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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 19 - F T Wright




Os Sete Anjos


Capítulo 19

 


A Luz Brilha


O ponto de tempo em que o carácter de Deus tem que ser revelado aos ímpios a fim de terminar a rebelião, será quando as trevas da apostasia alcançar os limites. Nenhuma maior profundidade nem desenvolvimento de todas as maldosas disposições de Satanás são possíveis depois de se chegar a esse ponto. Os homens entregar-se-ão absolutamente ao mal e sem restrição como qualquer besta selvagem enfurecida na sua guerra contra o Céu.
Para penetrar esse tipo de trevas a verdade do Céu precisará de luz do mais extraordinário brilho, porque conhecemos bem o princípio que quanto mais próximo uma pessoa caminhe de Deus e mais ricamente está ela dotada com o Espírito Santo, melhor será capaz de ver coisas espirituais, ao passo que quanto mais longe de Deus uma pessoa caminhe, maior dificuldade terá Deus de falar com ela. Chegará a um ponto de total separação de Deus para além do qual é impossível a luz penetrar as trevas através dos normais processos da pregação. Essa infeliz condição será alcançada muito tempo antes de revelação final do carácter de Deus lhes ter sido feita.
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” 1Coríntios 2:14.
Apesar destes factos, dalguma forma especial o Senhor será capaz de penetrar as trevas das excepcionais trevas que prevalecerão no final. É de grande valor para o crente compreender como isto é feito para que ele possa apreciar melhor a obra da preparação que tem à frente.
A revelação de como é feita esta penetração das abissais trevas que cobrirão as mentes dos ímpios, é dada por Jeová numa experiência que Cristo passou bastante cedo no Seu ministério — a ocasião em que Ele purificou o templo de Jerusalém pela primeira vez dos compradores e vendedores. A história é contada em João 2:13-17.
“E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
“E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.
“E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas;
“E disse aos que vendiam pombos: ‘Tirai daqui estes, e não façais da casa de Meu Pai casa de venda.’
“E os Seus discípulos lembraram-se do que está escrito: ‘O zelo da Tua casa me devorará.’”
Quando o Salvador entrou no pátio do templo, rapidamente se apercebeu do estado deplorável causado pelas actividades lucrativas dos comerciantes que estavam a vender ao público animais para os sacrifícios e dos cambiadores que estavam a trocar a moeda estrangeira pela moeda do templo a taxas que os favorecia grandemente. Estes homens não tinham qualquer preocupação quanto às dificuldades que estavam a causar aos que eram vítimas da sua extorsão, porque se tinham tornado endurecidos criminosos — sem escrúpulos, cruéis, avarentos e impiedosos. A normal transmissão de luz não chegava para penetrar as suas mentes endurecidas.
“Cristo viu que era necessário fazer alguma coisa. Numerosas eram as cerimônias exigidas do povo, sem a devida instrução quanto ao sentido das mesmas. Os adoradores ofereciam seus sacrifícios, sem compreender que eram símbolos do único Sacrifício perfeito. E entre eles, não reconhecido nem honrado, achava-Se Aquele a quem prefiguravam todos os seus cultos. Ele dera instruções quanto às ofertas. Compreendia-lhes o valor simbólico, e via que estavam agora pervertidas e mal interpretadas. O culto espiritual estava desaparecendo rapidamente. Nenhum laço ligava os sacerdotes e principais ao seu Deus. A obra de Cristo era estabelecer um culto totalmente diverso.” O Desejado de Todas as Nações, 157.
Quando Cristo viu que algo tinha que ser feito, reconheceu a existência dum problema que exigia uma solução específica. Ele próprio não procurou formular a solução, pois sabia que esta era responsabilidade do Seu Pai. Nos minutos que se seguiram, Jeová respondeu às orações da fé de Cristo da maneira mais maravilhosa.
Sob as orientações do Pai, Jesus mostrou firmeza perante o povo. Através d’Ele Jeová transmitiu tão poderosamente um raio de luz que todos na sala se tornaram conscientes da Sua presença e deram-Lhe absoluta atenção.
“Silencia o tumulto. O som do tráfico e dos ajustes cessa. O silêncio torna-se penoso. Apodera-se da assembléia um sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, vêem a divindade irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há de estar no derradeiro dia — não circundado agora da glória que O acompanhará então, mas com o mesmo poder de ler a alma. Seu olhar percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu vulto parece elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina-Lhe o semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz — a mesma que, do Sinai, proclamara a lei que sacerdotes e principais ora transgridem — ouve-se ecoar através das arcadas do templo: ‘Tirai daqui estes, e não façais da casa de Meu Pai casa de venda.’” O Desejado de Todas as Nações, 157, 158.
Quando Jesus avançou sobre aqueles que estavam a profanar os lugares santos, tentaram fugir perante Ele completamente aterrorizados. Em momentos, o templo ficou deserto excepto das preciosas almas necessitadas que encontraram suave conforto e alívio na restauradora presença do Salvador. Foi a primeira vez que o edifício ficou em silêncio e em paz em muitos anos.
O tipo de homens que fugiram de Cristo nesse dia tinham apostatado da verdadeira religião e como tal, eram incapazes de perceber e apreciar a coisas espirituais. Eram homens impiedosos que não permitiam a interferência do que quer que fosse entre eles e a aquisição dos seus mal adquiridos lucros e não estavam dispostos a obedecer aos ditames de qualquer estranho que pudesse ordenar-lhes que abandonassem o seu lugar de lucro. Geralmente falando, seria preciso um pequeno exército ou significativa força policial para os desalojar, contudo fugiram perante um único homem.
“E por que fugiam do templo os sacerdotes? Por que não defenderam sua posição? Aquele que lhes ordenava que se fossem era o filho de um carpinteiro, um pobre galileu, sem posição nem poder terrestre. Por que Lhe não resistiram? Por que deixaram o tão mal-adquirido ganho, e fugiram ao mando de uma pessoa de tão humilde aparência?” O Desejado de Todas as Nações, 162.
Esta é a pergunta. Aqui está a resposta:
“Cristo falava com a autoridade de um rei, e em Seu aspecto, e no tom de Sua voz havia alguma coisa a que eles não podiam resistir. À voz de comando compreenderam, como nunca dantes, sua verdadeira posição de hipócritas e roubadores. Quando a divindade irradiou através da humanidade, não viram apenas indignação na fisionomia de Cristo; perceberam o significado de Suas palavras. Sentiram-se como perante o trono do eterno Juiz, tendo sobre si Sua sentença para este século e a eternidade. Por algum tempo, ficaram convencidos de que Cristo era profeta; e muitos acreditaram ser o Messias. O Espírito Santo, como num relâmpago, lhes fez acudir à mente palavras dos profetas com respeito a Cristo. Render-se-iam a esta convicção?” O Desejado de Todas as Nações, 162.
Aqui está um exemplo onde as coisas espirituais foram discernidas pelos que não tinham mente espiritual. Isto não contradiz a verdade expressa em 1Coríntios, porque isto está a referir-se a uma situação diferente. Quando o Senhor deseja falar a uma pessoa directamente através do ministério de Seu Espírito Santo, essa pessoa tem que ter em si mesma alguma capacidade para discernir coisas espiritualmente. Apóstatas endurecidos não têm esta capacidade e é portanto impossível para eles receberem iluminação espiritual em circunstâncias normais. Todavia, se o Senhor tiver ao Seu serviço um instrumento de poder prático através de quem possa transmitir luz, é então possível Ele penetrar as trevas que envolvem a mente apóstata e produzir poderosas convicções na pessoa.
Este facto é demonstrado no incidente do templo. Cristo foi o instrumento de Deus nessa ocasião. Uma vez que Ele era puro e imaculado e caminhava na luz da presença de Deus, era tudo o que Deus necessitava nessa altura. No momento apropriado, Jeová transmitiu a Sua intensa luz brilhante através de Cristo. Isto é chamado fazer brilhar a divindade através da humanidade. Ela penetrou através das trevas, orgulho, arrogância, insolência e rebelião das pessoas para lhes dar uma verdadeira visão de si próprias. “À voz de comando compreenderam, como nunca dantes, sua verdadeira posição de hipócritas e roubadores.... perceberam o significado de Suas palavras.”
A compreensão foi tão vívida e assustadora que não puderam permanecer na presença de Cristo. Mas este brilhante relâmpago de luz que tão eficazmente penetrou as trevas que os encobriam, não brilhou constante e automaticamente, como é evidente do facto que quando chegaram ao fim da sua fuga e regressaram ao templo, foram capazes de estar na Sua presença e falar mesmo com Ele, apesar da sua continuada falta de arrependimento.
Tal como o Altíssimo necessitava de um instrumento eficaz através de quem fazer brilhar a Sua luz naquele caso, assim Ele necessitará do mais elevado nível de perfeição nos 144,000 a fim de alcançar o Seu propósito na seca do grande rio Eufrates nos últimos dias. Quando alguém considera a missão do quinto anjo nesta luz, começa a apreciar o nível de perfeição a quem eles têm que chegar e o esforço que custará levá-los a isso. A pureza e excelência do carácter exigido, não será alcançado num dia, ou por um só ministro. Cristo sentar-se-á como o Refinador e Purificador da prata através de uma série de programas de purificação antes do Seu povo estar pronto para esta obra final. Quando Ele tiver acabado a Sua obra, a Sua imagem reflectir-se-á com fulgor não diminuído através dos Seus escolhidos e então a obra será terminada.
Já, no capítulo 9, esta progressiva obra de purificação em que Cristo está ocupado como Refinador e Purificador, foi descrita através do ministério dos lugares santo e santíssimo. Foi visto que, no fim do clamor da meia-noite em 1844, os crentes tinham sido levados a um nível muito elevado de desenvolvimento de pureza e carácter. Isto foi suficiente para os qualificar para a morte e ressurreição, mas não para a trasladação.
Para os elevar do nível a que tinham chegado, à preparação para a trasladação, Jesus entrou no lugar santíssimo do santuário celestial a fim de continuar a Sua obra de refinação e purificação. As fases finais do ministério do lugar santíssimo serão marcadas pelo derramamento da chuva serôdia que desenvolverá naqueles que verdadeiramente a recebem, a perfeita reprodução de Cristo. Quando esta obra estiver completa, os filhos de Deus estarão prontos para a trasladação, porque a chuva serôdia levá-los-á à finalização da obra da graça de Deus na alma.
Uma vez alcançada a preparação para a transladação em todos os crentes e os ímpios haverem recebido a marca e o número da besta, selando a rejeição da misericórdia de Deus, esperar-se-ia que o Altíssimo trasladasse imediatamente os Seus filhos da Terra para o Céu. Sabemos que Ele não tem desejo de nos ver agonizar neste mundo de pecado um momento mais do que é preciso. Portanto, é-nos assegurado que Ele terminará a nossa jornada aqui tão cedo quanto possível, o que temos a tendência para crer que é no final da provação quando a preparação para a trasladação tiver sido alcançada. Contudo, embora seja verdade que o Altíssimo nos vá retirar desta Terra o mais cedo possível, esse ponto de tempo não será no final da provação, mas depois do final da angústia de Jacó.
Se esse é o ponto mais cedo para a trasladação poder ter lugar, deve haver uma clara razão para isso. Deve-se a uma obra a realizar antes da qual não pode haver trasladação para quem quer que seja. Essa obra, à qual já foi dado ênfase, é a penetração das incríveis trevas e cegueira mental na qual os ímpios mergulharam nessa altura. Nunca houve na história humana um ponto em que a condição dos ímpios tenha sido tão pior, ou a tarefa de convencer os seres humanos mais difícil.
A única maneira pela qual isso pode ser feito é pelo irromper da divindade através dos instrumentos humanos santificados exactamente como a divindade de Deus irrompeu através da humanidade de Cristo no pátio do templo e assim trouxe àqueles homens maus uma ilustração deles mesmos. Para que Deus seja bem sucedido nesta obra vital, Ele tem que ter agentes humanos que tenham um grau de pureza e purificação necessário para permitir a erupção da corrente de luz divina para eles sem qualquer obstáculo. É evidente que, apesar dos 144,000 terem atingido a preparação para a trasladação quando a chuva serôdia caiu, ainda não têm a perfeição que os qualificará para o último ministério de expor os ímpios e si próprios.
Se eles tivessem alcançado isto, então porque é que se seguiria mais uma obra de purificação depois do fim da chuva serôdia, do fim da provação e do selamento dos santos? Porque é que os ímpios são levados ao ponto de verem e admitirem a perfeição de Deus e das Suas leis por um lado e a terrível natureza da sua própria rejeição por outro, somente depois de obra adicional ter sido realizada?
Mesmo apesar d’Ele ter deixado o lugar santíssimo e a obra da purificação do pecado na qual esteve ocupado ter finalizado, a obra de Cristo como o Refinador e Purificador não terminou. Ela simplesmente continua até à fase em que será tão vital para a finalização da obra como a que já terá sido realizada nessa altura. Que haverá essa obra a ser realizada depois da porta da graça ter fechado é tornado claro no seguinte testemunho que descreve acontecimentos que acontecerão durante a angústia de Jacó depois do fim da provação:
“A história de Jacó é também uma segurança de que Deus não rejeitará os que forem enganados, tentados e arrastados ao pecado, mas voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento. Enquanto Satanás procura destruir esta classe, Deus enviará Seus anjos para a animar e proteger, no tempo de perigo. Os assaltos de Satanás são cruéis e decididos, seus enganos, terríveis; mas os olhos do Senhor estão sobre o Seu povo, e Seu ouvido escuta-lhes os clamores. Sua aflição é grande, as chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los; mas Aquele que os refina e purifica, os apresentará como ouro provado no fogo. O amor de Deus para com os Seus filhos durante o período de sua mais intensa prova, é tão forte e terno como nos dias de sua mais radiante prosperidade; mas é necessário passarem pela fornalha de fogo; sua natureza terrena deve ser consumida para que a imagem de Cristo possa refletir-se perfeitamente.” O Grande Conflito, 621.
Este parágrafo descreve a angústia de Jacó como sendo o “período de sua mais intensa prova”. Estas palavras são inadequadas para retratar a severa prova através da qual eles serão obrigados a passar. Somente os que passarão por ela saberão alguma vez quão mau ela será. Antes deste tempo, nada ainda que remotamente se assemelhou a ela porque jamais se experimentou a severidade sofrida por eles ou qualquer dos filhos de Deus.
Isto significa que aqueles que passam por esta purificação final alcançarão um nível de pureza e maturidade de perfeição desconhecida de qualquer outro grupo de pessoas em todo o Universo. Há uma clara relação entre a severidade da prova e a qualidade da perfeição atingida, desde que a pessoa resista ao teste com sucesso. Pequenas provas pacientemente suportadas resultarão em pequenas purificações e num menor desenvolvimento de carácter. Provas mais severas aumentarão o resultado, ao passo que as mais severas dificuldades produzirão o melhor de todos os caracteres. Consequentemente, aqueles que são sujeitos a esta aprendizagem final em que a chamas purificadoras arderão com maior calor do que em qualquer outro tempo ou lugar na história, emergirão com um desenvolvimento de carácter e uma perfeição jamais alcançado por qualquer outro.
Esta é uma oportunidade muito especial disponível apenas durante este curto período de tempo. Nunca esteve disponível no passado, nem estará depois no futuro. Não foi concedido a qualquer anjo não caído ou ser criado sem pecado no Universo. Somente aqueles que se qualificam que moram na pecaminosa, caída, carne e sangue mortal, receberam o benefício completo da chuva serôdia, se tornaram preparados para a trasladação e passam vivos através da angústia de Jacó. Ninguém mais precisa pedir, porque nenhuma concessão pode ser feita a alguém a respeito destes pedidos.
Quando começamos a compreender estas incríveis alturas a que o Senhor levará este altamente privilegiado grupo de pessoas, seremos nós capazes de entender porque é que os 144,000 deverão ser sacerdotes e reis muito especiais. Então será verdadeiramente compreendido porque é que eles cantam um hino que ninguém mais pode aprender como está escrito:
“E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.” Apocalipse 14:3.
“É o hino de Moisés e do Cordeiro — hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência — e nunca ninguém teve experiência semelhante.” O Grande Conflito, 649.
A fim de ter essa experiência e assim ser capaz de cantar esse hino, uma pessoa tem que ser aluna na escola que estará aberta apenas durante este curto período de tempo na eternidade. Em nenhuma outra altura na eternidade passada esteve essa escola aberta, nem estará no futuro. Portanto, os 144,000, o único grupo que jamais estará numa posição de frequentar esta escola muito, muito especial, terá a experiência única referida em Apocalipse 14:3 e será capaz de cantar este maravilhoso hino o qual os restantes de nós ouvirão em arrebatador silêncio.
Estes factos demonstram que é um erro supor que todos os que morrem na fé da mensagem do terceiro anjo desde 1844, juntamente com os que ainda estiverem vivos na Terra durante a angústia de Jacó, farão parte dos 144,000. Nenhum dos fiéis que morreu desde que o primeiro anjo começou a soar terá uma experiência desconhecida dos crentes do passado. Nenhum deles tem a menor ideia daquilo que os 144,000 passarão, por isso será impossível cantarem acerca desta experiência única.
Esta educação especial e a sua resultante excelência de carácter não é imposta aos filhos de Deus sem uma razão muito boa. Está escrito que é “... necessário passarem pela fornalha de fogo; sua natureza terrena deve ser consumida para que a imagem de Cristo possa refletir-se perfeitamente.” O Grande Conflito, 621.
Porque é que isto é necessário?
Não é para remoção do pecado, porque, de todos os que se qualificarão para a trasladação e um lugar na especial escola finalizadora, todo o pecado foi removido. Não é preciso qualquer purificação posterior nesta área. Nem a escola especial é necessária para os preparar para a trasladação, porque a chuva serôdia fez essa obra.
Porquê então é essa agonizante experiência tão necessária?
É assim para que a sua natureza terrena seja removida e eles possam reflectir a imagem de Jesus perfeitamente. Quando isto estiver realizado, eles serão instrumentos polidos através de quem o Senhor fará irromper a Sua divindade e assim finalizar o grande conflito.
Por isso, o que é esta natureza terrena se não é o pecado?
O Index to the Writings of E.G.White lista apenas um outra referência usando esta palavra.
Ela lê-se do seguinte modo:
“Se nas ofensas revelardes mansidão e vos apartardes de todas as coisas vis da Terra, dareis a prova de que Cristo habita em vós, e com cada pensamento, palavra e ato atraireis os homens para Jesus e não para vós mesmos.”
O contexto desta frase chama o leitor ao crescimento da varolinidade cristã, fugindo da infantil satisfação própria. Ele avisa-nos que nunca virá um tempo, deste lado do céu, em que não haverá batalhas a travar contra a tendência da carne para desculpar o vício e negar a virtude. Devemos olhar para Jesus como nosso perfeito Exemplo da luta cristã.
A humanidade pecadora, caída e mortal está repleta da disposição de optar pelo caminho fácil da satisfação própria. Há a sempre presente e muito poderosa tendência para procurar o visível suporte tangível em vez de confiar naquilo que não pode ser visto e palpável. A humanidade apenas se sente segura quando pode ver um firme, confiante rendimento aumentando a visível base material, mas tem medo do diário suprimento de Deus para as necessidades quando chega cada dia. Demasiadas vezes isto confronta o crente com a ordem de alimentar a multidão quando, na sua mão, está o totalmente insuficiente suprimento de dois peixes pequenos e cinco pães. É uma situação desanimadora tão desastrosa para as nossas naturezas humanas, que, a menos que o crente seja forte na fé, com certeza abandonará os caminhos de Deus em favor das suas próprias obras.
A mensagem para entrar no repouso do sábado de Deus é muito escriturística, maravilhosa, prática e vitoriosa. Contudo, vivê-la quando graves dificuldades assaltam, uma solução urgente é imperativa e o Senhor parece ter esquecido que é o Solucionador de problemas, é uma prova extremamente difícil. Sob este tipo de pressão, a pessoa descobre se de facto tem a fé de Jesus e a paciência dos santos. À medida que se sente poderosamente tentada a tomar a obra nas suas próprias mãos, não tem nada para onde se voltar senão para as coisas terrestres, o único recurso que os homens sem Deus jamais conhecem ou podem usar. Esta inclinação no homem é a sua natureza terrena. Esta disposição está sempre presente na humanidade e leva ao pecado se a pessoa se render a ela.
Quando o primeiro pecado apareceu no Céu, foi a manifestação deste problema. Em vez de confiar em Deus como Solucionador de problemas, Lúcifer voltou-se para as suas próprias obras para encontrar respostas para as suas dificuldades. Desde então, movimentos têm falhado repetidamente por causa de terem mais fé naquilo que podem ver e fazer do que tinham no Soberano do Universo. A última luta entre os poderes da justiça e do mal será acerca deste princípio e o último movimento do povo de Deus será fiel à Cabeça divina onde todos os outros falharam. Mas, será preciso uma notável purificação antes da vitória final ser alcançada.
“O tempo de angústia é o cadinho que produzirá caracteres à semelhança de Cristo. Designa-se a levar o povo de Deus a renunciar a Satanás e suas tentações. O último conflito revelar-lhes-á Satanás em seu verdadeiro caráter, o de um tirano cruel, e fará por eles o que coisa alguma poderia realizar, erradicá-lo das afeições deles. Pois amar e nutrir o pecado, é amar e nutrir seu autor, aquele inimigo mortal de Cristo. Quando eles desculpam o pecado e se apegam à perversidade de caráter, dão a Satanás um lugar em suas afeições, e rendem-lhe homenagem.” Nossa Alta Motivação, 319. Vede também The Review and Herald, 12 de Agosto de 1884.
Assim os últimos traços de simpatia para com Satanás serão apagados dos próprios seres dos 144,000, como nunca foi alcançado por alguém do povo de Deus no passado. Isto é assim porque está escrito que o último conflito fará por eles “... o que coisa alguma poderia realizar, erradicá-lo completamente das afeições deles.” Se é preciso isso para livrar os 144,000 dos últimos traços de simpatia para com Satanás, que é a natureza terrena que procura libertação em invenções humanas, então todos os santos do passado que não foram purificados num tempo de angústia equivalente, não podiam ter experimentado uma semelhante separação total deste mal.
Isto seria verdade mesmo para aqueles que foram trasladados para o Céu como foram Enoque e Elias, ou ressuscitaram e levados para lá como Moisés. Alguns podem perguntar imediatamente como podiam eles ser levados para o puro e imaculado Céu onde Deus habita, se não tivessem sido totalmente limpos desta natureza terrena, esta medida de simpatia para com Satanás.
Isto é uma prova clara que a sua admissão no Céu sob estas circunstâncias foi inteiramente possível e justa. A evidência para suportar isto está no facto que os anjos de Deus que não se enganaram com Satanás, ainda retiveram uma considerável simpatia não apenas pelo inimigo mas com o inimigo precisamente até à cruz.. O diabo tinha implantado nas suas mentes algumas dúvidas graves a respeito do carácter de Deus e da rectidão e justiça do Seu governo. E não foi senão quando viram o desmascarado mal do pecado e Satanás no seu pior em contraste com Cristo e Sua justiça no seu melhor brilho, que se romperam “os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial.” O Desejado de Todas as Nações, 761.
Se a presença daqueles laços não fizeram com que aqueles anjos fossem postos fora do Céu, então a sua presença em Enoque, Moisés e Elias não os podiam afastar também. Para os anjos, esses maravilhosos homens teriam sido libertos dos últimos traços de simpatia por Satanás quando contemplaram a cruz e tudo aquilo que puderam ver do que está revelado acerca do carácter do bem e do carácter do mal.
Isto significa que todo o crente em Jesus que foi colocado na sepultura, não foi liberto do último traço de simpatia para com Satanás e será ressuscitado e levado para o Céu exactamente como foi para a sepultura. Todavia, não será assim quando o grande conflito estiver por fim acabado e o carácter de Deus estiver completamente justificado. Quando as últimas cenas se desenrolarem à volta da santa cidade, toda a questão entre verdade e erro terá sido clarificada e estabelecida para sempre. Quando os fogos consumidores cobrirem e consumirem Satanás e os seus seguidores, mesmo então haverá tremenda terna simpatia por eles, não haverá contudo o mais leve traço de simpatia com eles. Tudo isso terá sido apagado das suas mentes e corações para toda a eternidade.
Mas, de todos os justos remidos, os anjos não caídos e os habitantes dos mundos não caídos, nenhum terá aprendido estas coisas como os 144,000 aprenderam. Os outros aprenderam por aquilo que viram e lhes foi dito, mas os 144,000 terão aprendido pela sua experiência em conflito pessoal e directo com o adversário sob as mais duras, difíceis e probantes condições que jamais lhes foram impostas. Aprender através da experiência é muito mais eficiente do que pela mera observação o que significa que os 144,000 terão um profundo conhecimento e experiência à frente de todos os outros seres criados. Ninguém mais será capaz de cantar o seu hino ou dar o seu testemunho.
Os 144,000, portanto, serão os únicos entre os remidos que terão sido libertos do último traço de simpatia com Satanás enquanto ainda estão na Terra. Todo o restante deve esperar até serem levados para o lar antes de poderem ser abençoados com este tesouro. Esta é uma das razões pela qual os 144,000 e não os que viveram antes deles, são o grupo através de quem o Senhor pode finalizar a obra.
A operação será inteiramente bem sucedida. Uma vez que os 144,000 tenham sido levados ao nível de excelência necessário, o Altíssimo projectará um relâmpago de divindade através da sua humanidade e os ímpios abrirão os seus olhos. Verão a verdadeira natureza da sua rebelião contra o Autor de toda a lei justa e recta, reconhecerão quem são realmente os verdadeiros filhos de Deus e lançar-se-ão aos seus pés e o reconhecerão. Assim o propósito do grande conflito será cumprido; e o grande rio Eufrates secará; Satanás virá ao seu fim e ninguém o ajudará; e os reis do oriente chegarão.
Não admira que quando este tempo vier, os santos ecoarão um grande grito de vitória que será repetido pelos santos que já estão no Céu, os puros anjos e os miríades de seres perfeitos por todo o Universo. A sua guerra terá chegado ao fim, a vitória ganha e as primícias terão sido oferecidas e a sua obra aceite. Então Cristo aparecerá para juntar a colheita e levará o Seu povo para o lar.


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