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domingo, 9 de fevereiro de 2014

UMA CONFERÊNCIA SIGNIFICATIVA MINEAPOLIS 1888 - W Mayer

  

          Mineapolis 1888

                


                             Por W. Meyer

Alguns anos antes da conferência geral de Mineápolis foram publicadas várias vezes mensagens à igreja que indicaram que o alto clamor viria duma maneira inesperada e surpreendente.
"A menos que os que podem ajudar em sejam despertados ao senso de seu dever, não reconhecerão a atuação de Deus quando se fizer ouvir o alto clamor do terceiro anjo. Quando irradiar a luz para iluminar a Terra, em vez de virem em auxílio do Senhor, desejarão cercear Sua obra parar atender as suas acanhadas idéias. Permiti-me dizer-vos que o Senhor trabalhará nesta última obra de um modo muito fora da comum ordem de coisas e de um modo que será contrário a qualquer planejamento humano. Haverá entre nós os que sempre desejarão dominar a obra de Deus, para ditar até que movimentos se farão quando a obra avançar sob a orientação do anjo que se une ao terceiro anjo na mensagem a ser dada ao mundo. Deus usará maneiras e meios pelos quais se verá que Ele está tomando as rédeas em Suas próprias mãos. Surpreender-se-ão os obreiros com os meios simples que Ele usará para efetuar e aperfeiçoar sua obra de justiça. Aqueles que são considerados bons obreiros, necessitarão apegar-se mais a Deus, necessitarão do toque divino. Precisarão beber de maneira mais profunda e contínua da fonte da água viva, a fim de poderem discernir a obra de Deus em cada ponto. Podem os obreiros cometer enganos, mas vós lhes devíeis dar uma oportunidade de corrigir seus erros, dar-lhes a oportunidade de aprender a acautelar-se deixando a obra em suas mãos.” TM, 300
"Quando o Espírito Santo trabalha sobre o agente humano, não nos pergunta em que maneira ope­rará. Frequentemente move-Se de maneira inesperada. Cristo não veio como os judeus esperavam, não veio de maneira que os glorificasse como nação.... Os judeus recusaram-se a receber a Cristo, porque não veio conforme sua expectativa....
“Este é o perigo a que a igreja está agora exposta -- o de que as invenções de homens finitos determinem a maneira precisa em que o Espírito Santo deve vir. Embora não queiram reconhecê-lo, alguns já o têm feito. E porque o Espírito deve vir não para louvar o homem ou edificar-lhe as errôneas teorias, mas para convencer o mundo do pecado e da justiça e do juízo, muitos se afastarão dEle. Não desejam ser privados das vestes de sua justiça própria. Não desejam trocar sua própria justiça, que é injustiça, pela justiça de Cristo, que é a verdade pura e não adulterada. O Espírito Santo não lisonjeia o homem, tampouco atua segundo as idéias de qualquer homem. Não devem os homens finitos e pecaminosos manejar o Espírito Santo. Quando Este vier como um reprovador por meio de qualquer instrumento humano que Deus escolher, é o dever do homem ouvir e obedecer-Lhe a voz." TM 64, 65.
"Irmãos, se continuardes a ser tão indolentes e egoístas, como estivestes até agora, Deus então passará por vós e aceitará os que são menos egoístas, que procuram menos a honra do mundo e que não se recusam a sair como o seu Mestre do acampamento para suportarem a vergonha." 5T 461.
Já no ano 1882 foi escrito: "Elias tirou Eliseu do arado e vestiu-lhe o manto da consagração. A chamada para esta grande e solene obra foi dirigida a homens estudiosos, em altas posições, e se estes se tivessem considerado pouco aos seus próprios olhos e se tivessem confiado inteiramente no Senhor, Ele os teria honrado a poderem levar o Seu estandarte dos triunfos e das vitórias.... Deus fará no nosso tempo uma obra, que somente poucos esperam. Ele despertará e elevará entre nós tais que foram instruídos muito mais pela consagra­ção do Espírito Santo em vez da instrução exterior de institutos científicos." 5T 82,1882
É significativo que no mesmo ano em que foram escritas estas palavras, Deus começou a escolher instrumentos humildes para levarem a mensagem do alto clamor. Pela consagração e condução do Espírito Santo foi preparado um homem novo para fazer a obra especial de Deus. Anos depois, pouco antes da sua morte em 1916, escreveu ele o seguinte:
"Cristo é principalmente a Palavra de Deus, a expressão do pensamento de Deus. A Bíblia é simplesmente a Palavra de Deus, porque revela Cristo. Foi com este pensamento que iniciei há 34 anos (em 1882) o meu verdadeiro estudo bíblico. Nesta altura era-me Cristo apresentado como o crucificado. Numa tarde sombria de Sábado estava eu sentado um pouco afastado da multidão, na grande tenda duma reunião campal em Healdsburg. Não tinha ideia alguma do que era o tema da pregação, nem numa palavra ou texto bíblico jamais me tinha lembrado. Tudo o que consegui guar­dar foi aquilo que tinha visto. De repente iluminou-se o lugar onde eu estava, a tenda parecia muito mais iluminada, como se o sol duma tarde estivesse a brilhar. Vi Cristo pendurado na cruz, crucificado para mim. Neste ­momento veio-me pela primeira vez o conhecimento, semelhante a uma corrente transbordante, que Deus me ama e que Cristo morreu por mim. Neste momento Deus e eu foram os únicos seres do universo dos quais me era consciente. Reconheci com os meus próprios olhos que Deus reconciliou em Cristo todo o mundo com Ele próprio, e eu era todo o mundo com o seu pecado. Estou convicto que a experiência do apóstolo Paulo no caminho para Damasco não foi mais real do que a minha.... Tomei imediatamente a decisão de estudar a Bíblia à luz desta revelação para poder ajudar a outros a verem esta verdade. Sempre acreditei que tudo na Bíblia indica com mais ou menos vivacidade a revelação gloriosa do Crucificado." E.J. Waggoner
Mais ou menos ao mesmo tempo preparava o Se­nhor um outro instrumento — A.T. Jones. Ele era tenente da armada dos Estados Unidos e encontrou a verdade através duma experiência verdadeira e profunda com Deus. Ele não era o produto de escolas altas, no entanto estudava dia e noite, enriquecendo-se através de estudos próprios com conhecimentos, tanto bíblicos como históricos. O mais importante, porém, é que era humilde, sério e de uma convicção profunda. Ele era inteligente, mas mesmo assim alegre e simples. Nos anos a seguir à conferência geral de Mineápolis, quan­do Deus se serviu dele para demonstrar a verdade presente, trabalhava ele zelosamente na proclamação da mensagem.
Que estes homens novos começaram ao mesmo tempo a interessar-se pela mesma mensagem, que chegaram ao mesmo conhecimento, e que se encontravam na proclamação desta verdade, foi sem dúvida a providência de Deus. A hora tinha chegado. A chuva serôdia, esperada pelo povo adventista já há muito tempo, devia ser iniciada com uma mensagem determinada e especial, como nunca antes. Os instrumentos servidos pelo Senhor eram, sem dúvida, estes dois homens novos. No ano de 1888 participaram Waggoner e Jones na conferência geral. A respeito das suas pregações disse E.G. White: "Deus apresenta perante as mentes dos homens pedras preciosas de verdade, vindas dEle, indicadas exactamente para o nosso tempo." 1888 — Sermons.
A serva te Deus reconheceu imediatamente a importância desta revelação da luz de Deus:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus..... É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.” TM 91, 92.
“Por anos tem estado a igreja olhando para o homem, e dele muito esperando, mas sem olhar para Jesus, em quem Se centraliza nossa esperança de vida eterna. Portanto, Deus deu a Seus servos um testemunho que apresentava a verdade como esta é em Jesus, e que é a terceira mensagem angélica, em linhas claras e distintas.... Este é o testemunho que deve ir por toda a largura e extensão do mundo. Apresenta a lei e o evangelho, unindo os dois num todo perfeito.” TM 93, 94.
"Nesta reunião (Mineápolis) ouvi pela primeira vez pelo Dr. Waggoner as razões da sua posição." MS 15 1888, 3.
"Quando o irmão Waggoner proferiu estes pensamentos em Mineápolis, foi isto o primeiro e claro ensino sobre este tema, que eu jamais ouvi de lábios humanos, com excepção de conversas havidas entre mim e o meu marido." MS 5 1889, 9.10.
"A mensagem dada pelos irmãos Waggoner e Jones é a mensagem de Deus para a igreja de Laodiceia" Carta S 24 1892.
É a esperança e o desejo ardente de cada crente no advento, assistir ao alto clamor, que soará na força da chuva serôdia, e participar em seguida na entrada para o Canaã celeste. Desde há muitas gerações que espera­mos ardentemente este último reavivamento que ainda não veio e até ao dia presente estamos à espera. Isto é uma realidade indiscutível. O alto clamor deveria "pas­sar como um fogo pelo restolho". E.G. White.
Mas isto não se cumpriu naquela altura, nem até hoje se tem cumprido. A luz daquele anjo ainda não iluminou o mundo inteiro. Isto é uma realidade que a nossa própria história nos mostra claramente. Se o povo de Deus tivesse aceite esta mensagem, já tudo se teria cumprido. A mensagem do alto clamor deveria preparar o povo de Deus para poder levar ao mundo a última advertência. Se a igreja a tivesse aceite, tê-la-ia transmitido rapidamente ao mundo, trazendo assim a obra final. Que a chuva serôdia não veio há muito mais tempo, é um facto, cuja imensa tragédia não se pôde reconhecer naquela altura. "Qual o resultado desta incredulidade teimosa, devemos ainda aprender." (Carta W 32, 1890). Mas o Espírito de Profecia ensina-­nos claramente que um dia toda a importância daquilo que aconteceu em Mineápolis será reconhecida. A res­peito da resistência contra a mensagem de Waggoner e Jones está escrito: "Uma vez será isto reconhecido na sua completa importância, com todos os seus fardos e dores que resultaram daquilo." Boletim da Conferência Geral, 1893, p. 184
As razões do que aconteceu naquele tempo, serão uma vez reconhecidas e, segundo o plano de Deus, deveriam ser mesmo reconhecidas. Isto, porém, será discutido num outro capítulo deste livro. Para já e segundo este testemunho é suficiente saber que é assim e que deve ser apesar de tudo.
"Uma vez será isto reconhecido na sua completa importância." Deus espera isto. As declarações seguintes permitem-nos um olhar sobre os acontecimentos de Mineápo­lis. Em primeiro lugar algumas de E.G. White, que foram feitas durante a tal reunião memorável.
"Quero dizer-vos agora que é uma coisa terrível que, quando Deus vos manda uma luz e depois de ter influenciado o vosso espírito e o vosso coração, procedeis como eles (os judeus). Se a verdade de Deus não for aceite, o Seu Espírito se retirará. Cristo, porém, foi aceite por alguns. O espírito testemunhou que Ele era Deus. Mas uma contra-corrente entrou. Anjos maus trabalhavam na reunião, para levantar dúvidas e provocar incredulidade, para que cada raio de luz, dado por Deus, fosse excluído. Num tal lugar Cristo nada podia fazer. Vós podeis ver qual era a influência de Satanás e o erro que o povo cometeu. Não fizeram progresso e como não progrediram trabalhavam sob o domínio de Satanás. Mas mesmo assim pretendiam estar sob a direcção de Deus. Deus, porém, nada tinha a ver com a sua incredulidade e inimizade contra Jesus Cristo. Eu dese­jaria que vós pudésseis ver e reconhecer que, caso não fizerdes um progresso, estareis em retrocesso." 1888 Sermons, 26.
"Os fariseus recusaram-se a reconhecer a Deus e a Jesus Cristo, enviado por Ele. Não estamos nós também no perigo de fazer o mesmo que os escribas e fariseus?" pág. 37.
"Os que não cavarem sempre mais no poço da verdade, não verão alguma beleza nos assuntos deleitosos que foram apresentados nesta conferência. Se a vontade estiver uma vez em oposição formada contra a luz, será muito difícil ceder; mesmo em frente das provas claras que foram dadas nesta conferência. Zara­gatear, duvidar, criticar e troçar dos outros, é a educação que muitos receberam. Esses, no entanto, são os frutos que mostraram. Recusam-se a aceitar provas. O coração natural está em luta contra a luz, a verdade e o conhecimento. Jesus estava em cada quarto de dormir, onde vós conversáveis. Quantas orações subiram destes quartos?" pág. 41.
"Irmãos, Deus tem uma luz extremamente preciosa para o Seu povo. Não a chamo uma nova luz, mas oh, ­para muitos é estranhamente nova. Oh, a vossa levian­dade, as vossas conversas estão descritas no livro.... Se soubésseis como Cristo considera o vosso procedimento durante esta reunião." pág. 41 e 42.
"Agora estamos quase no fim desta reunião, e nem uma confissão foi apresentada; não houve nem uma fenda para deixar entrar o Espírito Santo. Como eu já disse, qual é a vantagem de estar aqui reunido, se os nossos pregadores só vem para impedir que o Espírito Santo chegasse ao povo? Esperávamos que houvesse uma tendência para o Senhor. Possivelmente pensais que tendes tudo que necessitais.... Eu vos falei e pedi, mas parece-me que tudo passa por vós.... Nunca estive tão inquieta como no tempo actual." pág. 52.
"Eu tomei os meus irmãos de parte e disse-lhes exactamente onde estavam, mas não me acreditaram; não acreditaram que estavam em perigo....
“Quando me foi mostrada a história da néscio judaica e vi como tropeçaram por não andarem na luz, reconhe­ci o que aconteceria a nós, como povo, se recusarmos a luz dada pelo Senhor.... Agora é a nossa última reunião, quer dizer, se vós não quiserdes reunir-vos em particular.... Se os pregadores não aceitarem a luz, quero eu dar ao povo uma oportunidade. Talvez que o povo aceite. Deus não me chamou para fazer esta grande viagem, para vos falar, se estais sentados e duvidais da Sua mensagem e se a irmã White ainda é a mesma dos anos passados...." págs. 53, 54.
"E vi, como almas preciosas que estavam prontas para aceitar a verdade, foram impedidas pela maneira como foram tratadas. Jesus não estava incluído. E é isto, por que vos rogo todo o tempo — nós queremos Jesus. Qual é a razão, do Espírito de Deus não estar presente nas nossas reuniões? Porque erguemos à nossa volta barreiras. Eu falo-vos resolutamente, porque quero de­monstrar-vos onde estais. Quero que vós, homens jovens tomeis uma posição para a verdade, pela vossa própria inteligência e não porque o faz um outro.... Foi dito que o irmão Waggoner tinha tomado posse da condução da reunião. Não vos deu a palavra da Bíblia? ... Creio que meu testemunho não é agradável, mas com o temor do Senhor o darei." pág. 54.
"O Dr. Waggoner falou duma maneira simples e compreensível. Nas suas palavras há uma luz preciosa ... se os nossos irmãos que servem, aceitassem a doutrina da 'justiça de Cristo', tão claramente demonstrada, em ligação com a lei — e eu sei que eles devem aceitar isto — não seriam então os seus preconceitos uma força dominante e o povo podia ser alimentado com o alimento no tempo devido....
“Não vejo desculpas para o estado de sentimentos criado nesta reunião. É minha primeira oportunidade ouvir alguma coisa a respeito deste tema. Ainda não tinha uma conversa com o meu filho W.G. White, com o Dr. Waggoner ou o irmão A.T. Jones. Nesta reunião ouvi pela primeira vez as razões da posição do dr. Waggoner.
“O meu guia disse-me: 'Muita luz brilhará da lei de Deus e do evangelho da justiça. Se o carácter verdadeiro desta mensagem for compreendido, e sendo ela proclamada na força do Espírito Santo, toda a terra será iluminada pela luz. A questão grande e decisiva deve ser levada a todas as nações, línguas e povos. A obra final da tríplice mensagem angélica será acompanhada de uma força pela qual os raios do sol da justiça alcançarão todos os caminhos da vida. Decisões serão tomadas para Deus, como o Soberano mais alto, e a Sua lei será aceite como padrão." pág. 58.
"Peço-vos com insistência que não fecheis os vossos corações com medo que um raio de luz possa alcançar-vos. Necessitais uma luz maior. Necessitais de uma compreensão maior da verdade que levais ao povo. Se não virdes vós próprios a luz, fechareis os vossos corações e se puderdes — evitareis que os raios de luz alcancem o povo. Não permitais que seja dito deste povo tão altamente favorecido: 'Vós mesmos não entrastes e impedistes os que entravam'. Luc. 11:52." pág. 59.
"É um assunto muito sério para nós, se aperfeiçoamos o carácter ou não; se progredimos na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo ou não." pág. 60.
"A nossa maior preocupação deveria ser não sermos encontrados em rebelião contra a Palavra de Deus." pág. 61.
"Quando os judeus deram o primeiro passo para rejeitar Cristo, expuseram-se em grande perigo. Quando se acumularam depois as provas que Jesus de Nazaré era o Messias, foram demasiado orgulhosos para confessar que tinham errado. Assim é com o povo de hoje que rejeita a verdade.... Não é sábio que os homens jovens desta reunião se sujeitem a uma decisão onde há mais oposição do que investigação no programa diário." pág. 62.
"Não é permitido a ninguém fechar as condutas pelas quais a luz deveria alcançar o povo. Logo que isto seja tentado, afastar-se-á o Espírito de Deus, porque este Espírito trata constantemente de dar ao Seu povo nova e crescente luz, através da Sua Palavra" pág. 63.
Um resumo da conferência é dado pelo irmão Nash. "O escritor deste tratado assistiu à conferência geral de Mineápolis em 1888, onde viu e ouviu muitas coisas que foram faladas e feitas. A irmã E.G. White, assim como o Dr. Waggoner e o irmão A.T. Jones da Califórnia estavam presentes. Os irmãos Waggoner e Jones tinham a tarefa de servir durante a conferência todas as manhãs na hora da consagração com a palavra.
“Eles ensinavam de maneira mais simples e amável que Jesus, o Cordeiro de Deus, tomou sobre Si todos os nossos pecados, dando por nós a Sua vida. Ensinavam que Ele suportou a nossa culpa, que nos livrou, tirando os nossos vestidos sujos e dando-nos o Seu vestido branco de justiça. Que troca mais maravilhosa.
“Quando Cristo foi elevado desta maneira como a única esperança da igreja e de todos os homens, quase todos os nossos pregadores idosos estavam em oposição unida contra estes irmãos. Até foi tentado impedir os mensageiros de exporem e discutirem a doutrina da justificação pela fé. Quando a irmã White lhes comunicou que era a providência de Deus que induziu os irmãos Waggoner e Jones a proclamarem em voz alta este tema, escolheram-se irmãos da oposição para defen­der a opinião do lado oposto. O seu porta voz era J.H. Morrison. Ficou combinado que os irmãos Waggoner e Jones deveriam responder ao seu discurso.
“O discurso do irmão Morrison tratou clara e visivelmente a representação do apóstolo Paulo da escrava e da livre, em que Ismael simbolizava o povo da aliança antiga e Isaac o povo da aliança nova. Sara, a livre, exigiu: 'Deite fora esta serva e o seu filho, porque o filho desta serva não herdará com o meu filho Isaac'. (Gên. 21:10).
“Abraão obedeceu a isto e Agar saiu, indo para o deserto de Berseba. O irmão Morrison explicou que nós, os Adventistas do Sétimo Dia, tínhamos desde sempre este ensino da justificação pela fé e que seríamos filhos da livre. Ele pensava que este tema fosse acentuado em demasia e parecia ter tido medo que perdêssemos de vista a importância que se deve à lei.
“E.G. White respondeu o seguinte: "Pregamos como povo a lei até que ficamos tão secos como os montes de Gilboa, os quais não tinham orvalho nem chuva. Devemos pregar Cristo na Lei e então as nossas pregações estarão cheias de força vital e alimento para alimentar o rebanho faminto. Não devemos confiar nos nossos próprios méritos, mas só nos méritos de Jesus de Nazaré."
“Quando os pregadores Waggoner e Jones tiveram a oportunidade de responder aos seus adversários, puseram-se um ao lado do outro, com a Bíblia aberta na mão.
Irmão Waggoner                  começou a ler        Jer.23:5-8
Irmão Jones                                     leu              Ef. 2:4-8
Irmão Waggoner                                                 Gál.2: 16-21
Irmão Jones                                                        Ro. 11:1-33
Irmão Waggoner                                                 Ro. 10:14-17
Irmão Jones                                                        Ro. 2:12-29
Irmão Jones                                                        Ro. 3 todo o capitulo
Irmão Waggoner                                                 Gál. 5:1-6
Irmão Jones                                                        Ro. 9:7-33
Irmão Waggoner                                                 Gál. 2 todo o capitulo
Irmão Jones                                                        Ro. 4:1-11
Irmão Waggoner                                                  Ro. 5 todo o capitulo
Irmão Jones                                                        Ro. 4:13-25
Irmão Waggoner                                                  Ro. 6 todo o capitulo
Irmão Jones                                                         Ro. 1:15-17
Irmão Waggoner                                                   Ro. 8:14-39
Irmão Jones                                                         1.João 5:1-4
 Isto foi a sua resposta, sem uma única palavra de comentário. Depois sentaram-se. Durante todo o tempo de leitura havia um silêncio tenso sobre a grande reunião. Isto deixou uma impressão no escritor que mesmo o tempo não podia apagar. No prefácio do livro "Cristo Nossa Justiça" de A.G. Daniells, no qual estão resumidos testemunhos do Espírito de Profecia sobre o assunto da justificação pela fé, está indicado que muitos foram impressionados da mesma maneira. É interessante saber que este livro foi escrito por causa dos pedidos frequentes de obreiros, irmãos e de associações.
A capela em Mineápolis era demasiado peque­na para uma delegação tão grande. Durante a abertura dum destes cultos estava o escritor ao lado do irmão Kilgore. O irmão Kilgore pediu a palavra. Quando lhe foi permitido falar disse: 'Quero dirigir algumas palavras aos delegados que se reuniram nesta conferência. Como alguns de vós sabem, não pode vir o irmão George I. Butler, por estar a sua mulher doente em Battle Creek, e também não pode estar aqui mais tarde. Por esta razão quero pedir para interrompermos esta discussão sobre o tema da justificação pela fé, até que possa estar presente o presidente da Assembleia Geral.'
A irmã White que estava sentada no palco levan­tou-se. Quando lhe foi dada a palavra disse: 'Irmãos, isto é a obra do Senhor. Deverá a obra do Senhor esperar pelo irmão Butler? O Senhor quer que a Sua obra progrida e que não espere por nenhum homem'. Sobre isto não veio resposta alguma. Os irmãos Waggoner e Jones continuaram então a proclamação da sua mensagem. As palavras e atitudes de E.G. White demonstraram que estava cem por cento do lado dos irmãos Waggoner e Jones, para que fosse apresentada esta mensagem na conferência geral de Mineápolis.
“Nesta conferência começou a oposição contra a mensagem da justificação pela fé. O escritor destas linhas ora e espera sinceramente que esta oposição termine, que os opositores voltem atrás e que queiram trabalhar sob a condução do Espírito Santo, para que a luz deste outro anjo possa iluminar em breve todo o mundo. Apoc. 18:1-2. "E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder e a terra foi iluminada com a sua glória, e clamou fortemente com grande voz dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia e se tornou morada de demónios e coito de todo o espírito imundo e coito de toda a ave imunda e aborrecível.'
“Agora surge uma pergunta muito importante: Participaremos nós nesta glória que iluminará toda a terra? A resposta é: Se nos vestirmos de Jesus Cristo que é a nossa arma de luz, certamente que sim. Ro. 13:12-14, Apoc. 19:8-9. "A noite é passada e o dia é chegado: Re­jeitemos pois as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências." "E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus." O vestido da justiça de Cristo é oferecido a todos gratuitamente, a quem quiser aceitar com fé. "Sei que se deve fazer uma obra em favor do povo, ou muitos não estarão preparados para receber a luz do anjo que foi enviado do Céu para iluminar toda a Terra com a sua glória." TM 468, 469.
Este testemunho indica claramente que o povo de Deus deve pôr sem quaisquer restrições tudo no prato da balança do lado de Cristo e da Sua justiça. Esta é a nossa única segurança. Estimado leitor, faça isto imediatamente." (Irmão Nash. Segundo um tratado que escreveu.)

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