Translate

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 18 - F T Wright

 

 

Os Sete Anjos


Capítulo 18



O Grande Rio Eufrates

No capítulo anterior, todas as pragas excepto a sexta foram positivamente identificadas, contudo, nenhum estudo adequado dos sete anjos estaria completo sem que fosse dada cuidadosa consideração à mensagem contida na descrição profética da sexta praga.
“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.” Apocalipse 16:12-16.
Um propósito específico está atribuído à seca deste grande rio. É dessa forma que o caminho dos reis do oriente pode ser preparado. Isto apenas pode significar que a chegada destes reis nunca pode ter lugar enquanto estas águas não tiverem secado. O próprio facto que estes acontecimentos são mencionados na profecia é uma indicação que eles são de grande importância e deviam ser compreendidos pelos filhos de Deus. Além do mais, não é possível compreender completamente o ministério especial das primícias sem saber o que estas coisas significam.
A interpretação comum desta passagem vê o Eufrates como um símbolo das nações que estão em cada um dos lados do seu curso. Para aqueles que pensam nestes termos geográficos, os reis do oriente são os que vivem nas terras a Leste do rio, nomeadamente, Índia, China, Japão, Tibete, Afeganistão, etc. Nesta compreensão da seca do rio significa a remoção dos poderes que habitam junto ao rio de modo que as nações passam sem oposição para a grande batalha que, se supõe, ser travada entre os poderes ocidentais e orientais nas planícies de Esdraelon na Palestina.
Esta interpretação é baseada na premissa que onde estais determina quem sois, pelo que fazendo da localização geográfica a consideração toda-importante. O estudante da Bíblia verdadeiramente iluminado rejeita isto, pois sabe que o princípio do evangelho é que o lugar onde estais não é o factor decisivo. Pelo contrário, é aquilo que sois que faz de vós quem sois.
O sistema geográfico, mesmo apesar de ser o mais popular, não pode ser mantido com consistência. Por exemplo, seria impossível identificar a Babilónia de Apocalipse 17 localizando os poder que hoje ocupam o mesmo território que Babilónia ocupava no tempo de Daniel. Ninguém habitou naquela cidade desde que ela caiu, como foi profetizado em Isaías 13:19-22:
“E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
“Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.
“Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali.
“E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.”
Assim, se a Babilónia geográfica não pode ser usada para identificar a sua moderna contrapartida, então o Eufrates também não tem significado geográfico. Outro sistema de interpretação tem que ser usado, que, se estiver de acordo com os princípios bíblicos e puder ser consistentemente aplicado a todas as situações possíveis, deve ser aceite como o correcto. O sistema que se qualifica sob estas especificações é um em que um poder é identificado por aquilo que é em vez de onde ele se encontra.
No tempo de Daniel, havia duas Babilónias. Em primeiro lugar, havia a cidade literal construída de tijolo, pedra, madeira e outros materiais físicos. Essa passou e nunca mais será reconstruída ou habitada. Em segundo lugar, havia o poder civil que era também chamado de Babilónia e que também desapareceu. Por fim, havia o sistema de religião que ainda não desapareceu. Ele tem mudado de local, mas não houve alteração no carácter, objectivos, ou procedimentos. Hoje, encontrado em todos os países do globo, está a reunir forças na sua preparação para o conflito final durante o qual será conhecida como Babilónia a Grande. Ela é a obra-prima das artes de engano de Satanás, o sistema pelo qual os homens, se posicionam como cabeça no lugar de Deus sobre os homens, tentando construir o reino de Deus à maneira do homem.
Deus pretende que quando lemos acerca de Babilónia nas Escrituras, vejamos o terceiro ponto, não os dois primeiros, excepto que, por um curto espaço de tempo, eles eram os meios de suporte para o sistema malévolo. Se este princípio for aceite, não haverá dificuldade em identificar Babilónia em qualquer ponto da história da Terra. Também será reconhecido que é um erro assumir que o Eufrates significa os poderes que hoje vivem nas margens do rio. Deve ser dada atenção ao que era o rio, em vez de onde ele se encontrava, a fim de compreender o que o Eufrates é hoje.
A primeira menção do grande rio está em Génesis, onde é chamado como um dos quatro grandes rios da vida no Éden.
“E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
“O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.
“E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica.
“E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.
“E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.” Génesis 2:10-14.
Este era o rio da vida que fluía através do Paraíso do mesmo modo como fluirá quando a Terra for restaurada à sua beleza e perfeição original. Era o sistema suporte da vida providenciado por Deus e nenhum outro devia o homem alguma vez procurar. Embora o jardim já não esteja na Terra, a santa cidade que é a igreja de Deus na Terra, devia ainda construir sobre esse rio. Ele não pode fazer isto literalmente, porque esta é uma edificação espiritual não confinada ao espaço no interior de paredes de tijolo e cimento. Construir dessa maneira requer que a igreja mantenha uma contínua confiança no poder de Deus para seu suporte, enquanto fielmente resiste à tentação de confiar mais e mais nos dons vindos do Dador e cada vez menos no Dador em si mesmo.
Até agora na história da humanidade, nenhum movimento chamado por Deus tem sobrevivido à pressão de se desviar para a apostasia. A auto-suficiência tem tomado o lugar da confiança no poder divino até a situação se deteriorar ao ponto que a igreja compreende que perdeu o poder de Deus e não mais tem a capacidade de realizar as tarefas que lhe foram destinadas. É neste ponto que os dirigentes do movimento procuram outro poder para substituir aquele que foi perdido, em vez de estarem convictos que devem voltar ao Senhor com arrependimento e contrição. Números e dinheiro tornam-se mais importantes do que a presença do Espírito Santo. A.T. Jones reconheceu o desenvolvimento deste processo no levantamento de Babilónia nos anos que levaram à Idade das Trevas:
“A igreja estava plenamente consciente da sua perda do poder de Deus antes de procurar o poder do Estado. Se ela não o tivesse visto, nunca teria feito quaisquer aberturas à autoridade imperial, nem teria recebido com favor quaisquer avanços dele. Há um poder que pertence ao evangelho de Cristo e é inseparável da verdade do evangelho; isto é, o poder de Deus. De facto, o evangelho não é mais do que a manifestação desse poder; porque o evangelho ‘é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.’ Portanto, enquanto qualquer ordem ou organização de pessoas que professe o evangelho de Cristo mantiver em sinceridade o princípio desse evangelho, o poder de Deus estará com eles e não terão necessidade de qualquer outro poder para fazer com que a sua influência seja sentida para o bem onde quer que sejam conhecidos. Mas assim que qualquer pessoa ou organização que professe o evangelho perca o seu espírito, também o poder desapareceu. Então, e somente então, essa organização procurará outro tipo de poder para substituir aquele que foi perdido.
“Assim aconteceu com a igreja deste tempo. Ela caiu, deploravelmente caiu, da pureza e da verdade, e portanto do poder do evangelho. E tendo perdido o poder de Deus e da divindade, avidamente procurou o poder do Estado e da impiedade. E assegurar leis pelas quais pudesse impor as suas disciplinas e dogmas sobre aqueles sobre quem perdeu o poder tanto para convencer como persuadir, foi o claro propósito que o bispado tinha em vista quando fez aquele acordo com Constantino, e emprestou-lhe a influência da igreja nas suas aspirações imperiais.” Great Empires of Prophecy, 472.
O povo da poderosa Babilónia que se situava ao lado do Eufrates no tempo de Daniel tinha chegado onde chegaram devido aos mesmos procedimentos. Era um povo apóstata que há muito tinha desligado todas as ligações com o Altíssimo. Tendo perdido o poder vivo que está no evangelho de Jesus Cristo, voltaram-se para o uso errado dos poderes no homem e no dinheiro. O que necessita ser apreciado é que, apesar de não o compreenderem, a escolha de um local para a sua cidade era uma declaração muito significativa do que eles tinham feito e onde estava fundada a sua confiança. Se tivessem vivido antes do dilúvio e construído a sua cidade no Eufrates original tal como ele corria no curso indicado por Deus, teria sido uma declaração que viviam na dependência do poder de Deus e trabalhavam de acordo com os Seus procedimentos. Poderia ter sido um falso testemunho, mas mesmo assim teria sido pelo menos uma profissão da verdade. Contudo, quando construíram a sua capital no outro Eufrates, estavam a dizer com verdade e exactidão que confiavam nos dons do Dador em vez de confiarem no próprio Dador.
Para eles, o Eufrates era em si mesmo o rio da vida, não uma bênção que dependia da Altíssima Fonte para o sustentar. Ele corria com infalível certeza através da cidade, proporcionando-lhes colheitas com um suficiente suprimento de água que aparentemente lhes garantia uma vida perpétua. Os inimigos podiam cercar a cidade indefinidamente, mas não podiam submetê-los através da fome. Tinham suficiente terra extremamente fértil dentro dos muros para dar comida para eles e para os animais para sempre. Eram tão auto-suficientes que não precisavam de nada do resto do mundo para os manter — desde que o rio se mantivesse correndo. Legitimamente teriam olhado para Deus com profunda gratidão por lhes ter dado este suprimento de água sustentadora da vida, mas pensavam apenas na própria corrente. A ideia que ela se secaria nunca lhes passou pela cabeça, porque desafiaram o Céu e a Terra a desapossá-los dos seus direitos.
Para os babilónios, esse rio era altamente simbólico. Embora não o pudessem ter compreendido conscientemente, ele representava a sua dependência naqueles poderes a que a igreja recorre quando perde o poder de Deus e hoje tem o mesmo significado. Desde essa altura até agora, onde quer que o sistema de Babilónia opere, assim tem feito por causa do suporte que lhe é dado em termos do poder do dinheiro e poder das pessoas. Enquanto isto não secar, Babilónia dominará a raça humana e desafiará o Deus do Céu. Isto continuará até ao dia fatal em que o povo, tendo aberto os olhos, retirará o seu suporte pessoal e financeiro. Então essa grande e terrível cidade cairá para nunca mais se levantar.
Esta interpretação do símbolo, “o grande rio Eufrates”, pode ser aplicada com consistência sempre que o rio é mencionado nas Escrituras. Nenhuma tentativa será feita aqui para examinar todas as referências escriturísticas a este importante rio, porque a primeira preocupação é compreender a mensagem de Apocalipse 16:12-16.
A primeira referência ao rio Eufrates no Novo Testamento encontra-se na mensagem da sexta trombeta. “E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus,
“A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: ‘Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates.’” Apocalipse 9:13, 14.
Uma interpretação tipicamente geográfica destes versículos é a seguinte: “Os quatro anjos. – que são os quatro principais sultanados que compuseram o Império Otomano, localizado no país banhado pelo Eufrates. Estes sultanados ficavam situados em Aleppo, Inconium, Damasco e Bagdad. Anteriormente eles tinham sido seguros; mas Deus ordenou e eles fossem soltos.” Daniel and Revelation, 506, por Uriah Smith, ed. 1944.
Esta interpretação parece tão óbvia que as pessoas em geral aceitam-na sem questionar, mas ela não pode estar correcta, porque é baseada no princípio em onde estais determina quem sois. Nenhuma consideração é dada ao que era o rio para a Babilónia antiga como a indicação daquilo que procurar na aplicação antitípica. Muitas pessoas sentiriam que estão confinadas a esta interpretação quer queiram quer não, porque parece não haver alternativa.
Todavia, se esta interpretação baseada no local geográfico é em princípio falsa, tem que haver uma correcta explicação alternativa do rio simbólico.
Onde estiver Babilónia, ai tem que estar o rio, porque a cidade e as águas que a suportam nunca serão separados até que venha a derradeira seca e queda de Babilónia. Na procura do Eufrates, a primeira tarefa é identificar a Babilónia dessa época. Será então fácil reconhecer o Eufrates. Onde, então, estava esta grande cidade de apostasia nos dias da sexta trombeta que foi antes de 1840? Esta pergunta admite apenas uma resposta – no papado! Embora os mesmos princípios de operação sejam encontrados no sistema islâmico, não é chamado por Babilónia mas ateísmo.
Uma vez identificada Babilónia, temos apenas que perguntar quem eram as pessoas e onde estava o dinheiro que a suportavam, a fim de saber onde estava o Eufrates nessa altura. Esta é uma questão simples de determinar. Ela sentava-se em Roma, rodeada por todos os lados por um vasto mar de pessoas que lhe davam apoio e protecção. Para lá das margens orientais deste grande rio, os exércitos maometanos impacientemente esperavam a sua hora, mas não podiam avançar por causa dos quatro anjos que estavam junto ao grande rio firmemente segurando os quatro ventos da contenda e impedindo desse modo o avanço islâmico. Contudo, chegou a altura em que aqueles anjos foram libertos e a grande carnificina contra Roma começou.
É digno de nota que, nesta altura, a profecia não indicava que a água secava e Babilónia cairia, porque isto não aconteceu. As águas recuaram, em alguns lugares para longe, mas havia um amplo suporte deixado a Roma para assegurar a sua continuação. Mais tarde, ela devia receber a chaga tão mortal que os poderes da Terra considerariam que os seus dias tinham terminado, mas ela está a levantar-se de novo na preparação da sua última tentativa para usurpar a posição de Deus.
Estes princípios indicam que Babilónia sofre duas quedas sucessivas. A primeira é espiritual e a segunda é material e física. Um exemplo disto é dado na história da antiga Babilónia. No tempo em que Nabucodonosor chegou à sua posição de domínio do mundo, a nação já tinha sofrido a sua queda espiritual e estava alinhada com os inimigos de Deus e destruidores do Seu povo. A queda material e física chegou no tempo de Belsazar, quando os medos e os persas tomaram de assalto a cidade depois de terem encontrado acesso pelo leito do rio.
Semelhantemente, em 1844, em consequência da sua rejeição do evangelho que lhe foi enviado pelo primeiro anjo, as igrejas denominacionais experimentaram uma queda espiritual. Isto foi um antítipo da seca do rio da vida que corre do trono de Deus directamente para o Seu povo. Está perto o tempo como predito em Apocalipse 16:12-16, em que o grande rio Eufrates secará quando o suporte de toda a humanidade for retirado ao papado e então ela sofrerá a segunda e última queda. Cairá para nunca mais se levantar.
A forma como a antiga Babilónia caiu é uma ilustração exacta ilustração da queda da moderna Babilónia. As Escrituras em Apocalipse descrevem a última, exactamente como descrevem a primeira. Em ambos os casos, a seca do grande rio derruba a cidade depois do que ela nunca mais se levanta.
A história da queda da antiga Babilónia é bem conhecida. Perante as notícias do avanço do rei Ciro contra a sua capital, os babilónios fecharam a cidade aos medo-persas. Completamente confiantes de que estavam seguros na sua fortaleza, reuniram-se para uma enorme festa, inconscientes de que Ciro estava a executar um plano que provar-se-ia completamente bem sucedido. Ele ordenou aos seus homens que desviassem o rio para uma enorme depressão que tinham cavado para esse efeito. Quando as águas baixaram o suficiente, os soldados atravessaram por debaixo dos muros. Uma vez no interior, verificaram que as portas do rio não tinham sido fechadas e foram capazes de executar a queda da cidade numa única noite.
Esta foi a seca do rio Eufrates que preparou o caminho para Ciro, o rei do oriente. Assim será nos últimos dias. O grande rio Eufrates tem que secar “… E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente.” Apocalipse 16:12.
Não há dúvida quanto a quem era o rei do oriente no tempo de Belsazar, mas quem é o seu paralelo nos últimos dias?
A resposta não é difícil de encontrar. Tal como Ciro foi aquele que venceu o rei de Babilónia, assim o seu paralelo nos últimos dias tem que ser aquele que obterá a vitória sobre a mística Babilónia a Grande. Tudo o que tem que se perguntar então é: Quem é o poderoso rei que nos últimos dias ganhará a vitória sobre Babilónia a Grande?
Uma coisa certa é que ele não será um dos reis cujo domínio se situa geograficamente a oriente do rio Eufrates, porque todos eles, juntamente com todos os outros reis da Terra, estarão apoiando Babilónia a Grande. Esta verdade é claramente salientada em Apocalipse 17:12-14:
E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.
“Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.”
“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com Ele, chamados, e eleitos, e fiéis.
Os dez reis referidos aqui não estão limitados a qualquer parte do mundo como a Europa, como tantos supõem. Esta é uma confederação mundial da apostasia. Não há uma única nação na Terra que não tome parte nela como é confirmado pelas palavras seguintes:
“‘Estes têm um mesmo intento’ haverá uma união universal, uma grande harmonia, uma confederação das forças de Satanás. ‘e entregarão o seu poder e autoridade à besta.
“Na guerra que se travará nos últimos dias estarão unidos, em oposição a Deus, todos os poderes corruptos que apostataram da aliança à lei de Jeová.” The S.D.A. Bible Commentary 7:983.
Mesmo se a mais poderosa nação na Terra estivesse em oposição ao papado em vez de o apoiar, não teria a capacidade de vencer Babilónia a Grande. Há apenas um que o pode fazer – Jesus Cristo, o vitorioso Rei conquistador. “o Cordeiro os vencerá….” Apocalipse 17:14. Portanto, Ele é o rei do oriente cujo caminho é preparado pela seca do grande rio Eufrates. Os outros reis que estão com Ele são aqueles remidos que já estão no Céu onde foram feitos “… reis e sacerdotes para Deus e seu Pai….” Apocalipse 1:6.
O rei Ciro, no seu papel de vencedor de Babilónia, é um tipo específico da obra de Cristo como vencedor final de Babilónia a Grande. Alguns podem pôr isto em causa perante o facto que Ciro não era um cristão, nem, tanto quanto saibamos, alguma vez se tornasse. Houve pelo menos uma ocasião em que este rei foi “…constrangido a reconhecer o seu [de Daniel] Deus como ‘o Deus vivo e para sempre permanente, e o Seu reino não se pode destruir.’” Profetas e Reis, 545. Mas, isto não prova que houve uma verdadeira conversão, porque muitas pessoas têm sido obrigadas a admitir que o Altíssimo é o Deus dos deuses, sem ter sido convertidas. Continuação 16/12/2004
Contudo, ele foi um tipo de Cristo duma forma limitada. Ele “… fora chamado ao trono do império do mundo a fim de libertar os cativos do Senhor….” O Desejado de Todas as Nações, 44.
A verdade é que o nosso vindouro Salvador é o único que podia cumprir, a respeito da queda da moderna Babilónia, as palavras ditas acerca de Ciro, o ungido do Senhor, que foi especificamente mencionado pelo nome muito tempo antes de ter nascido. Através do Seu servo, o profeta Isaías, mais de cento e setenta anos antes do acontecimento ter lugar, Deus mencionou o rei Ciro pelo nome como o homem que lançaria a glória dos caldeus por terra, como está escrito:
Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.Isaías 45:1.
Estas palavras foram cumpridas à letra naquela fatídica noite em que o rei Ciro guiou os seus soldados por baixo dos muros de Babilónia, pelo leito do rio e através das portas do rio abertas para a cidade. Tivessem os embriagados guardas estado sóbrios e fiéis ao seu dever, as pesadas portas tinham sido fechadas e os persas não teriam outra alternativa senão marchar para fora antes do rio voltar ao seu nível normal. Porém, os guardas babilónios estavam tão confiantes que a cidade nunca cairia que descuidadamente deixaram as portas destrancadas e assim deixaram o caminho totalmente aberto para o rei Ciro e as suas tropas entrarem no coração da cidade. Tão grande foi a surpresa que os defensores de Babilónia foram lançados em grande confusão e a cidade caiu na mesma noite.
Outra vez, através de Isaías, Deus tinha ainda mais a dizer profeticamente de Ciro:
‘Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus cativos, não por preço nem por presente,’ diz o Senhor dos Exércitos.Isaías 45:13.
Estas palavras são exactamente a descrição da missão de Cristo, que, por causa da ilimitada e mais inteligente dedicação ao Seu Pai, as cumpriu a um nível de perfeição muito maior do que o alcançado por Ciro. Como de costume, o tipo reflecte apenas uma sombra de glória alcançada pelo Antítipo. Portanto, o Ser Eterno chamou Ciro em justiça e dirigiu todos os seus caminhos num sentido limitado ou qualificado, mas guiou Jesus num sentido mais completo e perfeito. A perfeição da resposta de Cristo à liderança de Seu Pai é revelada nestas palavras: “Tão plenamente vazio do próprio eu era Jesus, que não elaborava planos para Si mesmo. Aceitava os que Deus fazia a Seu respeito, e o Pai os desdobrava dia a dia. Assim devemos nós confiar em Deus, para que nossa vida seja uma simples operação de Sua vontade.” O Desejado de Todas as Nações, 208.
Ele devia construir a cidade de Deus. Esta é a Nova Jerusalém, a capital do reino. A construção dessa cidade é a construção do reino de Deus, uma obra que apenas Cristo pode realizar. Através do rei persa, Deus alcançou isto duma forma limitada quando o rei pagão, movido pelo Espírito de Deus e a específica profecia escrita acerca dele, escreveu o primeiro decreto que permitia aos judeus regressarem e reconstruírem a cidade e o santuário. Mas esta foi a Jerusalém que está em baixo ao passo que nós estamos preocupados com “… a Jerusalém que é de cima,” a qual “é livre, e mãe de todos nós.” Gálatas 4:26. Esta é a cidade que o grande Libertador, Cristo Jesus, construirá e durará eternamente.
O rei persa permitiu aos judeus regressarem a Jerusalém sem impor qualquer tipo de resgate sobre eles. Não foi por preço ou galardão que ele os deixou ir. Este é um símbolo apropriado da obra de Cristo da libertação dos escravos do pecado e da morte sem qualquer exigência de que pagassem pelo serviço. A salvação é livre. Cristo é o único Campeão com a capacidade de efectuar esta libertação. Mesmo agora, Ele está a trabalhar à direita de Seu Pai para “… salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.Hebreus 7:25.
Nenhum outro aparte de Cristo Jesus responde ao tipo estabelecido nos serviços prestados a Deus pelo rei Ciro. Nenhum outro governante nestes últimos dias libertará o povo de Deus envolvendo a queda e destruição de Babilónia. Portanto, Cristo e os reis que O acompanham do Céu para testemunharem a completa e final derrota da Grande Babilónia, são os reis do oriente mencionados em Apocalipse 16:12. O seu caminho é preparado pela seca do rio Eufrates do moderno e antitípico rio Eufrates.
O quê, então, é correctamente identificado como sendo o grande rio Eufrates mencionado em Apocalipse 16? Para encontrar a resposta, façamos outra pergunta: quais são as forças sustentadoras de vida das quais Babilónia dependerá nos últimos dias? A resposta é: as pessoas e o dinheiro desta Terra. Estes serão o seu suposto rio da vida, e, pelo tirar a máscara dos enganos de Satanás, este suporte humano e material secará completa e eternamente.
Há uma adequada confirmação disto em O Grande Conflito, 636. Esta página foi citada extensivamente no capítulo anterior para mostrar a relação entre o derramamento da quinta praga em que as trevas cobrem a Terra e a libertação final do povo de Deus. O que não estava localizado no último capítulo era onde a sexta praga teria lugar. É agora tempo para fazer isso.
No princípio da página 636 de O Grande Conflito, é feita referência à quinta praga – as trevas que cobrem toda a Terra. No final da mesma página, começa a descrição da sétima praga. Uma vez que todas as pragas foram mencionadas na sua ordem correcta e a sexta é altamente significativa para nós, ela tem que se encontrar na página 636 de O Grande Conflito, entre a quinta e a sétima praga.
Ali não estão escritas exactamente as palavras da Bíblia, mas ela está lá mesmo assim e todo o estudante da Bíblia que compreende aquilo que procurar, encontrará a sexta praga precisamente onde ela pertence – entra a quinta e a sexta. Todos os que procuram uma seca literal das nações geograficamente localizadas ao longo do rio actual, não encontrarão vestígio da sexta praga nesta página em O Grande Conflito. Por outro lado, o estudante da Bíblia que compreende os correctos princípios de interpretação profética esperará encontrar a completa retirada do suporte de Babilónia dado até então pelas pessoas e pelo dinheiro, porque isto é o que a seca do rio simboliza.
É isto precisamente que está escrito aqui. À medida que o tempo da praga das trevas se aproxima, Babilónia é vista em total comando das multidões que, em obediência às suas ordens, estão a ponto de se lançarem sobre a sua presa para matar os crentes. Este é o ponto alto para Babilónia a Grande. Nunca Satanás chegou tão perto de alcançar os seus objectivos. Somente segundos o separam da completa vitória, porque, se ele pudesse acabar com a existência dos santos neste ponto do tempo, “… o seu triunfo seria completo.” O Grande Conflito, 618. A Mãe das Prostitutas e Abominações da Terra sentir-se-á totalmente segura neste momento, como fez Belsazar naquela noite de festa precisamente antes dos medos e dos persas entrarem.
Mas, para aquela cidade grande e ímpia, o momento de aparente vitória foi o tempo da completa e eterna derrota. As impenetráveis trevas da quinta praga envolve os ímpios, seguido pelo brilhante arco-íris que “… atravessa os céus, e parece cercar cada um dos grupos em oração.” O Grande Conflito, 636.
Chegou o tempo da sexta praga, a seca do grande rio e aqui está ela: “As multidões iradas subitamente se detêm. Silenciam seus gritos de zombaria. É esquecido o objeto de sua ira sanguinária. Com terríveis pressentimentos contemplam o símbolo da aliança de Deus, anelando pôr-se ao amparo de seu fulgor insuperável.” O Grande Conflito, 636.
Informação adicional do que acontece nesta altura é dada no capítulo seguinte, onde é declarado que o povo está tão completamente consciente dos enganos que Babilónia tem praticado sobre ele que lhe retira o seu apoio e em seguida volta-se contra ela e a destroem. “Quando a voz de Deus põe fim ao cativeiro de Seu povo, há um terrível despertar daqueles que tudo perderam no grande conflito da vida…. O povo vê que foi iludido…. As multidões estão cheias de furor. ‘Estamos perdidos!’ exclamam; ‘e vós sois a causa de nossa ruína’; e voltam-se contra os falsos pastores. Aqueles mesmos que mais os admiravam, pronunciarão as mais terríveis maldições sobre eles. As mesmas mãos que os coroavam de lauréis, levantar-se-ão para destruí-los. As espadas que deveriam matar o povo de Deus, são agora empregadas para exterminar os seus inimigos. Por toda parte há contenda e morticínio.” O Grande Conflito, 654-656.
E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.
“Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.Apocalipse 17:16, 17.
O poderoso rio de pessoas que aparentemente corria como uma irresistível maré de apoio babilónico pára e depois inverte o sentido. O Eufrates está seco; a sexta praga caiu. As multidões da Terra retiraram o seu suporte e a sua aliança ao papado.
Tal como a seca do antigo rio Eufrates levou à destruição da antiga Babilónia, assim a seca do moderno rio Eufrates levará à destruição da moderna Babilónia. Então as multidões de todas as nações para quem a mãe das prostitutas olhará como um meio de ganhar ascendência sobre Deus e o Seu povo, serão em vez disso os seus executores.
Uma vez reconhecidos estes factos, será visto que a mensagem de Apocalipse 16:12 está em harmonia com a lei das primícias e as condições que devem ser estabelecidas antes do grande conflito poder terminar.

O fim da rebelião apenas pode ser alcançada quando as mentiras acerca do carácter de Deus tenha sido substituída pela verdade.
Portanto, não pode haver colheita e nenhum segundo advento até as primícias terem feito a obra que lhes foi destinada.
Assim, o grande rio da humanidade que deu o ilimitado suporte a Babilónia deve secar antes de ser possível ao Rei dos reis aparecer nas nuvens do Céu.
Tudo isto é aquilo que o Céu está à espera, e, não importa o tempo que isso demore, o tempo tem que ser adiado até estas coisas acontecerem, o que nunca pode acontecer enquanto os filhos de Deus não tiverem alcançado um nível de perfeição requerido para dar uma imaculada revelação do carácter de Deus. Quando os verdadeiros filhos de Deus compreenderem completamente o que Deus pretende realizar através deles, trabalharão com maior inteligência, intensidade, diligência e fé, para chegarem ao padrão exigido.


Sem comentários:

Enviar um comentário