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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 20 - F T Wright


Os Sete Anjos


Capítulo 20

 


A Sua Súplica


De acordo com Apocalipse 14:15, as únicas palavras ditas pelo movimento do quinto anjo são dirigidas a Cristo enquanto Ele viaja na grande nuvem branca em direcção a esta Terra: “... Lança a Tua foice, e sega; porque já é vinda a hora de segares, porque já a seara da terra está madura.” Apocalipse 14:15 (King James.)
Obviamente estas não são as únicas palavras que eles dizem. Eles passarão incontáveis horas devotadas à mais diligente súplica ao Senhor, durante cada sessão pronunciarão milhares de palavras. Quando, contudo, todas aquelas orações são apontadas para esse único ponto que será o vivo coração das suas petições e a expressão exacta da atitude e posição deles nessa altura, todas elas estão resumidas naquelas breves palavras: “Lança a Tua foice e sega, porque já é vinda a hora de segares, pois a seara da terra está madura.”
A consideração inicial destas palavras deixa-nos a impressão que há pouco significado nelas. Parecem ser apenas um simples pedido a Cristo para reunir a colheita de modo que todos eles possam ir para o lar, mas um cuidadoso estudo à luz dos relevantes factos e princípios, começa a revelar que há na verdade grande significado nestas palavras. Elas contêm uma expressa determinação da parte dos 144,000 que, apesar da persistente e terrível pressão que será exercida sobre eles para assim fazer, não trairão a causa de Deus como todos os outros movimentos no passado fizeram.
O ataque de Satanás ao carácter de Deus naturalmente incluía uma rejeição do Altíssimo no papel de Solucionador de problemas, Planeador e Transportador de aflições. Foi por Satanás ter rejeitado o Altíssimo nestes papéis e a colocação de si mesmo nestas posições que a rebelião se iniciou. Desde essa altura, ele tem trabalhado incessantemente para incitar os homens a substituir os procedimentos de Deus com os seus caminhos. Ele argumenta com demasiado sucesso que apenas os seus caminhos podem assegurar aos homens prosperidade e paz, embora, de facto, o resultado seja o oposto em cada caso. Apesar das claras advertências contidas na palavra de Deus e provadas no resultado real dos acontecimentos, mesmo os grandes movimentos que Deus tem chamado para O representar têm escolhido, um atrás de outro, seguir os caminhos de Satanás em preferência dos Seus. Tão certo quanto eles fizeram isto, assim chegaram ao desastre e o Senhor teve que chamar outro povo.
Na grande luta final dos séculos, todos estes pontos chegarão à sua final confrontação. Satanás terá estabelecido no mundo o mais ambicioso e extenso exercício em planeamento satânico e humano que a história jamais produziu. A ninguém será permitido opor-se ao poderoso movimento. Toda a ameaça será dirigida àquele que ousar resistir aos poderes existentes e somente os que conhecem realmente o seu Deus serão capazes de ficar firmes. Todo o mundo seguramente se maravilhará e seguirá após a besta.
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta.” Apocalipse 13:3.
Esta crise não se desenvolverá num momento. Ela levará tempo a amadurecer e está mesmo agora no processo de o fazer. Todo o crente em Jesus devia compreender o que está a ter lugar no cumprimento das profecias escritas há muito tempo.
Uma das mais claras representações do que irá acontecer é dada no comportamento de Acabe e Jezabel, o rei e a rainha do Israel apostatado.
A Bíblia especificamente cita Jezabel como o tipo de Babilónia que se levantou na Idade Média e que se levantará de novo na luta final com o Deus do Céu. Nas advertências dadas à igreja de Tiatira, a testemunha verdadeira fez específica referência a Jezabel e à sua operação entre eles nestas palavras:
“Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria.” Apocalipse 2:20.
Se esta ímpia rainha é um símbolo directo da igreja papal apostatada da Idade Média, continuará a ser o símbolo dessa mesma Babilónia quando ela assumir o poder universal no futuro próximo. Ela é a mulher de Apocalipse 17 que aparece vestida de púrpura e escarlate e está montada na besta cor de escarlata.
“E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.
“E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição;
“E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” Apocalipse 17:3-6.
Aqui o seu nome é chamado “a grande Babilónia,” mas isto não muda o facto que noutro lado seja chamada aquela mulher ímpia Jezabel. Quer no tempo de Acabe, ou no antítipo na Idade Média, ou outra vez no fim do tempo, ela é sempre a mesma. Os seus princípios e procedimentos nunca se alteraram, nem se alterarão, porque ela reivindica infalibilidade e insiste que nunca errou ou jamais errará. Para compreender como ela operará no futuro, apenas temos que estudar como ela operava no passado. Esse estudo começa com uma revisão da sua desobediência quando casou com Acabe e se tornou rainha de Israel. O seu verdadeiro carácter e método de trabalho em lado algum é melhor revelado do que no incidente da vinha de Nabote.
“E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria.
“Então Acabe falou a Nabote, dizendo: ‘Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha ao lado da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor: ou, se for do teu agrado, dar-te-ei o seu valor em dinheiro.’
“Porém Nabote disse a Acabe: ‘Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.’” 1Reis 21:1-3.
A resposta de Nabote soa a insolência, mas essa não era a sua atitude. Pelo contrário, ele estava simplesmente a recordar a Acabe que a lei divina proibia que se fizesse essa transacção. Os judeus não deviam vender a herança fora da tribo. Vede Números 36. Isto tinha pouca importância para o rei, porque ele não tinha respeito por Jeová e Seus justos mandamentos, mas isso preocupava Nabote que amava e respeitava os estatutos e juízos divinos.
Quando o rei verificou que era incapaz de adquirir o pedaço da terra cobiçada, ficou frustrado pelo seu problema ao ponto de sofrer uma grave depressão.
“Então Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jizreelita, lhe falara, quando disse: ‘Não te darei a herança de meus pais.’ E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão.” Versículo 4.
Quando a sua mulher, Jezabel, o descobriu naquele estado, rapidamente soube da causa da sua miséria e do mesmo modo tomou sobre si a resolução do problema.
“Então Jezabel, sua mulher lhe disse: ‘Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita.’
“Então escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote.” Versículos 7 e 8.
Em obediência às ordens dela, Nabote foi falsamente acusado e morto. Uma vez afastado este obstáculo, Acabe ficou livre para tomar posse da vinha.
No tipo, esta história descreve a operante relação que será mantida entre a igreja e o Estado nos últimos dias. Jezabel representa o lado religioso da aliança, ao passo que Acabe é o símbolo dos poderes civis. Jezabel era a “...filha de Etbaal, rei dos sidónios ...” 1Reis 16:31. O nome do seu pai indica especial dedicação ao serviço dos deuses falsos, assegurando que jezabel crescesse num ambiente totalmente hostil ao verdadeiro Deus. Tal como é facilmente visto no seu tratamento com o infeliz Nabote, ela foi dedicada a todos os princípios e procedimento babilónicos.
Jezabel levou a cabo a sua vontade usando o poder do rei. Com efeito ela disse, “usarei o teu poder e com ele resolverei os teus problemas.” Assim será uma vez mais no fim dos tempos. Os Estados Unidos, essa grande nação que foi construída com base no princípio da total separação da igreja do Estado será a principal a aceitar esta proposta.
O palco para este desenvolvimento já se está a preparar. Todos os dias, os problemas que perturbam as nações agravam-se cada vez mais. Elas não são capazes de compreender a fonte dos seus ais, embora esteja claramente explicado nas Escrituras e na história. A raiz destes problemas pode ser traçada no passado até à queda no Éden. Mas as causas mais imediatas são encontradas na grande rejeição do evangelho que teve lugar em 1844.
Antes de soar a mensagem do primeiro anjo, embora já tivessem mergulhado numa cada vez mais profunda apostasia, as igrejas da Reforma ainda ensinavam a obrigação que repousava sobre todo o professo filho de Deus de obedecer aos Seus mandamentos. Contudo, quando lhes foi oferecido o evangelho eterno, rejeitaram-no e desse modo colocaram-se a si mesmos onde era impossível ver e aceitarem as mensagens que se seguiram, como está escrito:
“Os que rejeitavam a primeira mensagem não podiam ser beneficiados pela segunda, nem o eram pelo clamor da meia-noite, que devia prepará-los para entrar com Jesus pela fé no lugar santíssimo do santuário celestial. E pela rejeição das duas primeiras mensagens, ficavam com o entendimento tão entenebrecido que não podiam ver qualquer luz na mensagem do terceiro anjo, que mostra o caminho para o lugar santíssimo.” Primeiros Escritos, 260, 261.
A sua incapacidade para ver a terceira mensagem angélica, significava que não podiam ver a luz contida na verdade do sábado, nem aceitá-la. Isto lançou-os num dilema. Professavam crer na Bíblia como única autoridade para os cristãos e tinham ensinado a obrigatoriedade dos reclamos da lei, contudo não podiam ver e aceitar a inteiramente escriturística e de acordo com a lei, verdade do sábado. O que tornou este problema grave foi a actividade dos adventistas, que, com verdadeiro zelo evangélico, estavam a chamá-los ao reconhecimento e observância do sétimo dia. Como se tornou impossível fazer isto, a única alternativa era rejeitar tanto a lei como o sábado e foi isto que em seguida fizeram.
“E, ao insistir-se com o povo acerca das reivindicações do quarto mandamento, verifica-se que a observância do sábado do sétimo dia é ordenada; e, como único meio de livrar-se de um dever que não estão dispostos a cumprir, declaram muitos ensinadores populares que a lei de Deus não mais está em vigor. Repelem, assim, a lei e o sábado juntamente. À medida que se estende a obra da reforma do sábado, esta rejeição da lei divina para evitar as reivindicações do quarto mandamento se tornará quase universal.” O Grande Conflito, 587.
Esta foi de todas a pior solução que podiam adoptar. Deviam ter sido honestos e simplesmente deixar completamente a religião, em vez de rejeitarem a mensagem que o Senhor tinha enviado enquanto ainda afirmavam serem Seus filhos. Tivessem eles sido capazes de ver qual viria a ser o fruto das suas acções, talvez não tivessem escolhido a solução que escolheram, porque deram início a uma corrente de males que foram incapazes de controlar.
“Os ensinos dos dirigentes religiosos abriram a porta à incredulidade, ao espiritismo e ao desdém para com a santa lei de Deus; e sobre esses dirigentes repousa a terrível responsabilidade pela iniqüidade que existe no mundo cristão.” O Grande Conflito, 587.
Os devotos dirigentes da igreja de hoje são as últimas pessoas de quem se suspeitaria de serem a causa da tão rápida ampla disseminação da iniquidade no mundo, mas o facto é que eles são os próprios sobre quem a culpa deve cair. É impossível aos homens ensinarem que a lei de Deus já não vigora e ao mesmo tempo não serem instigadores do mal. Tão seguramente como a colheita de plantas nocivas se segue à sementeira das suas sementes, assim a desobediência moral e civil se sucederá aos ensinos expostos por estes modernos guias espirituais.
Não é segredo que o crime, terrorismo, extorsão, imoralidade, vício e violência estão a aumentar. Os criminosos estão a tornar-se cada vez mais audazes e mais cruéis com cada vez menos a serem presos e levados perante a justiça. Mesmo então, parte deles são postos em liberdade sem condenação. Rompem guerras em várias partes do mundo e as economias nacionais estão ameaçadas pelo colapso.
Naturalmente, a sociedade deseja ser liberta dessas pragas. Os povos querem uma solução para estes problemas, desde que não seja o caminho de Deus a fazê-lo. É uma questão simples hoje começar uma conversa com um estranho quanto à incerteza do futuro. Pode confiar-se nele na expressão do desejo que toda a confusão será esclarecida, mas se começardes a descrever o caminho de Deus para alcançar isto, o interesse normalmente desaparece e a conversa é terminada.
Uma vez que o homem embarque na sua própria solução de problemas em vez de deixar esta obra para o Senhor, apenas piorará as coisas para si mesmo se usar os mesmos procedimentos num esforço para solucionar os problemas que os seus próprios esforços causaram. Ele não entende o ponto de vista que, se tanto dos seus esforços para solucionar os problemas causaram tantos problemas, então mais da mesma coisa apenas causará mais dificuldades.
Por isso, as más soluções dos dirigentes religiosos com vista a solucionar a questão do sábado e que trouxeram sobre eles inumeráveis problemas, será seguido de medidas ainda piores. A obrigatoriedade da observância do domingo é exigida na base de “... que a corrupção que rapidamente se alastra é atribuível em grande parte à profanação do descanso dominical, e que a imposição da observância do domingo melhoraria grandemente a moral da sociedade.” O Grande Conflito, 587.
Esta é uma rejeição adicional do sábado e dos princípios nele contidos; um passo que apenas se pode seguir a um piorar dos males que assolam a Terra. Crime, terrorismo, iniquidade e imoralidade continuarão a aumentar. Mas estes não são os únicos efeitos destes movimentos. Eles claramente mostram o caminho de regresso a Roma e à sua subsequente exaltação ao domínio mundial, e, pela retirada da presença do Espírito Santo da Terra, abriram a porta para a entrada do espiritismo.
“Mediante os dois grandes erros — a imortalidade da alma e a santidade do domingo — Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência.” O Grande Conflito, 588.
Nem este é o limite das assolações. À medida que estes movimentos levam o mundo para cada vez mais longe de Deus, Satanás ganha um crescente domínio do tremendo poder dos elementos naturais. Isto dá-lhe a oportunidade para operar como um destruidor embora professe trabalhar como amigo da humanidade.
“Por meio do espiritismo Satanás aparece como benfeitor da humanidade, curando as doenças do povo e pretendendo apresentar um novo e mais elevado sistema de fé religiosa; ao mesmo tempo, porém, ele opera como destruidor. Suas tentações estão levando multidões à ruína. A intemperança destrona a razão; seguem-se a satisfação sensual, a contenda e a matança. Satanás deleita-se na guerra; pois esta excita as mais vis paixões da alma, arrastando então para a eternidade as suas vítimas engolfadas no vício e sangue. É seu objetivo incitar as nações à guerra umas contra as outras; pois pode assim desviar o espírito do povo da obra de preparo para estar em pé no dia de Deus.” O Grande Conflito, 589.
Quando Satanás teve permissão para afligir o patriarca Jó, demonstrou o maravilhoso conhecimento que tinha da operação das forças da natureza e mostrou a sua capacidade para manipular estes poderes em seu favor. À medida que o Espírito é retirado da Terra, Satanás aproveita a sua oportunidade para transformar o poderes da natureza em furiosos mensageiros de destruição. Tende a certeza que é ele e não o nosso terno Pai celestial, que está a desolar a Terra hoje. Estas devastações irão de mal a pior antes de tornarem no pior de tudo.
“Ao mesmo tempo em que aparece aos filhos dos homens como grande médico que pode curar todas as enfermidades, trará moléstias e desgraças até que cidades populosas se reduzam à ruína e desolação. Mesmo agora está ele em atividade. Nos acidentes e calamidades no mar e em terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas, Satanás está exercendo o seu poder. Destrói a seara que está a amadurar, e seguem-se fome, angústia. Comunica ao ar infecção mortal, e milhares perecem pela pestilência. Estas visitações devem tornar-se mais e mais freqüentes e desastrosas. A destruição será tanto sobre o homem como sobre os animais. ‘A Terra pranteia e se murcha’, ‘enfraquecem os mais altos dos povos. ... Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna.’ Isa. 24:4 e 5.” O Grande Conflito, 589, 590.
Satanás tem prazer na compreensão de que tudo isto é apenas o começo das aflições, pois sabe que quanto mais os homens se enredarem nos seus sofrimentos e dificuldades, mais prontos estão para serem manobrados pelo controlo dele. A prosperidade do mundo está directamente relacionada com a sua produção agrícola. Quando as convulsões generalizadas da natureza descritas no parágrafo anterior chegarem a proporções realmente graves, haverá desesperada escassez de alimento e outras comodidades. Os preços inflacionarão a níveis inacreditáveis; milhões estarão desempregados; sindicatos lutarão por melhores salários; e haverá insurreições, violência, pilhagens e terrorismo tal jamais visto ou se acreditasse ser possível. O crime aumentará grandemente à medida que as pessoas ficam desesperadas por causa de alimento e vestes. Será uma situação de tal magnitude que as autoridades civis reconhecerão que as coisas estão totalmente fora de controlo e verão com aterradora apreensão as perspectivas do futuro — isto é, se puderem acreditar que ele existirá.
Entretanto, o povo de cada nação tornou-se cada vez menos confiante nos seus dirigentes políticos. Estes homens são eleitos para as suas posições no poder com o intuito de resolverem os problemas que afligem os seus países. Conseguem os votos do povo prometendo-lhes coisas maravilhosas, mas vez após vez está demonstrado que eles não têm capacidade para realizarem o que dizem que farão. Quando um partido falha, os votantes tentam outro, encontrando unicamente o mesmo resultado desapontador. Para tornar as coisas ainda piores, os partidos não mais evitam lutar entre si, mas passam tempo em guerra dentro das suas próprias fileiras. Isto destrói ainda mais a confiança na sua sinceridade e sua capacidade para fazerem o que é necessário para trazer um regresso da estabilidade e prosperidade.
O povo será assim preparado para olhar numa nova direcção em busca de um solucionador de problemas eficaz. Na sua crescente ansiedade e desespero, aceitarão a oferta que lhes é feita e Satanás, sabendo isto, oferece-se a si próprio na pessoa de um guia que aparentemente dará aos habitantes do mundo a perfeita solução eficaz para os seus sofrimentos. Será ele o homem que está à cabeça das igrejas de todas as nações da Terra unidas.
A fim de convencer realmente como candidato a esta posição, o guia religioso do mundo tem que ter uma igreja livre de escândalos e divisão. Árduos esforços já estão a ser feitos para levar as igrejas à completa união e considerável sucesso tem sido alcançado. Há ainda dissidentes, mas à medida que o tempo passa, eles diminuirão em número até “haver um laço de união universal, uma grande harmonia, uma confederação das forças de Satanás.” The S.D.A. Bible Commentary 7:983.
A igreja será capaz de se aproximar das autoridades civis com o argumento que resolveu os seus problemas, como é evidente pelo estado unido e provará desse modo que serão capazes de encontrar resposta para as dificuldades que ameaçam destruir a sociedade humana. Os governos terrestres terão provado com certeza que não o podem fazer, e, à semelhança de Acabe, estarão doentes por causa da frustração e da preocupação. Com efeito, a igreja dirá então aos legisladores, “dai-nos o vosso poder e nós solucionaremos os vossos problemas.”
Exactamente como Jezabel tomou o poder do rei e executou a vontade dela em nome dele, assim as igrejas farão o mesmo na luta final. Este será o mais ambicioso e “prometedor” exercício do planeamento e solução de problemas que a história jamais testemunhou e virá no fim do tempo quando os povos de todo o globo estiverem ansiosos por alívio das suas misérias. As multidões saudarão isto como a segura introdução do tão longamente esperado milénio de paz e prosperidade. O clamor de paz e segurança soará e a ninguém será permitido colocar-se no caminho do poderoso movimento. Todo o que o fizer, será visto como uma ameaça à sobrevivência da sociedade humana. Será tomada a posição que é melhor que uns poucos morram do que pereça toda a humanidade.
O verdadeiro povo de Deus que foi educado nos princípios do repouso do sábado, será rápido a discernir este erro fatal que o mundo está a cometer. Verão que a única consequência possível da acção recomendada e implementada pelas igrejas, será piorar a já desesperada situação que resultará na exterminação da raça e a total desolação da Terra.
Será nesta hora de suprema crise que o tremendo poder do Espírito Santo será derramado na chuva serôdia. O povo de Deus assim equipado, descrevendo as repetidas lições da Escritura, será capaz de convincentemente demonstrar que todas as vezes que os homens tentaram remediar os seus problemas com soluções humanas, apenas terão sucesso em tornar uma situação má noutra ainda pior. Lembrarão o esforço original da parte de Lúcifer para resolver os seus próprios problemas e as terríveis consequências desse horrendo erro. Mostrarão como o pecado se estabeleceu no Éden através dos mesmos procedimentos. Apontarão para os esforços de Abrão e Sarai para realizar a promessa de Deus através das suas próprias invenções; os sucessos de Deus como Planeador e Solucionador de problemas no êxodo do Egipto; o triste retrocesso em Cades Barneia; a vitória de Josué em Jericó, e o insucesso em Ai; a tragédia do povo judeu que estavam determinados em aceitar o Messias apenas na condição que eles retivessem a tarefa de planeadores, ao passo que Ele, pela aplicação do Seu poder aos planos deles, os fizesse operar com sucesso; o estabelecimento na primitiva igreja cristã do mistério da iniquidade através da rendição de Paulo à pressão imposta sobre ele pelos dirigentes da igreja em Jerusalém; e muito mais.
Estes argumentos serão tão poderosos que ninguém na Terra será capaz de opor-se. Eles patentearão a verdadeira estrutura das grandes propostas avançadas por Babilónia a Grande. Demonstrarão como este último e mais ambicioso de todos os esquemas humanos para solucionar problemas trará em vez disso o pior tempo de tribulação possível. Mostrarão que estas medidas não resultarão na libertação de todos os sofrimentos humanos e conduzirão ao longamente desejado milénio de paz e prosperidade.
Mas, muitas pessoas, intoxicadas com o sonho de grandeza mundana que crêem sucederá a nova ordem de coisas, serão incapazes de chegar ao verdadeiro significado daquilo que os santos estão a dizer. Em vez de perceberem o amor e sabedoria expressos na mensagem que lhes é transmitida no poder do Espírito Santo, olharão a mensagem dos mensageiros de Deus como inimigos mortais dedicados à sua tortura e destruição.
No início, na crença que será suficiente silenciar esta voz minoritária, os crentes serão ridicularizados, mas quando isto falhar, medidas mais severas serão usadas. Segue-se a perseguição, depois da qual vem a imposição de pesadas multas e duras sentenças de prisão. Quando isto não silenciar o seu testemunho, os filhos de Deus, verão negado o seu direito de comprar ou vender, depois do que serão sentenciados à morte por causa da sua firmeza.
 “O povo de Deus não estará livre de sofrimento; mas conquanto perseguidos e angustiados, conquanto suportem privações, e sofram pela falta de alimento, não serão abandonados a perecer. O Deus que cuidou de Elias, não desamparará nenhum de Seus abnegados filhos. Aquele que conta os cabelos de sua cabeça, deles cuidará; e no tempo de fome serão alimentados. Enquanto os ímpios estão a morrer de fome e pestilências, os anjos protegerão os justos, suprindo-lhes as necessidades. Para aquele que ‘anda em justiça’ é esta promessa: ‘O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas. Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas Eu, o Senhor os ouvirei, Eu o Deus de Israel, os não desampararei.’ Isa. 33:16; 41:17.” O Grande Conflito, 629.
Estas maravilhosas promessas estão seguras para todos os que puserem a sua total confiança nelas e no Senhor que disse estas palavras. Durante a angústia de Jacó, o pão e a água serão dadas e Deus não abandonará os Seus escolhidos. Eles serão libertos dos seus inimigos e não serão afligidos como serão os ímpios pelas sete últimas pragas.
Mas deve ser tomado cuidado para assegurar que impressões erradas não sejam formadas acerca das experiências pelas quais os santos passarão durante este tempo. Temos a tendência para raciocinar que as promessas do Senhor fez garantem que logo que apareçam as aflições, temos apenas que invocar o Senhor e Ele instantaneamente resolverá a dificuldade. Mas não será assim. pelo contrário, parecerá que o Senhor se esqueceu das Suas promessas, não se importa com a vitoriosa acção da Sua própria obra e abandonou o Seu povo à malícia do ímpio. Diligente e perseverantemente os santos clamarão dia e noite, mas não obterão resposta.
Para eles a consideração supremamente importante será a honra do nome de Deus e a vindicação do Seu carácter. Eles arderão com inexprimível desejo do fim do pecado e o estabelecimento da justiça eterna. Os seus próprios interesses pessoais serão tão insignificantes, relativamente a estas imensas questões, que terão muito pouca influência no seu comportamento.
Então, por causa de não verem indicação visível de que o Soberano do Universo tem a mínima preocupação com o problema, sentirão que, tão seguramente como o Senhor não está a fazer nada, alguém tem que assumir a responsabilidade de fazer alguma coisa para assegurar a derrota do inimigo. Será a mesma tentação em que Abrão e Sarai caíram a respeito da promessa de Deus lhes dar um filho — um filho da fé e não das obras. O mesmo erro foi cometido em Cades Barneia quando os judeus tiraram a Jeová a obra de planear a conquista de Canaã. Isto tem sido feito uma e outra vez e, de cada vez, tem resultado em graves adiamentos dos propósitos divinos e tem assim prolongado o reino do pecado.
Durante a angústia de Jacó todos estes erros do passado têm que ser deixados para trás para sempre. A pressão será incomensuravelmente maior, quanto maior for o facto, de modo que seria impossível ser pior. Será uma luta agonizante para o povo de Deus resistir à terrível tentação de deixar a sua absoluta fé em Deus e tomar a obra nas suas próprias mãos. Evidentemente, eles fariam isto por causa do Senhor e da verdade, mas isto não o tornaria correcto por um momento.
O povo de Deus não devia ficar surpreendido quando há uma longa espera antes das suas orações serem respondidas, porque isto aconteceu uma e outra vez excepto quando procuraram a vitória sobre o pecado. Então a resposta é sempre imediata. “Em alguns casos de cura, Jesus não concedeu imediatamente a bênção buscada. No caso da lepra, todavia, tão depressa foi feito o apelo, seguiu-se a promessa. Quando pedimos bênçãos terrestres, a resposta a nossa oração talvez seja retardada, ou Deus nos dê outra coisa que não aquilo que pedimos; não assim, porém, quando pedimos livramento do pecado.” O Desejado de Todas as Nações, 266.
Quando Jesus esteve no deserto da tentação, a Sua súplica tornou-se desesperada. Dia e noite, rogou ao Seu Pai por libertação, mas apesar das suas orações serem perseverantes e saturadas de fé, os dias passavam lentamente sem qualquer resposta de cima.
Assim será com os justos durante a angústia de Jacó. À medida que o tempo se arrastar sem qualquer evidência visível de que suas orações são ouvidas e respondidas, a pressão que pesará sobre eles para tomarem as coisas nas suas próprias mãos passará quaisquer limites, mas, desenvolverão a fé de Jesus e a paciência dos santos. Terrível como será essa prova, os santos estarão entregues aos princípios do repouso do sábado pelos quais serão tão firmes como foi Jesus em deixar que o Senhor faça o que prometeu fazer a seu tempo e à Sua maneira. Esta resolução encontrará a sua expressão nas palavras dirigidas por eles a Cristo quando Ele viaja no carro de nuvens do Céu para a Terra:
“... Lança a Tua foice, e sega; porque já é vinda a hora de segares, porque já a seara da terra está madura.” Apocalipse 14:15 (King James.)
Que riqueza de verdade está contida neste testemunho e seria visto por nós se a nossa visão espiritual fosse limpa! Nesta súplica, os 144,000 estarão a dizer, “a pressão está sobre nós para assumir a responsabilidade da finalização da obra, mas lembramos a nós próprios constantemente que Tu és o Solucionador de problemas e que é criticamente essencial que deixemos a Tua obra para Ti. Nós não nos moveremos no mínimo para assumir as Tuas responsabilidades. Tu és o segador. Por isso, lança Tu a Tua foice afiada e ceifa a colheita da Terra.”
Esta é a expressão da sua determinação de deixar para Cristo a obra d’Ele. Eles tornam claro que não importa a pressão, a desesperada necessidade, ou os tremendos desastres que os ameacem e à causa do Senhor, não usurparão o Seu lugar. Eles ganharão a vitória que todos os movimentos anteriores falharam alcançar e que por causa dos seus fracassos, falharam em ver a obra terminada.
É quase impossível a qualquer um que viva agora ter um correcto conceito de quão terrível será a prova através da qual os 144,000 têm que passar. Não pode ser conhecido quão próximo os crentes chegarão do ponto de rotura. Somente os que passam vivos pela angústia de Jacó compreenderão alguma vez o que é estar envolvido e o que custará a vitória.


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