JESUS CRISTO E O SÁBADO
A.
T. Jones
Jesus
Cristo foi perseguido porque não observava o sábado segundo a mentalidade dos
fariseus, escribas e sacerdotes em Seu tempo de vida terrena.
Cristo
não foi perseguido somente, mas foi rejeitado, e um ladrão e assassino veio a
ser escolhido em Seu lugar, sendo Ele crucificado, porque não queria observar o
sábado segundo determinavam os fariseus, escribas e os sacerdotes.
Conquanto
Ele próprio fosse o Senhor do sábado, foi denunciado como quebrantador do
sábado, objecto de espionagem e perseguido. Finalmente veio a ser rejeitado e
um ladrão e assassino escolhido em Seu lugar, enquanto recebia a condenação de
crucifixão por não querer conformar-se com as idéias estreitas e limitadas quanto
à observância sabática, mantidas por fariseus, escribas e doutores da lei.
Tudo
isso merece especial atenção sob todos os aspectos agora, quando os fariseus,
os escribas, os principais sacerdotes e os doutores da lei estão agitando em
grande medida a questão do dia de repouso e espionando, perseguindo e prendendo
pessoas como "quebrantadores do sábado", que na realidade são
observadoras do sábado segundo a mais clara instrução do Senhor, e de acordo
com o exemplo de toda a vida do próprio Jesus Cristo. Em vista disso, convém
estudar a vida e exemplo de Jesus nesse aspecto.
"Por isso, santos irmãos, que
participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e
Sumo-Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é fiel àquele que O
constituiu". Hebreus 3:1,2.
A
única coisa que nos resta fazer a todos o tempo todo é considerar a Cristo Jesus.
N’Ele todas as perfeições confluem; n’Ele encontramos fidelidade em todos os
pontos; e se você deseja ser fiel, e "manter-se fiel", tão-só
considere a Cristo Jesus que foi fiel, e atraia d’Ele fidelidade. Devemos
captar d’Ele fidelidade, tanto quanto devemos atrair justiça e toda outra
virtude. Ele deve ser-nos fidelidade, tanto quanto deve ser-nos sabedoria e justificação,
e santificação, e redenção. "Por isso considerai atentamente o
Apóstolo e Sumo-Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é fiel àquele que O
constituiu".
Este
verso começa com um "por isso"; ou seja, por esta razão; e a razão é
expressa num verso precedente. "Por
isso mesmo convinha que, em todas as coisas Se tornasse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas coisas referentes a Deus, e
para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois naquilo que Ele mesmo
sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados".
"Por isso", ou seja, por
essa razão, "considerai atentamente
o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é fiel".
Isso é verdade em tudo, e para nós, especialmente agora, é enfaticamente
verdade; e devemos considerar Sua fidelidade em conexão com o sábado do Senhor,
e sua observância, se desejamos ser fiéis na sua observância. O sábado
significa Cristo, e Cristo significa o sábado. O sábado é o próprio sinal do
que Jesus Cristo é para os homens; e devemos considerá-Lo com respeito a ele,
e Sua fidelidade em observá-lo.
Juntamente
com isso, devemos considerar Sua fidelidade na observância do sábado sob perseguição e sob o risco de Sua
vida, renunciando à própria vida antes que a renunciar ao sábado do Senhor. Em
vista de ter sido por não observar o sábado para adequar-se aos métodos dos
escribas e doutores da lei é que Ele foi primeiramente perseguido; e quando
persistiu em Sua forma de observar o sábado, ou seja, segundo a maneira do Senhor,
a despeito da perseguição por parte deles tomaram, então, a iniciativa de
matá-Lo. E quando Ele não renunciou, eles O mataram. Mas Deus O levantou dentre
os mortos e levou-O a um mundo onde pode observar o sábado sem ser perturbado,
e sem "perturbar" ninguém.
Quando
Jesus veio, não veio exatamente do modo que Se ajustasse aos fariseus, escribas
e doutores da lei; não obstante, não estavam certos se Ele passaria a adotar o
seu estilo depois de algum tempo. Conseqüentemente, estudaram o Seu
comportamento por um considerável tempo, sem se Lhe oporem publicamente. De
fato, por cerca de dezoito meses de Seu ministério público, aquela gente esteve
estudando e observando para decidir o que fazer com Ele caso não adotasse a
prática deles e Se conformasse com suas idéias. E O observavam para ver como a
questão se desenvolveria. Mas Ele não fez grande demonstração de pôr-Se em
destaque ou de chamar atenção para Si próprio; simplesmente seguiu
tranqüilamente ensinando e curando as pessoas, fazendo o bem por toda parte
onde ia. Eles não podiam com facilidade achar falta n’Ele, e parecia-lhes ótimo
se Ele no final agisse segundo a expectativa que tinham.
Mas
após ter-se passado um ano e meio, Sua fama se havia espalhado por toda a
terra, e atraíra a atenção dos fariseus, escribas e doutores da lei, bem como
do povo comum. Por esse tempo Ele havia atraído a ativa atenção deles, a
interessada atenção e sua atenção egoísta também; porque segundo O observavam
em Suas atitudes, viam não só que Ele não agia segundo d’Ele esperavam mas, ao
contrário, viam que estava ganhando influência junto ao povo de um modo que não
correspondia a seus interesses; e que na medida que passava o tempo, as pessoas
eram ainda mais atraídas a Ele. Esperavam que se o Seu comportamento não viesse
a corresponder ao que desejavam - de fato, pensavam e realmente supunham, que
se Ele não agisse segundo o modo de pensar deles - então, logicamente, isso
evidenciaria por si só que possivelmente não era o Messias, e, portanto, Sua
obra não levaria a parte alguma.
Mas
parecia haver em Suas palavras algo que prendia a atenção das pessoas - o povo
comum. Alegravam-se em ouvi-Lo novamente quando O tinham ouvido uma vez; pois
Suas palavras eram pronunciadas com mansidão, e com uma simplicidade que todos
podiam entender. Ele não falava no estilo erudito e sofisticado dos doutores
da lei e escribas, mas sempre empregava linguagem que o povo conseguia
entender. Não tinham que empregar um dicionário para descobrir o sentido das
palavras empregadas por Ele. Suas palavras eram bem simples e poderosas,
dirigia-se ao povo e permanecia com eles, e tinham sempre uma tendência de
atraí-los mais e mais para Ele. Vendo isso, os fariseus e escribas começaram a
perceber que tinham de fazer algo caso desejassem preservar o seu próprio
crédito junto ao povo. Assim, ao final do primeiro ano e meio, perto da Sua segunda
Páscoa , deu-se aquele evento registrado no quinto capítulo de Lucas; está
também registrado no segundo capítulo de Marcos; mas o registro de Lucas traz
um ou dois pormenores que não constam em Marcos. Era a ocasião em que Ele estava
na casa ensinando. Uma grande multidão havia-se juntado ao redor da casa, e
alguns homens vieram transportando um homem doente de paralisia. Eles não
podiam atravessar a porta devido à pressão das pessoas, e assim subiram até o
teto da casa, removeram as telhas e fizeram o homem descer aos pés de Jesus,
que disse: "Estão perdoados os teus pecados". Agora, o registro reza:
"Ora, aconteceu que num daqueles dias, estava Ele ensinando, e achavam-se
ali assentados fariseus e mestres da lei, vindos de todas as aldeias da
Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com Ele para
curar". Lucas 5:17.
Quando
Jesus declarou ao homem paralítico: "Estão perdoados os teus
pecados", aqueles fariseus e doutores da lei começaram a argumentar e
murmurar entre si: "Quem pode perdoar pecados senão Deus?" E em lugar
de seguirem a lógica de sua própria proposição - de que ninguém podia perdoar
pecados, senão Deus, e ali estava Alguém que perdoava pecados, e, portanto, era
Ele Deus com eles, - tomaram a outra direção, e disseram: "Quem é este que
diz blasfêmias?" Mas, lemos:
"Mas,
para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar
pecados - disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito, e
vai para casa. Imediatamente se levantou diante deles e, tomando o leito em que
permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus". Lucas
5:24,25.
Haviam
ouvido suas palavras, "Estão perdoados os teus pecados", mas em vista
de não poderem ver o poder de Sua palavra nisso, Ele também disse ao homem:
"Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa". Viram então que havia poder divino, mesmo criador, na palavra
proferida. Seguiu-se a isso que havia poder para perdoar pecados na palavra de
perdão que Ele havia proferido. E como eles próprios tinham alegado que somente
Deus podia perdoar pecados, seguia-se que as evidências que Ele lhes deu,
segundo a sua própria proposição, comprovavam ser Ele Deus. Contudo, seus
corações egoístas não se rendiam à evidência, e apesar de Jesus ter-lhes dado a
prova a respeito da própria proposição deles, de que era Deus com eles, e Deus
ali presente, não o aceitaram, mas prosseguiram com suas arengas quanto a ser
um blasfemador.
Depreende-se desta passagem quão extensiva
era naquele tempo a atenção entre aquelas classes - os fariseus, e os escribas,
e os doutores da lei, - e as razões do que se seguiu. Este verso mostra
claramente que Cristo tinha por essa época atraído a atenção interessada e
egoísta dessa classe de homens por toda a terra, de Jerusalém e outras partes.
E em nada havia o egoísmo dos fariseus e doutores da lei tomado um rumo mais
perverso do que na questão do sábado e seu verdadeiro sentido e propósito. No
que tange ao sentido e propósito do sábado do Senhor, eles o haviam perdido de
vista inteiramente, e segundo suas tradições e determinações tinham-no ocultado
totalmente das mentes e corações das pessoas. Esse foi o resultado derradeiro
da atitude de perversa mentalidade deles. Sendo Jesus o Senhor do sábado, e para
trazer à lembrança o que Ele é para a humanidade, uma vez que é o verdadeiro
intento do sábado, - noutras palavras, Ele próprio ao viver entre eles sendo a
manifestação da verdadeira intenção do sábado, - é evidente que em nada
poderia Sua atitude despertar mais, ou mais amargo antagonismo daqueles homens
do que em Suas palavras e atos relativos ao sábado.
O texto há pouco citado situa-se no final
do primeiro ano inteiro, perto da Páscoa a que Ele havia assistido; a passagem
seguinte foi durante Sua segunda Páscoa. Pode ter sido dentro de poucos dias da
outra, mas caso fosse menos ou mais, tratou-se de um período de tempo breve.
"Passadas
estas coisas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. Ora,
existe ali junto à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o
qual tem cinco pavilhões. Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos,
paralíticos [esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo
tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água,
sarava de qualquer doença que tivesse]. Estava ali um homem, enfermo havia
trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim, havia
muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor,
não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois
enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Então lhe disse JESUS: Levanta-te,
toma o teu leito e anda. Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o
leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado. Por isso disseram os juDeus ao
que fora curado: Hoje é sábado e não te é lícito carregar o leito. Ao que Ele
lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda.
Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? Mas
o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus Se havia retirado, por haver
muita gente naquele lugar. Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse:
Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior. O
homem retirou-se e disse aos judeus que fora Jesus quem o havia curado".
João 5:1-15.
Logicamente,
eles então sabiam quem era que havia dito a ele para praticar aquela coisa
"ilegal" - apanhar sua cama e caminhar, no dia de sábado.
"E
os judeus perseguiam a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado". João
5:16.
Sabemos,
e sempre soubemos, que a perseguição virá às pessoas que neste tempo observam o
sábado do Senhor. Então, dentre todos os povos, precisamos exatamente agora
considerar a fidelidade de Jesus na observância do sábado. Esta passagem
fala-nos exatamente agora: "Por isso, santos irmãos, que participais da
vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa
confissão, Jesus, o qual é fiel àquele que O constituiu", quando Ele foi
perseguido por observar o sábado. Precisamos de Sua fidelidade na observância
do sábado, para nos manter fiéis na sua observância, durante o tempo que
estamos para adentrar.
Jesus
foi perseguido por observar o sábado. Então, quem quer que seja perseguido por
isso está em companhia grandissimamente abençoada.
Agora,
pensem nisto. Jesus, sendo o Senhor do sábado, e o sábado sendo o sinal do que
Ele é para a humanidade, e sendo Ele a expressão viva do sábado em Sua vida,
era-Lhe impossível fazer qualquer coisa no sábado que não fosse a observância
sabática, porque o próprio praticar do ato era a expressão do sentido do sábado
por si só.
Mas
a Sua observância do sábado não se ajustava às idéias dos fariseus, doutores da
lei e escribas, e consideraram aquilo um quebrantamento do sábado. Assim, Ele
foi considerado como um violador do
sábado quando era um observador do
sábado. Vemos pessoas em nossos dias que, à semelhança d‘Ele, são consideradas violadoras do sábado quando realmente
são observadoras do sábado. Que todos
esses sejam semelhantes a Ele realmente em todos os demais aspectos.
As
idéias de Cristo quanto ao sábado são as idéias de Deus a esse respeito. As
idéias dos fariseus quanto ao sábado e sua observância, estando diretamente
opostas às idéias do Senhor, eram erradas. Portanto, a controvérsia naqueles
dias entre Cristo e os fariseus e doutores da lei era simplesmente se as idéias
de Deus quanto ao sábado deviam prevalecer, ou se as idéias do homem a tal
respeito deviam prevalecer. Não havia então disputa quanto a que dia era o
sábado; a disputa era quanto a qual era a correta noção do sábado. Em nosso tempo prevalece a mesma controvérsia,
mas com ela há uma disputa quanto ao dia; contudo, o pensamento é o mesmo hoje
como então se dava, - se a idéia de Deus quanto ao sábado, ou a do homem a tal
respeito, é que devia prevalecer. Deus declara que o sétimo dia é o sábado; o
homem declara que o primeiro dia é o sábado; assim é ainda a mesma controvérsia
entre Cristo e os fariseus deste tempo que prossegue entre Cristo e os fariseus
da Sua época.
Bem,
então, tal como Jesus foi perseguido por violação do sábado quando o observava
verdadeiramente, todas as pessoas para sempre estão em boa companhia quando são
perseguidas por violação do sábado ao observarem o sétimo dia.
"E
os judeus perseguiam a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas Ele lhes
disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus
ainda mais procuravam matá-Lo, porque não somente violava o sábado, mas também
dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus". João
5:16-18.
Por
isto, vemos adicionalmente que os primeiros passos que os fariseus e doutores
da lei sempre tomavam contra Jesus Cristo para prejudicá-Lo em qualquer maneira
eram tomadas porque Ele não observava o sábado para adequar-se ao pensamento deles.
Essa era a controvérsia entre Cristo e eles; e sobre este ponto tudo o mais
girava.
Logo
após isso temos o registro no segundo capítulo de Marcos, verso 23, até o verso
6 do terceiro capítulo; está também no capítulo décimo segundo de Mateus, e no sexto
de Lucas, versos 1-12; mas o registro de Marcos oferece um pormenor que não
consta em nenhum dos outros dois, e é de suma importância:
"Ora,
aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos ao
passar colhiam espigas. Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não
é lícito aos sábados? Mas Ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi,
quando se viu em necessidade, e teve fome, ele e os seus companheiros? Como
entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da
proposição, os quais não é lícito comer, senão só aos sacerdotes, e deu também
aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi feito por causa do homem,
e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do homem é Senhor também
do sábado".
Mateus
e Marcos prosseguem com o relato como se fora o mesmo dia de sábado. O registro
de Lucas diz que "em outro sábado"; mas tudo indica que não foi outro
muito mais distante do que o sábado seguinte. Assim, lemos:
"Entrou
Ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem, cuja mão direita
estava ressequida. Os escribas e os
fariseus observavam-No, procurando ver se Ele faria a cura no sábado, a fim de
acharem de que O acusar".
Agora,
notem: eles já O estavam perseguindo por observar o sábado,- por violar o
sábado como o entendiam,- e estavam prontos para matá-Lo. Da próxima vez que
tiveram oportunidade, estavam-No observando para ver se iria submeter-Se às
exigências deles, e comprometer o sábado, ou comprometer-Se a Si mesmo, a fim
de agradá-los. Estavam-nO observando agora para ver se a tentativa deles de
conseguir que Ele Se comprometesse com eles e Se submetesse a suas idéias
estava sendo bem sucedida; e assim eles O observam para ver o que faria, para
que O pudessem acusar se agisse segundo o fizera previamente. E se ele Se compromete agora e Se submete às
idéias deles quanto ao sábado, acusa-Lo-ão e prosseguirão segundo o que revela
o registro.
JesusS sabia que O estavam observando, e o
que pensavam a respeito, e para que O vigiavam. Sabia que a atenção deles
estava toda sobre Ele. E para que tivessem a evidência mais plena possível,
chamou o homem com a mão ressequida, e lhe disse: "Levanta-te, e vem para
o meio". O homem dirigiu-se ao centro da sinagoga. Isso chamou a atenção
de todos para Jesus, e o homem ficou ali em pé, aguardando. Então Ele perguntou
aos fariseus e aos que O estavam acusando: "É lícito no sábado fazer o bem
ou mal? salvar a vida ou deixá-la perecer?" Eles não podiam dizer que era
lícito fazer o mal, pois isso seria contrário a tudo quanto os seus próprios
ensinos estabeleciam, e não ousariam declarar ser lícito fazer o bem, porque
então estariam sancionando a cura daquele homem por Ele no sábado. "É lícito.salvar a vida ou deixá-la
perecer?" Eles não ousavam dizer que era lícito matar, e não ousavam dizer
que era lícito salvar a vida. Pois Ele lhes disse diretamente, e sabiam que
assim era, que se um deles tivesse uma ovelha que caísse num poço no dia de
sábado, eles a puxariam para fora a fim de salvar-lhe a vida. Não importa se o
fizessem por misericórdia da ovelha ou por temor de perder o montante de seu
preço, sabiam que tal era o caso. Portanto, "eles ficaram em
silêncio", e se tivessem agido assim mais freqüentemente, teriam se saído
muito melhor.
"Olhando-os
ao redor, indignado e condoído com a dureza dos seus corações, disse ao homem:
Estende a tua mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada. Retirando-se os
fariseus, conspiravam logo com os
herodianos, contra Ele, em como Lhe tirariam a vida".
Aqui
está outro elemento que entra na história. Os fariseus tomaram conselho com os
herodianos. Os herodianos eram uma seita dos juDeus que se postava no polo
oposto ao do farisaísmo. Eles derivavam o seu nome--herodianos--de serem
amigos, apoiadores, e os rígidos partidários de Herodes e sua casa ao
governarem a nação de Israel. Os fariseus eram os "santos" da nação,
especialmente em sua própria avaliação. Eles mantinham ser os justos da nação,
aqueles que se postavam mais próximos de Deus, e, portanto, colocavam-se o mais
distante de Herodes e de Roma. Desprezavam Herodes; odiavam Roma. Os
herodianos eram os apoiadores políticos de Herodes, e conseqüentemente, amigos
de Roma e do poder romano. Portanto, como denominação, seita, os fariseus e os
herodianos estavam tão distanciados quanto possível.
Herodes
era o estranho que se sentava no trono de Judá quando a profecia, de que Jacó
havia falado, teve cumprimento. "O cetro não se apartará de Judá, nem um
legislador dentre os seus pés, até que venha Siló; e a Ele se reunirão os
povos". Herodes, um estranho, um indumeu, sentava-se no trono de Judá e
foi legislador para Judá por designação direta de Roma e do senado romano; e
todos sabiam que chegara o tempo para o aparecimento do Messias. Pois quando os
sábios vieram a Jerusalém e disseram: "Onde está o recém-nascido Rei dos
juDeus?", Herodes ficou alarmado "e com ele, toda Jerusalém".
Por que ficou Herodes perturbado, e toda a Jerusalém com ele ao ouvirem que Cristo
nascera? Porque sabiam que era chegado o tempo para o Seu nascimento. E,
portanto, chamaram os escribas e inquiriram-lhes onde Cristo deveria nascer:
"Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito: E tu,
Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá;
porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a Meu povo, Israel". Mateus
2:1-6; Miquéias 5:2.
Herodes
era estrangeiro, e os fariseus o odiavam, bem como a sua família, porque ele
era procedente dos gentios, dos pagãos, que estava reinando sobre a casa de Deus.
Mais do que isso, odiavam Roma, porque fora o poder romano que não somente os
submetia, mas dava sustentação a Herodes.
Por
isso se pode ver também que esses herodianos eram uma seita política,--eram também uma seita religiosa,
em certa medida, porém mais política do que religiosa. Eram partidários de
Herodes e de sua casa, para sustentá-lo entre o povo, pleitearem por ele,
escusá-lo e apresentá-lo sob a luz mais favorável o tempo todo; e também, como
conseqüência, precisavam ser amistosos para com Roma, e fazer o mesmo por Roma,
porque o poder romano sustinha a Herodes.
Quando
os fariseus viram que Cristo não ia dobrar-Se a suas idéias quanto à
observância sabática, a fim de levar avante o seu propósito de matá-Lo,--e era
um propósito de envergadura--, uniram-se, não somente com os seus inimigos
sectários, mas com aqueles inimigos sectários particulares de caráter
religioso-político, a fim de que pudessem exercer influência sobre Herodes, e
finalmente sobre Pilatos, de modo a terem o governo do seu lado, tendo o poder
civil sob o seu controle, tornando, desse modo, eficaz o propósito de
destruírem a Jesus. Destarte, ingressaram na política.
Finalmente,
Herodes e Pilatos tornaram-se amigos com base nesse mesmo fato; os sacerdotes,
escribas e fariseus levaram Cristo a Pilatos, e Pilatos O remeteu a Herodes
para que O julgasse, e ele o fez. Levaram-no, então, novamente a Pilatos, e
posteriormente, sob ameaças, pressionaram Pilatos a julgá-Lo também. Agora podemos
ver o propósito de longo alcance que tinham os fariseus em seu contacto com os
herodianos. Era para assegurarem tanto o poder de Herodes quanto o de Roma em
suas mãos, a fim de levarem a cabo o determinado propósito de matarem a Jesus
devido a que não se submetia à idéia deles quanto ao sábado, renunciando às
idéias de Deus sobre o sábado.
É
por isso que uniram forças com os herodianos - desejavam poder político, e o
poder político que eles também desprezavam. Os fariseus desprezavam esse poder
político; e professadamente eram dele separados, estando infinitamente acima
dele. Desprezavam a Herodes e odiavam Roma, mas odiavam Jesus mais do que odiavam
a essas coisas. E a fim de levarem a cabo o seu propósito contra Jesus - que
na verdade era contra o sábado - uniram-se aos seus inimigos sectários extremistas a fim de
conseguirem poder político para executarem os seus desejos; porque não poderiam levar avante o que desejavam
sem o poder político.
Bem, podemos bem estabelecer um paralelo. Não temos nós, e todas
as pessoas, visto a mesma coisa não somente em nosso tempo, mas dentro dos
últimos cinco anos? Não temos visto um povo professamente e confessamente
separado do poder político - protestantes, devotados a uma separação total do
poder político, não tendo absolutamente nada a ver com isso - não temos visto
um professo protestantismo, em clara oposição ao sábado do Senhor, unindo-se
com políticos e com a própria Roma, o principal poder político sobre a Terra,
também de caráter religioso-político? Não temos visto isto, o protestantismo
tomando conselho com o catolicismo para obter a posse do poder civil para
eliminar a existência da idéia divina sobre o sábado, exatamente o sábado do Senhor
tal como Ele o fez e como o denominou, a fim de estabelecer o do homem, o
domingo do papado, como a Igreja Católica o designou? Então não precisamos
considerar Jesus Cristo, o Apóstolo e Sumo-Sacerdote de nossa confissão em sua
fidelidade à observância do sábado num tempo tal como este? Esta história de Jesus
foi escrita para nós. Foi escrita para o povo que vive nos Estados Unidos e no
mundo hoje. Então, cuidemos para que consideremos a Sua fidelidade, e
extraiamos Dele essa fidelidade que nos conservará tão fiéis às idéias de Deus
quanto ao sábado, como O mantiveram.
E
exatamente aqui há outro aspecto importante. O registro declara: "Mas eles
se encheram de furor e discutiam entre si quanto ao que fariam a Jesus.
Naqueles dias, retirou-Se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a
Deus". Lucas 6:11,12. Enquanto eles tramavam, Ele estava orando. Enquanto
cortejavam o poder civil, Ele estava suplicando pelo poder de Deus. Enquanto
depositavam a sua confiança no poder do homem e do governo terrestre, Ele
depositava Sua única confiança somente sobre o Deus do céu e da Terra. Que seja
assim agora conosco, e com todos os que desejam ser como Ele.
O
próximo exemplo se acha no capítulo sétimo de João. Isto se segue não muito
depois do outro. Começando com o verso primeiro:
"Passadas
estas coisas, Jesus andava pela Galiléia, porque não desejava percorrer a
Judéia, visto que os judeus procuravam matá-Lo".
E
por que procuravam matá-Lo?-Porque guardava o sábado do Senhor segundo as
idéias de Deus, e não Se submetia a eles, nem a suas idéias.
"Ora,
a festa dos judeus, chamada dos tabernáculos, estava próxima. Dirigiram-se,
pois, a Ele os Seus irmãos, e Lhe disseram:
Deixa este lugar e vai para a Judéia, para que também os Teus discípulos
vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em
público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas,
manifesta-Te ao mundo. Pois nem mesmo os Seus irmãos criam n’Ele. Disse-lhes,
pois, Jesus: O Meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente.
Não pode o mundo odiar-vos, mas a Mim Me odeia, porque Eu dou testemunho a seu
respeito de que as suas obras são más. Subi vós outros à festa; Eu por enquanto
não subo, porque o Meu tempo ainda não está cumprido. Disse-lhes Jesus estas
coisas, e continuou na Galiléia. Mas, depois que Seus irmãos subiram para a
festa, então subiu Ele também, não publicamente, mas em oculto. Ora, os judeus
O procuravam na festa, e perguntavam: Onde estará Ele? E havia grande murmuração
a Seu respeito entre as multidões. Uns diziam: Ele é bom. E outros: Não, antes
engana o povo. Entretanto, ninguém falava d’Ele abertamente, por ter medo dos
juDeus. Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava".
E
ao ensinar Ele no templo, lemos isto no verso 19:
"Não
vos deu Moisés a lei? contudo ninguém dentre vós a observa. Por que procurais matar-Me? Respondeu a
multidão: Tens demônio. Quem é que procura matar-Te? Replicou-lhes Jesus: Um só
feito realizei, e todos vos admirais. Pelo motivo de que Moisés vos deu a
circuncisão, se bem que ela não vem dele mas dos patriarcas, no sábado
circuncidais um homem. E se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado,
para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra Mim,
pelo fato de Eu ter curado, num sábado, ao todo, um homem? Não julgueis segundo
a aparência, e, sim, pela reta justiça".
Sobre
que é ainda a controvérsia? - O sábado. Leiamos o verso 30:
"Então
procuravam prendê-Lo; mas ninguém Lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a
Sua hora. E, contudo, muitos de entre a multidão creram n’Ele, e diziam: Quando
vier o Cristo, fará, porventura, maiores sinais do que este homem tem feito? Os
fariseus, ouvindo a multidão murmurar estas coisas a respeito d’Ele, juntamente
com os principais sacerdotes enviaram guardas para O prenderem".
Mas
quando os oficiais O apanharam, ouviram-No falando, e permaneceram ali
encantados, ouvindo Suas palavras. E quando Jesus parou de falar, volveram e
retornaram sem Ele ao Sinédrio de onde haviam sido mandados. Agora, começando
com o verso 43:
"Assim
houve uma dissensão entre o povo por causa d’Ele; alguns deles queriam
prendê-Lo, mas ninguém Lhe pôs as mãos. Voltaram, pois, os guardas à presença
dos principais sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não O
trouxestes? Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem.
Replicaram-lhes, pois, os fariseus: Será que também vós fostes enganados?
Porventura creu n’Ele alguém dentre as autoridades, ou algum dos fariseus?
Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita. Nicodemos, um deles, que
antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes: Acaso a nossa lei julga um homem, sem
primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez? Responderam eles: Dar-se-á o caso de
que também tu és da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia não se levanta
profeta. E cada um foi para sua casa". João 7:43-53.
Em seu irado zelo estavam a ponto de
julgá-Lo e condená-Lo ali mesmo, sem qualquer audiência, e mesmo sem a Sua
presença, mas Nicodemos levantou uma questão de ordem ao indagar: "Acaso a
nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?" A
assembléia se dispersou e cada um foi para a sua casa. Mas Jesus dirigiu-Se ao
Monte das Oliveiras. João 8:1. Enquanto se engajavam em suas ímpias maquinações
contra Ele, Ele próprio foi para o Monte das Oliveiras para orar, e orar por
eles. Salmos 31:13-15; 69:11-13. Enquanto aliavam-se ao poder político, Ele se
apegava a Deus. Enquanto depositavam sua confiança no poder terreno, Ele
revelava firme confiança em Deus.
Quanto
ao ponto seguinte nesse respeito, volvamo-nos ao capítulo nove de João,
começando com o primeiro versículo. Ali Jesus encontra o homem que havia
nascido cego, e ungiu-lhe os olhos com argila, enviando-o ao poço de Siloam, e
o homem foi e lavou-se podendo assim ver. Seus vizinhos e outros levaram aos
fariseus aquele cuja visão havia sido restaurada.
"E
era sábado o dia em que Jesus fez o
lodo e lhe abriu os olhos, . . . Por isso alguns dos fariseus diziam: Esse
homem não é de Deus, porque não guarda o sábado". João 14:14-16.
O
próximo episódio é relatado em Lucas 13:10-17:
"Ora,
ensinava Jesus no sábado numa das
sinagogas. E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia
já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade;
e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus. O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus
curava no sábado, disse à multidão:
Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes
curados, e não no sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de
vós não desprende da manjedoura no sábado o seu boi ou o seu jumento, para
levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro em dia de
sábado esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo
Ele dito estas palavras todos os Seus adversários se envergonharam. Entretanto
o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus realizava".
Mais
uma vez, lemos:
"Aconteceu que, ao entrar ele num
sábado na casa de um dos principais fariseus para comer pão, eis que O estavam
observando. Ora, diante Dele se achava um homem hidrópico.
Então Jesus, dirigindo-Se aos intérpretes da lei e aos fariseus,
perguntou-lhes: É ou não é lícito curar no sábado? Eles, porém, nada disseram.
E, tomando-o, o curou e o despediu. A seguir lhes perguntou: Qual de vós, se o
filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado? A isto
nada puderam responder". Lucas 14:1-6.
Cada
vez que O observavam para ver se iria agir dum modo ou de outro no dia de
sábado, viam somente aquilo que estavam procurando. E viam-no tão
declaradamente, também, que não havia como se enganarem. Nem jamais
desculpou-Se por isso; nem jamais tentou provar que o que fazia não podia
"perturbar" quem quer que fosse.
Agora
leiamos o capítulo 11 de João. Jesus continuou realizando Seus milagres, ao
ponto de ressuscitar Lázaro dentre os mortos, e eles chegaram a tentar matar
Lázaro para destruir a evidência do poder
de Jesus para ressuscitar os mortos. Mas ao prosseguir o trabalho com Cristo,
descobriram que estavam perdendo mais e mais terreno junto ao povo, e Cristo
conseguindo cada vez maior influência.
"Muitos,
pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus,
creram n’Ele. Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos
feitos que Jesus realizara". João 11:45, 46.
Foi
então que Ele ressuscitou Lázaro dentre os mortos. Agora o relato prossegue a
partir deste ponto. Alguns deles foram aos fariseus para relatar as coisas que Jesus
havia feito na ressurreição de Lázaro. Ali, então, os principais dos sacerdotes
e fariseus tomaram conselho e disseram:
"Que
estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais? Se O deixarmos
assim todos crerão n’Ele; depois virão os romanos e tomarão não só o nosso
lugar, mas a própria nação". João 11:47,48.
Agora,
notem o argumento que lhes estava no coração, e, de fato, em suas palavras.
Estavam acusando Jesus o tempo todo de violação do sábado; e agora eles
declaram: "Se O deixarmos assim todos crerão n’Ele", e isso tornará
todos os homens quebrantadores do sábado, e será esta uma nação de quebrantadores
do sábado, e quando a nação se torna uma de violadores do sábado, os juízos de Deus
nos visitarão, e o Senhor trará os romanos e fará desaparecer a nação inteira.
"Caifás,
porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós
nada sabeis, nem considerais que vos convém
que morra um só homem pelo povo, e que não venha a perecer toda a nação. .
. . Desde aquele dia resolveram matá-Lo". João 11:49,50,53.
Agora,
por que determinaram eles pô-Lo à morte? Sua observância do sábado, que
teimavam em dizer ser violação do sábado, é a razão. E agora, alegam, se Ele
prosseguir quebrando o sábado, todos os homens crerão Nele e isso tornará todos
os homens violadores do sábado, e então essa será uma nação inteira de
violadores do sábado; a própria nação será uma violação do sábado. Portanto, a
fim de salvar a nação, eles propõem-se a matar Jesus. Mas quando o fizerem,
estarão matando o Salvador. Assim, com vistas a salvar a nação, sim, salvar-se
a si mesmos e a nação, destruiriam o Salvador deles próprios e da nação. Então,
a quem isso faria de salvador da nação e de si próprios? - Eles mesmos. Jesus
era o Salvador da nação, e o Salvador do povo se cressem n’Ele. Jesus estava
observando o sábado, o sinal de que Ele é o Salvador. Agora, porém, eles
rejeitaram a sua salvação, e a si próprios, e tudo com Ele, sábado inclusive, a
fim de salvar a nação; desse modo o que os torna seus próprios salvadores, e
isso faz com que a auto-salvação seja o meio de salvação, em
lugar de ser Cristo o caminho da salvação.
Então,
em última análise, o conflito entre Cristo e os fariseus era se a salvação
seria por Ele ou por eles. Estavam-No destruindo, o Salvador deles próprios e
da nação, a fim de salvarem-se e à nação. De modo que tudo se resume nisto: Cristo
é o caminho da salvação, ou o eu é o caminho da salvação? E o sábado, na idéia
de Cristo quanto ao sábado, é o sinal de salvação por Cristo. A idéia do homem
quanto ao sábado é o sinal da salvação por si próprio, a salvação do eu, pelo
eu, mediante o eu, e para o eu--o eu todo o tempo. Assim, na questão sabática,
estava envolvida a pergunta: Quem é o Salvador? É Cristo, pela fé e poder de Deus
somente? Ou são os líderes eclesiásticos que a si mesmo se designaram, pelo
poder e força do governo terreno?
Eles
tentaram mais um esquema, contudo, antes de prosseguirem no rumo da violência
declarada. Prepararam uma armadilha a fim de levá-Lo a proferir alguma palavra
ou dar algum sinal que pudessem distorcer em acusação de traição ou desrespeito
pela autoridade, para colocá-Lo nas garras do poder e autoridade romanas.
"Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como O
surpreenderiam em alguma palavra". E O observavam. "E enviaram-lhe
discípulos, juntamente com os herodianos", como espias, que desempenhariam
o papel de apenas homens comuns para captarem palavras ditas por Ele a fim de O
entregarem ao poder e autoridade do governador. Dirigiram-Lhe, então, aquela
pergunta insidiosa com respeito ao tributo, quando Ele respondeu: "Dai,
pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Não puderam apanhá-Lo
em palavra alguma diante do povo; e, admirados da Sua resposta,
calaram-se". Mateus 22:15-22; Lucas 20:20-30; Marcos 12:17. Isso foi na
terça-feira, antes da crucifixão. Então, exatamente no dia seguinte, "os
principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no palácio do sumo
sacerdote, chamado Caifás; e deliberaram prender Jesus à traição e matá-Lo. Mas
diziam: Não durante a festa para que não haja tumulto entre o povo". Então
naquele mesmo dia (quarta-feira) Judas "foi se entender com os principais
sacerdotes e os capitães de como lhes entregaria a Jesus. Deram-lhe as trinta
moedas de prata, "Judas concordou e buscava uma boa ocasião de Lho
entregar sem tumulto". E na noite do dia seguinte eles O prenderam no
Getsêmani, após a meia-noite, e O conduziram a Anás, e depois a Caifás, em
seguida a Pilatos, e depois a Herodes; e de volta a Pilatos.
Por
duas vezes Pilatos tentou fazê-los julgarem-No por si próprios; mas eles
respondiam que não lhes era lícito pôr um homem à morte. "Temos uma lei, e
por nossa lei Ele deve morrer". E quando Pilatos insistiu, pela sexta vez,
que não achava n’Ele culpa, e falou três vezes de soltá-Lo, e realmente buscou
um meio de soltá-Lo, então, em seu desespero, eles clamaram: "Se soltas a
este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César".
Pilatos então tomou o assento de
juiz, e eles exigiram que Jesus fosse crucificado. Pilatos disse: "Hei de
crucificar o vosso rei?" E em completa renúncia de Deu e de tudo quanto
Ele havia feito por eles, responderam: "Não temos rei, senão César!"
Daí, portanto, O entregaram para que O crucificassem.
Desse
modo, cumpriram eles o seu propósito: perseguiram a Jesus até a morte por
observância sabática--chamando àquilo quebrantamento do sábado todo o tempo.
Desse modo, destruíram o Filho de Deus, o Salvador do mundo, e praticaram tudo
quanto estava sob o poder deles para eliminar do mundo as idéias de Deus quanto
ao sábado, a fim de que prevalecessem as idéias dos homens.
Eliminaram
do mundo o Filho de Deus e Sua salvação, e o Seu sinal dessa salvação, para que
pudessem apresentar-se a si próprios como os salvadores de si mesmos. Mas como
realizaram isso? Quando Pilatos estava determinado a soltá-Lo e buscava um meio
de libertá-Lo, e perceberam que Ele estava para escapar de suas mãos, criaram
uma acusação de alta traição contra Ele, envolvendo tanto Pilatos quanto Jesus;
Pilatos, se O deixasse ir, e Jesus, se Pilatos assumisse o julgamento do caso.
Agora,
quem quer que se apresentasse como rei, ou fizesse quaisquer pretensões nesse
sentido, no Império Romano, fosse por um sinal ou palavra, era culpado de alta
traição naquela época; pois Tibério reinava. Que um judeu fizesse tal coisa
seria ainda pior, e para um judeu galileu de maior gravidade ainda. Os juDeus
eram os mais agitados dentre os povos sob o tacão de Roma, e os galileus os
mais turbulentos dentre os judeus. E quando disseram a Pilatos --"Se
soltas a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra
César" -- eles simplesmente diziam-lhe, em outras palavras: "Aqui
está um judeu, e ainda por cima um judeu galileu, que se apresenta como rei dos
judeus. Nós, os juDeus, o temos apresentado perante o teu tribunal. Agora, se
recusares assumir esse caso, permitindo assim que esse indivíduo com pretensão
de ser rei dos judeus te escape, e nos escape, quando informarmos a Tibério em
Roma que um judeu galileu apresentou-se como rei e nós o rejeitamos, e o apresentamos
perante o tribunal de Roma, mas tu sancionaste a sua reivindicação e o deixaste
ir, e recusaste dar-nos ouvidos,--sabes o que te sucederá. Sabes que será a tua
ruína". Esse era o sentido do argumento deles, e ele sabia e eles sabiam,
que tal relatório a Tibério representaria somente morte para ele, por sancionar
a regência de um judeu. E, portanto, sob esta ameaça fizeram com que Pilatos
executasse aquilo que de sua própria iniciativa não estava determinado a fazer.
E
quando proclamaram -- "Não temos rei, senão César!"--e assim iriam levar a Roma, juntamente com o seu
relatório, este de que tinham unanimemente proclamado a si próprios leais a
César, e o próprio Pilatos havia se volvido um traidor de César, e combatido os
desejos deles, -- podem ver que peso imenso isso daria a uma tal acusação nas
ameaçadoras representações deles junto a Tibério. Assim, finalmente cumpriram o
seu propósito perseguidor contra Jesus por observar o sábado de um modo que não
se ajustava ao pensamento deles.
Mas
este não é o fim da história. Eles agiram daquela forma para salvarem a nação
dos romanos. Julgavam que se O deixassem livre, todos os homens creriam Nele, e
os romanos viriam e tirariam tanto o lugar deles como a nação. Eles não O deixaram livre, e os romanos
vieram e tomaram tanto o lugar como a nação deles para sempre. Os seus esforços
para salvar a nação na verdade a destruíram. Os esforços próprios visando à
salvação sempre destruirão quem os faz.
Mas,
prossigamos nisto em seu intento e propósito diretos. Os esforços deles para
salvar a nação, não somente acarretou a destruição nacional; mas aquilo que
fizeram aquela noite estabeleceu a sorte de destruição daquela nação para
sempre. Não havia mais salvação para aquela nação, como tal, após aquela noite
do que havia para Sodoma quando Ló dela retirou-se. Seria somente uma questão
de tempo até que viesse a destruição. E em vista dessa destruição, Jesus enviou
os Seus discípulos com o evangelho eterno desse mesmo Salvador a quem eles
tinham crucificado; para chamar a todos na nação, como indivíduos, a crerem Nele, não somente para a salvação do eu,
mas para a salvação da destruição que certamente adviria. Todo crente em Jesus
escapou da destruição que haveria de vir. Aqueles que não creram n’Ele não
escaparam.
Daquele
tempo em diante eles careciam de Jesus Cristo para a sua salvação nesta vida,
bem como para a outra vida. Eram exatamente tão dependentes de Jesus para
salvá-los da ruína que lhes sobreviria, como Dele dependiam para salvá-los de
seus próprios pecados pessoais. E Ele lhes deu um sinal pelo qual deveriam
saber quando fugir para salvar a vida e escapar da ruína que se avizinhava:
"Quando,
porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua
devastação. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes; os que se
encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos não
entrem nela. . . . Os que estiverem sobre o eirado não desçam a tirar de casa
alguma coisa. . . Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no
sábado". Lucas 21:20-22; Mateus 24:16-20.
Assim,
a sorte da nação foi fixada naquela noite. E tudo quando o próprio Senhor pôde
fazer por eles posteriormente foi enviar a Sua mensagem salvadora para a nação
inteira, para todo o povo, dizendo-lhes para crerem em Jesus e seriam salvos
para fora da nação, e da ruína que deveria sobrevir a toda a nação que não cresse.
Já
fizemos menção a um paralelo dessa linha de ação em nossos dias. Atentemos a
isso em maior profundidade agora. Tem existido nesta nação por quase cinqüenta
anos agora [150 anos em 1995] um povo, os adventistas do sétimo dia, dando uma
mensagem especial em que as idéias de Deus sobre o sábado são destacadamente
advogadas, cridas e observadas. Os fariseus e doutores da lei viram isto quando
ela começou, e têm-na observado desde então; e têm dito: "Oh, isso não
levará a nada; isso é apenas um pequeno movimento; sua pregação cria uma certa
agitação por pouco tempo, mas tão logo saem, a coisa toda desaparece, e termina
em nada". Disseram isso no princípio, e por todo o tempo; mas firmemente
têm visto que as coisas não se passam desse modo. Firmemente têm visto as
idéias de Deus quanto ao sábado encontrando lugar entre o povo, em proporção
cada vez maior, e tornando-se mais difundidas. Conquanto a palavra possa ser
proferida em fraqueza, houve isso com respeito às palavras que foram proferidas
e que fizeram com que perdurassem junto ao povo, e permanecessem no coração de
uma pessoa por vinte anos ou mais, e finalmente a levasse a Deus. Viram-na
realizando isso. E então viram que teriam que tomar medidas mais drásticas
caso quisessem manter as idéias do homem sobre o sábado em lugar das idéias de Deus
a respeito. E o fizeram. Estabeleceram leis dominicais estaduais em maior ou
menor extensão em diferentes ocasiões, e em diferentes lugares; mas isso não
deteve a divulgação do sábado do Senhor. Sua promoção prosseguiu. Disseram
então: "Se deixarmos isso quieto e deixarmos o povo assim, esta se tornará
um nação inteira de quebrantadores do sábado. Eles vão a uma comunidade e
pregam, e conseguem somente uns poucos, quando muito, e provavelmente nenhum
sequer para observarem o sábado; mas eles interferem na observância dominical
das pessoas e, desse modo, estão simplesmente tornando a nação uma nação de
violadores do dia de repouso; e isso precisa ser detido, ou a nação perecerá
por violação do dia de repouso; os juízos de Deus virão sobre a terra e nos
destruirá a todos".
Portanto,
foram compelidos a ter o poder da nação a seu serviço para pisotear e eliminar
da existência, tanto quanto estava em seu poder, a idéia de Deus do sábado para
exaltar a do homem. Ele o tentaram pouco a pouco, e mais e mais, sobre a
legislatura nacional e o poder nacional; mas grandes números de legisladores
nacionais, a exemplo de Pilatos do passado, disseram primeiramente: "Não
vemos falta nisso; nada temos a ver com isso; resolvam a questão por si mesmos;
trata-se de uma controvérsia de vocês; é uma questão religiosa; e se aparecer
por aqui nós votaremos contra ela, todos nós". Grande número deles
disseram isso. Então aqueles fariseus e doutores da lei disseram aos
representantes governamentais. "Se não fizerem o que lhes pedimos, se não
votarem por essa lei dominical, estabelecendo o domingo aqui como o dia de
repouso da nação, jamais votaremos novamente em algum de vocês enquanto
vivermos, para nenhum posto debaixo do sol".(1)
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(1)
Eis um exemplo dessas ameaças. Estava ligada a "abaixo assinados"
remetidos pelas igrejas presbiterianas em Nova Iorque. Assim reza:
Resolvido, que nós,
nesta, comprometemo-nos a nós próprios e com cada um dos demais, que a partir desta
época recusaremos votar para qualquer posto ou cargo de confiança em qualquer
membro do Congresso, seja senador ou deputado,
que vote por qualquer ajuda adicional a qualquer tipo de Feira Mundial,
exceto sob as condições enumeradas nestas resoluções".--Congressional Record, 25 de maio de
1892, p. 5144.
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Então,
também, à semelhança de Pilatos, esses legisladores se submeteram e disseram:
"Nós o faremos--nós o faremos". Sentaram-se em seus assentos
oficiais e assumiram a jurisdição do caso, sob as ameaças desses fariseus e
doutores da lei. E ao fazerem isso, esses fariseus e doutores da lei volveram
costas a Deus tão certamente, e uniram-se a César -- ao poder terreno -- quanto
o fizeram os fariseus e sacerdotes e doutores da lei do passado.
O
evangelho é o poder de Deus para a salvação; o poder de Deus pertence a todo
professor do evangelho, e quem tem o poder de Deus não pode possivelmente ter
qualquer outro. Nenhum poder pode ser adicionado ao poder de Deus.
Então
quem quer que professe o evangelho, e apele a qualquer outro poder, nega o poder de Deus; e quando nega o
poder de Deus e deposita sua confiança no poder do homem, seja o homem como
indivíduo ou o homem reunido em governos, coloca sua confiança no poder humano,
em vez de ser no poder de Deus. E quando essas pessoas remetem suas petições e
orações ao congresso em vez de fazê-lo a Deus, volvem costas ao Senhor, ao
poder que acompanha o evangelho, e volvem atenção ao homem em busca de auxílio,
para levar avante esta obra em que estão empenhados.
E
assim induziram o Congresso -- sim, o governo inteiro dos Estados Unidos -- a
assumir a jurisdição do caso. Tomaram o quarto mandamento como registrado na
Palavra de Deus, e o puseram no registro oficial dos procedimentos
governamentais, e então o alteraram deliberadamente. De modo bem definido e
proposital puseram o sábado do Senhor, o sétimo dia, fora do governo de Deus, e
no seu lugar instituíram o sábado falso do papado. Declararam que as palavras dia de sábado podem significar
"sábado ou domingo; pode ser um dia ou outro, e declaramos que é e será o
primeiro dia da semana, comumente chamado domingo", e que é esse o sentido
do quarto mandamento.
Assim,
sob essas ameaças, os fariseus e doutores da lei de hoje conseguiram que a
autoridade do governo para realizar exatamente o que praticou no
passado,--valeram-se do poder governamental para pisar a pés o sábado do Senhor,
e na medida em que está sob o poder deles, para esmagá-lo e tirá-lo de
circulação, colocando as idéias do homem quanto ao sábado em seu lugar. Tal
coisa é feita. Todos sobre a Terra sabem que isso está no passado. E hoje
chegamos ao ponto segundo o registro feito por Jesus em Sua fidelidade quanto à
observância sabática.
Esta
nação situa-se agora onde a nação se situava quando rejeitou a Jesus Cristo
devido a Suas idéias a respeito da observância sabática. Naquela época eles o
faziam para manter suas próprias ideias do sábado contra a opinião do Senhor, e
o fizeram para salvar a nação. Estes aqui o fizeram pelo mesmo propósito. Três
senadores dos Estados Unidos, cada um em seu lugar, declararam bem
definidamente que isso deve ser feito para
a salvação da nação. Dois deles tinham mais a fazer do que quaisquer outros
para levar a efeito, e o terceiro não muito menos, -- senadores Hawley, de
Connecticut, Colquitt, da Georgia, e Frye, do Maine, cada um dos três colocando
a salvação da nação e o propósito de estabelecer o domingo como dia de repouso
sob essas ameaças.(2)
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(2)
O Senador Hawley declarou:
"Neste
exato dia e hora não irei, pela riqueza de dez exposições, ter sobre meus
ombros a responsabilidade de ter decidido a questão erradamente sobre o que
pode ser um ponto estratégico na história dos Estados Unidos. Abram-se a
Exposição no domingo e os portões estarão escancarados. Peço-vos que
considereis aquilo que é de incomensurável importância na salvação de uma nação, o grande, profundo sentimento de obrigação
religiosa" .-- Congressional Report,
12 de julho de 1892, pp. 6699-6700.
O
Senador Conquitt declarou:
"Sem
legislação referente às grandes disputas que estão em processo neste país, sem
a interferência de baionetas, sem convocar as milícias, sem a reunião das
forças armadas, se há um paliativo, se há uma prevenção, se há um impedimento,
se há um remédio que irá curar todos esses elementos discordantes de luta e
derramamento de sangue, é a observância
do dia do dia de repouso [refere-se ao domingo] e a observância das
restrições de nosso lar adicionalmente". Ibid., 13 de julho de 1892, p. 6755.
O
Senador Frye disse:
"Creio
que a salvação deste país depende da
proximidade com que se aplica à observância do dia de repouso [ele fala aqui do
domingo] dos dias primitivos. Temos estado nos desviando dele de tempos em
tempos, afastando-nos dele. Quanto mais cedo voltarmos a ele, melhor será para
esta República".--Ibid., 12 de
julho de 1892, p. 6703.
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Então, tal como a mesma coisa tem sido feita aqui e agora pelos
partidos semelhantes, para o mesmo propósito, e pelos
mesmos meios, estamos a essas alturas no relato. E o que acontece em seguida?
Será o resto da conta paga? Com certeza será; mas estava tudo escrito para nós.
Situamo-nos agora no ponto em que a nação se apresentou quando Pilatos se
submeteu e assumiu a jurisdição. E quando chegaram àquele ponto, o destino da
nação estava selado. Tal como aquilo que fizeram naquele tempo fixou
inalteravelmente a sorte da nação rumo à destruição, e como a destruição
certamente seguiu-se, também a destruição desta nação se seguirá em consequência
daquilo que foi feito, tão certamente quanto a destruição daquela nação
seguiu-se àquilo que realizaram naquele tempo aquela noite.
Quando
aquilo se passou naquela noite, e a sorte da nação foi fixada, aquele juízo não
desabou de imediato. Não; Jesus disse a Seus discípulos que deviam dar
testemunho Dele em Jerusalém, na Judéia, e depois em Samaria, e até os confins
da Terra. Em Jerusalém e na Judéia primeiro, porque a ruína ali pairava; depois
a todo o mundo. Mas para Jerusalém e Judéia em primeiro lugar, a fim de salvar
por esse evangelho aqueles que se salvariam da ruína que certamente desabaria.
E esta nação se posta agora onde aquela se postou então. A ruína está
determinada; isso está fixado; é somente uma questão de tempo quanto à ocasião
em que se dará.
Mas
eis que Jesus tem um povo hoje que está mantendo o Seu sábado, e a idéia de Deus
quanto ao sábado tal como a revela para o mundo. A esse povo Ele diz pela voz
do anjo:
"Ide
por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura tendo o evangelho eterno
para pregar a toda nação e tribo e língua e povo". Marcos 16:15;
Apocalipse 14:6,7.
Tal
fato interessa a toda nação, e tribo, e língua, e povo, porque a influência
desta nação é mundial, e aquilo que esta nação tem realizado nesta terra,
levará todas as outras nações pela mesma iníqua maneira, e a ruína que desaba
nesta, envolve todas as demais.
Bem,
então a mensagem agora é "Ide", tão certa quanto o foi então, "a
todo o mundo", porque está condenado. Ide, portando o evangelho eterno
para salvar quantos serão salvos da ruína que está estabelecida por isso que
foi feito.
Mas
antes que esses discípulos fossem, Jesus lhes disse:
"Permanecei,
pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder". "Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, e em Samaria, e até aos
confins da Terra". Lucas 24:49; Atos 1:8.
Eles não foram até o Pentecoste ter-lhes
repleto com poder. Estamos na presença do segundo Pentecoste. Devemos ser
repletos com poder. Buscarão esse poder? Não podem ser fiéis ao sábado do Senhor
como Jesus Cristo foi, sem Sua presença viva que esse Espirito Santo traz.
"Que em vós esteja a mente que
estava em Cristo Jesus". Agora o chamado é: Ide a toda a Terra e
pregai este evangelho a toda criatura, para que possam ser salvos deste mundo
os que escaparão da ruína que certamente desabará, e isso bem depressa, também.
Nós e esta nação estamos agora postados onde eles estavam naquela noite quando
rejeitaram a Jesus Cristo, e quando a sorte daquela nação foi fixada.
Postamo-nos agora onde eles então se postaram, e é somente uma questão de tempo
sobre quando aquela ruína certamente se precipitará.
Sendo
o sábado do Senhor -- o sétimo dia -- o próprio sinal da salvação em Jesus
Cristo, sendo o sinal de que Cristo é para os homens, então, ao rejeitarem o
sábado do Senhor estão rejeitando a Cristo.(3) Tal como os fariseus no passado,
ao rejeitarem a Cristo rejeitaram o sábado do Senhor, estes atuais, rejeitando
ao sábado do Senhor, estão rejeitando a Cristo. Pois o sábado do Senhor
significa Jesus Cristo, e Cristo significa o sábado do Senhor. àqueles no
passado, Ele disse: "A pedra que os edificadores rejeitaram, a mesma se
tornou pedra de esquina". "Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os
construtores, a qual se tornou a pedra angular". Mateus 22:42; Atos 4:11.
E aos do tempo presente Ele declara a mesma coisa. Tendo sido sua salvação
envolvida nisso que rejeitaram no passado, também a salvação desses agora está
envolvida nisso que eles rejeitaram naquela ocasião. É verdade que os príncipes deste mundo então
não sabiam o que estavam fazendo, pois se tivessem sabido, "não teriam
crucificado o Senhor da glória". Mas
eles o fizeram. Nem sabem estes o que estão fazendo. Mas também o fizeram.
Eles,
lá no passado, não sabiam o que estavam fazendo quando condenaram e rejeitaram
a Jesus em razão do sábado. Estes que têm praticado este grande mal em nossos
dias não sabem o que fizeram, e o que estão fazendo -- não sabem que ao
condenarem e rejeitarem o sábado, estão também condenando e rejeitando ao Senhor
Jesus Cristo. Não sabem que nisto que fizeram lançam a sorte desta nação. No
passado não se aperceberam disso, tampouco. Mas não o fizeram naquela ocasião? --
Certamente. Não poderiam tê-lo feito mais certamente se houvessem conhecido
tudo a respeito desde o princípio. Estes agora não sabem o que fizeram; mas o
fizeram; e não poderiam tê-lo feito mais certamente se o tivessem intencional e
sabidamente praticado, e seguiram adiante para praticá-lo desde o começo.
Esse
relato inteiro foi escrito para advertência e instrução de homens nas épocas
que se seguem. E a nenhuma outra era ou tempo poderia possivelmente ser mais
aplicável, ou mais pertinente, do que exatamente para estes dias e esta época
nos Estados Unidos. O paralelo está completo: Aqui os fariseus, os escribas, e
os doutores da lei rejeitaram a idéia de Deus quanto ao sábado e estabeleceram
a do homem.(4) A idéia de Deus sobre este assunto é claramente definida: "O sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus". A idéia do homem é, e está declarada: "O domingo é e será
o dia de repouso", e isto claramente em
lugar do sábado do Senhor, como o Senhor mesmo estabeleceu a questão.
Hoje
também as seitas mais separadas em profissão, o protestantismo e os católicos,
uniram-se tal como fizeram os fariseus e herodianos a fim de obterem o controle
do poder governamental para tornarem efetivos os seus propósito de rebaixar a
idéia divina do sábado e exaltar uma do homem--mesmo a do "homem do
pecado". Estes, também, hoje, como os do passado, realizam o seu propósito
sobre as autoridades governamentais mediante ameaças de ruína política, como
também os do passado fizeram sobre Pilatos.(5) E hoje, em muitas partes da terra,
esses fariseus estão perseguindo os que mantêm a idéia do Senhor quanto ao
sábado, tal como expressa em Suas próprias palavras, exatamente como aqueles
fariseus no passado perseguiam a Jesus por fazer a mesma coisa. Hoje esses
fariseus estão observando, espiando, aqueles que são leais à idéia de Deus
sobre o sábado, tal como os que no passado observavam a Jesus e O espiavam pela
mesma razão. Hoje, esses fariseus estão fazendo tudo isso para levarem os
adventistas do sétimo dia a se comprometerem ou renunciarem à idéia divina
quanto ao sábado e adotarem a idéia humana, que não passa da idéia do homem do
pecado, como fizeram os fariseus no passado a fim de levarem Jesus a fazer a
mesma coisa.
E
tendo agora prevalecido sobre o poder governamental do seu lado e sob o seu
controle, eles o empregarão, como fizeram os fariseus do passado, para
perseguirem à morte todos quanto não renunciarem às idéias de Deus sobre o
sábado e adotarem as do homem do pecado. Apocalipse 13:15.
Estamos
por demais felizes em saber, e ter esses fariseus descobrindo, que há algumas
pessoas hoje muito semelhantes a Jesus, que quando estão sob perseguição para
se obter deles a renuncia ao sábado do Senhor a fim de adotarem a do homem,
eles não o fazem. Estamos contentes em saber que existem hoje algumas pessoas
que se assemelham tanto a Jesus que quando estão se conformando estritamente
com a idéia de Deus sobre o sábado, e são, portanto, fiéis observadoras do
sábado, são mesmo assim perseguidas e aprisionadas como violadores do dia de
repouso. E estamos especialmente felizes em saber que essas pessoas se
assemelham tanto a Jesus que quando os fariseus de hoje se põem a espiá-las e
observá-las secretamente, como fizeram outros ao redor de Jesus, vêem somente
aquilo de que estão em busca, tal como se dava com os fariseus que espiavam a Jesus.
E
esperamos sinceramente que essas pessoas sejam ainda semelhantes a Jesus ao
ponto de sofrerem perseguição e morte como Ele fez, em lugar de comprometer-se
e submeter-se que seja por um fio de cabelo a sua aliança à idéia divina do
sábado, ou adotarem a idéia humana do sábado em paralelo às do Senhor. Está escrito a respeito dos valdenses
observadores do sábado, que "muitos do verdadeiro povo de Deus tornaram-se
tão desorientados que, conquanto observassem o sábado, abstinham-se também de
trabalhar no domingo". -- O Grande
Conflito, Vol. IV, p. 65. Deus nos livre que qualquer um que pertence ao
verdadeiro povo de Deus em nossos dias se faça tão desorientado sobre isso!
Muito melhor é ser semelhante a Jesus e morrer pela aliança à verdade de Deus,
do que viver por compromissos com as mentiras e abominações dos fariseus e
herodianos, respaldados pelo poder governamental.
"Por
isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai
atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é
fiel àquele que O constituiu".
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