Os Sete Anjos
Capítulo 6
O Segundo Anjo
Objectivo deste estudo é mostrar a
necessidade de um segundo anjo e a relação que ele tem com o primeiro. É
importante que isto seja compreendido, porque, em vista do facto que o primeiro
anjo vem possuindo e pregando o evangelho, aparte do qual nenhuma outra
mensagem deve ser pregada, pareceria que nenhum outro anjo, mensagem ou
movimento podia seguir-se ao primeiro.
O primeiro anjo recebeu a missão de
pregar o evangelho eterno como o poder vivo de um Deus criador para libertar
completamente o seu povo do pecado e assim prepará-lo para passar o juízo
investigativo e entrar no reino. A norma do julgamento é a perfeição sem pecado
dentro do próprio crente.[CMRS1] Ele, não outra
pessoa no seu lugar deve ser julgado pela lei da liberdade e se for verificado
que tem as vestes nupciais[CMRS2] da imaculada
justiça de Cristo, ser-lhe-á permitido permanecer para a ceia das bodas do
Cordeiro. Caso contrário será lançado nas trevas exteriores para sempre. Não há
necessidade de desenvolver este ponto aqui porque ele está bem explicado em O Caminho de Deus no Santuário e Enfrentando o Julgamento. Estas duas
publicações podem ser encontradas na Publicadora da Igreja do Advento do
Repouso do Sábado.
O primeiro anjo(1831) coloca grande
ênfase no facto que a hora do julgamento chegou.
Nunca antes teve a verdade presente uma proclamação tão brilhante. Paulo disse
aos gregos no Monte Mars que o Senhor tinha designado um dia futuro em que Ele
julgaria o mundo e tinha advertido Felix do “… julgamento vindouro…” Actos 17:31; Actos 24:25. Nenhum dos apóstolos, mensageiros, ou reformadores que
o Senhor chamou nos séculos seguintes proclamou qualquer mensagem da chegada de
um julgamento. Lutero estimou que ele sucederia cerca trezentos anos a partir
do seu tempo.
Com certeza, o Senhor teria ficado
satisfeito em efectuar um julgamento e terminar o grande conflito muito antes,
mas Ele não o podia fazer antes do tempo chegar à plenitude. Sem que viesse o
dia em que o santuário nunca mais pudesse ser deitado por terra nem os santos
serem pisados estaria o caminho aberto para o Senhor iniciar o julgamento. Essa
exigência tinha que ser satisfeita por altura do fim da profecia dos 2300 anos
em 22 de Outubro de 1844. Nessa altura a hora do julgamento tinha chegado e o
anjo podia proclamar esse facto. Vede O
Caminho de Deus no Santuário, capítulo 26.
Estas deviam ser as novas mais alegres
para a igreja de Deus depois de terem esperado tanto tempo para darem as boas
vindas ao seu Rei e regressar com Ele para os seus lares celestiais. No início
a mensagem recebeu de facto uma recepção calorosa. As igrejas abriram os seus
púlpitos aos pregadores do advento e, como os membros aumentavam claramente, os
dirigentes no início ficaram contentes. Todavia, não demorou muito tempo até
que o vivo poder da mensagem começou a fazê-los sentir decididamente pouco à
vontade, e, como o seu desconforto aumentava, fecharam as portas das suas
igrejas aos pregadores adventistas e começaram a perseguir todos os que estavam
a desenvolver a lealdade à mensagem do primeiro anjo. Demonstraram a mesma
hostilidade que foi manifestada pelos judeus quando o gracioso Salvador andou
entre eles como um terno Redentor.
Foi este antagonismo que tornou
necessária a vinda do segundo anjo para declarar: “‘Caiu, caiu Babilónia,
aquela grande cidade, porque deu a beber a todas as nações do vinho da sua ira
e da sua fornicação.’” Apocalipse 14:8.
É importante que ninguém cometa o erro
de assumir que o segundo anjo traz algo adicional ao que o primeiro anjo trouxe
embora pudesse parecer que sim. O primeiro anjo traz toda a mensagem que é o
evangelho, o poder de Deus para salvar do pecado. A isso nada pode ser
acrescentado e nada pode ser tirado.
Há apenas uma mensagem para o verdadeiro
filho de Deus pregar — o evangelho. Isto não significa que a profecia, a lei e
a doutrina são rejeitadas, mas têm que ser pregadas como apresentações do
evangelho. Toda a palavra das Escrituras quando correctamente compreendida, é a
revelação da capacidade de Deus para voltar a criar o homem à Sua própria
imagem pelo Seu maravilhoso poder, o evangelho, e devia ser pregado nessa luz.
Paulo compreendeu este princípio e
declarou a verdade que ele tinha sido chamado para nenhum outro ofício senão
pregar o evangelho de Jesus Cristo. Ele declarou:
“Porque Cristo enviou-me, não para
baptizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz
de Cristo se não faça vã;
“E eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de
sabedoria.
“Porque nada me propus saber, entre vós,
senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” 1Coríntios
1:17; 2:1,2.
“Cristo enviou-o a pregar o evangelho, e
ele fez isso, não usando as palavras do homem, para que a sua pregação não
pudesse ser anulada. Ele diz, ‘para que a cruz de Cristo se não faça vã’. Então
quando Paulo pregou entre os coríntios, pregou apenas Cristo e Este crucificado
e isso era o evangelho. Esse evangelho, — a cruz de Cristo — é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê.
“Agora levanta-se a questão. Era esta
pregação de Paulo qualquer coisa parecida com a mensagem do terceiro anjo, ou a
tríplice mensagem que nos foi entregue? Diferia a sua pregação daquela que nós
pregamos? Se ela difere, estamos nós a pregar aquilo que devíamos pregar? Por
outras palavras, devia a nossa pregação conter algo mais do que aquilo que
Paulo tinha? Se não, então o que possa ter, é melhor que nos livremos disso tão
cedo quanto possível. Agora vejamos porquê.
“‘Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo
do céu, vos anuncie outro evangelho, além do que vos tenho anunciado, seja
anátema.’ Esta é uma declaração forte, mas ele apenas a repete e lhe dá ênfase,
‘Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo, também, vo-lo digo. Se alguém vos
anunciar outro evangelho, além do que já recebestes, seja anátema.[ADF3]’ Gálatas 1:8,
9.
“Estas palavras não são em vão, porque
tem havido homens que têm pregado outros evangelhos, ou outras coisas para o
evangelho; e mais do que isso, tem havido anjos que têm pregado outros
evangelhos e outras coisas para o evangelho. Temos ainda que ver aqueles anjos
caídos vindo e pregando aquilo a que chamam o evangelho, que terão um poder com
ele e que serão acompanhados luz deslumbrante. Mas as coisas que nos dirão,
temos que anunciar como falsas e aquele que no-las pregam, anátemas; porque ele
diferirá nalgum particular daquilo que Paulo pregava.
“Deixando este ponto, voltaremos a
Apocalipse 14:6, onde lemos: ‘E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o
evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra… dizendo, com
grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é vinda a hora do seu juízo.’
Esta é uma obra que prepara os homens para o último julgamento e
consequentemente uma obra que tem tudo o que o homem precisa para ser perfeito,
tal como vimos no décimo segundo versículo. Mas essa mensagem é nada mais do
que o evangelho eterno. O segundo anjo saiu com o primeiro e o primeiro
[terceiro] acompanhou-os a ambos e os três juntos soaram num só clamor.
“levanta-se a pergunta, se o terceiro
anjo veio e juntou a sua voz ao clamor do primeiro e do segundo, não temos nós
algo a dizer ao mundo aparte daqueles que trabalharam sob a primeira mensagem? Bem,
não podemos ter mais do que a pregação do evangelho eterno. O segundo anjo
anuncia um facto, que Babilónia caiu por causa da sua apostasia do evangelho.
Notai, o segundo anjo não tem uma nova verdade para dizer; meramente um facto,
que algo tinha acontecido. O terceiro anjo meramente anuncia a punição que
cairá sobre os homens que agem de modo diferente da verdade anunciada pelo
primeiro anjo. Mas o primeiro anjo continua a soar e os três vão juntamente e
uma vez que os três soam juntos e o primeiro fala do evangelho eterno, — que é
aquilo que prepara os homens para estarem sem mácula perante Deus, — e o
terceiro anjo anuncia a punição que se abaterá sobre eles se não receberem o
evangelho eterno, conclui-se necessariamente que a tríplice mensagem é o
evangelho eterno.
“Notai que o primeiro anjo proclama o evangelho
eterno; o segundo proclama a queda de todos os que não obedecem a esse
evangelho; e o terceiro proclama a punição que se seguirá a essa queda e vem
sobre aqueles que não obedecem. Assim o terceiro está totalmente inserido no
primeiro, — o evangelho eterno. Sim, porque o evangelho eterno tem consigo toda
a verdade. Ele é o poder de Deus. O evangelho eterno, lembrai, é a suma de
todas as coisas — Jesus Cristo e Ele crucificado e evidentemente ressuscitado.[ADF4] Nada mais temos
neste mundo para proclamar ao povo, sejam pregadores, obreiros evangélicos,
colportores, ou investigadores, ou simplesmente pessoas que na humilde
atmosfera do seu próprio lar deixam a luz brilhar. Tudo aquilo que qualquer de
nós pode apresentar ao mundo é Jesus Cristo e Ele crucificado.
“Diz um, isto é adoptar uma visão
extrema; estamos a deitar fora todas as doutrinas que pregamos, — o estado dos
mortos, o sábado e a lei e a punição dos ímpios? Deitamo-las fora? — Não, de
modo nenhum, pregai-as em tempo e fora de tempo; mas, apesar disso, pregai
apenas Cristo Jesus e Ele crucificado. Porque se pregardes aquelas coisas sem
pregar Cristo e Ele crucificado, ficam desprovidas do seu poder, porque Paulo
diz que Cristo o enviou a pregar o evangelho, não em sabedoria de palavras, para
que a cruz de Cristo se não faça vã. A pregação da cruz, e isso somente, é o
poder de Deus. Digo outra vez, o evangelho é o poder de Deus, e a cruz é o
centro do evangelho.[ADF5] ‘Longe esteja
de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.’ Gálatas
6:14. Para Paulo nada mais havia digno de glória a não ser a cruz de Jesus
Cristo seu Senhor.” Biblie Studies on the Book of Romans, 95-97, por E.J. Waggoner.
Assim a mensagem do primeiro anjo é a
mensagem completa aparte da qual nada mais deve ser pregado. O segundo anjo foi
enviado para explicar àqueles que tinham aceite a luz do primeiro anjo, porque
é que um povo aparentemente sincero e bem intencionado voltou as costas à
verdade. Esta instrução é necessária porque o verdadeiro povo de Deus que
recebeu a mensagem com alegria, tendia a ficar confuso quanto ao que devia
fazer. Por outro lado sentiam a necessidade de se separarem daqueles que eram
hostis à verdade de Deus, enquanto por outro receavam deixar aquilo que por
tanto tempo lhes tinha sido ensinado ser a igreja de Deus. O segundo anjo
resolveu este dilema. Ele aplica o evangelho à situação e assim remove o receio
de se separarem daqueles que estão cheio com o poder e verdade de Deus.[ADF6]
Quando a verdade do primeiro anjo chamou
a atenção dos professos seguidores de Cristo em 1831, eles estavam num estado
espiritual muito triste. Deles foi profetizado:
E ao anjo da
igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de
Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e
estás morto.
“Sê vigilante, e
confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras
perfeitas diante de Deus.
“Lembra-te,
pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não
vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti
virei.” Apocalipse 3:1-3.[ADF7]
Houve uma altura em que, como resultado
do poderoso testemunho dado pelos reformadores protestantes, os membros das
igrejas tinham gozado uma experiência no poder salvador do evangelho, mas, com
o passar do tempo, isto tinha morrido e foi substituído pelo frio, legalista,
formalismo sem vida. Os membros literalmente se tornaram babilónios. Homens
eram cabeça da igreja, uns dos outros e de si próprios no lugar de Cristo. Apesar
deste grave afastamento, os professos seguidores de Cristo não tinham alcançado
ainda o ponto sem retorno e portanto não eram classificados como babilónicos
ainda.[ADF8]
Contudo, quando o evangelho vivo lhes foi trazido,
era impossível qualquer deles permanecer como estavam. Uma das grandes
evidências que o verdadeiro evangelho chega é o facto que ele nunca deixa
aquele que o ouve como o encontrou.[ADF9]
Aqueles que verdadeiramente o aceitam
verificam que, com a erradicação da mente carnal, o reinante eu é substituído
por Cristo como Cabeça divina. O crente alegra-se na maravilhosa libertação que
lhe foi dada. De dentro dele Babilónia foi destronada de modo que o segundo
anjo pode verdadeiramente dizer: “Caiu, caiu, Babilónia.” Assim, à medida que o
novo filho de Deus é elevado à família celestial, a mensagem do segundo anjo
torna-se o verdadeiro testemunho daquilo que o primeiro fez por ele.[ADF10] Esta é uma
preciosa e verdadeiramente valiosa iluminação que o torna capaz de reconhecer
com grande certeza o que são verdadeiras e falsas igrejas, tanto no princípio
como de facto.
Mas o que acontece aos que recusam
permitir que o vivo poder criador de Deus destrone Babilónia de si? A resposta
é que eles caem com Babilónia, porque, quando o evangelho entra em luta contra
Babilónia, ela tem que cair. Se ela não for expulsa do interior da pessoa,
então na sua queda consigo arrasta essa pessoa. Dessa pessoa o segundo anjo
também dá testemunho: “caiu, caiu, Babilónia”.
“A mensagem do segundo anjo de
Apocalipse, capítulo 14, foi primeiramente pregada no Verão de 1844, e teve
naquele tempo uma aplicação mais directa às igrejas dos Estados Unidos, onde a
advertência do juízo tinha sido mais amplamente proclamada e em geral
rejeitada, e onde a decadência das igrejas mais rápida havia sido. A mensagem
do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844. As igrejas
experimentaram então uma queda moral, em consequência de recusarem a luz da
mensagem do advento; mas essa queda não foi completa. Continuando a rejeitar as
verdades especiais para este tempo, têm elas caído cada vez mais.[ADF11]” O Grande Conflito, 389.
Assim aqueles que recebem o evangelho
dão grandes passos para o alto, enquanto os que o rejeitam, sofrem terrível
queda. Quando isto é compreendido, não há problema em compreender o facto que
um grande abismo de separação sempre crescente se tem estabelecido entre as
duas classes de pessoas sobre quem a luz do evangelho tem brilhado. Já não é
possível os dois grupos caminharem juntos. De acordo com a segura palavra da
profecia, Babilónia nunca recuperará da sua apostasia mas apenas descerá de mal
a pior. Portanto, nunca mais, desde que o povo de Deus não comece a retirada de
Babilónia como tantas vezes acontece, entrarão em comunhão entre si. À medida
que o leal e verdadeiro se eleva cada vez mais alto, ao passo que outros mergulham
mais e mais, o abismo da separação aumentará e aprofundará. Em vista da
irrevogável escolha feita por Babilónia, este é o único caminho a seguir.
Portanto, os que professam crer na mensagem do segundo anjo deviam ver com o
maior alarme qualquer estreitamento ou ligação da separação entre eles e as
igrejas caídas. Qualquer desenvolvimento desta natureza nunca significará que
as igrejas caídas estão a aproximar-se de Deus, mas apenas que os crentes do
advento estão a afastar-se d’Ele.
A mensagem do primeiro anjo separa o
verdadeiro crente daqueles que recusam colocar-se sob a santificadora
influência do Espírito Santo. As duas partes nunca podem caminhar juntas. A
bênção do Senhor nunca pode estar sobre esta união e Ele opera para assegurar
que o Seu povo seja chamado a sair de Babilónia a fim de caminhar com Ele numa
comunhão cada vez mais próxima, uma comunhão que só é possível quando eles não
mais habitam com os que rejeitam a Sua luz e amor.
“Chamou Deus Sua igreja hoje, como
chamara o antigo Israel, a fim de erguer-se como luz na Terra. Pela poderosa
espada da verdade, as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos,
separou-os das igrejas e do mundo para trazê-los a uma santa proximidade dele.”
Testemunhos Selectos 2:156.
O testemunho
confirma uma verdade que deveria ser cuidadosamente e permanentemente notada
por todo aquele que está à procura de um lugar no reino de Deus. O ponto
crítico é que Deus separa os Seus filhos das igrejas caídas de modo a poder trazê-los a uma sagrada
proximidade com Ele mesmo. É então um caso de separação das igrejas que se
tornaram Babilónia ou separação de
Deus. A escolha pertence a cada pessoa. A verdade do resultado desta opção foi
experimentada pelos crentes em 1844, como declara o testemunho que se segue a
respeito daqueles que aceitaram a mensagem da hora do julgamento.
“‘Há uma coisa, a
respeito destes convertidos que deveria ser notada. A maioria deles não se uniu
a nenhuma das seitas existentes: mantêm-se independentes. Quase todos são prósperos cristãos e fortes na convicção
do rápido advento. Mas em muitos dos que se ligaram a quaisquer das seitas, a
religião está a morrer e estão a deixar a doutrina da rápida vinda de Cristo.
Eles têm asma espiritual; é difícil
para eles respirar.’” Carta de Silas Hawley, 15 de Agosto de 1843, no jornal, Midnignt Cry, 24 de Agosto de 1843, página
7. Citado por F.D. Nichol neste livro The
Midnight Cry, 159.
Este
desenvolvimento não começou a manifestar-se em qualquer grau notório até 1843,
doze anos depois de William Miller começar a sua obra com entusiasmo. A última
coisa que ele tinha em mente era formar um novo movimento. Estava confiante
quando começou o seu trabalho que a mensagem seria bem aceite nas igrejas,
quebraria as divisões sectárias e os preconceitos e uniria os professos
seguidores de Cristo num único corpo. Assim não haveria nenhuma necessidade de
separação e formação de um novo movimento. Esta era uma visão que reflectia o
triunfo do optimismo sobre as lições da história.
"Nos
primeiros anos do ministério público, Miller tinha tomado como certo que a
igreja em geral daria boas-vindas às negligenciadas boas novas da breve vinda
de Cristo, que se havia tornado tão precioso à sua própria alma. Ele supôs que
quando isto fosse trazido à sua atenção, este glorioso acontecimento seria
saudado com alegria e que os pregadores o proclamariam com satisfação em todo o
lado. Milhões durante os séculos tinham desejado e orado pelo regresso de
Cristo para estabelecer o Seu reino. Esta era claramente a esperança de todos.
Agora ele parecia estar à beira da consumação – e que gloriosa perspectiva
apresentou! Além disso, como as igrejas vizinhas mais pequenas lhe abriram as
portas e como os ministros um a um se tinham unido em apoio, esta primeira
convicção da última aceitação da verdade do advento aprofundou-se.
“Sob essas
circunstâncias Miller não tinha o mais remoto pensamento de formar uma seita
separada. Todavia, ele e os seus associados foram crescentemente acusados de
serem dissidentes, transgressores do concerto e desorganizadores. Eles negaram isto
com firmeza. A alegria da segunda vinda gloriosa tinha quebrado o sectarismo e
a dissenção dentro dos próprios corações e todo o grupo adventista estava unido
por este laço comum. Consequentemente defenderam que a acusação não podia ser
verdade.” The Prophetic Faith of Our
Fathers, 4:761, por LeRoy Edwin Froom.
Tão fortemente
William Miller se apegou a estas convicções, que foi muito lento a proclamar a
mensagem do segundo anjo chamando o povo a sair de Babilónia. Ele apegou-se à
ideia e à esperança que as igrejas aceitariam a verdade e se preparariam para o
regresso do Salvador. Nem os mileritas em geral se apressaram a fazer esta
proclamação.
"No
princípio os dirigentes mileritas consideraram esta questão como um assunto
pessoal e aconselharam os seus seguidores a não se retirarem a menos que fosse
necessário. Somente a perseguição deveria dissolver a comunhão da pessoa com a
sua própria igreja. Porém, em 1843 a declaração começou a ser feita por Fitch e
depois por outros, que aquelas igrejas adversárias se tinham tornado
‘Babilónia.’ A igreja católica ‘mãe’, recordou-lhes ele, tinha ‘filhas’
protestantes, e estas tinham retido muitas das doutrinas contaminadas dela.
"Assim foi
dado por fim o clamor, ‘sai dela povo meu’ – sai da confusão e da divisão, das
seitas e partidos, da mundanidade, orgulho, e sede de cristianismo nominal. Os
ministros, disseram eles, tinham-se tornado assalariados do sistema. Muitos
ainda estavam em comunhão com os vendedores de rum. E o povo de Deus devia
separar-se dos grupos anti-cristãos organizados e das influências. Logo o grito
foi aceite pelos pregadores adventistas que ‘Babilónia’ tinha ‘caído’! Os
pregadores publicaram nas várias publicações da igreja a sua retirada das
igrejas. Multidões sobre multidões de leigos principais retiraram-se. O novo
desenvolvimento estava a avançar em força.” The Prophetic Faith of Our Fathers, 4:772, por LeRoy Edwin Froom.
As pessoas do
Advento e em particular os seus dirigentes deveriam ter esperado este
desenvolvimento, porque ele seguiu o padrão standard que tinha sido repetido
século após século com regularidade previsível. Ele começa de cada vez que a
igreja que previamente tinha entrado nos caminhos de Deus, cai em profunda
apostasia. No Seu grande amor e misericórdia, o Senhor envia-lhes uma poderosa
mensagem de graça salvadora destinada a libertá-los do domínio cruel do pecado
e a estabelecê-los como um povo santo e feliz. É luz e vida tão preciosos, belos
e radiante com promessa, que se esperaria que as igrejas saudassem a sua vinda
com alegria e gratidão. Os mensageiros cujas próprias almas estão inflamadas
com a beleza e poder da verdade, certamente estão confiantes que os seus
esforços encontrarão fé e aceitação. Mas nunca foi desse modo. Só uma pequena
proporção responde aos convites de misericórdia e até mesmo a maioria destes
provam ser virgens loucas que abandonam a sua fé quando o teste vem.
Logo a
perseguição levanta a sua cabeça má e os crentes são expulsos das igrejas. No
princípio, aqueles que aceitam a mensagem são lentos a reconhecer que aquela
separação tem que acontecer, mas por fim percebem que não há alternativa.
Contudo, estão de algum modo confusos entre esta necessidade óbvia de separação
e as advertências escriturísticas que parecem condenar tão fortemente o deixar
as igrejas estabelecidas. É neste ponto que o Senhor envia a mensagem do
segundo anjo para esclarecer qualquer confusão e dar um “assim diz o
Senhor" para os guiar confiantemente em comunhão com Ele e com os
verdadeiros crentes.
Precisamos estar
familiarizados com este padrão e não há lugar algum melhor para fazer isso do
que no ministério de Cristo. Bastante cedo no Seu ministério, verificou que era
rejeitado na Judeia de onde se separou então. Nós somos informados que esta
retirada foi apenas uma de muitas que aconteceram na igreja de Deus durante os
séculos.#
“Houvessem os
guias de Israel recebido a Cristo, e Ele os teria honrado como mensageiros Seus
para levar o evangelho ao mundo. Foi-lhes dada, primeiramente a eles, a
oportunidade de se tornarem arautos do reino e da graça de Deus. Mas Israel não
conheceu o tempo de sua visitação. Os ciúmes e desconfianças dos chefes
judaicos maturaram em ódio aberto, e o coração do povo se desviou de Jesus.
“O Sinédrio
rejeitara a mensagem de Cristo, e intentava matá-Lo; portanto, Jesus partiu de
Jerusalém, afastou-Se dos sacerdotes, do templo, dos guias religiosos, do povo
que fora instruído na lei, e voltou-Se para outra classe, para proclamar Sua
mensagem, e remir os que haviam de levar o evangelho a todas as nações.
“Como a luz e a
vida dos homens foi rejeitada pelas autoridades eclesiásticas nos dias de
Cristo, assim tem sido rejeitada em todas as subseqüentes gerações.
Freqüentemente se tem repetido a história da retirada de Cristo da Judéia.
Quando os reformadores pregavam a Palavra de Deus, não tinham idéia alguma de
se separar da igreja estabelecida; os guias religiosos, porém, não toleravam a
luz, e os que a conduziam eram forçados a buscar outra classe, a qual estava
ansiosa da verdade. Em nossos dias, poucos dos professos seguidores da Reforma
são atuados pelo espírito da mesma. Poucos estão à escuta da voz de Deus, e
prontos a aceitar a verdade, seja qual for a maneira por que se apresente.
Muitas vezes os que seguem os passos dos reformadores são forçados a retirar-se
da igreja que amam, a fim de declarar o positivo ensino da Palavra de Deus. E
muitas vezes os que estão à procura da luz são, pelos mesmos ensinos, obrigados
a deixar a igreja de seus pais, a fim de prestar obediência.” O Desejado de Todas as Nações, 231, 232.
O que aconteceu
quando Cristo Se retirou de Judeia foi repetido quando a mensagem do primeiro
anjo foi rejeitada no tempo de William Miller. Este facto é confirmado na
experiência de Ellen Harmon e sua família. Mais tarde, quando ela se tornou
Ellen White, a mensageira do Senhor, recordou a experiência difícil quando ela
e o irmão deixaram a igreja metodista para sempre.
“A família de
meu pai, de quando em quando, freqüentava a igreja metodista, e também as
reuniões para estudos, realizadas em casas particulares.
“Uma noite, meu
irmão Roberto e eu fomos à reunião de estudos. O pastor, que a devia presidir,
estava presente. Ao chegar a vez de meu irmão dar testemunho, ele falou com
grande humildade, se bem que com clareza, acerca da necessidade de um completo
preparo para encontrar o Salvador, quando vier nas nuvens do céu com poder e
grande glória. Enquanto meu irmão falava, uma luz celeste lhe abrasou o rosto,
usualmente pálido. Pareceu ser levado em espírito acima do ambiente em que se
achava, e falou como se estivesse na presença de Jesus.
“Quando fui
convidada para falar, levantei-me, com o espírito livre, com o coração cheio de
amor e paz. Contei a história do meu grande sofrimento sob a convicção do
pecado, e como finalmente recebera a bênção que havia tanto procurava –
completa conformidade com a vontade de Deus – e exprimi minha alegria nas
boas-novas da próxima vinda de meu Redentor para levar Seus filhos consigo.
“Diferenças de doutrina
“Em minha
simplicidade esperei que os meus irmãos e irmãs metodistas compreenderiam os
meus sentimentos e se alegrassem comigo, mas fiquei desapontada; várias irmãs
sussurraram e mexeram-se nas cadeiras ruidosamente, voltando-me as costas. Não
podia imaginar o que podia ter dito que as ofendesse e falei muito
resumidamente, sentindo a influência gelada da sua desaprovação.
“Quando acabei
de falar, o pastor dirigente perguntou-me se não seria mais agradável viver uma
longa vida de utilidade, fazendo bem aos outros, do que vir Jesus imediatamente
e destruir os pobres pecadores. Repliquei que anelava a vinda de Jesus. Então o
pecado teria fim e desfrutaríamos para sempre a santificação, sem que houvesse
o diabo para nos tentar e transviar.
“Depois de
encerrada a reunião, percebi que era tratada com visível frieza por aqueles que
anteriormente tinham sido benévolos e amáveis comigo. Meu irmão e eu voltamos
para casa, sentindo-nos tristes por ser tão mal compreendidos pelos crentes, e
por o assunto da próxima volta de Jesus despertar-lhes tão severa oposição.
“A Bem-Aventurada Esperança
“Em caminho para
casa, conversamos seriamente a respeito das evidências de nossa nova fé e
esperança. ‘Ellen’, disse Roberto, ‘estaremos enganados? É esta esperança do
próximo aparecimento de Cristo sobre a Terra uma heresia, para que pastores e
ensinadores religiosos a ela se oponham tão veementemente? Eles dizem que Jesus
não virá senão daqui a milhares e milhares de anos. Se tão-somente se aproximam
da verdade, então o mundo não poderá acabar em nosso tempo.’
“Eu não ousava
favorecer a incredulidade um momento que fosse, e repliquei prontamente: ‘Não
tenho dúvida de que a doutrina pregada pelo Sr. Miller é a verdade. Que poder
lhe acompanha as palavras! Que levam convicção ao coração do pecador!’
“Conversamos
sobre o assunto com toda a lealdade enquanto caminhávamos, e concluímos ser
nosso dever e privilégio esperar a vinda de nosso Salvador, e que mais seguro
seria preparar-nos para o Seu aparecimento e estarmos prontos para encontrá-Lo
com alegria. Se Ele viesse, o que não seria daqueles que então diziam: ‘O meu
Senhor tarde virá’, e que não tinham desejo de vê-Lo? Admirava-nos como havia
ministros que ousassem acalmar os temores de pecadores e crentes relapsos,
dizendo: ‘Paz, paz!’ enquanto a mensagem do aviso estava sendo proclamada em
todo o país. A ocasião parecia-nos muito solene; compreendíamos não ter tempo a
perder.
“’Cada árvore se
conhece pelo seu próprio fruto’ – observou Roberto. ‘O que tem feito por nós
esta crença? Convenceu-nos de que não estávamos preparados para a vinda do
Senhor; de que devemos tornar-nos puros de coração, do contrário não poderemos
encontrar em paz o nosso Salvador. Despertou-nos para procurar nova força e graça
divinas.
“’O que fez ela
por ti, Ellen? Serias o que agora és, se não tivesses ouvido a doutrina da
próxima vinda de Cristo? Que esperança te inspirou ao coração? Que paz, alegria
e amor te proporcionou? Para mim, fez tudo. Amo a Jesus e a todos os cristãos.
Aprecio a reunião de oração. Tenho grande alegria na leitura da Bíblia e na
oração.’
“Nós ambos nos
sentimos fortalecidos com essa conversa, e resolvemos não nos afastar de nossas
honestas convicções da verdade, e da bem-aventurada esperança da próxima vinda
de Cristo nas nuvens do céu. Sentíamo-nos gratos por poder discernir a preciosa
luz e alegrar-nos na expectativa da vinda do Senhor.
“O Último Testemunho na Reunião de Estudos
“Não muito tempo
depois disso, de novo assistimos à reunião de estudos. Precisávamos de
oportunidade para falar do precioso amor de Deus que nos animava a alma. Eu,
especialmente, desejava falar da bondade e misericórdia do Senhor para comigo.
Operava-se em mim uma tão grande mudança que parecia ser meu dever aproveitar toda
oportunidade para testificar do amor de meu Salvador.
“Ao chegar a
minha vez de falar, relatei as evidências que provavam que eu fruía o amor de
Jesus e olhava para a frente com alegre expectação de logo encontrar o meu
Redentor. A crença de que a vinda de Cristo estava próxima me havia estimulado
a alma a buscar mais fervorosamente a santificação do Espírito de Deus.
“Neste ponto, o
dirigente da classe interrompeu-me, dizendo: ‘Recebeste a santificação pelo
Metodismo, pelo Metodismo, irmã, não
por uma teoria errónea.’
“Fui compelida a
confessar a verdade de que não era pelo Metodismo que meu coração havia
recebido nova bênção, mas pelas verdades estimuladoras relativas ao
aparecimento pessoal de Jesus. Por meio delas eu encontrara paz, alegria e
perfeito amor. Assim terminou o meu testemunho, o último que eu daria na
reunião de estudos com meus irmãos metodistas.
“Roberto então
falou com mansidão, conforme era o seu modo, mas de maneira clara e tocante que
alguns choraram e ficaram muito comovidos; outros, porém, tossiam em sinal de
desagrado e pareciam muito a contragosto.” Life
Sketches of Ellen G. White, 43-47.
Esta é uma
típica experiência que aconteceu aos crentes do grande Segundo Movimento do
Advento pela qual muitos milhares foram levados a testar todas as ligações com
as igrejas caídas. “Amavam suas igrejas, e repugnava-lhes o separar-se delas;
mas como vissem suprimido o testemunho da Palavra de Deus e negado o direito de
pesquisar as profecias, compreenderam que a lealdade para com o Senhor lhes vedava
a submissão. Não poderiam considerar os que procuravam excluir o testemunho da
Palavra de Deus como constituindo a igreja de Cristo, "coluna e base da
verdade". Daí o se sentirem justificados em desligar-se dessas
congregações. No verão de 1844 aproximadamente cinqüenta mil se retiraram das
igrejas.” O Grande Conflito, 376.
Foi Charles
Fitch que conduziu a denúncia das igrejas caídas como Babilónia e começou o
chamamento para sair de Babilónia. Este desenvolvimento teve lugar em 1843 e
avançou firmemente para 1844, quando o clamor da meia-noite, iniciado por Deus
através de Samuel Snow, deu o poder e ímpeto à mensagem do segundo anjo.
“Próximo do
final da mensagem do segundo anjo, vi uma grande luz do Céu resplandecendo
sobre o povo de Deus. Os raios desta luz pareciam brilhantes como o Sol. Ouvi
as vozes dos anjos, clamando: ‘Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!’ Mat.
25:6.
“Este foi o
clamor da meia-noite, que deveria dar poder à mensagem do segundo anjo. Foram
enviados anjos do Céu a fim de estimular os santos desanimados, e prepará-los
para a grande obra que diante deles estava. Os homens mais talentosos não foram
os primeiros a receber esta mensagem. Foram enviados anjos aos humildes,
dedicados, e os constrangeram a levantar o clamor: ‘Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao
encontro!’ Mat. 25:6. Os que estavam encarregados deste clamor apressaram-se, e
no poder do Espírito Santo fizeram soar a mensagem, e despertaram seus
desanimados irmãos. Esta obra não se mantinha pela sabedoria e erudição de
homens, mas pelo poder de Deus, e Seus santos que ouviam o clamor não podiam
resistir a ele. Os mais espirituais recebiam esta mensagem em primeiro lugar, e
os que tinham anteriormente tomado parte na chefia do trabalho eram os últimos
a receber e ajudar a avolumar o clamor: ‘Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!’
Mat. 25:6.
“Em toda a parte
do país, foi proporcionada luz acerca da mensagem do segundo anjo, e o clamor
amoleceu o coração de milhares. Foi de cidade em cidade, e de vila em vila, até
que o povo expectante de Deus ficasse completamente desperto. Em muitas igrejas
não foi permitido dar-se a mensagem, e uma grande multidão que tinha o vívido
testemunho deixou essas igrejas decaídas. Uma poderosa obra foi realizada pelo
clamor da meia-noite. A mensagem era de natureza a promover o exame do coração,
levando os crentes a buscar por si mesmos uma vívida experiência. Sabiam que
não poderiam buscar apoio uns nos outros.” Primeiros
Escritos, 238.
O Clamor da meia
noite começou em Agosto de 1844. Um estado de incerteza prevalecia entre os
crentes a seguir ao primeiro desapontamento que tinha vindo sobre os crentes
expectantes quando o Salvador não veio durante o período, Primavera de 1843 à
Primavera de 1844, para o qual tinham olhado primeiramente para o Seu
aparecimento. Durante meses depois da triste conclusão que Cristo não tinha
vindo quando eles pensavam, o povo do advento estava no tempo de espera da
parábola de Mateus 25:1-13. Nova luz
era necessária para lhes dar nova fé e direcção. Embora muitas das virgens
caíssem nesta altura, milhares de outras recusaram-se a abandonar a sua fé.
Elas esperaram pacientemente até luz mais clara ser dada.
Com a esperança
que o tempo tinha vindo para isto, entre três e quatro mil reuniram-se em
Exeter no Maine para um acampamento de cinco dias que começou em 12 de Agosto
de 1844. Mas os resultados iniciais foram desapontadores. Os oradores, apesar
de experientes, dedicados, conhecedores e hábeis, não tiveram nova luz para
apresentar. Eles só podiam apresentar as evidências já familiares aos ouvintes.
Por conseguinte, pequena impressão foi deixada e o grupo tornou-se impaciente.
A pessoa bem
conhecida de Joseph Bates era o orador numa ensolarada tarde quente alguns dias
depois do acampamento abrir. “Ele estava a repetir, de um modo elaborado, as
bens conhecidas evidências sobre a demora como sendo um teste à fé deles que
Cristo seguramente viria, que não deveriam perder a confiança nas promessas
d’Ele, etc. Mas ele estava a fazer pouco progresso." The Prophetic Faith of our Fathers, 4:811, por LeRoy Edwin Froom.
Enquanto isso,
um silencioso cavaleiro penetrou no acampamento, amarrou o seu cavalo ofegante,
caminhou em direcção à tenda de reunião onde viu a sua irmã, a Sra. John Couch,
esposa de um dos pregadores adventistas, sentada na extremidade exterior com um
assento vazio ao lado dela. O nome dele era Samuel Sheffield Snow e levava com
ele a firme convicção que a profecia dos 2,300 anos terminaria 22 de Outubro
daquele mesmo ano. Não mostrando interesse no orador, em tom sussurrado, esboçou
à irmã as evidências para as suas convicções. Ela escutou com absorvente
interesse e agitação crescente. Em breve deixou de poder conter-se. De pé, ela
gritou em termos tão cortantes e claros que todas as pessoas na audiência a
ouviram claramente, “‘É demasiado tarde para tempo nestas verdades, com as
quais estamos familiarizados e que no passado têm sido uma bênção para nós e
serviram o seu propósito no seu próprio tempo.’
“Em seguida ela
disse com sinceridade, ‘Aqui está um homem com uma mensagem de Deus.’” The Prophetic Faith of our Fathers,
4:811.
Os olhos e o
interesse de todas as pessoas na assembleia foram focados nela. O pregador
parou também.
Ela continuou,
“‘é demasiado tarde, irmãos, para gastar tempo precioso como temos feito desde
que este acampamento começou. O tempo é curto. O Senhor tem servos aqui que têm
alimento no tempo certo para os Seus. Deixai-os falar e deixai o povo ouvi-los.
“Eis que vem o esposo, sai-lhe ao encontro.”’” The Prophetic Faith of our Fathers, 4:811.
Sem hesitação,
Joseph Bates retomou o seu lugar enquanto Samuel Snow calmamente caminhou para
o púlpito e em lógicos tons medidos apresentou as evidências escriturísticas
estabelecendo que 22 de Outubro era a data correcta para esperar o aparecimento
do Salvador.
Todos os
ouvintes foram presos pelo mais profundo interesse à medida que Samuel Snow
desvendava as evidências. Os resultados foram incríveis. Incendiados com
convicção, confiança e uma determinação para se aprontarem para a chegada do
Salvador e para alertar os outros do acontecimento vindouro, os crentes saíram
em todas as direcções para proclamar as maravilhosas novas. Joseph Bates que
passou por toda a emocionante experiência, descreve a mudança do torpor e
adormecimento para a intensa actividade como se segue:
“Houve luz dada
e recebida aqui, com toda a certeza; e quando essa reunião terminou, os montes
de granito de New Hampshire cantaram com grande clamor, ‘Eis aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!’ À medida que as
carruagens e comboios rodavam pelos diferentes Estados, cidades e vilas de Nova
Inglaterra, o som do clamor ainda era distintamente ouvido. Eis que vem o
Esposo! Cristo está vindo no décimo dia do sétimo mês! O tempo é curto!
Preparai-vos! Preparai-vos!! …Quem não se lembra ainda de como esta mensagem
voou como se estivesse sobre as asas de homens e mulheres com asas movendo-se
em todos os pontos cardeais. Indo com toda a velocidade das locomotivas, barcos
a vapor e carruagens, carregados com pacotes de livros e panfletos, onde quer
que fossem distribuindo-os quase tão profusamente como as folhas do Outono.” The Midnight Cry, por F.D. Nichol, 229.
A irmã White
também viveu durante esse excitante tempo e lê-se a sua descrição:
“Na parábola de
Mateus 25, o tempo de espera e sono é seguido pela vinda do Esposo. Isto
concordava com os argumentos que acabam de ser apresentados, tanto da profecia
como dos símbolos. Produziram profunda convicção quanto à sua veracidade; e o
"clamor da meia-noite" foi proclamado por milhares de crentes.
“Semelhante à
vaga da maré, o movimento alastrou-se pelo país. Foi de cidade em cidade, de
aldeia em aldeia, e para os lugares distantes, no interior, até que o
expectante povo de Deus ficou completamente desperto. Desapareceu o fanatismo
ante essa proclamação, como a geada matutina perante o Sol a erguer-se. Viram
os crentes suas dúvidas e perplexidades removidas, e a esperança e coragem
animaram-lhes o coração. A obra estava livre dos exageros que sempre se
manifestam quando há arrebatamento humano sem a influência moderadora da
Palavra e do Espírito de Deus. Assemelhava-se, no caráter, aos períodos de
humilhação e regresso ao Senhor que, entre o antigo Israel, se seguiam a
mensagens de advertência por parte de Seus servos. Teve as características que
distinguem a obra de Deus em todas as épocas. Houve pouca alegria arrebatadora,
porém mais profundo exame de coração, confissão de pecados e abandono do mundo.
O preparo para encontrar o Senhor era a grave preocupação do espírito em
agonia. Havia perseverante oração e consagração a Deus, sem reservas.” O Grande Conflito, 400, 401.
Assim o clamor
da meia-noite deu “poder à mensagem do segundo anjo”. Primeiros Escritos, 238. À medida que os crentes viam o grande
poder contido na mensagem, tinham a emocionante evidência perante si que o
poder de Deus estava com a verdade e tinham consequentemente deixado as igrejas
caídas que haviam rejeitado a luz. Viram que Babilónia tinha na verdade caído e
que eles tinham agora a divina missão de proclamar esse facto. Fizeram-no com
grande confiança enquanto sem temor cortavam as suas ligações com as igrejas
denominacionais caídas.
A mensagem do
segundo anjo era uma declaração daquilo que o evangelho pregado pelo primeiro
anjo tinha produzido. Ele declarou que, nos casos daqueles que tinham aceite o
poder de Deus para os salvar do pecado, Babilónia tinha sido destronada e por
isso tinha caído deles. Livres do cruel domínio, o verdadeiro crente era capaz
de avançar de graça em graça em direcção ao reino.
Também declarou
o triste estado em que caíram aqueles que recusaram permitir que o Senhor
operasse o Seu ministério da graça nos seus corações. A sua determinada
resistência ao grande poder protector do evangelho, serviu para exercitar e
portanto fortalecer a sua rebelião com o resultado que caíram da graça
juntamente com Babilónia da qual não saíram. Por isso, a mensagem do segundo
anjo não é outra mensagem aparte do evangelho, mas uma declaração daquilo que o
evangelho conseguiu.
[CMRS1]Esta era a preparação
para o julgamento, viver sem pecado (Perfeição). Sem esta condição, no
julgamento seriamos condenados há morte eterna.
[CMRS2]Significados
para as Vestes Nupciais;
1.
Verdadeira submissão;
2.
Pureza;
3.
Perfeição;
4.
Santificação;
5.
Justiça de Cristo
Condição
esta para enfrentar o dia do julgamento e a unica maneira para obter a salvação
eterna.
[ADF3]Anátema alguém que seja
amaldiçoado, todo aquele que prega outro evangelho senão o de Cristo não é mais
do que filho de Satanás.
[ADF4]O 2º Anjo relata um
facto que aconteceu com o 1º Anjo. Esse facto que foi trazido pela mensagem do
primeiro Anjo foi o que originou o contraste entre o carácter de Satanás e o de
Deus resultando na queda de Babilónia.
[ADF5]O evangelho é o poder
para a salvação de todo aquele que crê e a cruz é o centro do evangelho. O 1º
Anjo prega o evangelho eterno, o 2º prega a queda de todos os que não obedecem
o 3º a punição que se seguirá a essa queda.
[ADF6]Aqui está a solução
para aqueles que tem o poder de Deus e esperam pelo chamamento.
[ADF7]A igreja de Deus só
deixa de ser a igreja de Deus quando rejeita a segunda chamada de Deus.
[ADF8]Ponto sem retorno é o
ponto em que a porta da graça ainda não está fechada por isso ainda não eram
considerados babilónicos.
[ADF9]Como lhes foi trazido
o colírio ou o contraste é impossível nos ficarmos impotentes ou nos
aproximamos ou nos afastamos. Para alguns será tarde demais pois isto só será
definido na altura do julgamento devido a terem fechado as portas do coração
para a mensagem de Deus.
[ADF10]Esta mensagem é para
os Filhos de Deus porque caiu babilónia dentro deles. Portanto podemos referir
que esta mensagem relata um facto que aconteceu no povo que seguiu a mensagem
do 1º anjo.
[ADF11]As igrejas de
babilónia ainda não caíram na sua totalidade, pois ainda não está feito o
contraste entre os filhos de Deus e Satanás.
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