
levado aos confins da Terra, e eles reclamaram a concessão do poder que Cristo
prometera. Foi então que o Espírito Santo foi derramado, sendo convertidos
milhares num dia.
Cristo prometeu o dom do Espírito Santo a Sua igreja, e a promessa nos
pertence, da mesma maneira que aos primeiros discípulos. Mas, como todas as
outras promessas, é dada sob condições. Muitos há que crêem e professam
reclamar a promessa do Senhor; falam acerca de Cristo e acerca do Espírito Santo,
e todavia não recebem benefício. Não entregam a alma para ser guiada e regida
pelas forças divinas. Não podemos usar o Espírito Santo. Ele é que deve
servir-Se de nós. Mediante o Espírito opera Deus em Seu povo "tanto o querer como o efetuar, segundo
a Sua boa vontade". Filip. 2:13. Mas muitos não se submeterão a isso.
Querem dirigir a si mesmos. É por isso que não recebem o celeste dom.
Unicamente aos que esperam humildemente em Deus, que estão atentos à Sua guia e
graça, é concedido o Espírito. O poder de Deus aguarda que O peçam e O recebam.
Essa prometida bênção, reclamada pela fé, traz após si todas as outras bênçãos.
É concedida segundo as riquezas da graça de Cristo, e Ele está pronto a suprir
toda alma segundo sua capacidade para receber.
O grande derramamento do Espírito
de Deus, o qual ilumina a Terra toda com Sua glória, não ocorrerá sem que
tenhamos um povo esclarecido, que conheça por experiência o que representa ser
cooperador de Deus. Quando tivermos uma consagração completa, de todo o
coração, ao serviço de Cristo, Deus reconhecerá esse fato mediante um
derramamento, sem medida, de Seu Espírito; mas isso não acontecerá enquanto a
maior parte dos membros da igreja não forem cooperadores de Deus.
Requisitos Essenciais ao
Êxito
A
presença do Espírito com os obreiros de Deus dará à proclamação da verdade um
poder que nem toda a honra ou glória do mundo dariam.
Deus não nos pede que façamos a obra que se acha perante nós em nossas
próprias forças. Ele providenciou assistência divina para todas as emergências
para as quais não sejam suficientes nossos recursos humanos. Ele nos outorga o
Espírito Santo para ajudar em todo o aperto, para fortalecer nossa esperança e
certeza, para iluminar nossa mente e purificar nosso coração.
Depois da descida do Espírito
Santo os discípulos sentiram tanto amor por Ele [Cristo], e por aqueles por
quem Ele morreu, que corações se comoveram pelas palavras que falaram e pelas
orações que fizeram. Falaram no poder do Espírito; e sob a influência desse
poder, milhares se converteram.
Não há limites à utilidade daquele que, pondo de parte o próprio eu,
abre margem para a operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida
inteiramente consagrada a Deus..
Qual foi o resultado do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes -
As alegres novas de um Salvador ressuscitado foram levadas aos confins do mundo
conhecido. ... Mediante seus labores foram acrescentados à igreja homens
escolhidos, os quais, recebendo a Palavra de vida, consagraram a existência à
obra de levar a outros a esperança que lhes enchera o coração de paz e alegria.
Centenas proclamaram a mensagem: "O
reino de Deus está próximo." Mar. 1:15. Eles não podiam ser
restringidos ou intimidados por ameaças. O Senhor falava por seu intermédio; e
aonde quer que iam, os doentes eram curados, e aos pobres era dado ouvir o
evangelho. Tão poderosamente pode Deus operar quando os homens se entregam à
direção de Seu Espírito.
O Espírito Santo é o sopro da vida espiritual na alma. A comunicação do
Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que O recebe com os
atributos de Cristo. Unicamente os que são assim ensinados por Deus, os que
possuem a operação interior do Espírito, e em cuja vida se manifesta a vida de
Cristo, devem-se colocar como homens representativos, para servir em favor da
igreja.
Logo ocorrerão mudanças peculiares e rápidas, e o povo de Deus será
revestido do Espírito Santo, de forma que, com sabedoria celeste, enfrente as
emergências desta época e neutralize ao máximo possível a influência
desmoralizadora do mundo. Se a igreja não estiver dormindo, se os seguidores de
Cristo vigiarem e orarem, poderão possuir entendimento para compreender e
avaliar as tramas do inimigo.
Promessa não Apreciada
Cristo
declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com Seus seguidores
até o fim. Mas essa promessa não é devidamente apreciada; e portanto também não
a vemos cumprir-se na medida em que a poderíamos ver. A promessa do Espírito é
assunto em que pouco se pensa; e o resultado é o que é de esperar - aridez,
trevas, decadência e morte espirituais. Assuntos de menor importância ocupam a
atenção, e o poder divino que é necessário ao desenvolvimento e prosperidade da
igreja e que traria após si todas as outras bênçãos, esse falta, conquanto
oferecido em sua infinita plenitude.
Alguns Aguardam
Ociosamente o Refrigério
Por
outro lado, há alguns que em vez de aproveitar sabiamente as oportunidades
presentes, estão indolentemente esperando por alguma ocasião especial de
refrigério espiritual, pelo qual suas habilidades para iluminar outros sejam
grandemente aumentadas. Eles negligenciam os deveres e privilégios do presente
e deixam que sua luz se apague, enquanto esperam um tempo em que, sem nenhum esforço
de sua parte, sejam feitos os recipientes de bênçãos especiais, pelas quais
sejam transformados e tornados aptos para o serviço.
O Sucessor de Cristo
O
Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da personalidade
humana, e dela independente. Limitado pela humanidade, Cristo não poderia estar
em toda parte em pessoa. Era, portanto, do interesse deles que fosse para o
Pai, e enviasse o Espírito como Seu sucessor na Terra. Ninguém poderia ter
então vantagem devido a sua situação ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo
Espírito, o Salvador seria acessível a todos. Nesse sentido, estaria mais perto
deles do que se não subisse ao alto.
O Espírito Santo Tem
Operado Desde o Princípio
Desde
o princípio tem Deus operado por Seu Espírito Santo, mediante agentes humanos,
para a realização de Seu propósito em benefício da raça caída. Isto se
manifestou na vida dos patriarcas. À igreja no deserto, no tempo de Moisés,
também deu Deus Seu "bom Espírito,
para os ensinar". Nee. 9:20. E nos dias dos apóstolos Ele atuou
poderosamente por Sua igreja mediante a obra do Espírito Santo. O mesmo poder
que susteve os patriarcas, que a Calebe e Josué deu fé e coragem, e eficiência
à obra da igreja apostólica, tem sustido os fiéis filhos de Deus nos séculos
sucessivos. Foi mediante o poder do Espírito Santo que na idade escura os
cristãos valdenses ajudaram a preparar o caminho para a Reforma. Foi o mesmo
poder que deu êxito aos esforços de nobres homens e mulheres que abriram o
caminho para o estabelecimento das modernas missões, e para a tradução da
Bíblia para as línguas e dialetos de todas as nações e povos.
O Motivo Fundamental do
Serviço Eficaz
Tudo
quanto é feito por puro amor, por mais pequenino ou desprezível que seja aos
olhos dos homens, é inteiramente frutífero; pois Deus olha mais a quantidade de
amor com que alguém trabalha do que à porção de trabalho que realiza.
Não são as capacidades que agora possuímos ou havemos de possuir, que
nos darão êxito. É o que o Senhor pode fazer por nós. Deveríamos depositar
muito menos confiança no que o homem é capaz de fazer, e muito mais no que Deus
pode fazer para cada alma crente. Anseia Ele que Lhe estendamos as mãos pela
fé. Anseia que esperemos grandes coisas dEle. Anela dar-nos sabedoria, tanto
nos assuntos temporais como nos espirituais. Pode aguçar o intelecto. Pode dar
tato e habilidade. Empreguemos nossos talentos na obra, peçamos a Deus
sabedoria, e ser-nos-á dada.
O óleo da graça dá aos homens o ânimo, e supre-lhes os motivos, para
fazerem cada dia a obra que Deus lhes designa. As cinco virgens loucas tinham
lâmpadas (isto quer dizer o conhecimento da verdade da Escritura), mas não
tinham a graça de Cristo. Dia a dia passavam por uma rotina de cerimônias e
deveres formais, mas seu serviço era destituído de vida, vazio da justiça de
Cristo. O Sol da Justiça não brilhava em seu coração e entendimento, e não
tinham o amor da verdade que adapta à vida e ao caráter a imagem e inscrição de
Cristo. O óleo da graça não era misturado com os seus esforços. Sua religião
era uma casca seca, sem a amêndoa interior. Apegavam-se a formas de doutrinas,
mas enganavam-se em sua vida cristã, cheia de justiça própria, deixando de
aprender lições na escola de Cristo, as quais, praticadas, tê-las-iam feito
sábias para a salvação.
A obra de Deus tem de ser levada a termo pela cooperação de agentes
divinos e humanos. Aqueles que têm demasiada confiança em si mesmos podem ser
aparentemente ativos na obra de Deus; mas se não oram, essa atividade de nada
aproveitará. Pudessem eles olhar para dentro do incensário do anjo que se acha
junto ao altar de ouro, diante do trono circundado pelo arco-íris, e veriam que
os méritos de Jesus se têm de misturar com nossas orações e esforços, do
contrário eles se tornarão tão sem valor como a oferta de Caim. Pudéssemos ver
toda a atividade dos instrumentos humanos, tais como ela se apresenta diante de
Deus, haveríamos de ver que unicamente a obra efetuada mediante muita oração,
santificada pelos méritos de Cristo, há de suportar a prova do juízo. Quando
tiver lugar o grande exame, haveis de verificar e discernir a diferença que
existe entre o que serve a Deus e o que O não serve.
A religião formal não atenderá às necessidades da época presente. É nos
possível praticar todos os atos externos de culto, e ainda assim estarmos
destituídos da influência vivificante do Espírito Santo, como do orvalho e
chuva, os montes de Gilboa. Necessitamos
todos da rega espiritual, bem como dos brilhantes raios do Sol da Justiça, para nos suavizar e
subjugar o coração. Devemos estar sempre firmados nos princípios, como uma
rocha. Os princípios bíblicos devem ser ensinados e também apoiados por santa
prática.
O sucesso não depende tanto de talento quanto de energia e boa vontade.
Não é a posse de esplêndidos talentos que nos capacita a prestar serviço
aceitável; mas a conscienciosa realização dos deveres diários, o espírito
contente, o interesse sincero e sem afetação no bem-estar dos outros. Na mais
humilde sorte pode ser encontrada verdadeira excelência. As tarefas mais
comuns, executadas com amorável fidelidade, são belas à vista de Deus.
A estrutura simétrica de um caráter forte e belo baseia-se nos atos
individuais do dever. E a fidelidade deve caracterizar nossa vida nos seus mínimos
pormenores bem como nos máximos. A integridade nas pequenas coisas, a
realização de pequenos atos de fidelidade e pequenas ações de bondade,
alegrarão a senda da vida; e, quando terminar a nossa obra na Terra,
verificar-se-á que cada um dos pequenos deveres fielmente cumpridos exerceu uma
influência para o bem - influência esta que jamais poderá perecer.
A Recompensa Merecida
Cristo
e Seus discípulos estão assentados no Monte das Oliveiras. O Sol já desapareceu
e as sombras da noite crescem sobre a Terra. Pode-se ver uma casa
esplendorosamente iluminada como para uma festa. A luz jorra das aberturas, e
um grupo expectante indica que um cortejo nupcial está prestes a aparecer. Em
muitas regiões do oriente as festividades nupciais são realizadas à noite. O
noivo parte ao encontro da noiva e a traz para casa. À luz de tochas, o cortejo
dos nubentes sai da casa paterna para seu próprio lar, onde um banquete é
oferecido aos convidados. Na cena que Cristo contemplava, um grupo espera o
aparecimento do cortejo nupcial para a ele se ajuntar.
Na adjacência do lar da noiva esperam dez virgens trajadas de branco.
Todas levam uma lâmpada acesa e um frasco de óleo. Todas aguardam ansiosamente
a vinda do esposo. Há, porém, uma tardança. Passa-se uma hora após outra, as
vigias fatigam-se e adormecem. À meia-noite ouve-se um clamor: "Aí vem o esposo! Saí-lhe ao
encontro!" Mat. 25:6. Sonolentas despertam, de repente, e levantam-se.
Vêem o cortejo aproximando-se resplandecente de tochas e festivo, com música. Ouvem
as vozes do esposo e da esposa. As dez virgens tomam suas lâmpadas e começam a
aparelhá-las, com pressa de partir. Cinco delas, porém, tinham deixado de
encher seus frascos. Não previram demora tão longa, e não se prepararam para a
emergência. Em aflição apelam para suas companheiras mais prudentes, dizendo: "Dai-nos do vosso azeite, porque as
nossas lâmpadas se apagam." Mat. 25:8. Mas as cinco outras, com suas
lâmpadas há pouco aparelhadas, tinham seus frascos esvaziados. Não tinham óleo
de sobra, e respondem: "Não seja
caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para
vós." Mat. 25:9.
Enquanto foram comprar, o cortejo foi-se e as deixou. As cinco, com as
lâmpadas acesas, se uniram à multidão, entraram na casa com o cortejo nupcial,
e fechou-se a porta. Quando as virgens loucas chegaram à entrada da casa do
banquete, receberam uma recusa inesperada. O anfitrião declarou: "Não vos conheço." Mat. 25:12.
Foram abandonadas ao relento, na rua solitária, nas trevas da noite.
Quando Cristo, sentado, contemplava o grupo que aguardava o esposo,
contou aos discípulos a história das dez virgens, ilustrando, pela experiência
delas, a da igreja que viveria justamente antes de Sua segunda vinda.
Os dois grupos de vigias representam as duas classes que professam estar
à espera de seu Senhor. São chamadas virgens porque professam fé pura. As
lâmpadas representam a Palavra de Deus. Diz o salmista: "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e, luz para os meus
caminhos." Sal. 119:105. O óleo é símbolo do Espírito Santo. Assim é
representado o Espírito na profecia de Zacarias. "Tornou o anjo que falava comigo", diz ele, "e me
despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, e me disse: Que vês? E
eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo,
com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. E,
por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua
esquerda. E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é
isto? E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel,
dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor
dos Exércitos. E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos
de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro?
Então, Ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda
a Terra." Zac. 4:1-4, 6, 12 e 14.
Das duas oliveiras o dourado óleo era vazado pelos tubos de ouro nas
taças do castiçal, e daí nas lâmpadas de ouro que iluminavam o santuário.
Assim, dos santos que estão na presença de Deus, Seu Espírito é comunicado aos
que são consagrados para o Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar
ao povo de Deus aquela graça celestial que, somente, pode fazer de Sua palavra
uma lâmpada para os pés, e uma luz para o caminho. "Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o
Senhor dos Exércitos." Zac. 4:6.
Na parábola, todas as dez virgens saíram ao encontro do esposo. Todas
tinham lâmpadas e frascos. Por algum tempo não se notava diferença entre elas.
Assim é com a igreja que vive justamente antes da segunda vinda de Cristo.
Todos têm conhecimento das Escrituras. Todos ouviram a mensagem da proximidade
da volta de Cristo e confiantemente O esperam. Como na parábola, porém, assim é
agora. Há um tempo de espera; a fé é provada; e quando se ouvir o clamor: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao
encontro!" (Mat. 25:6), muitos não estarão preparados. Não têm óleo em
seus vasos nem em suas lâmpadas. Estão destituídos do Espírito Santo.
Sem o Espírito de Deus, de nada vale o conhecimento da Palavra. A teoria
da verdade não acompanhada do Espírito Santo, não pode vivificar a mente, nem
santificar o coração. Pode estar-se familiarizado com os mandamentos e
promessas da Bíblia, mas se o Espírito de Deus não introduzir a verdade no
íntimo, o caráter não será transformado. Sem a iluminação do Espírito, os
homens não estarão aptos para distinguir a verdade do erro, e serão presa das
tentações sutis de Satanás.
A classe representada pelas virgens loucas não é hipócrita. Têm
consideração pela verdade, advogaram-na, são atraídos aos que crêem na verdade,
mas não se entregaram à operação do Espírito Santo. Não caíram sobre a rocha,
que é Cristo Jesus, e não permitiram que sua velha natureza fosse quebrantada.
Essa classe é representada, também, pelos ouvintes comparados ao pedregal.
Recebem a Palavra prontamente; porém, deixam de assimilar os seus princípios.
Sua influência não permanece neles. O Espírito trabalha no coração do homem de
acordo com o seu desejo e consentimento, nele implantando natureza nova; mas a
classe representada pelas virgens loucas contentou-se com uma obra superficial.
Não conhecem a Deus; não estudaram Seu caráter; não tiveram comunhão com Ele;
por isso não sabem como confiar, como ver e viver. Seu serviço para Deus
degenera em formalidade. "Eles vêm a
Ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de Ti como Meu povo, e ouvem
as Tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas
o seu coração segue a sua avareza." Ezeq. 33:31. O apóstolo Paulo
assinala que essa será a característica especial dos que vivem justamente antes
da segunda vinda de Cristo. Diz: "Nos
últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si
mesmos... mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela." II Tim. 3:1-5.
Essa é a classe que em tempo de perigo é encontrada bradando: Paz e
segurança. Acalentam seu coração em sossego, e não sonham com o perigo. Quando
despertos de sua indiferença, discernem sua destituição, e rogam a outros que
lhes supram a falta; em assuntos espirituais, porém, ninguém pode remediar a
deficiência de outros. A graça de Deus tem sido oferecida livremente a todos.
Tem sido proclamada a mensagem do evangelho:
"Quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida."
Apoc. 22:17. Todavia o caráter não é transferível. Ninguém pode crer por
outro. Ninguém pode receber por outro o Espírito. Ninguém pode dar a outrem o
caráter que é o fruto da operação do Espírito. "Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela (a Terra),
vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só
livrariam a sua própria alma pela sua justiça." Ezeq. 14:20.
Numa crise é que o caráter é revelado. Quando a voz ardorosa proclamou à
meia-noite: "Aí vem o Esposo!
Saí-lhe ao encontro!" (Mat. 25:6), e as virgens adormecidas
ergueram-se de sua sonolência, foi visto quem fizera a preparação para o
evento. Ambos os grupos foram tomados de surpresa; porém, um estava preparado
para a emergência, e o outro não. Assim agora uma calamidade repentina e
imprevista, alguma coisa que põe a pessoa face a face com a morte, mostrará se
há fé real nas promessas de Deus. Mostrará se está sustida na graça. A grande
prova final virá no fim do tempo da graça, quando será tarde demais para se
suprirem as necessidades do espírito.
As dez virgens estão esperando na noite da história deste mundo. Todas
dizem ser cristãs. Todas têm uma vocação, um nome, uma lâmpada, e todas
pretendem fazer a obra de Deus. Todas aguardam, aparentemente, a volta de
Cristo. Cinco, porém, estão desprevenidas. Cinco serão encontradas
surpreendidas, aterrorizadas, fora do recinto do banquete.
No dia final muitos hão de requerer admissão ao reino de Cristo, dizendo: "Temos comido e bebido na Tua
presença, e Tu tens ensinado nas nossas ruas." Luc. 13:26.
"Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? E, em Teu nome, não expulsamos
demônios? E, em Teu nome, não fizemos muitas maravilhas?" Mat. 7:22. Mas a resposta será: "Digo-vos que não sei de onde vós sois;
apartai-vos de mim." Luc. 13:27. Nesta vida não tiveram comunhão com Cristo;
por isto não conhecem a linguagem do Céu, são estranhos às suas alegrias. "Porque qual dos homens sabe as coisas
do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe
as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus." I Cor. 2:11.
As palavras mais tristes que caíram em
ouvidos mortais são aquelas da sentença: "Não vos conheço." Mat. 25:12. Unicamente a comunhão do
Espírito que desprezastes poderia unir-vos à multidão jubilosa que estará no
banquete das bodas. Não podereis participar dessa cena. Sua luz incidiria sobre
olhos cegos, e sua melodia em ouvidos surdos. Seu amor e alegria não fariam
soar de júbilo corda alguma do coração entorpecido pelo mundo.
Sois excluídos do Céu por vossa própria inaptidão para a sua companhia.
Não podemos estar prontos para
encontrar o Senhor, acordando ao ouvir o brado: "Aí vem o Esposo!" (Mat. 25:6) e então tomar nossas
lâmpadas vazias para enchê-las. Não podemos viver apartados de Cristo aqui, e
ainda assim estar aptos para a Sua companhia no Céu.
Na parábola, as virgens prudentes tinham óleo em seus vasos com as
lâmpadas. Suas lâmpadas arderam com chama contínua pela noite de vigília.
Contribuíram para aumentar a iluminação em honra do esposo. Brilhando na
escuridão, auxiliaram a iluminar o caminho para o lar do esposo, para a ceia de
bodas.
Assim, devem os seguidores de Cristo irradiar luz nas trevas do mundo.
Pela atuação do Espírito Santo, a Palavra de Deus é uma luz quando se torna um
poder transformador na vida de quem a recebe. Implantando-lhes no coração os
princípios de Sua Palavra, o Espírito Santo desenvolve nos homens os predicados
de Deus. A luz de Sua glória - Seu caráter - deve refletir-se em Seus
seguidores. Assim devem glorificar a Deus, e iluminar o caminho para a mansão
do esposo, para a cidade de Deus, e para o banquete de bodas do Cordeiro.
A vinda do esposo foi à meia-noite - a hora mais tenebrosa. Assim a
vinda de Cristo será no período mais tenebroso da história deste mundo. Os dias
de Noé e de Ló ilustram a condição do mundo exatamente antes da vinda do Filho
do homem. Apontando para esse tempo, declaram as Escrituras que Satanás
trabalhará com todo poder e "sinais,
e prodígios de mentira". II Tess. 2:9. Sua obra é revelada claramente
pelas trevas que se adensam rapidamente, pela multidão de erros, heresias e
enganos destes últimos dias. Satanás não só leva cativo o mundo, porém suas
ilusões infectam até as professas igrejas de nosso Senhor Jesus Cristo. A
grande apostasia se desenvolverá em
trevas tão densas como as da meia-noite, impenetráveis como a mais intensa
escuridão. Para o povo de Deus será uma noite de prova, noite de lamentação,
noite de perseguição por causa da verdade. Mas nessa noite de trevas brilhará a
luz de Deus.
Fez que "das trevas resplandecesse
a luz". II Cor. 4:6. Quando "a
Terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E
houve luz". Gên. 1:2 e 3. Também na noite das trevas espirituais a Palavra
de Deus diz: "Haja luz." A
Seu povo, diz Ele: "Levanta-te,
resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre
ti." Isa. 60:1.
"Eis", diz a Escritura, "que as trevas cobriram a Terra, e a escuridão, os povos; mas
sobre ti o Senhor virá surgindo, e a Sua glória se verá sobre ti." Isa.
60:2.
A escuridão do falso conceito acerca de Deus é que está envolvendo o
mundo. Os homens estão perdendo o conhecimento de Seu caráter. Este tem sido
mal compreendido e mal-interpretado. Neste tempo deve ser proclamada uma
mensagem de Deus, uma mensagem de influência iluminante e capacidade salvadora.
O caráter de Deus deve tornar-se notório. Deve ser difundida nas trevas do
mundo a luz de Sua glória, a luz de Sua benignidade, misericórdia e verdade.
Esta é a obra esboçada pelo profeta Isaías, nas palavras: "Tu, anunciador de boas novas a Jerusalém,
levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá:
Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o Seu
braço dominará; eis que o Seu galardão vem com Ele, e o Seu salário, diante da
Sua face." Isa. 40:9 e 10.
Os que aguardam a vinda do esposo devem dizer ao povo: "Eis aqui está o vosso Deus." Isa.
40:9. Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de graça a
ser dada ao mundo, é uma revelação do caráter do amor divino. Os filhos de Deus
devem manifestar Sua glória. Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de
Deus por eles tem feito.
A luz do Sol da Justiça deve irradiar em boas obras - em palavras de
verdade e atos de santidade.
Cristo, o resplendor da glória do Pai, veio ao mundo como sua luz. Veio
representar Deus aos homens, e dEle está escrito que foi ungido "com
o Espírito Santo e com
virtude",
e "andou fazendo o bem".
Atos 10:38. Na sinagoga
de Nazaré, disse: "O Espírito do
Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a
curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista
aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do
Senhor." Luc. 4:18 e 19. Esta foi a obra de que encarregou os
discípulos. "Vós sois a luz do
mundo", disse Ele. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos
Céus." Mat. 5:14 e 16.
Esta é a obra que o profeta Isaías descreve, dizendo: "Porventura, não é também que repartas
o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o
nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? Então, romperá a tua
luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá
adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda." Isa.
58:7 e 8.
Assim pois a glória de Deus deve brilhar mediante Sua igreja na noite de
trevas espirituais, soerguendo os oprimidos e confortando os que choram.
Em todo nosso redor ouvem-se os gemidos de um mundo de aflições. Em
todos os lados há necessitados e miseráveis. Nosso dever é auxiliar a aliviar e
abrandar as dificuldades e misérias da vida.
O serviço prático será muito mais eficiente do que meramente pregar
sermões. Devemos alimentar o faminto, vestir o nu e asilar o desabrigado. E
somos chamados para fazer mais do que isto. As necessidades da alma só o amor
de Cristo pode satisfazer. Se Cristo em nós habitar, nosso coração estará cheio
de simpatia divina. Abrir-se-ão as fontes cerradas do zeloso amor cristão.
Deus requer não somente as nossas dádivas para os necessitados, mas
também nosso semblante amável, nossas palavras de esperança, nosso cordial
aperto de mão. Quando curava os doentes Cristo punha sobre eles as mãos. Também
devemos achegar-nos em contato íntimo com quem procuramos beneficiar.
Muitos há que não têm mais esperança. Dai-lhes novamente a luz do Sol.
Muitos perderam o ânimo. Dizei-lhes palavras de conforto. Orai por eles. Há os
que carecem do pão da vida. Lede-lhes da Palavra de Deus. Muitos padecem de uma
enfermidade da alma que bálsamo nenhum pode restaurar, médico algum curar. Orai
por essas pessoas, encaminhai-as a Jesus. Contai-lhes que há um bálsamo e um
Médico em Gileade.
A luz é uma bênção, bênção universal que difunde seus tesouros sobre o
mundo ingrato, ímpio e desmoralizado. Assim é com a luz do Sol da Justiça. Envolta,
como está, nas trevas do pecado, aflição e padecimento, toda a Terra precisa
ser iluminada com o conhecimento do amor de Deus. Nenhuma seita ou classe deve
ser impedida de receber a luz que refulge do trono celeste.
A mensagem de esperança e misericórdia tem que ser levada aos confins da
Terra. Quem quiser pode aproximar-se, tomar do poder de Deus e fazer paz com
Ele, e Ele fará paz. Não mais devem os pagãos estar envoltos em trevas da
meia-noite. A escuridão deve desaparecer diante dos brilhantes raios do Sol da
Justiça. O poder do inferno foi vencido.
Mas ninguém pode dar aquilo que não possui. Na obra de Deus, a
humanidade nada pode originar. Ninguém pode por seus próprios esforços
tornar-se para Deus um portador de Luz. Vertido pelos mensageiros celestes nos
tubos de ouro, para ser conduzido do áureo vaso às lâmpadas do santuário, o dourado
óleo produzia luz contínua, clara e brilhante. O amor de Deus, continuamente
transmitido ao homem, é que o habilita a comunicar luz. O áureo óleo do amor
corre livremente no coração de todos os que pela fé estão unidos a Deus, para
resplandecer novamente em boas obras, em serviço real e sincero para Ele.
Na grande e incomensurável dádiva do Espírito Santo estão contidos todos
os recursos celestes. Não é por qualquer restrição da parte de Deus que as
riquezas de Sua graça não afluem para os homens, neste mundo. Se todos
recebessem de bom grado, todos seriam cheios de Seu Espírito.
Toda pessoa tem o privilégio de ser um conduto vivo, pelo qual Deus pode
comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo.
Nada há que Cristo mais deseje do que agentes que representem ao mundo Seu
Espírito e caráter. Não há nada de que o mundo mais necessite que da
manifestação do amor do Salvador, mediante a humanidade. Todo o Céu está à
espera de condutos pelos quais possa ser vertido o óleo santo para ser uma
alegria e bênção para os corações humanos.
Cristo tomou todas as providências para que Sua igreja seja um corpo
transformado, iluminado pela Luz do mundo, possuindo a glória de Emanuel. É Seu
propósito que cada cristão esteja envolto numa atmosfera espiritual de luz e
paz. Deseja que revelemos em nossa vida a Sua própria alegria.
A habitação do Espírito em nós será manifestada pelo amor celestial que
de nós dimanará. A plenitude divina fluirá pelo consagrado agente humano, para
ser partilhada com outros.
O Sol da Justiça traz salvação "debaixo das Suas asas". Mal. 4:2. Assim todo verdadeiro
discípulo deve difundir uma influência de vida, ânimo, auxílio e verdadeira
salvação.
A religião de Cristo significa mais que o perdão dos pecados; significa
remover nossos pecados e encher o vácuo com as graças do Espírito Santo.
Significa iluminação divina e regozijo em Deus. Significa um coração despojado
do próprio eu e abençoado pela presença de Cristo. Quando Cristo reina na alma
há pureza e libertação do pecado. A glória, a plenitude, a perfeição do plano
do evangelho são cumpridas na vida. A aceitação do Salvador traz paz perfeita,
perfeito amor, segurança perfeita. A beleza e fragrância do caráter de Cristo
manifestadas na vida, testificam de que em verdade Deus enviou Seu Filho ao
mundo para o salvar.
Cristo não manda Seus seguidores esforçarem-se para brilhar. Diz:
Resplandeça a vossa luz. Se tendes recebido a graça de Deus, a luz está em vós.
Removei os empecilhos, e a glória do Senhor será revelada. A luz resplandecerá
para penetrar e dissipar a escuridão. Não podeis deixar de brilhar dentro do
círculo de vossa influência.
A revelação da glória do Senhor na forma humana, trará o Céu tão perto
dos homens, que a beleza que adorna o templo interior será vista em todos em
que o Salvador habita. Os homens serão cativados pela glória de um Cristo que
vive em nós. E em torrentes de louvor e ações de graças dos muitos assim ganhos
para Deus, refluirá glória para o grande Doador.
"Levanta-te, resplandece,
porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti." Isa.
60:1. Essa mensagem é dada aos que saem ao encontro do esposo. Cristo vem
com poder e grande glória. Vem com Sua própria glória e com a glória do Pai.
Vem com todos os santos anjos. Ao passo que o mundo todo estará mergulhado em
trevas, haverá luz em todos os lares dos santos. Eles hão de captar os primeiros
raios de luz de Sua segunda vinda. A
imaculada luz resplandecerá de Seu esplendor, e Cristo, o Redentor, será
admirado por todos os que O serviram. Ao passo que os ímpios fugirão de Sua
presença, os seguidores de Cristo rejubilarão. Vislumbrando o tempo do segundo
advento de Cristo, disse o patriarca Jó: "Vê-Lo-ei
por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão." Jó 19:27. Dos
fiéis seguidores, Cristo tem sido companheiro diário, amigo familiar. Viveram
em contato íntimo, em comunhão constante com Deus. A glória de Deus
resplandeceu sobre eles. Refletiu-se neles a luz do conhecimento da glória de
Deus, na face de Jesus Cristo. Agora se regozijam nos raios não ofuscados do
resplendor e glória do Rei, em Sua majestade. Estão preparados para a comunhão
do Céu; pois têm o Céu no coração.
De fronte erguida, os brilhantes raios do Sol da Justiça sobre eles
resplandecendo, com júbilo porque sua redenção se aproxima, saem ao encontro do
Esposo, dizendo: "Eis que Este é o
nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará." Isa. 25:9.
"E ouvi como que a voz de uma
grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes
trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus todo-poderoso, reina.
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória, porque vindas são as bodas
do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. ... E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à
ceia das bodas do Cordeiro." Apoc. 19:6, 7 e 9. "Porque é o Senhor
dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com Ele, chamados, eleitos
e fiéis." Apoc. 17:14.
___AMÉM___