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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 10 - F T Wright



Os SETE ANJOS

Capítulo 10


Uma Crise desnecessária


“A passagem que, mais que todas as outras, havia sido tanto a base como a coluna central da fé do advento, foi: ‘Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.’ Dan. 8:14.” O Grande Conflito, 409.
O final da profecia dos 2.300 anos trouxe a igreja a um ponto nunca alcançado anteriormente em qualquer período da sua história passada. O tempo havia terminado depois do qual os inimigos de Deus e do Seu povo nunca mais podiam tirar o diário, pisar os exércitos a pés, derrubar algumas das estrela ao chão, exaltarem-se a si mesmos até ao Príncipe dos príncipes e remover o santuário do seu lugar designado no Céu para uma nova posição sobre a Terra.
O próprio Jeová enviou o Seu mensageiro escolhido, o anjo Gabriel, para confirmar esta maravilhosa promessa. Daniel necessitava desta informação para ver o fim do futuro aparentemente sem esperança tal como lhe foi revelado em Daniel 8. Foram-lhe mostrados ali os sucessivos levantamentos ao domínio mundial da Medo Pérsia, Grécia e Roma pagã. Depois disso veio a desolação da ponta pequena, o papado, que teria sucesso em reduzir a igreja à mesma lamentável condição em que se encontrava durante o período da supremacia de BabilóniaDaniel reconheceu que séculos atrás de séculos foram cobertos pela profecia, e, à medida que ficava terrivelmente consciente de que a igreja não estava a regressar do seu cativeiro actual e rapidamente via o grande conflito no fim, ficou chocado com o completo horror das terríveis probabilidades. Parecia-lhe que o futuro não reservava melhor esperança do que a encontrada no passado.
Ele sabia que o Senhor tinha chamado Israel para cumprir um propósito muito especial no estabelecimento da justiça em todo o mundo. Para assegurar o seu seguro sucesso, tinha-lhes dado todos os recursos para a obra. Colocou-os na terra de Cannaã, o cruzamento estratégico do mundo. Deu-lhes a liberdade, o santuário, os serviços diários e a direcção pessoal do próprio Cristo.

Estabelecimento da justiça em todo mundo
Recursos para obra (dados por Deus)

1. Colocação Estratégica:
§  





Canaã (Antes)                                                             Cristão (Hoje)

2. Liberdade para não sofrerem:
§  Censura
§  Filtração de pensamentos e literatura
§  Sujeição de ideias

3. Santuário:
§  Representação de Deus na terra
o    Êxodo 25:8
o    Levítico 26:11, 12
§  Compreender o porquê do Santuário
o    O Propósito de Deus na construção do Santuário era para que o povo olha-se e visse a possibilidade, e o desejo e a intenção de Deus habitar no templo de seus corações.
§  Cristão
o    2 Coríntios 6:16
§  Demonstração do trabalho que tem que ser feito no Cristão
Testemunhos adicionais:
“Todos os que receberam luz sobre estes assuntos devem dar testemunho das grandes verdades que Deus lhes confiou. O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a toda a alma que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até o final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos investiguem acuradamente estes assuntos, e possam dar resposta a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles há. O Grande Conflito, págs. 488 e 489.”

4. Serviço Diário:
§  Vigia
§  Oração
§  Estudo Diligente
§  Prática
Testemunhos adicionais:
“Somos embaixadores de Cristo e devemos viver, não para salvar a nossa reputação, mas tirar da perdição as almas que estão a perecer. Nosso esforço diário deve ser mostrar-lhes que podem obter a verdade e a justiça. Em lugar de procurarmos despertar simpatia para nós mesmos dando aos outros a impressão de que não somos apreciados, devemos omitir completamente o eu; e se deixarmos de fazer isto, por falta de discernimento espiritual e vital piedade, Deus requererá de nossas mãos as almas daqueles por quem devíamos ter trabalhado. Tomou Ele providência para que todo obreiro a Seu serviço possa ter graça e sabedoria, e tornar-se epístola viva, conhecida e lida por todos os homens. Concelhos sobre Saúde págs. 560.”

5. Direcção pessoal do próprio Cristo:
§  Ordem Evangélica
o    O princípio do Reino de Deus, algo que Satanás combate com todas as Suas forças porque é contra; e a melhor maneira de derrubar o povo de Deus e cortar a ligação com o líder. (Ex. Adão e Eva no Jardim do Éden)

Sob estas circunstâncias, não havia razão para eles falharem, porém incrivelmente, falharam todas as vezes que o Senhor os restabeleceu depois de cada fracasso anterior. Todas as vezes que caíram, o diabo foi rápido em tirar a sua liberdade, derrubar o santuário, remover o diário e remover a sua ligação com Cristo, a sua Cabeça divina.
Olhando para o passado de Israel, Daniel podia ver repetidos fracassos onde nada mais devia haver do que consistentes vitórias e um rápido e permanente fim da capacidade de Babilónia de atrasar a obra de Deus. Em seguida o anjo revelou-lhe que o futuro continha a mesma perspectiva desanimadora. Ele compreendeu que se o padrão nunca fosse quebrado, o grande conflito nunca terminaria a favor de Deus.[ADF1] 
Mas o Senhor, vendo todos os pormenores do futuro, abriu à mente dele o glorioso facto que havia um limite para o poder de Satanás. Durante séculos, cada vitória que ele tinha obtido sobre a igreja enfraqueceu-o. Não aumentou a sua força tal como poderia supor, até chegar o tempo em 1844 depois do qual nunca mais alcançaria a supremacia que havia conhecido anteriormente.
Isto significa que quando os 2.300 anos terminaram em 1844, o palco estava montado para o povo adventista avançar rapidamente para a finalização da obra. O poder de Roma estava quebrado, as poderosas mensagens de Deus estavam a ser transmitidas aos crentes através de sucessivos anjos mensageiros, Cristo estava a cumprir a Sua missão como Refinador, um profeta vivo foi estabelecido entre eles de modo que o Senhor podia informá-los quanto à Sua vontade e propósito e a sala do julgamento no Céu foi aberta para a expiação final e regresso de Cristo. Havia todas as razões para esperar que os três anjos finalizassem rapidamente a sua obra e o fim viesse.[1]
Mas não devia ser assim. Apesar de todas as vantagens conquistadas, a igreja perdeu o caminho e um longo atraso começou. Que isto é assim é confirmado pelo seguinte testemunho escrito em 1886:
“Se todos os que trabalharam unidos na obra em 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo[ADF2] , proclamando-a no poder do Espírito Santo, o Senhor teria poderosamente operado por seus esforços. Caudais de luz ter-se-iam derramado sobre o mundo. Haveria anos que os habitantes da Terra teriam sido avisados, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a redenção de Seu povo.” O Grande Conflito, 291, edição de 1886. O mesmo testemunho é encontrado na página 458 da edição normalizada.[ADF3] 
Estas palavras foram escritas há 99 anos e os filhos de Deus ainda estão nesta Terra amaldiçoada pelo pecado. Isto não devia ser assim e é da maior importância que a geração actual compreenda o que é que falhou. O próprio testemunho faz referência ao facto que uma grande proporção dos que trabalharam unidos no movimento que conduziu ao grande desapontamento falhou em aceitar a terceira mensagem angélica e proclamá-la no poder do Espírito Santo. Isto significa que se não tivessem caído, mas ficado firmes, então o Senhor teria vindo antes de 1886.
Então porque é que eles caíram?
Por terem provado ser incapazes de suportar o teste. Isto não significa que não podiam ter sobrevivido à tremenda pressão que os fracassos das suas esperanças impuseram sobre eles. Houve os que conseguiram ultrapassá-lo sem perder a fé na mensagem, e, tão seguramente quanto o fizeram, assim podia o resto ter feito.
O facto é que foi um teste que nenhum deles necessitava passar. Deus fez tudo o que podia e tudo o que era necessário para remover deles este conceito errado que evitava que compreendessem mal a verdadeira natureza do acontecimento a ocorrer no final dos 2.300 anos. A verdade a respeito disto é mais fácil e claramente compreendida se for estudada à luz da experiência paralela pela qual os discípulos de Cristo passaram quando a Sua crucifixão frustrou as esperanças deles e desapontou as suas expectativas.
“A experiência dos discípulos que pregaram ‘o evangelho do reino’ no primeiro advento de Cristo, teve seu paralelo na experiência dos que proclamaram a mensagem de Seu segundo advento.” O Grande Conflito, 351.
Isto é verdade num sentido muito claro, porque, em ponto a ponto os dois movimentos são paralelos entre si. Ambos proclamaram a vinda de Cristo, anunciando o cumprimento de um tempo de profecia e chamava os homens a prepararem-se para estes acontecimentos afastando o pecado e a viver justamente. O resto do parágrafo citado confirma isto:
“Assim como saíram os discípulos a pregar: ‘O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo’, Miller e seus companheiros proclamaram que o período profético mais longo e o último apresentado na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo, e que deveria ser inaugurado o reino eterno. A pregação dos discípulos com relação ao tempo, baseava-se nas setenta semanas de Daniel 9. A mensagem apresentada por Miller e seus companheiros anunciava a terminação dos 2.300 dias de Daniel 8:14, dos quais as setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas pregações se baseava no cumprimento de uma porção diversa do mesmo grande período profético.” O Grande Conflito, 351.

Causas que levam ao DESAPONTAMENTO

Desapontamento: por outras palavras quando lutamos por algo com todas as nossas forças e entendimento e damos o nosso melhor e depois simplesmente algo corre mal e não somos bem sucedidos.

v  “ambos os grupos foram vítimas de ideias e teorias preconcebidas.”

v  “tanto os discípulos como os mileritas sofreram um desnecessário desapontamento devido à sua continuada, mas indesculpável ignorância da verdade.”

v  Erros, que havia muito se achavam estabelecidos na igreja, impediam-nos de chegar a uma interpretação correcta de um ponto importante da profecia.”

v  “As suas mentes estavam tão prisioneiras das preconcebidas teorias e desejos pessoais que foi como se Ele não tivesse feito qualquer tentativa para lhes dar qualquer luz.”

v  “Aquilo que eles sabiam era devido aos dedicados esforços de Cristo para os iluminar a respeito daquilo que iria acontecer. Mas não o sabiam com a clareza, convicção e força com que deviam conhecer. Tão fraco e confuso era o conhecimento deles e tão fortes eram os seus acariciados sonhos, que era de facto como se nada soubessem absolutamente.”

v  “Foi a resultante ignorância que lhes causou o problema. Eles pregavam a mensagem que o Senhor lhes deu, mas através “… de uma errônea compreensão do sentido, sofreram desapontamento.” O Grande Conflito, 352.”

Conclusão: Desapontamento é resultado do “EU”.

O foco da atenção neste estudo não está em qualquer destes pontos mas no facto que tanto os discípulos como os mileritas sofreram um terrível e desnecessário desapontamento porque ambos os grupos foram vítimas de ideias e teorias preconcebidas. Portanto, o estudo do problema que atingiu os discípulos e as terríveis consequências desse erro, é de grande valor na compreensão do que causou o grande desapontamento e confirma a verdade que ele nunca teria acontecido. Esta é a verdade, muito embora existam alguns testemunhos que algumas pessoas erradamente usam para suportar o seu argumento que o Senhor deliberadamente escondeu a verdade dos mileritas a fim de alcançar um propósito que Ele considerou necessário. Um exame destes argumentos será feito mais tarde neste capítulo. Por agora, limitaremos as nossas considerações ao facto que tanto os discípulos como os mileritas sofreram um desnecessário desapontamento devido à sua continuada, mas indesculpável ignorância da verdade.
“Do mesmo modo que os primeiros discípulos, Guilherme Miller e seus companheiros não compreenderam inteiramente o significado da mensagem que apresentavam. Erros, que havia muito se achavam estabelecidos na igreja, impediam-nos de chegar a uma interpretação correcta de um ponto importante da profecia. Portanto, se bem que proclamassem a mensagem que Deus lhes confiara para transmitir ao mundo, em virtude de uma errônea compreensão do sentido, sofreram desapontamento.” O Grande Conflito, 351, 352.
Assim, é feita claramente a ligação entre uma “má compreensão” da mensagem que eles tinham e o terrível “desapontamento”. Não foi por falta do Salvador que os Seus discípulos foram mantidos em contínua ignorância dos acontecimentos que deviam ter lugar durante a missão do Messias na Terra. Repetida e insistentemente, com incomparável clareza e destreza e no infinito poder do Espírito Santo, Ele tinha-lhes dito exactamente o que deviam esperar. O tempo provou a clareza e exactidão das Suas predições, mas demasiado tarde para os salvar da sua chocante experiência. As suas mentes estavam tão prisioneiras das preconcebidas teorias e desejos pessoais que foi como se Ele não tivesse feito qualquer tentativa para lhes dar qualquer luz.
Conhecendo a delicadeza e dificuldade de lhes ensinar aquilo que não desejavam ouvir, evitou fazer qualquer menção ao Seu destino até sentir que tinham crescido o suficiente nas coisas espirituais para aceitar o que Ele tinha para lhes dizer.[ADF4]  Ele abordou o assunto perguntando-lhes quem diziam os homens que Ele era. Responderam que Ele era aceite como profeta na categoria de Isaías, Jeremias ou João Baptista. Quando lhes perguntou quem era Ele, Pedro respondeu:
“… Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Mateus 16:16.
Cristo reconheceu que a compreensão dele a respeito desta preciosa e poderosa verdade não tinha a sua fonte no homem, mas tinha-lhes sido revelada pelo Seu Pai. A capacidade deles para ver isto indicava que tinham feito um progresso considerável na educação espiritual e que tinham avançado mais do que qualquer dos seus contemporâneos. O seu nível de desenvolvimento espiritual tinha alcançado o ponto onde o Mestre podia começar a instrui-los no assunto dos Seus iminentes sofrimentos e morte. Assim foi:
“Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.” Mateus 16:21.
Instantaneamente e de modo enfático, aqueles discípulos rejeitaram esta revelação vital e continuaram a fazê-lo até mesmo ao fim. A instrução foi repetida mais tarde quando viajavam para Jerusalém, mas apesar da sua reacção desta vez não ter sido oral nem enfática, a verdade ainda não tinha penetrado a sólida barreira das ideias e teorias preconcebidas. A propósito desta experiência está escrito:
“E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes: Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.” Mateus 20:17-19.
A acção do Salvador ao entrar triunfalmente em Jerusalém montado num jumento tranquilizou as esperanças deles da Sua proclamação como Rei quando as multidões se reuniram para a Páscoa, mas somente porque eles compreendiam mal e interpretaram mal as acções d’Ele. Por fim, quando o trágico fim-de-semana chegou, Ele disse-lhes:
“Bem sabeis que daqui a dois dias é a Páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.” Mateus 26:2.
Aquilo que eles sabiam era devido aos dedicados esforços de Cristo para os iluminar a respeito daquilo que iria acontecer. Mas não o sabiam com a clareza, convicção e força com que deviam conhecer. Tão fraco e confuso era o conhecimento deles e tão fortes eram os seus acariciados sonhos, que era de facto como se nada soubessem absolutamente.
O que lhes aconteceu quando Cristo foi preso, julgado, condenado e crucificado é bem conhecido.[ADF5]  Agora é altura de considerar quão diferente teria sido a história se tivessem compreendido, aceite e crido aquilo que Cristo passou tanto tempo a tentar ensinar-lhes. Isto pode ser compreendido, não pela suposição, mas pelo estudo do comportamento da pessoa que não tinha ilusões acerca do caminho de sofrimento e vergonha pelo qual Ele tinha que passar. Consequentemente, não estava limitado pelas falsas esperanças nem vivia agitado pela expectativa de reafirmação pessoal e da honra do mundo. Além do mais, compreendia claramente porque é que os acontecimentos tinham que seguir o curso que seguiram. Estava plenamente consciente que não podia completar com sucesso aquilo para que tinha sido enviado para realizar sem sofrer uma morte ignominiosa e uma triunfante ressurreição. Sabia que antes de ganhar a coroa, tinha que sofrer a cruz.[ADF6] 

Solução para não cair no DESAPONTAMENTO

*        “não tinha ilusões acerca do caminho de sofrimento e vergonha pelo qual Ele tinha que passar.”

*        “não estava limitado pelas falsas esperanças nem vivia agitado pela expectativa de reafirmação pessoal e da honra do mundo.”

*        compreendia claramente porque é que os acontecimentos tinham que seguir o curso que seguiram.”

*        “Estava plenamente consciente que não podia completar com sucesso aquilo para que tinha sido enviado para realizar sem sofrer uma morte ignominiosa e uma triunfante ressurreição.”

*        “Sabia que antes de ganhar a coroa, tinha que sofrer a cruz.” Mateus 10:38 e 16:24


Assim prevenido quanto ao que iria acontecer, Cristo foi capaz de trilhar o penoso caminho com fortaleza de espírito, fé, coragem e paciência. Aos discípulos foi oferecida a mesma informação, mas eles não estavam preparados para crer naquilo que lhes tinha sido dito. Foi a resultante ignorância que lhes causou o problema. Eles pregavam a mensagem que o Senhor lhes deu, mas através “… de uma errônea compreensão do sentido, sofreram desapontamento.” O Grande Conflito, 352. Há necessidade de salientar o pensamento que esta grave má compreensão não foi devida de modo algum à negligência ou indiferença da parte do Altíssimo. Ele fez tudo o que Lhe era possível para os libertar das suas ideias e teorias erradas e substitui-las com a informação exacta e compreensível do que iria acontecer. Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo, foi o instrumento do Pai para alcançar este propósito de amor. A confusão, perplexidade, desapontamento e consequente abandono de Cristo que ocorreu durante o aprisionamento, julgamento e crucifixão, podem ser atribuídos unicamente à cegueira e erro humanos.
Deus não pode estar em falta, pois Ele não esconde a Sua verdade de todo aquele que tem um coração e uma mente para a receber. “Deus não encobre Sua verdade aos homens. Por seu próprio procedimento obscurecem-na eles mesmos.” Parábolas de Jesus, 105.
O Altíssimo nunca muda. Portanto, para os crentes em 1844 Ele não faria algo diferente ou inferior ao que fez pelos discípulos no tempo deles. A única diferença seria que nos dias que levaram ao Calvário, Ele tinha em Cristo um canal de comunicação muito mais eficaz do teve no período do fim dos 2.300 anos. Contudo, o resultado final foi o mesmo em ambos os casos.
Uma investigação da história do Movimento do Segundo Advento mostra que o Senhor chamou de facto mensageiros escolhidos e procurou comunicar através deles a luz que, se entendida e aceite, salvaria os crentes do grande desapontamento. O primeiro a receber a missão divina foi William Foy, cujo eventual fracasso em seguir o que o Senhor lhe ordenou fazer, foi seguido pela entrega da mesma obra a Hazen Foss. Quando este também se desviou do caminho da obediência, a obra foi dada a Ellen Harmon. Na altura em que ela foi chamada era demasiado tarde para salvar o movimento do grande desapontamento.
As notas que se seguem acerca destes dois homens são tiradas de A Prophet Among You, por T. Housel Jemison, 485-487, publicado pela Pacific Press em 1955.
“A William E. Foy, um membro da Igreja Baptista Freewill, que estava a ser preparado para o ministério, foram dadas duas visões em Boston em 1842 — uma em 18 de Janeiro e outra em 4 de Fevereiro. No princípio destas duas revelações, Foy viu o glorioso galardão dos fiéis e a punição dos pecadores. Por não ser instruído a contar aos outros o que lhe foi mostrado, não contou a ninguém a respeito da sua visão; mas ele não tinha paz mental. Na segunda revelação testemunhou as multidões da Terra acusadas perante a barra do julgamento celestial; um ‘poderoso anjo’ com uma trombeta de prata na mão prestes a descer à Terra por ‘três vezes;’ os livros de registo no Céu; a vinda de Cristo e o galardão dos fiéis. Foi-lhe ordenado, ‘Deves revelar aquelas coisas que viste, e também avisar os teus semelhantes a fugirem da ira futura.’ The Christian Experience of Wm. E. Foy, Together With The Two Visions He Received (1845).
“Dois dias depois desta revelação foi-lhe pedido pelo pastor da igreja de Bloomfield Street em Boston para relatar as visões. Apesar de ser um orador fluente, acedeu relutantemente, receando que o preconceito geral contra visões, e o facto de ser mulato, tornaria a sua obra difícil. ‘a grande assembleia reunida’ foi suspensa, e com este encorajamento inicial, Foy viajou três meses, pregando a mensagem a ‘casas cheias.’ Então a fim de assegurar os meios de sustento da sua família, deixou a obra pública durante algum tempo, mas, por não encontrar ‘repouso nem de dia nem de noite,’ retomou-a outra vez. Ellen Harmon, quando era apenas uma jovem, ouviu-o falar no Beethoven Hall em Portland, Maine. (Entrevista de D. E. Robinson com a sra. W. G. White, 1912. White Publications, D. F. 231).
“Perto do tempo de espera em 1844, de acordo com J.N. Loughborough, foi dada a Foy uma terceira visão em que lhe foram apresentadas três plataformas, que ele não podia compreender à luz das suas crenças na iminente vinda de Cristo, e cessou a sua obra pública. (The Great Second Advent Movement, 146, 147.)
“Assim foi que pouco tempo depois disto, Foy esteve presente numa reunião em que Ellen White relatou as primeiras visões dela. Ela não sabia que ele estava presente até ele a interromper com um grito, e exclamou que era exactamente o que tinha visto. (D. F. 231.) Foy não viveu muito tempo depois disto.
“Perto da altura do esperado advento no Outono de 1844, também foi dada a Hazen Foss, um jovem talento adventista, uma revelação da experiência do povo do advento.
“Pouco tempo depois de passar o tempo, foi convidado a relatar a visão aos outros, mas não estava inclinado a fazer isto. Ele foi avisado por Deus quanto às consequências de falhar em relatar aos outros aquilo que lhe foi revelado e foi-lhe dito que se recusasse, a luz seria dada a outro. Todavia, sentiu muito intensamente o desapontamento de 1844, e ‘disse que tinha sido enganado.’ Depois de um severo conflito mental, ‘decidiu que não relataria as visões.’ Então, ‘teve sentimentos muito estranhos, e uma voz lhe disse, “ofendeste o Espírito do Senhor.”’ – Carta 37 de 1890, E.G. White.
“‘Horrorizado perante a sua teimosia e rebelião, ‘disse ao Senhor que relataria a visão,’ mas quando tentou fazê-lo perante um grupo de crentes, não a pode trazer à mente. Foram em vão as suas tentativas de recordar as cenas que lhe tinham sido mostradas; e então em profundo desespero exclamou, ‘passou de mim; não posso dizer nada, e o Espírito do Senhor deixou-me.’ Testemunhas oculares descreveram-na como ‘a reunião mais terrível em que estiveram.’ Idem.
“Cedo, em 1845, Foss ouviu Ellen Harmon a relatar a sua primeira visão ao grupo de crentes em Portland, Maine. Ele reconheceu o relato dela como uma descrição do que lhe fora mostrado. Depois de a encontrar na manhã seguinte, ele contou de novo a sua experiência, a qual ela não conhecera antes, e encorajou-a a realizar fielmente a sua obra, dizendo: ‘acredito que as visões me foram tiradas e dadas a si. Não recuse obedecer a Deus, porque será com perigo da sua própria alma. Eu sou um homem perdido. Você é escolhida de Deus; seja fiel na execução da sua obra, e a coroa que eu podia ter tido, você receberá.’ Idem. Na comparação das datas, descobriram que isto não aconteceu senão depois que foi dito que as visões tinham sido tiradas dele, que Ellen Harmon tinha recebido a sua primeira revelação. Embora Hazen Foss vivesse até 1893, nunca mais manifestou interesse pelas coisas religiosas. (Arthur L. White em Ellen G. White, Messenger to the Remnant, págs. 29, 30.)”
Um dos graves bloqueios das mentes dos mileritas era a ideia que tinham a mensagem final. Portanto, eles viram apenas um anjo quando deveriam ter visto pelo menos três. (Vede O Grande Conflito, 353.) Se estas falhas tivessem sido corrigidas, deviam ter esperado o aparecimento de outros dois mensageiros celestiais e as mensagens e movimentos que eles representavam. Teriam compreendido que o Salvador não podia vir em Outubro de 1844, porque havia ainda outras profecias a serem cumpridas antes do advento.
Foi por esta razão que Deus deu a William E. Foy a visão que envolvia as três plataformas. Foi trágico que, por causa desta visão não se conciliar com as suas expectativas, recusaram ensinar isso aos outros. Se o tivessem feito e se a mensagem tivesse sido compreendida e recebida, os crentes certamente teriam sido poupados ao grande desapontamento. A mesma visão das três plataformas foi dada a Ellen Harmon. Quando ela relatou esta mensagem aos adventistas do seu tempo, serviu realmente para corrigir ideias erradas a respeito da vinda de Cristo. Infelizmente, devido ao atraso por causa do fracasso de William Foy, tornou-se demasiado tarde para os salvar do grande desapontamento.
Por isso há sólidas evidências para confirmar que o Senhor fez tudo o que podia através da relutância e da ineficiência dos canais de que Ele dispunha, a fim de iluminar os expectantes crentes ao ponto em que pudessem ver a transição de Cristo do lugar santo para o santíssimo em 1844. Assim, em vez de olharem com esperançosa expectação para a Sua vinda nas nuvens do céu, deviam tê-l’O seguido pela fé enquanto Ele ia perante Deus O Pai.
Todavia, há testemunhos que alguns devem ter usado para suportar as suas ideias erradas que Deus deliberadamente escondeu informação a fim de purificar a igreja submetendo-os a um severo teste. Isto não pode ser assim, porque as Escrituras claramente ensinam que Deus não tenta homem algum;
Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. 

Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” Tiago 1:12, 13.
Propositadamente trazer teste e provação sobre o Seu povo escondendo deliberadamente a verdade deles, é ser culpado de tentar os filhos, uma obra que Deus declarou nunca fazer.
Será agora feito um exame de alguns destes testemunhos “difíceis”. No primeiro a ser considerado, é traçado um paralelo entre o cumprimento da profecia em que Cristo triunfantemente entrou em Jerusalém montado no jumento e a obra dos mileritas.
“Quinhentos anos antes, o Senhor declarara pelo profeta Zacarias: ‘Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu Rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta.’ Zac. 9:9. Não teriam os discípulos cumprido esta profecia, se compreendessem que Cristo Se encaminhava para o julgamento e a morte.
“De igual maneira, Miller e seus companheiros cumpriram a profecia e proclamaram a mensagem que a Inspiração predissera, mas não o teriam feito se tivessem compreendido completamente as profecias que indicavam o seu desapontamento e outra mensagem a ser pregada a todas as nações antes que o Senhor viesse. As mensagens do primeiro e segundo anjos foram dadas no tempo devido e cumpriram a obra a que foram por Deus designadas.” O Grande Conflito, 405.
Esta citação é essencialmente uma declaração do facto. No caso dos discípulos o facto foi que, se tivessem compreendido que Cristo fosse preso, julgado e crucificado, em vez de ser elevado a um trono real, nunca podiam ter cumprido a profecia. É bem verdade! Não o podiam ter feito!
Mas, agora vem o problema. Neste ponto, as pessoas em geral começam a raciocinar incorrectamente. Elas parecem ter a ideia preconcebida que as profecias de Deus são um testemunho a respeito daquilo que Ele fará e não uma declaração daquilo que vai acontecer. Deus não faz predições e depois arbitrariamente usa o Seu altíssimo poder para assegurar que elas se tornem verdadeiras.
Por exemplo, quando Ele predisse através de Noé que a Terra seria inundada com água, Deus não estava a predizer aquilo que iria fazer, mas a inevitável consequência do descontrolado caminho do pecado prosseguido por aquela geração ímpia. Se, por outro lado, os antediluvianos tivessem aceite as advertências de Jeová, como deviam ter feito e como Ele desejava que tivessem feito, o desastre teria sido evitado. A Terra não teria sido destruída e a sua população devastada. O facto é que o Senhor sabia o que ia acontecer e avisou a população da terrível sorte que a esperava. Em seguida, Ele faz tudo para evitar que a Sua profecia se torne verdade. Foi por esta razão que Ele encheu Noé com o Seu poder e ordenou-lhe que convidasse o povo ao arrependimento. Se os esforços do Senhor tivessem sido bem sucedidos, as coisas não teriam acontecido como preditas. Portanto, o dilúvio veio apesar dos esforços de Deus para o contrário e não simplesmente por causa d’Ele o ter predito. Devia ser notado que se o povo tivessem deixado os seus maus caminhos e, em consequência o dilúvio não tivesse vindo, isto não teria feito Deus e o Seu servo Noé falsos profetas. Há sempre uma cláusula condicional para este tipo de profecia que está claramente expressa em Jeremias 18:7-10.
“‘No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir,
“‘Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.[ADF7] 
“‘No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar,
“‘Se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria.’”
Deus demonstrou a Sua entrega a estes princípios em algumas ocasiões. Um extraordinário exemplo disto encontra-se na visita de Jonas a Nínive. Foi-lhe ordenado que fizesse uma específica declaração que Nínive cairia daí a 40 dias, todavia, o povo arrependeu-se e a destruição foi adiada para muito mais tarde, altura em que negaram o seu arrependimento e caíram em apostasia ainda pior.
Quando Israel foi tirado do Egipto, o Senhor especificamente prometeu que os levaria e aos seus filhos à terra prometida, mas, quando apostataram em Cades Barneia, Ele não foi capaz de os fazer entrar. Em vez disso, voltaram atrás para uma marcha mortal de quarenta anos na qual quase nenhum dessa geração sobreviveu excepto Caleb e Josué e membros da tribo não numerada de Levi. A maldição foi pronunciada contra as tribos numeradas. “Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima.” Números 14:29.
Uma vez compreendidos estes princípios, a profecia de Zacarias não apresenta problemas. O Senhor sabia quando fez a profecia que Cristo teria doze discípulos e que eles estariam cativos de ideias e teorias erradas. Portanto, sabia exactamente como reagiriam ao espectáculo da entrada de Cristo em Jerusalém como rei e descreveu isto na profecia. Se, entretanto, os esforços de Cristo para os iluminar tivessem sido bem sucedidos, então teriam reagido de maneira diferente e não podiam ter cumprido essa profecia.[ADF8] 
O mesmo é verdade a respeito dos mileritas. O Senhor escreveu a predição da sua experiência, não que Ele desejasse que ela acontecesse, mas como sabia que ela aconteceria. Depois, a fim de salvar o melhor que podia ser salvo do triste resultado das suas ideias acariciadas, aproveitou os acontecimentos o melhor possível para a mensagem.[ADF9]  É esse pensamento que está contido no testemunho seguinte:
“A mensagem era destinada à prova e purificação da igreja” O Grande Conflito, 353.
Estas palavras parecem dizer que Deus pessoalmente decidiu o desapontamento de maneira a impor um teste tão grande para que a igreja fosse purificada daqueles indivíduos que eram meros professos da verdade. Contudo, o contexto do testemunho dá mais luz sobre o assunto:
“Não obstante, Deus cumpriu Seu misericordioso propósito, permitindo que a advertência do juízo fosse feita exactamente como o foi. O grande dia estava próximo e, pela providência divina, o povo foi provado em relação ao tempo definido, a fim de que lhes fosse manifesto o que estava em seu coração. A mensagem era destinada à prova e purificação da igreja. Esta deveria ser levada a ver se suas afeições estavam postas neste mundo ou em Cristo e no Céu. Professava amar o Salvador; deveria agora provar seu amor. Estavam os crentes dispostos a renunciar às esperanças e ambições mundanas, acolhendo com alegria o advento do Senhor? A mensagem tinha por fim habilitá-los a discernir seu verdadeiro estado espiritual; foi misericordiosamente enviada a fim de despertá-los para que buscassem o Senhor com arrependimento e humilhação.” O Grande Conflito, 353.[ADF10] 
Seja notado que o Senhor permitiu, não ordenou que a mensagem fosse dada do modo como foi. Ele nunca teria ordenado aos crentes que declarassem que Cristo estava para vir à Terra em 22 de Outubro de 1844, porque isso não era verdade. Deus, que é a verdade, nunca ordenaria que fosse proclamado algo que não fosse verdade. “… Eu sou o caminho, a verdade, e a vida….” João 14:6. Tudo o que Ele podia fazer era permitir, porque não podia evitar que isso fosse pregado. Ele havia feito o Seu melhor através dos canais de que dispunha a fim de assegurar que apenas a verdade fosse proclamada. Contudo, quando os Seus esforços falharam, não abandonou o Seu povo, mas usou os acontecimentos para mesmo assim alcançar o melhor benefício, por este acto de amor e misericórdia, Ele sabia que seria mal interpretado e falsamente condenado. Ele tem sido injustamente acusado de esconder as verdades que tão esforçadamente tem trabalhado para revelar.[ADF11] 
Este autor não está a acusar os mileritas de deliberado engano em 1844. Eles conscientemente acreditaram que estavam a ensinar a verdade e pregaram-na como tal. Contudo, era uma mentira e, como tal, criou um excitamento não natural que atraiu um largo número de pessoas não santificadas dos quais o movimento teve que ser purificado. Isto aconteceu da seguinte maneira:
Um erro sempre atrai mais seguidores do que a pura verdade. Dizer ao mundo que o Rei dos reis estava para vir pessoalmente à Terra em menos de três meses era muito mais atractivo do que ensinar que Ele estava a mudar-se do primeiro para o segundo compartimento de um templo muito distante no Céu, depois do que, numa data indefinida, viria à Terra. Isso, também, era uma mensagem solene mas seria vista como tal apenas pelos que tinham discernimento espiritual. Assim, se a verdade de Deus tivesse sido proclamada livre de erros em 1844, teria havia muito menos virgens loucas no movimento e a necessidade de uma drástica purificação não teria estado presente.
Provavelmente o testemunho mais difícil de todos é o seguinte:
“Vi o povo de Deus, com alegria, em expectação, aguardando o seu Senhor. Mas era intento de Deus prová-los. Sua mão ocultou um engano na contagem dos períodos proféticos. Aqueles que estavam esperando pelo seu Senhor não descobriram este erro, e os homens mais doutos que se opunham ao tempo também deixaram de o ver. Era intuito de Deus que Seu povo defrontasse com o desapontamento…. De novo foram levados às suas Bíblias, a fim de examinar os períodos proféticos. A mão do Senhor removeu-se dos algarismos, e o erro foi explicado. Viram que o período profético chegava a 1844 …” Primeiros Escritos, 235, 236.
Assim, a mão do Senhor ocultou os números até Ele a remover e os expôs. Se as palavras que descrevem aqui o comportamento de Deus forem interpretadas da mesma forma como são aplicadas quando descrevem o comportamento do homem, então Deus seria culpado de deliberadamente esconder informação de tal maneira que podia engendrar um teste que expulsaria os não santificados. Mas esta purificação tornou-se necessária apenas por causa dos ensinos errados terem inundado o movimento com uma proporção tão grande de pessoas não santificadas, que dos cinquenta mil que se apressaram a entrar durante o clamor da meia-noite, apenas uma minoria muito pequena sobreviveu à terrível prova. Essa é uma conclusão inaceitável para aqueles que conhecem a verdade acerca do carácter de Deus. Ele nunca usa o falso princípio que o fim justifica os meios. Ele opera exclusivamente na justiça e verdade; nunca em pecado e erro.
Isto significa que, se temos que entender a expressão, “Sua mão ocultou um engano na contagem,” uma nova definição escriturística deve ser dada à palavra “ocultou” quando se aplica ao comportamento de Deus. Será verificado que o mesmo princípio de interpretação é aplicável quando se define a expressão “Deus destrói”.
O processo pelo qual Deus destrói é que Ele se aproxima do pecador com uma mensagem de amor e misericórdia. Se o pecador rejeitar estes apelos de amor, fortalece os seus poderes de resistência exercitando-os. Assim o seu coração se endurece de cada vez que recusa a oferta da graça divina. Desta forma Deus o destrói tentando salvá-lo. Quanto mais o Senhor trabalha para o libertar, mais ele é destruído.
Se Jeová sabe que este é o resultado das Suas tentativas, então porque é que Ele se aproxima do pecador quando ao fazê-lo piora a situação dele?
Mas, qual é a alternativa?
É deixar o pecador sem fazer qualquer tentativa para o salvar e isso é algo que o coração divino é incapaz de fazer. Assim, se Deus nada faz pelo pecador, destrói-o deixando-o à sua sorte, ao passo que, se estender o braço para o salvar, leva-o à apostasia total a menos que a pessoa escolha aceitar a salvação. De qualquer maneira Deus destrói o pecador. Mas quão diferente é esta obra da destruição efectuada pelos métodos do homem. Deus é apenas um salvador. Cada movimento Seu destina-se a salvar do pecado e da morte e portanto nunca é calculado para destruir. É apenas quando os homens rejeitam o ministério salvador de Deus que o transformam numa obra de destruição.
O mesmo é verdade quando é dito que Deus ocultou a verdade. Ele oculta-a tentando revelá-la. Quando Ele procura revelar a Sua verdade salvadora àqueles que estão fixos nas ideias e teorias preconcebidas, os Seus esforços são rejeitados, os olhos estão fechados para as revelações divinas e a verdade está oculta. Se o Senhor adopta o caminho alternativo de não fazer qualquer tentativa para derramar luz nas mentes obscurecidas, então está outra vez a encobrir a verdade. Se escolhe o primeiro caminho, então cobre a verdade ao tentar revelá-la. Se escolhe o último, então cobre a verdade não a declarando. No caso dos mileritas, Ele fez tudo o que era possível sob as circunstâncias para revelar a verdade, mas as ideias preconcebidas eram tão fortes que as correctas interpretações se mantiveram escondidas.

Testemunhos:
1.     “Aproximamo-nos do grande dia de Deus. Os sinais estão-se cumprindo. E, no entanto, não temos uma mensagem que nos diga o dia e a hora do aparecimento de Cristo. O Senhor ocultou isso prudentemente de nós, para que sempre estejamos num estado de expectativa e de preparação para o segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo nas nuvens do céu. Carta 28, 1897.” Eventos Finais p33
2.     “No dia 23 de Setembro, o Senhor mostrou-me que Ele havia estendido a Sua mão pela segunda vez para reaver o remanescente do Seu povo, e que se deviam fazer esforços redobrados neste tempo do ajuntamento. Na dispersão, Israel fora castigado e maltratado, mas agora no tempo do ajuntamento, Deus sarará o Seu povo e o unirá. Na dispersão fizeram-se esforços para espalhar a verdade com pouco êxito, pouco ou nada tendo sido conseguido; mas no ajuntamento, quando Deus coloca a Sua mão para readquirir o Seu povo, esforços para disseminar a verdade terão o seu esperado efeito. Todos devem estar unidos e cheios de zelo na obra. Vi que era errado se referirem alguns à dispersão, daí tirando exemplos para nos governar no ajuntamento; pois se Deus não fizesse mais por nós agora do que fez então, Israel jamais seria ajuntado. Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as figurações eram o que Ele desejava que fossem, e que Sua mão estava presente e ocultou um engano em alguma figuração, de maneira que ninguém pudesse vê-lo, até que Sua mão fosse removida .”  Primeiro Escritos p74


Por esta razão o ensino do erro que Cristo viria em 1844 produziu uma situação que nunca devia ter-se desenvolvido. Isto inundou as fileiras com cerca de cinquenta mil pessoas, muitas das quais eram motivadas pelo receio da eterna destruição por um lado e a perspectiva de riquezas eternas por outro. A sua presença nunca podia ter sido uma bênção para a causa e era preciso que fossem afastadas, uma tarefa realizada pelo teste do grande desapontamento.
Assim, nos dias que conduziram a 22 de Outubro de 1844, tinha-se desenvolvido uma triste situação por causa do ensinamento do erro. É um erro supor que a purificação do grande desapontamento colocou as coisas todas bem outra vez.
Este não é o caso. Os falsos ensinadores foram sacudidos da verdade, mas os fiéis que foram capazes de sobreviver à prova e permaneceram foram terrivelmente feridos pelo resultado. Além do mais, foram dados aos inimigos da verdade poderosos argumentos com que desacreditar o pequeno grupo de fiéis. Eles tinham específica e confiantemente declarado que Cristo viria, e, uma vez que não veio, foram denunciados como falsos mensageiros. Era uma acusação fácil de crer pelos que zombavam e difícil de suportar pelos adventistas.
O registo disto é encontrado particularmente em Testimonies 1:113-197. Estes são os primeiros testemunhos dirigidos à igreja. As primeiras palavras escritas em 1855, são assustadoras: “Vi que o Espírito do Senhor tem estado a extinguir-Se na igreja. Os servos de Deus têm confiado demasiado na força do argumento, e não têm mantido em Deus aquela firme confiança que deveriam ter.” Testemunhos Selectos, 1:29.
Desta página em diante, mensagem atrás de mensagem foi dada, advertindo os membros da igreja da sua condição de progressivo declínio espiritual até serem informados que tinham descido à terrível condição de Laodicea, não tendo ouro, vestidos brancos, ou colírio. Isto significa que não tinham a justificação pela fé, a justiça de Cristo, ou o discernimento espiritual. Isto por seu lado era declarar que tinham perdido o evangelho de Jesus Cristo e não eram mais do que ensinadores formais.
Dessa trágica condição, a Igreja Adventista do Sétimo Dia nunca recuperou. Que essas coisas tinham piorado por volta de 1890 é evidente desta inspirada declaração:
“Desde o tempo da reunião de Minneapolis, tenho visto o estado da Igreja de Laodicea como nunca antes. Ouvi a repreensão de Deus dirigida àqueles que se sentiram tão bem satisfeitos, que não conhecem a sua destituição espiritual. Jesus fala a estes como fez à mulher de Samaria: ‘Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.’
“Tal como os judeus, muitos têm fechado os olhos para não verem; mas há agora grande perigo em fechar os olhos à luz, e andar separado de Cristo, não sentindo falta, tal como era quando Ele estava na Terra. Foram-me mostradas muitas coisas que tenho apresentado perante o nosso povo em solenidade e sinceridade, mas aqueles cujos corações têm sido endurecidos pelo criticismo, cobiça e más suspeitas, não sabendo que são pobres, e miseráveis, e cegos, e nus. Aqueles que têm resistido às mensagens de Deus através dos Seus humildes servos, pensam que estão em desacordo com a irmã White, por causa das ideias dela não estarem em harmonia com as deles; mas esta discordância não é com a irmã White, mas com o Senhor, que lhe deu a obra para fazer.” The Review and Herald, 26 Agosto de 1890.
O Senhor enviou os pastores Waggoner e Jones a fim de tirar a igreja da condição de Laodicea e levá-la de volta à mensagem do terceiro anjo[ADF12]  em verdade, o vivo, poderoso, salvador evangelho de Jesus Cristo. Mas os esforços falharam. A maioria dos membros permaneceu onde estavam. Desde então, a única mensagem que curaria a doença tem sido mantida fora da igreja. A doença da mornidão laodiceana na qual a igreja sucumbiu por volta de 1859, nunca foi curada, nem há esperança que o seja, na organização adventista do sétimo-dia, nunca será.
Esta tragédia é o pior resultado jamais desenvolvido a partir do erro ensinado em 1844 e demonstra que os efeitos dos ensinamentos e práticas errados são muito mais mortais e muito mais abrangentes do que normalmente se supõe. Lembrai, por exemplo, as consequências que se desenvolveram quanto Paulo, durante a sua última visita a Jerusalém, permitiu que os dirigentes da igreja se tornassem os seus solucionadores de problemas no lugar de Deus. Isto conduziu ao seu aprisionamento, à sua morte prematura, acelerou a apostasia na igreja, a excessiva extensão de tempo e o terrível desenvolvimento do papado.[2]
A profundidade da ferida infligida no movimento de 1844 pelo grande desapontamento não é medida meramente pelo número dos que foram sacudidos para fora. O problema vai muito mais fundo do que isso. Aqueles que foram sacudidos não mais influenciaram ou dirigiram o caminho que a igreja devia tomar, mas o que permaneceram, transportando as cicatrizes mentais e espirituais infligidas sobre eles, realmente decidiram o destino da igreja.[ADF13] 
Uma indicação do problema é revelada em particulares iniquidades que inundaram os crentes adventistas à medida que desciam ao laodiceanismo. Repetidamente naqueles primeiros testemunhos, o Senhor indicou egoísmo e cobiça como os pecados que separavam Deus deles e convidavam a presença do diabo.
O primeiro testemunho de todos dos Testemunhos é intitulado “Guardador do Irmão”. Através dele o Senhor tornou muito claro que o Espírito Santo estava a extinguir-se da igreja. A razão dada para isto foi a concentração egoísta no desenvolvimento da segurança material, enquanto ignoravam as necessidades físicas e espirituais dos seus irmãos e dos pobres. Eles estavam ocupados “…estavam ajuntando sítio a sítio, e terra a terra, e casa a casa….” Foram avisados que eram guardadores dos seus irmãos e se continuassem a ignorar esta responsabilidade à custa dos irmãos, iriam sacrificar a sua herança eterna.
O terceiro testemunho tem o título “Sê Zeloso e Arrepende-te” e foi apresentado à igreja em 1857. Nele, o Senhor especificamente declara que:
“O espírito mundano, o egoísmo e a cobiça têm estado a corroer a espiritualidade e a vida do povo de Deus.
“O perigo do povo de Deus durante alguns anos passados, tem sido o amor do mundo. Disto têm brotado os pecados do egoísmo e da cobiça. Quanto mais tiram deste mundo, tanto mais aí colocam suas afeições; e ainda se esforçam por obter mais. Disse o anjo: ‘É mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.’ Luc. 18:25. Todavia muitos que professam crer que estamos dando as últimas notas de advertência ao mundo, estão lutando com todas as energias para se colocarem em posição em que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que eles entrarem no reino do Céu.” Testemunhos Selectos 1:40.
Outra vez em Outubro de 1857, o Senhor usou a história dramática do rico e jovem príncipe para chamar a atenção dos crentes para o perigo inerente num amor ao mundo e suas riquezas. Egoísmo e cobiça provaram ser a ruína daquele jovem que escolheu voltar as costas à vida eterna em vez de sacrificar tudo pelo Senhor.
Nenhum esforço tem sido feito aqui para citar todos os testemunhos salientando o egoísmo e a cobiça como sendo os pecados particulares que estavam a destruir a espiritualidade da igreja e a levar os membros à condição desolada de Laodiceia. Já foi citado o suficiente para estabelecer o facto que estes pecados eram os problemas que prevaleciam. É recomendado que o diligente leitor estude Testimonies 1:113-195, para ver por si mesmo como repetidamente estes dois males são nomeados como a causa do declínio da igreja.
Mas porque é que estes pecados específicos eram aqueles que imperavam na igreja durante este período? Porque estavam os membros obcecados com este desmedido desejo de fortalecer a sua segurança material tanto quanto pudessem? Havia muitos outros pecados a que estavam devotados, mas pouco se alguma coisa é dito acerca deles. Porquê estes?
Há uma razão válida para isto. Eles tinham passado pela traumática experiência no grande desapontamento que os tinha afectado muito profundamente. Nunca mais foram os mesmos, por causa de terem sido incapazes de emergir da prova com a sua confiança em Deus intacta. Uma ilustração disto é dada na experiência daqueles que sofreram o primeiro e muito mais suave desapontamento, quando, em Abril de 1844, o ano passou durante o qual tinham primeiramente esperado o aparecimento do seu amado Salvador. Durante esse tempo de expectação, a sua fé era forte, o seu entusiasmo era alto e viviam na certeza que em breve estariam no Céu.
Estavam confortados pela compreensão que tinham esquecido o tempo de tardança ou tempo de espera, mas apesar disso, houve uma mudança. Estavam mais cautelosos, mais reservados. Não estavam preparados para se lançarem no espírito do adventismo como haviam feito antes. A respeito disto, escreve a pena da inspiração:
“Resplandeceu, nesta sua atitude, luz da Palavra de Deus, e descobriram um tempo de tardança: ‘Se [a visão] tardar, espera-O’ Hab. 2:3. Em seu amor pela imediata vinda de Cristo, deixaram de tomar em consideração a tardança da visão, que estava destinada a tornar manifestos os que na verdade estavam a esperar. Outra vez tiveram um tempo indicado. Vi, contudo, que muitos deles não puderam levantar-se acima de seu severo desapontamento, para possuir aquele grau de zelo e energia que assinalou sua fé em 1843.” Primeiros Escritos, 236.
Agora considerai a experiência pela qual os crentes passaram quando veio o grande desapontamento. Estavam tão absolutamente seguros que o Senhor estava vindo que não permitiram qualquer outra eventualidade. Confiantes que não passariam outro Inverno nesta Terra, não colheram as suas searas, não acumularam uma provisão de comida e combustível e por isso não fizeram provisão para o difícil Inverno que estava na sua frente.
Enchia-os a mais felizes expectações. Podiam geralmente passar uma esponja sobre a troça dos seus inimigos que, em qualquer dos casos, eram de alguma maneira restringidos pelo convincente poder da mensagem. Nenhum sacrifício era considerado demasiado grande. A sua dedicação à mais digna das causas era completa e total.
Depois veio o absolutamente inacreditável. O Senhor não apareceu. Eles estavam chocados, aturdidos, desanimados, perplexos, confusos e nalguns casos, nem um pouco zangados com Deus. Muitos sentiram que tinham sido enganados e traídos, que Deus os tinha usado. Depois de pouco tempo, os seus inimigos irromperam em descontrolado escarnecimento e troça. Que dura ferida e humilhação isto causou aos sofredores filhos de Deus!
E o duro Inverno do nordeste americano estava a chegar com temperatura abaixo de zero, ventos muito frios, profundas e inultrapassáveis montes de neve e violentas tempestades de Inverno. Consideráveis suprimentos de alimento e lenha tinham que ser armazenados antecipadamente, mas o tempo e o dinheiro normalmente destinado a isto tinha sido gasto na mensagem e no movimento. Com que frenéticos esforços devem eles ter trabalhado para reunirem os suprimentos necessários à medida que os dias se tornavam mais pequenos e frios. Mas por muito que trabalhassem, muitos senão todos eles devem ter enfrentado uns difíceis três ou quatro meses. Com escassez de alimento e combustível, devem ter passado muitas horas sofrendo frio e fome durante as quais veementemente decidiram que nunca mais iriam deixar-se apanhar desta forma outra vez.
A fé da maioria foi arruinada para além de reparação. Estes deixaram a verdade para nunca mais voltarem. Não fazendo mais parte do movimento, a sua reacção não teve efeito sua história futura. Mas foram os sobreviventes que tiveram. Embora tivessem ainda fé na verdade e aceitassem a luz que lhes mostrou onde se tinham enganado, estavam ainda feridos. Apesar de não darem importância ao pensamento, contudo, lá no fundo ele realmente contava, sentiram que Deus os tinha enganado, que Ele os tinha usado e que haviam sido traídos. Não compreenderam as maravilhosas verdades que agora apreciavam a respeito do perfeito e recto carácter de Deus.[3] Nunca lhes tinha sido mostrado que Deus é um Deus justo que guarda as suas próprias leis, que Ele é a verdade e nunca engana ninguém, que nunca destrói e que o Seu amor é verdadeiramente infinito e não contém o mais pequeno traço de egoísmo.
Por causa de não conhecerem Deus sob esta luz, sentiram que não podiam confiar n’Ele incondicionalmente. Portanto, voltaram-se para as suas próprias obras a fim de estabelecer a sua própria segurança.[ADF14]  Trabalharam com uma diligência e intensidade digna de melhores objectivos, sítio a sítio, terra a terra e casa a casa. Agiram como se esta Terra fosse o seu Céu. Era uma reacção natural, que, devido à grande magnitude do seu desapontamento, se tornou uma obsessão. Por essa razão, cobiça e egoísmo foram o fruto natural destes desenvolvimentos infelizes e desnecessários.[ADF15] 
Em resumo façamos um sumário da evolução desta triste história. Antes da mensagem do segundo advento começar a soar, a comunidade religiosa estava nas mãos do erro que este mundo é o santuário. Por isso, quando William Miller começou a pregar Daniel 8:14, pensou que a purificação do santuário era a purificação desta Terra pelo fogo quando Cristo regressasse. Esse erro apenas podia conduzir a falsas expectativas que por sua vez feriria grandemente a mensagem e o movimento. Deus procurou evitar a crise enviando mensagens através de William Foy, o primeiro a ser chamado para o ofício profético. O ministério de Foy começou em Janeiro de 1842.
Quando ele avançou sob a direcção de Deus, a sua obra enfrentou um notável sucesso, mas veio o tempo em que ele desistiu dos seus labores porque a mensagem entrava em conflito com as suas opiniões acerca da segunda vinda.
Tivesse a mensagem que o Senhor lhe deu sido compreendida e aceite, nunca teria ocorrido a construção das intensas e falsas expectações. Pelo contrário, as mentes do povo teriam sido dirigidas para o lugar santíssimo no Céu para uma obra posterior de refinação e purificação na preparação para o julgamento. Muito menos pessoas ter-se-iam junto ao movimento obviando a necessidade duma drástica purificação do acampamento. A obra teria tido então melhor oportunidade para avançar de um nível de perfeição para outro e podia ter sido rapidamente completada.
Em vez disso, foi levantada uma falsa expectativa a um elevado nível de intensidade, seguida de um avassalador desapontamento. Muitos caíram para nunca mais voltarem, ao passo que pelo menos uma maior proporção daqueles que permaneceram subsconscientemente determinara que nunca mais seriam apanhados dessa forma outra vez. Isto levou a um ênfase de estabelecer a sua própria segurança pessoal e prosperidade material. Isto tirou Deus do lugar de Solucionador de problemas e Planeador deles e colocaram-se a si mesmos nessa posição. O único resultado possível é separação de Deus, afastamento do Espírito Santo e perda do evangelho. A verdadeira religião é substituída por um formalismo mortal que destrói o corpo, a mente e a natureza espiritual.
Por isso aconteceu que, em vez de verem a obra finalizada e entrarem mais cedo no reino, os crentes adventistas caíram na condição de Laodicea da qual nunca recuperaram.

Sumário

v  Erro:
o    Comunidade religiosa acreditar que o mundo é o Santuário.
§  Miller prega a mensagem de Daniel 8:14, pensa que a purificação do santuário era a purificação da terra pelo fogo quando Cristo regressasse.
v  Erro conduz a:
o    Falsas expectativas
§  Ferir grandemente a mensagem e o movimento
v  Deus Intervém procurando evitar a crise:
o    Como é que Deus intervém? Sempre das mesma forma, enviando mensageiros.
§  William Foy (Janeiro de 1842)
·         Sob a direcção de Deus obteve notável sucesso
·         desistiu dos seus labores porque a mensagem entrava em conflito com as suas opiniões acerca da segunda vinda.
v  Se a mensagem tivesse sido compreendida e aceite pelo povo:
o    nunca teria ocorrido a construção das intensas e falsas expectações
o    As mentes do povo teriam sido dirigidas para o lugar santíssimo no Céu para uma obra posterior de refinação e purificação na preparação para o julgamento.
o    Muito menos pessoas ter-se-iam junto ao movimento obviando a necessidade duma drástica purificação do acampamento.
§  A obra teria tido então melhor oportunidade para avançar de um nível de perfeição para outro e podia ter sido rapidamente completada.
v  Resultado do Erro:
o    Falsa expectativa a um elevado nível de intensidade
§  Avassalador desapontamento

Embora este terrível destino tenha sido o resultado natural do erro tão convincente e conscientemente ensinado em 1844, os crentes não tinham que sucumbir à tentação de desconfiarem de Deus e tornarem-se obcecados com o desejo de fortalecer a sua própria base material de segurança. Os discípulos de Cristo sofreram uma tentação ainda maior, mas rejeitaram qualquer disposição para serem os seus próprios solucionadores de problemas e entregaram-se sem reserva à causa.
“Frequentemente me tem sido referida a parábola das dez virgens, cinco das quais eram prudentes, e cinco loucas. Esta parábola tem sido e será cumprida literalmente….” The Review and Herald, 19 de Agosto de 1890.
Estamos agora a viver num tempo em que, sob o ministério do quarto anjo, as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos estão a ser repetidas. A parábola das dez virgens está outra vez no processo de cumprimento. A história do passado está a ser repetida, mas com algumas diferenças felizmente diferentes.
Isto não significa que ambos os cumprimentos não sejam cumpridos à letra como profetizado. A profecia desenha a sequência de acontecimentos onde existe um perfeito paralelo entre o que teve lugar no primeiro cumprimento e o ocorre no segundo. As diferenças estão entre as compreensões e expectações das virgens que saíram nos dias de Miller e as que irão sair agora.
Naquela altura, a mensagem era baseada no tempo definido ao qual o acontecimento errado estava anexado. Nunca outra vez haverá outro chamamento baseado numa data específica. Isto significa que uma intensidade impulsionadora baseada no ensinamento do erro, não será repetida nestes últimos dias. Isto significará que a proporção das virgens loucas não devia ser tão elevada como naquela altura.
O dilúvio de luz que tem sido derramada sobre nós no ministério do quarto anjo tem-nos libertado de muitos conceitos errados que cegavam os olhos deles no passado. Eles cometeram o erro de supor que o seu movimento era o último quando era de facto apenas o primeiro dos sete. Deus tem-nos levado ao ponto onde sabemos que o quarto movimento não é o último. Depois dele haverá o quinto, o sexto e o sétimo. Sabemos exactamente qual a natureza da obra final, nomeadamente a perfeita revelação do carácter de Deus em contraste com o carácter de Satanás, através da qual as mentiras do diabo serão expostas e o grande conflito terminado.
Não listamos estas diferenças para indicar que somos melhores do que eles. Aquela geração estava ainda a sair das trevas da Idade Média, e, se nós tivéssemos sido um deles, estaríamos no mesmo erro que eles, ao passo que, se eles vivessem hoje, teriam conhecido toda a verdade que conhecemos. Não é que sejamos melhores do que eles porque não somos. Estamos a viver num tempo de maior luz.
O que isto significa é que temos um alcance da verdade que habilitará o Senhor a conduzir-nos mais eficazmente e com maior sucesso através do conflito final.





[1] Vede Os Caminhos de Deus no Santuário, capítulos 1 e 26, do mesmo autor.
[2] Vede O Repouso do Sábado, Capítulos 10 e 11do mesmo autor.
[3] Vede Eis Aqui o Vosso Deus, do mesmo autor.



 [ADF1]Mais uma vez podemos verificar aqui que o homem tem a tendência para nunca aprender com a história e se repararmos os erros cometidos no passado e hoje são sempre os mesmo.


 [ADF2]Mensagem do 3º Anjo foi a seguir ao desapontamento em Outubro de 1844. Edson e Crosier,
Apocalipse 14:9-12.


 [ADF3]Ainda havia muito para aprenderem acerca de Deus e Seus caminhos antes que pudessem ser alcançadas as mudanças ainda maiores e mais profundas necessárias neles. A luz adicional pela qual podiam ser educados e transformados devia vir do lugar santíssimo e portanto ser-lhes-ia dada depois de aparecer o terceiro anjo [ADF3]. O nosso grande Sumo Sacerdote não entrou no lugar santíssimo senão para fazer o julgamento investigativo, realizar a expiação final, limpar os pecados deles e colocar o selo do Deus vivo neles. Esse é o culminar da Sua obra ali. Antes desse tempo chegar, Ele faz uma obra poderosa nos crentes de modo que estes ficam completamente preparados para o escrutinador exame do julgamento e ficam prontos para receber os benefícios da expiação final. Os Sete Anjos 9


 [ADF4]Isto é sempre o modo de actuar de Cristo. Nada nos será revelado quando não tivermos crescido o suficiente nas coisas espirituais para poder conseguir compreender e aceitar as revelações de Cristo.


 [ADF5]O que aconteceu foi que sofreram um desapontamento.


 [ADF6]Isto é certamente aquilo que temos que ter me nossa mente que para podermos alcançar a coroa temos que sofrer a cruz e a vida de um cristão é uma cruz e nela não podemos fugir para podermos obter a salvação, temos que a carregar.


 [ADF7]Aquilo que mais Deus teme e não deseja para Seu povo e tenta por todos os meios evitar é que o resultado das acções pecaminosas do povo levem a que Ele tenha que se afastar e assim vir sobre eles a destruição, destruição essa feita pelo pecado e não por Deus pois Ele apenas se afasta porque onde está o pecado Ele não pode demaneira alguma habitar.


 [ADF8]Da mesma forma que Deus preveu que Ninive iria cair e assim enviou a Jonas para os alertar, como enviou Noé, Cristo e os três, William Foy, Hazen Foss e Ellen Harmon.


 [ADF9]Mesmo assim, depois do povo falhar ou cometer erros como em todos os casos da História Deus aproveita sempre para tentar salvar o melhor que pode ser salvo e aproveitar tudo o que acontece para dar a mensagem.


 [ADF10]A mensagem não era para decidir o desapontamento nem para impor um teste mas sim para habilitar e preparar o povo para o tempo do fim e para receber o Senhor.


 [ADF11]E porque que é assim? Porque Deus sendo um Deus de amor e não impositor nem ditador, nunca faria, mesmo tendo poder para isso, fazer o povo acreditar ou fazer a Sua vontade mas dar a liberdade para ele escolher o caminho que tomar.


 [ADF12]Mensagem do 3º Anjo foi a seguir ao desapontamento em Outubro de 1844. Edson e Crosier,
Apocalipse 14:9-12.
14:9 Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão,  14:10  também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. 
14:11  A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome.  14:12  Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. 


 [ADF13]Não foi os que foram sacudidos que causaram o maior problema mas sim aqueles, que por aquela experiência passaram que de acordo com as suas feridas e problemas marcam o destino do movimento.


 [ADF14]Esta falta de confiança que o povo tinha em Deus era na parte da segurança material algo que faltou-lhes devido ao que passaram… portanto como diz atrás acreditam na verdade, tem fé se é assim acreditam em Deus mas confiam até a um certo ponto e esse ponto é aonde acham que Deus falhou para com eles.
 [ADF15]Portanto passaram as culpas para Deus da terrível consequência que lhes proveio depois das acções tomadas, mas esqueceram-se que o que aconteceu não foi mais que o resultado dos seus planos, interpretações e ideias erradas acerca das profecias e Carácter de Deus.

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