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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Estudos Sobre o Ágape: Principais Definições de Amor


 

Estudo nº 1

Dois Amores Opostos

Nosso idioma só tem uma palavra para expressá-lo: “amor”. Com ela nos referimos a algo tão sublime como o que é o Deus dos céus, e com ela nos referimos também aos atos da mais baixa moralidade. Tão pouco específica é esta palavra, que chegou a poder expressar quase que qualquer coisa, ou nenhuma coisa.

Quando os apóstolos escreveram o Novo Testamento, sua linguagem era mais rica que a nossa. A palavra mais comum para a noção quotidiana de amor era eros, algo semelhante ao nosso uso mais habitual da palavra amor. Denotava o amor mútuo entre cônjuges, o amor paternal e o amor filial, o amor entre os amigos, um princípio nobre e belo. Era a grande ideia de Platão sobre um amor elevador e espiritual, o oposto da mera sensualidade.

Quando o apóstolo João tomou sua pena para escrever a gloriosa expressão: “Deus é amor”, não pôde escrever “Deus é eros”. Por mais nobre e belo que o eros pudesse parecer, teve que escrever: “Deus é ágape”. Os filósofos dos dias dos apóstolos se indignaram porque não foi empregado o seu termo predileto (eros). Se iniciou assim um debate que já dura mais de dois mil anos, a respeito destas duas ideias contrapostas de Deus.

Estas duas noções sobre o amor lutam ainda hoje pela supremacia. Cada homem, mulher e criança neste mundo aceitará antes ou depois um ou outro como o ideal de sua vida. Nosso estudo tem por objectivo contrastar ambos os tipos de amor. 

 

O ágape nos surpreende e maravilha

(Ao escrever as respostas, empregamos a palavra original “ágape”, em lugar de “amor” ou “caridade”, como algumas versões da Bíblia têm traduzido)

1. Quão úteis são as palavras daquele que carece do ágape em seu coração? I Coríntios 13:1

RESPOSTA: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse ágape, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.”

2. Para quê serve o conhecimento e a fé, se falta o ágape? I Coríntios 13:2

RESPOSTA: E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse ágape, nada seria.

3. Se repartir os seus bens com os pobres, e até chegue a morrer como mártir, mas carecendo de ágape, de quê serve? I Coríntios 13:3

RESPOSTA: E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse ágape, nada disso me aproveitaria.

4. Dentre todos os professos cristãos no mundo, quem é que realmente conhece a Deus? I João 4:7 e 8

RESPOSTA: Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o ágape é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é ágape.

5. Se alguém possui o ágape, quão corajoso e confiante estará no dia do juízo? I João 4:17

RESPOSTA: “Nisto é perfeito o ágape para connosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual Ele é, somos nós também neste mundo.

Nota: Pense nisto! Caminhar confiantemente na própria presença de Deus, entre anjos santos! Isto supera toda a imaginação.

6. O que o ágape faz com nosso medo natural ao juízo? I João 4:18

RESPOSTA: “No ágape não há temor, antes o perfeito ágape lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em ágape.

7. É possível que uma pessoa possua o ágape, e continue na transgressão da lei de Deus? Romanos 13:10

RESPOSTA: “O ágape não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o ágape.

Nota: É um assunto de vital importância. O apóstolo Tiago afirma (Tiago 2:10) que qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”. E João estabelece que a verdadeira igreja de Deus se distinguirá no tempo do fim pela obediência a todos os mandamentos de Deus (Apocalipse 12:17; 14:12). Interessante! Muitos crêem ser bons cristãos, porque supõem que sabem como amar. No final, entretanto, haverão de ouvir as palavras do Senhor dizendo-lhes: “Nunca vos conheci” (Mateus 7:22 e 23). O que tiveram foi “eros”, mas não “ágape”; e nunca reconheceram a diferença. 

 

Jesus adverte: não confunda “eros” com “ágape”

8. Do quê é facilmente capaz o amor eros que todo homem - incluindo os pagãos - herda por natureza? Mateus 5:46 e 47

RESPOSTA: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?

9. Em contraste, a quê nos capacita o amor ágape? Mateus 5:44

RESPOSTA: “Eu, porém, vos digo: Amai [com ágape] a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus

10. De acordo com o anterior, qual é o significado de ser “perfeito”? Mateus 5:45-48

RESPOSTA: “Porque faz que o Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Nota: “O amor aos homens é a manifestação do amor de Deus em direcção à Terra. Foi para implantar esse amor, fazer-nos filhos de uma família, que o Rei da Glória Se tornou um connosco. E quando se cumprirem as palavras que disse ao partir: ‘Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei’ (João 15:12); quando amarmos o mundo assim como Ele o amou, então Sua missão por nós está cumprida. Estamos aptos para o Céu; pois o temos no coração.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 641).

O que os gregos entendiam por “eros”, é o tipo de amor natural, comum a todos os homens –também aos pagãos–.  É um tipo de amor que depende da beleza, bondade ou valor do objecto amado. É despertado perante a qualidade desejável do objecto deste amor, como ocorre na relação sentimental entre pessoas de sexos opostos. É um tipo de amor “eu-amo-a-quem-me-ama”.

11. Em contraste com este amor baseado na reciprocidade, qual é o valor das pessoas objecto do amor ágape? Romanos 5:7, 8, 10

RESPOSTA: “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o Seu ágape para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida.”

O “eros” é um tipo de amor que repousa sobre a noção de necessidade. Empregamos de forma sinónima: ‘eu te amo, necessito de ti...’ Os conjuges se amam... e necessitam um do outro. O mesmo se pode dizer de pais com respeito a filhos e vice-versa, e também dos amigos. Não há nada de errado nisto, mas o “ágape” está em completo contraste, baseando-se em uma motivação totalmente altruísta, sem relação com o interesse ou necessidade próprios.

12. Qual foi a motivação de Jesus ao dar-Se a Si mesmo por nós? II Coríntios 8:8 e 9

RESPOSTA: “Não digo isto como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade de vosso ágape. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por ágape de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis.”

13. Onde vemos mais claramente revelado o ágape? I João 4:9 e 10

RESPOSTA: “Nisto se manifesta o ágape de Deus para connosco: que Deus enviou Seu Filho unigénito ao mundo, para que por Ele vivamos. Nisto está o ágape, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.

Nota: Propiciação significa um sacrifício feito com o propósito de extinguir a nossa inimizade contra Deus. “O Pai nos ama, não em virtude da grande propiciação; mas sim proveu a propiciação por isso que nos ama. Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde entornar sobre um mundo caído o Seu infinito amor.” (Caminho a Cristo, p. 13).

“Olha para a cruz do Calvário se queres uma prova tangível de Seu amor. O Céu te observa com intenso interesse, para ver o que tu irás fazer.” (Filhos e Filhas de Deus, p. 246).

Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vósI Pedro 5:7

Orai sem cessar” I Tesalonicenses 5:17

“Não se faça a Minha vontade, mas a Tua” Lucas 22:42

“O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efectuar, segundo a Sua vontade” (Caminho a Cristo, p. 47)


Estudo nº 2

Aprendendo Sobre o “Ágape”

 

No estudo anterior compreendemos nossa profunda necessidade de amor:

(1) Ninguém é capaz por si mesmo de amar a outro com este tipo de amor que a Bíblia apresenta como o artigo genuíno.

(2) O que possuímos em comum com as outras pessoas, inclusive com os pagãos, é a dotação natural do eros: o tipo de amor que ama aos demais porque são amáveis connosco.

(3) A Bíblia diz que “Deus é amor [ágape]”, o tipo de amor que ama a quem não é amável, inclusive a seus inimigos.

(4) A Bíblia diz que, a menos que possuamos o ágape, mesmo que sejamos capazes de falar a língua dos anjos, não somos mais que o sino que tine. Se “conhecesse todos os mistérios”, ou se tivesse toda a fé, de tal maneira que transportasse os montes, e não tenho amor (ágape), nada sou. Se repartisse todos os meus bens para dar de comer aos pobres, e se entregasse meu corpo para ser queimado, de nada me serviria sem este maravilhoso dom do amor ágape.

(5) O denominador comum a todo ser humano é o medo, mas o ágape o faz desaparecer em sua totalidade. Isto nos leva a reconhecer que não possuímos naturalmente o ágape!

(6) Nosso amor comum, a que os gregos chamavam eros, depende do valor ou beleza do que amamos. Mas o ágape é livre, é independente e capaz de amar a quem não é digno deste amor, inclusive de amar a seus inimigos.

(7) O eros se fundamenta na noção de necessidade. O ágape, em contraste, não se fundamenta nela, nem se alimenta por desejo de recompensa.

 

Existe felicidade sem o amor ágape?  

1.Apesar de não ser algo natural a nós, quão importante é o ágape? João 13:34

RESPOSTA: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.”

2. Quando reconhecerá finalmente o verdadeiro povo de Deus? João 13:35

RESPOSTA: “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”

3. Enumere sete características do ágape que lhe pareçam especialmente essenciais (da lista que aparece em I Coríntios 13:4-8)

RESPOSTA: “O ágape é sofredor, é benigno; o ágape não é invejoso; o ágape não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O ágape nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”.

4. Se alguém segue a Cristo pelo desejo egoísta de recompensa ou de temor ao castigo, e não motivado pelo apreço que tem por Seu amor [ágape], você crê que ele será salvo? Relacione I Coríntios 13:8 com João 10:27-29

RESPOSTA: “O ágape nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”. “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas Me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai.”

Nota: “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão d’Ele atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 446).

 

Mais contrastes entre o ágape e o eros

O eros é um tipo de amor que busca a Deus. Este é o fundamento da maioria das religiões. É a razão para a existência de templos e santuários. Aparentemente é uma busca nobre. Mas o ágape é diferente: não é o homem que busca a Deus, mas é Deus que busca o homem.

5. Leia Lucas 19:10 e observe a diferença:

RESPOSTA: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

Nota: A mentalidade do eros nos faz imaginar a Deus como se estivesse Se escondendo de nós, tornando difícil que O encontremos. Ir em Sua busca se converte em uma árdua tarefa, e nunca temos a certeza de havê-Lo encontrado.

6. Em contraste com o anterior, quão próximo de cada um de nós está Deus? Actos 17:27; João 1:9

RESPOSTA: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tacteando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós”. “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo homem que vem ao mundo.”

Nota: Quão próximo estás de Deus? Com quanto fervor o estás a procurar? Estás tão próximo como esta “palavra da fé” a qual se refere Romanos 10:8 e 9, e que a sua boca e o seu coração podem pronunciar. Através desta palavra Deus já te encontrou. Está batendo à tua porta neste momento (Apocalipse 3:20).

7. Longe de esconder-Se, quão próximo está de ti, desde o teu nascimento, ainda que não tenhas dado conta? Salmo 139:1-5, 7-13

RESPOSTA: “Senhor, Tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a Tua mão. ... Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de Ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para Ti a mesma coisa; pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.”

Outro contraste: O eros é um amor que está subordinado ao valor atribuído ao que se ama. De forma natural, tratamos melhor ao médico que o lixeiro (no entanto, nossa situação se tornaria insuportável sem o segundo). Nossa sociedade “ama” às pessoas que “valem”, e valor só é sinónimo de educação académica, inteligência ou riqueza. Mas o ágape é diferente: não está subordinado ao valor do que se ama. É soberano e independente. Não depende do valor da pessoa amada, mas ao contrário, concede valor ao amá-la.

8. Ler Isaías 13:12 e observe o fruto do ágape.

RESPOSTA: “Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir.”

Nota: Imagine uma pedra qualquer encontrada no chão. Não possui valor algum. Mas suponha que tomando esta pedra em suas mãos, e amando-a como faz uma mão com seu bebé, você fosse capaz de convertê-la em ouro puro. Que valor teria agora? Isto é o que o Senhor faz por você e por mim com Seu amor-“ágape”. Este é o amor que podemos receber d’Ele, e aprender a exercitá-lo em favor de nosso próximo.

O eros procura alcançar posições, subir cada vez mais. Deseja ser promovido. É facilmente visível na escola, na empresa, na política... e até na igreja!

9. Em quem teve origem este amor eros que busca “os seus próprios interesses”? Isaías 14:12-14

RESPOSTA: “Como caíste desde o céu, é estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”

10. Em contraste, até onde está disposto a descer o ágape? Filipenses 2:5-8

RESPOSTA: Encontramos no texto sete passos na humilhação de Jesus, em contraste com o desejo de exaltação de Lúcifer:

(1) “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. O Filho de Deus depôs Sua coroa voluntariamente, motivado pelo ágape, Seu próprio carácter.

(2) “Mas esvaziou-Se a Si mesmo”. Quando Cristo Se despojou a Si mesmo, estava submetendo eterna e voluntariamente tudo o que Lhe era precioso, o que só pode ser realizado através do ágape.

(3) “Tomando a forma de servo” (ou escravo). Os anjos são chamados servos ou “espíritos ministradores” enviados para nos proteger (Hebreus 1:14). Se Cristo Se houvesse tornado como um deles, isto teria sido uma grande condescendência para Ele, pois era seu Criador e Comandante. Mas desceu ainda mais.  

(4) “Fazendo-Se semelhante aos homens”. Nenhum ser humano jamais caiu tão profundamente que fosse impossível que o Filho de Deus o alcançasse. E uma vez que permitimos que este amor entre em nosso coração, todo traço do orgulhoso sentimento de sentir-se mais santo que outros desaparece, e isto nos permite alcançar também o coração dos demais.

(5) Mais ainda: “E, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo”. Sua mão Lhe deu à luz em um humilde presépio, se viu obrigada a abrigá-Lo com pobres e improvisados farrapos, e a transportá-Lo da forma mais precária e simples. A Sua vida foi de um trabalhador de dores. Mas isto não é tudo:

(6) Foi “obediente até à morte”. O tipo de morte a que foi obediente não consistiu em uma fuga das responsabilidades. Consistiu em ir ao obscuro poço sem fundo, até a condenação consciente e vital de cada célula de Seu ser, debaixo do sentimento de desagrado de Deus. Seu sétimo e último passo esclarece isto ainda melhor.

(7) “E morte de cruz”. Nos dias de Jesus, a morte de cruz era a mais humilhante e desesperadora das mortes. Não só era a mais cruel das que se tinham inventado, não só a mais vergonhosa -ser amarrado nu perante a multidão gritando que contemplava a sua agonia com satisfação. A morte de cruz levava em si mesma um horror ainda mais profundo que tudo isto: Significava a maldição do Céu. O tipo de morte que Cristo morreu foi a dos perdidos, que perecerão finalmente sem nenhuma esperança, naquilo que o Apocalipse denomina a “segunda morte”. Esta foi a morte a que Jesus Se fez “obediente”. Clamou angustiado: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mateus 27:46). Medite nisto com atenção e reverência. Você e eu deveríamos ter atravessado esta experiência, se Ele não houvesse tomado nosso lugar e morrido nossa segunda morte.

 

 

A medida real da agonia de Jesus na cruz

Os sofrimentos de Jesus foram incomparavelmente maiores que o simples padecimento da dor física, ou que a tortura de qualquer um dos mártires. Não houve fingimento ou trama alguma na carga que Lhe foi imposta. Diz a Escritura: “O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6).

O que o pecado produz? “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós” (Isaías 59:2). A iniquidade separa de Deus, deixa a alma na mais desesperadora privação e solidão, destrói todo sentimento de segurança. O Senhor pôs realmente sobre Cristo a iniquidade de todos nós. Isto significa que pôs os mesmos sentimentos de culpa, solidão, insegurança e desespero que tão bem conhecemos. Foi isto o que separou a Cristo de Seu Pai. Antes de compreender esta verdade, é difícil conceber que Cristo houvesse Se sentido abandonado. A Bíblia afirma que clamou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Foi a exclamação de um actor de drama que não sentia o que dizia, ou foi o sincero clamor de um coração quebrantado pela amargura e desolação? Cristo não levou esta carga como podemos levar um fardo sobre nossos ombros. A levou dentro de Si, em Seu próprio ser.

Pedro especifica que: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (I Pedro 2:24). Foi em Seu próprio sistema nervoso, em Sua mente e em Seu ser que levou esta mortífera carga. Paulo foi ainda mais explícito: [O Pai] “O fez pecado por nós” (II Coríntios 5:21).

Cristo não foi um pecador, jamais pecou. Mas Se fez “maldição por nós; porque está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro(Gálatas 3:13). O pecador e a maldição são assim equivalentes. A afirmação de Paulo implica que a identificação de Cristo com o pecado, na cruz, foi algo terrivelmente real. “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Se Cristo foi feito pecado, feito maldição por nós, está claro que deveria igualmente sofrer o salário do pecado, a morte. Cristo está muito próximo de nós  “porque, assim O que santifica [Cristo], como os que são santificados [os pecadores], são todos de Um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hebreus 2:11).

O que é a morte? O que é o salário do pecado que Cristo sofreu? A Escritura apresenta duas classes de morte: uma camada “sonho” (João 11:11 e 13), que é a morte à que normalmente nos referimos. A outra é a autêntica, a segunda morte (Apocalipse 2:11; 20:6; 21:8). Significa a eterna separação de Deus, adeus à esperança e à vida para sempre.

Foi esta segunda morte que Jesus sofreu. “Para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hebreus 2:9). Visto que Ele a experimentou por cada ser humano, este “sonho” a que ordinariamente chamamos morte não pode constituir aquilo que Ele experimentou, porque todo ser humano a sofre por si mesmo até hoje. Sabemos que o que Cristo sofreu, o fez para que nós não tivéssemos que sofrer.

“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” I Pedro 5:7

“Orai sem cessar” I Tesalonicenses 5:17

“Não se faça a Minha vontade, mas a Tua” Lucas 22:42

“O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efectuar, segundo a Sua vontade” (Caminho a Cristo, p. 47) 


Estudo 3

Deus é ágape

Reservamos para este último estudo sobre o amor os dois contrastes mais surpreendentes entre o amor humano, eros, e o dom sublime, ágape. Ao começar a apreciar algo da grandeza e glória do ágape, à luz da maior revelação do Novo Testamento, é inevitável que perguntemos: O coração do ser humano pode compreender o verdadeiro ágape? Acaso não somos incapazes de algo assim? A resposta é: Somos incapazes, excepto se aprendermos de Cristo.

E todos podemos aprender com Ele. Assim afirma a Bíblia. Ao ler a descrição que Paulo faz dos sete passos na condescendência de Cristo, de Seu maravilhoso ágape que O levou a abandonar Sua morada celestial para humilhar-Se até a morte de cruz (Filipenses 2:5-8), isto pode nos parecer algo impossível. Mas Paulo diz virtualmente: “Não, não é impossível!”. “Haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.

Jesus não nos diz: “Contemple Minha vida caracterizada pelo ágape e se maravilhe, mas não se esforcem em vão, pois jamais você obterá algo parecido”. Não! Mas nos diz: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (João 13:34). “A energia criadora que trouxe à existência os mundos, está na Palavra de Deus. Essa Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; aceita voluntariamente, recebida na alma, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a natureza, restaurando-a à imagem de Deus” (Educação, p. 126). Nunca nos pede que façamos o impossível. Podemos, quando ingressamos humildemente em Sua escola e Lhe permitimos que nos ensine.

Neste estudo veremos belas demonstrações de ágape na vida de pecadores como nós. Contemplaram a Cristo pela fé, e obtiveram uma vitória completa.

Mais contrastes entre dois tipos de amor

O eros ama a si mesmo. Vem como bagagem padrão no coração de todo ser humano, inclusive dos pagãos. É exaltado hoje tanto quanto foi nos tempos de Platão e dos filósofos que eram seus contemporâneos.

1. Como a Bíblia expõe a pessoa que ama a si mesma? Mateus 16:22-24

RESPOSTA: “E Pedro, tomando-O de parte, começou a repreendê-Lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-Se, disse a Pedro: Para trás de Mim, Satanás, que Me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. Então disse Jesus aos Seus discípulos: Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me.”

2. Jesus nos pede para cultivar ou fomentar este amor a si próprio? Mateus 22:37-40

RESPOSTA: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”

Nota: Jesus ensinou o amor a Deus e ao próximo. Não ensinou o amor a si mesmo, já que é contrário a Seu princípio: “Se algum quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo” (Mateus 16:24). O significado de Suas palavras é este: “Agora que você nasceu de novo através da sua fé em Mim, ame a seus semelhantes na mesma intensidade com que amava a si mesmo antes de ser convertido”.

3. Em contraste, como o ágape demonstra sua natureza? Jesus amou a Si mesmo? Era Sua prioridade a preservação de Sua própria vida? Gálatas 1:3 e 4

RESPOSTA: “Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai”.

4. Qual é o conselho de Deus? Romanos 15:1-5

RESPOSTA: “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a Si mesmo, mas, como está escrito: Sobre Mim caíram as injúrias dos que Te injuriavam. Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.”

5. No que consiste o “gozo do teu Senhor” em que temos que entrar? João 15:11; Mateus 25:21; João 6:38

RESPOSTA: “Tenho-vos dito isto,  para que o Meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” “E o seu Senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou.”

O grande contraste entre ambos os amores

(I) O eros é um tipo de amor que busca a imortalidade. Está apoiado na doutrina pagã da imortalidade natural da alma, que foi adoptada por muitas igrejas populares, junto com o falso dia de repouso (domingo). É um tipo de amor que busca e deseja a recompensa. Deseja entrar na Nova Jerusalém. Centraliza-se em todas as recompensas que ali teremos: caminhar pelas ruas de ouro, comer do fruto da árvore da vida, desfrutar dos inimagináveis deleites dos quais estaremos rodeados. Esta avidez de recompensa é a motivação que caracteriza a muitos que “seguem” a Cristo. O melhor que é capaz de produzir é um tipo de experiência de mornidão, de satisfação de si mesmo, a meio caminho do que é um autêntico cristão.

Nota: “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão d’Ele atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 446).

(II) Em contraste, o ágape está disposto a renunciar a sua recompensa, é capaz de aceitar até a própria perdição, se conviesse à honra de Deus e ao bem do próximo.

6. Quando Jesus morreu na cruz, qual foi Sua autêntica motivação? Que tipo de morte foi a que morreu? Relacione Isaías 53:11, 12 com Apocalipse 2:11

RESPOSTA: “Verá o fruto da Sua alma, e ficará satisfeito; com o Seu conhecimento o Meu servo, o justo, justificará a muitos porque as iniquidades deles levará sobre Si. Por isso Lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo; porquanto derramou a Sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele levou sobre Si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.”

O que motivou a Jesus foi o ágape, e O levou a morrer o equivalente à segunda morte em nosso favor (Apocalipse 2:11). “Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi ferido por causa das nossas rebeliões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:4 e 5).

7. O que mostra que Jesus sofreu exactamente a mesma morte que sofrerão no final os perdidos em sua destruição eterna, ou segunda morte? Mateus 27:43-46; II Coríntios 5:21 (leia também Salmo 22, o salmo da crucificação).

RESPOSTA: “Confiou em Deus; livre-O agora, se O ama; porque disse: Sou Filho de Deus. E o mesmo Lhe lançaram também em rosto os salteadores que com Ele estavam crucificados. E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. E perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” “Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que, n’Ele, fôssemos feitos justiça de Deus.”

Nota: Cristo sentiu a suprema agonia de ter que separar-Se de Seu Pai. Isaías 59:2 diz: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós para que não vos ouça”.

Esta é a morte a qual Jesus Se fez “obediente”. Clamou em Sua angústia: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Tome tempo para considerar com reverência que somos realmente você e eu que deveríamos ter atravessado essa dilaceradora experiência, se Ele não tivesse tomado nosso lugar e tivesse morrido nossa segunda morte.

Essa noção do ágape se foi desvanecendo em muitos professos seguidores de Cristo, à medida que uma ideia pagã se foi infiltrando subtilmente em seu pensamento. Trata-se da doutrina da imortalidade natural da alma. Tal doutrina nega a realidade da autêntica morte, e segundo ela é impossível que Cristo tenha morrido na realidade. Se é que foi ao Paraíso no mesmo dia que “morreu” na cruz (como muitos deduzem de uma leitura errónea de Lucas 23:43, em que alguns tradutores colocaram uma vírgula no lugar errado), então não Se aniquilou realmente, não Se esvaziou de Si mesmo, não morreu realmente na cruz, não morreu o equivalente à autêntica e segunda morte.

A doutrina da imortalidade natural da alma converte o sacrifício de Cristo em uma impostura, em uma simulação de estar recebendo a ira de Deus contra o pecado, enquanto que na realidade o que O sustentava era Sua confiança na recompensa. Entretanto, o certo é que, quando as trevas O sobressaltaram no Calvário, desapareceu totalmente de Sua vista o rosto protector do Pai. Seu clamor: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Salmo 22:1) não era nada parecido a uma frase fingida por um actor de teatro. Isaías tinha razão: “Derramou Sua alma até a morte”, até a segunda morte.

8. Até onde Jesus foi para nos salvar? Salmo 139:7 e 8

RESPOSTA: “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também.”

Nota: Como já vimos anteriormente, o amor eros não é necessariamente mau. Não é um engano desejar a recompensa ou parar para contemplar as glórias do céu e a felicidade dos que chegarem ali no final. A questão é que o eros não é em nada diferente nem superior ao que possui qualquer pagão. É inútil para ser uma motivação. Não chega a produzir um carácter semelhante ao de Cristo. Como escreveu Paulo em I Coríntios 13:3, “nada disso me aproveitaria”.

 

Está a nosso alcance possuir o amor ágape?

9. Quando o Senhor provou a Moisés para ver que tipo de amor ele possuía, como respondeu este? Êxodo 32:7-10, 31 e 32

RESPOSTA: “Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egipto, se te corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que Eu lhe tinha ordenado; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e ofereceram-lhe sacrifícios, e disseram: Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egipto. Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora pois, deixa-Me, para que o Meu furor se acenda contra ele e o consuma; e Eu farei de ti uma grande nação. ... Assim tornou-se Moisés ao Senhor, e disse: Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-Te, do Teu livro, que tens escrito.”

Nota: Moisés compreendeu sem dúvida o alcance eterno de ser apagado do livro da vida, e ainda assim esteve disposto a compartilhar a perdição com o povo de Israel. Seu desejo de que o povo de Deus fosse perdoado e Deus pudesse ser assim honrado, pôde mais que seu temor à perdição eterna, ou que seu desejo de glória pessoal. Não é difícil imaginar o Senhor envolvendo com Seus tenros braços a Seu servo que soluçava. Tinha encontrado a um homem conforme o desejo de Seu coração.

10. Possuía o apóstolo Paulo este mesmo amor ágape? Romanos 9:1-3

RESPOSTA: “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema [separado eternamente] de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne”.

Nota: Paulo conheceu a qualidade deste amor ágape, pois colocou o amor a seus irmãos antes que o seu próprio bem-estar eterno.

11. Qual é a única motivação válida para nos fazer semelhantes a Cristo? II Coríntios 5:14 e 15

RESPOSTA: “Porque o ágape de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

Nota: Todo aquele que vê a cruz tal como ela é, e crê, presencia o milagre do ágape reproduzindo-se em seu próprio coração. Esta é a forma de o mundo inteiro ser “alvoroçado” (Actos 17:6), mediante o ágape de Cristo que nos constrange ou motiva, que nos impede de continuar vivendo para nós mesmos e nos faz viver para Cristo, que morreu e ressuscitou por nós. Não compreendemos o evangelho se deixarmos de apreciar o ágape em seu próprio centro. É também impossível que tenhamos uma compreensão verdadeira da fé, se ignorarmos que esta consiste na resposta do coração humano perante “a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” do ágape de Cristo (Efésios 3:18 e 19). Não pode haver justificação ou justiça pela fé, à margem de uma profunda apreciação desse amor! Como não se cansaram de repetir os apóstolos, a cruz deveu ser a verdade central do mundo. À luz da revelação gasta pela cruz, todo ser humano se sente julgado. A cruz deve constituir a definição final do amor, e esta é a razão pela qual este ágape revelado na cruz revolucionou ao mundo. Permita que revolucione a sua vida!

12. Para concluir estes três estudos sobre o ágape, leia a oração que Paulo fez por você (por “todos os santos”). Responde o seu coração com um “Amem” fervoroso a esta oração? Efésios 3:14-21

RESPOSTA: “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, Àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, e Esse glória na igreja, por Jesus Cristo,

 

Resumo dos 3 Estudos Sobre o Ágape: Principais Definições de Amor

Visão das Igrejas Populares

Visão Adventista Contemporânea

Visão Adventista da Mensagem de 1888

1. Tudo começa com a necessidade humana por segurança eterna. Então o apelo é egocêntrico, e permanece sempre assim. Nunca vai além do egocentrismo.

1. Bem parecida. Normalmente o apelo é para o nosso egoísmo natural. Parece-nos difícil concebermos qualquer outro apelo efetivo que não seja o egocêntrico.

1. Começa com a grande revelação do amor ágape de Deus na cruz. O apelo é para uma motivação mais elevada - amor e gratidão a Cristo. Assim não é egocêntrico.

2. O próprio amor de Deus é egocêntrico. Cristo era sustido por interesse egocêntrico. Ele não morreu o equivalente à “segunda morte” mas foi imediatamente ao Paraíso, como a doutrina da imortalidade da alma requer. Assim o verdadeiro amor do Novo Testamento, ágape, é obscurecido e anulado.

2. Extremamente poucos dos nossos escritores contemporâneos ou oradores reconhecem a natureza egocêntrica do amor como as igrejas populares entendem, em contraste com o ágape - o amor abnegado. Muita confusão a respeito do significado do amor.

2. O verdadeiro amor, ágape, é absolutamente abnegado, pronto até mesmo a renunciar à salvação pessoal para o bem de outros. O modelo é o amor de Cristo, que morreu o equivalente à segunda morte. Este amor permanente no coração, expulsa o egocentrismo, a causa da mornidão, e terminará a pregação do evangelho.

3. Fé é “confiança” no sentido de uma busca de certeza pessoal de “salvação”. Há muito falar de “Cristo” mas, na realidade, tudo se centraliza no ego e a fé provê os meios de satisfazer a insegurança pessoal.

3. Muito do mesmo conceito. Fé é, quase sempre, definida nos mesmos termos que os evangélicos populares.

3. Fé é como uma profunda apreciação do amor sacrificial de Deus que constrange o crente a adotar o princípio celestial do amor abnegado como a motivação de todos os seus atos. Ele faz o certo porque é certo, não pela esperança da recompensa ou pelo medo do castigo.

4. Jesus ensinou que o amor-próprio é uma virtude - amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas eles são forçados a entender mal o mandamento. O erro fundamental da imortalidade da alma desfocaliza todas as suas visões da justiça pela fé.

4. Jesus disse que o amor-próprio é uma virtude, um pré-requisito necessário para se mar os outros. Amor-próprio fortemente enfatizado e extremamente popular. Amor ao ego e apropriado auto-respeito são confundidos.

4. Jesus ensinou que a pessoa convertida amará a seu próximo tão naturalmente como amou o ego antes da conversão. Somente quando o eu é crucificado com Cristo podem os homens ter um verdadeiro sentido do próprio valor. Isto acontece quando o amor-próprio, coluna central do reino de Satanás, é expelido da alma pela fé.

 


“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” I Pedro 5:7

“Orai sem cessar” I Tesalonicenses 5:17

“Não se faça a minha vontade, mas a Tua” Lucas 22:42

“O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade” (Caminho a Cristo, p. 47)

 

 

Estudo da Mensagem de 1888

 

 



  

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