A Grande Multidão
Por F. T. Wright
Parte
1
Ninguém pode deixar o estudo
dos cento e quarenta e quatro mil, que temos prosseguido nos vários últimos
acontecimentos, sem considerar o assunto da grande multidão. Foi mencionado no
início destas séries que entre as teorias em circulação a respeito dos cento e
quarenta e quatro mil havia uma que defendia que os cento e quarenta e quatro
mil serão escolhidos dentro da igreja adventista, serão julgados e selados e
que depois voltarão e durante o alto clamor conquistarão a grande multidão para
a verdade. Realmente é surpreendente a quantidade de grupos que defendem este
ponto de vista de uma maneira ou de outra. Contudo, uma cuidadosa e honesta
investigação em todas as evidências na palavra do Deus vivo, Deus mostra que
esta posição não tem base escriturística. O principal argumento usado para
defender este ponto de vista é baseado em Apocalipse 14:4. “Estes são os que
não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que
seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens
foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.” É claramente
declarado que os 144.000 serão as primícias da colheita da Terra. No décimo
quinto versículo do mesmo capítulo, quando Cristo está a descer nas nuvens do
céu, o anjo diz ao que está sentado na nuvem com uma foice nas mãos, “Lança a
tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está
madura.” Com isto é assumido que a colheita é a recolha dos salvos nos últimos
dias quando a chuva serôdia cai e amadurece a seara da Terra na vinda do Filho
do Homem. No tempo da colheita há as primícias que amadurecem em primeiro
lugar, depois do que há a recolha do corpo principal da colheita. Por isso é
concluído que os 144.000 estão maduros em primeiro lugar e depois essa grande
multidão como segundos frutos. A análise deste raciocínio mostra que a
expressão “primícias” é vista sob o ponto de vista do tempo. Isto é, o grupo
especial chega à plena maturidade e perfeição num ponto de tempo à frente do
resto da colheita que amadurece um pouco mais tarde e também é recolhida mais
tarde. Essa é a teoria que não só não encontra suporte na Palavra de Deus mas
também está em divergência com o simbolismo da natureza, embora seja verdade
que nalguns frutos tal como citrinos e alguns tipos de uvas há uma pequena
proporção de frutos escolhidos que amadurecem antes do restante, isto não é
verdade quanto aos campos de trigo e cevada que são usados aqui como símbolo.
Vós não ides ao campo e recolheis um ou dois molhos de primeiros frutos maduros
antes da chuva serôdia como a teoria acima sugere, e no final da chuva serôdia
fazeis a colheita do restante. Pelo contrário o agricultor espera que a chuva
serôdia faça o seu trabalho totalmente, e todo o campo chegue ao tom dourado
para a colheita, então nessa altura recolhe o molho das primícias que também
está na colheita. O próprio facto que ele pode recolher as primícias é ao mesmo
tempo uma indicação que o restante também está pronto.
Não Um Ponto de Tempo O
verdadeiro significado da palavra “primícias” é espiritual e não tem qualquer
ligação com um ponto de tempo. Esta verdade é tornada verdadeiramente clara nas
Escrituras enquanto prosseguimos nos estudos. Temos de manter em mente que a
Bíblia tem a sua própria linguagem e o seu próprio intérprete dessa linguagem.
Quando a Bíblia usa a palavra “primícias” está a procurar dar uma certa
mensagem através desse simbolismo. Há o perigo real que o leitor falhe em
compreender a mensagem que se pretende transmitir, por isso, para ficarmos sem
desculpa, A palavra é usada noutro lugar num contexto que não deixa qualquer
dúvida quanto ao que a palavra pretende significar. A Bíblia é desta maneira o
seu próprio intérprete. A coisa importante é compreender que uma vez encontrado
o que a Bíblia quer dizer quando usa uma certa palavra, esse significado e uso
são consistentes em toda a palavra inspirada. Isto quer dizer o significado de
“primícias” não pode ser uma coisa num lugar e outra coisa noutro lugar. Vamos
então a outro lugar na palavra para ver como a palavra “primícias” é usada
aparte dos 144.000. Há um verdadeiramente claro e indiscutível exemplo, o facto
que Jesus Cristo é apontado como primícias daqueles que tinham morrido e
necessitavam de ressuscitar para a vida eterna. Há três Escrituras em
particular que falam disto. A primeira pode ser citada de 1 Coríntios 15:20. “Mas
de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que
dormem.” As outras duas são: “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o
princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a
preeminência.” Colossenses 1:18. “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel
testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra.”
Apocalipse 1:5. Um momento de reflexão mostrará imediatamente que a Bíblia não
pretende que compreendamos que Ele ser as primícias, o primogénito, ou o
primeiro a ser gerado dentre os mortos, signifique Ele foi o primeiro a
ressuscitar e que depois da Sua ressurreição todos os restantes se seguiram,
pois de modo algum foi Ele o primeiro a ser ressuscitado dos mortos no que
respeita a um ponto de tempo. Antes de sair da sepultura poeirenta houve sete
outros que ressuscitaram antes d’Ele. Moisés foi o primeiro no ponto de tempo,
Por isso se o tempo fosse um factor, então seria Moisés e não Cristo a ser
designado como primícias dos que dormiam. Depois de Moisés os outros na sua
ordem que se seguiram foram os seguintes: O filho da viúva de Sarepta, que
ressuscitou pela oração da fé de Elias, 1 Reis 17:17-24; O filho da Sunamita
nos dias de Elizeu, 2 Reis 4:36; O homem que foi ressuscitado quando tocou os
ossos de Elias; 2 Reis 13:21; A filha de Jairo, Marcos 5:23-43; O filho da
viúva de Naim, Lucas 7:11-18; E Lázaro, João11:1-46. Contudo, apesar do facto
de Jesus ter sido realmente oitavo a ser ressuscitado dos mortos, é designado
como sendo as primícias dos que dormem, o primogénito dentre os mortos, o
primeiro a ressuscitar dos mortos. Isto não significa que tenhamos uma
contradição excepto entre o que a Bíblia está realmente a dizer e o que nós
pensamos que a palavra primícias significa. A única contradição possível é
entre o nosso conceito e a verdade da bíblia, à qual o primeiro deve
submeter-se. Afinal não é a mente do homem mas a mente de Deus que interessa, e
é o Seu pensamento que temos de aprender, não o produto da falível mente
humana. Em que sentido afinal foi Jesus de facto as primícias dos que dormem; o
primogénito dos mortos; e o primeiro a ressuscitar dos mortos? Como podemos ver
claramente então não é no sentido de um ponto de tempo. Poderia pensar-se a
seguir que Ele é as primícias no ponto de vista da qualidade e excelência e
isso é verdade, mas ainda falha em chegar realmente ao ponto da mensagem
contida neste simbolismo. Voltemos agora outra vez ao símbolo como ele é
encontrado na natureza no campo dos grãos que chegaram ao estado onde estão
prontos para a colheita. Na terra de Israel Deus tinha ordenado um serviço
simbólico chamado a festa das primícias em que era pedido ao povo uma oferta
dos campos antes de poderem ceifar o resto da seara. “Das searas colhiam-se as primeiras
espigas de grãos maduros, e quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da
páscoa, o molho das primícias era movido como uma oferta de ações de graças
perante o Senhor. Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não
podia ser metida aos cereais, nem estes ser reunidos em molhos.” O Desejado de
Todas as Nações, 786. Semelhantemente, enquanto Jesus não tivesse morrido e
ressuscitado dos mortos a restante colheita não podia ser ceifada, não podia
haver ressurreição para ninguém. A confirmação disto é dada em 1 Coríntios
15:13-17. “E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.
“E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a
vossa fé. “E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus,
pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não
ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. “Porque, se os mortos
não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. “E, se Cristo não ressuscitou,
é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.” Assim nos termos mais
claros possíveis Paulo declara aos coríntios, a nós e a todos os homens, a que
sem a ressurreição de Jesus não poderia haver ressurreição para ninguém. Mais
do que isto, não poderia mesmo haver libertação do pecado. Mas como pode ser
isto? Não foi o sacrifício na cruz total, amplo e completo? Não há a mínima
dúvida que sim, e não há nada que necessite de ser acrescentado para nos trazer
a salvação, mas tem de ser lembrado que aquilo que Jesus ganhou na cruz somente
Ele é o Depositário e Administrador. Na cruz pelo Seu sangue, “obteve eterna
redenção” por nós, todavia o que Ele obteve ali, levou Consigo, tal como na
própria natureza da situação Ele tinha de fazer, levar Consigo para a
sepultura. Não havia mais ninguém que tomasse essa responsabilidade por Ele.
Unicamente Ele podia fazer isso, exactamente como só Ele e apenas Ele podia
pagar o supremo preço pela salvação da raça humana. Portanto, se o diabo
pudesse manter o Salvador no túmulo, tudo aquilo que Jesus tinha em custódia,
ter-se-ia mantido com Ele na sepultura, onde não teria a mais pequena utilidade
para alguém no mundo. Por outras palavras, tudo estaria perdido, o plano da
salvação não teria qualquer efeito, e nós estaríamos na verdade no mundo sem
Deus e sem esperança, ou, para dizer pelas palavras dos Escritos Sagrados “E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos
pecados.” Portanto, qualquer “evangelho” que pregue apenas a morte de Cristo
como sendo toda a mensagem, falha realmente naquilo que é todo o evangelho. Uma
morte do Salvador não nos pode trazer efectivamente a salvação. Ele tinha que
sair da sepultura e ascender ao santuário do Céu em virtude de cujo ministério,
à mão direita do Pai Ele “pode também salvar perfeitamente os que por ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Hebreus 7:25. Desde
essa altura Ele ministra ao Seu expectante povo aquilo que assegurou na cruz, a
sua eterna redenção que havia levado consigo para o túmulo, mas que trouxe com
Ele quando ressuscitou como Vencedor sobre a morte e a sepultura, anunciando
sobre a temporária sepultura “Eu sou a ressurreição e a vida.” A Grande
Multidão 5 E quando Ele abriu a sepultura na manhã da ressurreição, abriu-a
para todos os remidos de todos os tempos. Essa ressurreição era a chave para
todo o resto exactamente como o molho movido das primícias era a chave para a
restante colheita. É neste sentido que Jesus foi as primícias dos que dormiam,
não foi como vimos, qualquer coisa a ver com o tempo, porque quando é
considerado do ponto tempo, vemos que Ele não foi de modo algum o primeiro a
sair da sepultura, nem foi uma questão de qualidade, embora sem sombra de
dúvida Ele é o preeminente de todos os que saíram da sepultura. Ele foi as
primícias no sentido em que a Sua ressurreição tinha que ter lugar antes das
portas da morte serem derribadas e o resto dos filhos dos homens que obtiveram
salvação, pudessem ser livres da morte. Podia ser levantada a questão, que se
isto é assim, como é que alguns saíram das suas prisões tumulares antes de
Jesus descer ao túmulo e quebrar as suas cadeias? Jesus Cristo é o cordeiro
morto desde a fundação do mundo, e embora Ele não tivesse morrido na verdade
até à cruz, ainda assim a Sua vida estava completamente dedicada a esse
objectivo que para todos os efeitos e propósito era como se já tivesse
acontecido. Portanto, aquelas ressurreições aconteceram na certeza de que Jesus
ganharia a vitória no facto real quando a batalha fosse finalmente travada.
Todavia, tivesse Ele falhado na Sua natureza humana como receou que acontecesse
no jardim do Getsémani, então Deus teria que devolver à sepultura os que no
passado tinham ressuscitado para que Satanás os reclamasse como seus cativos
por direito. Com que interesse então devem Enoque e Elias ter seguido as cenas
na Terra, enquanto o Salvador lutava com Satanás até ser por fim depositado no
sepulcro! Eles eram parte da colheita e serem definitivamente recolhidos no
celeiro celestial dependia da bem-sucedida apresentação das primícias. Assim a
Palavra de Deus torna muito claro e indiscutível exactamente o que significa a
expressão “as primícias”. E assim, depois de ter tornado tão claro o
significado da palavra nesta situação, então a Bíblia, totalmente consistente
consigo própria, usa a palavra “primícias” noutro lado rigorosamente com o
mesmo significado como aqui e acabámos de observar. Um é a chave para a
compreensão do outro, a passagem do conhecido para o desconhecido. A Aplicação
do Princípio Equipados como estamos agora com a compreensão do tipo das
primícias e do cumprimento desse tipo no caso de Jesus como primícias dos que
dormiam, somos capazes de passar adiante para uma outra fase para o ponto onde
podemos compreender como os cento e quarenta e quatro mil serão as primícias.
No primeiro caso vimos que o ponto de tempo nada tem a ver com o ser as
primícias. Vimos que se ponto de tempo fosse o factor decisivo com Jesus ser as
primícias, então Ele nunca podia ter sido, em vez disso então essa honra teria
passado para Moisés que foi o primeiro no tempo a ser ressuscitado dos mortos.
Semelhantemente, se o ponto de tempo fosse o factor decisivo com os cento e
quarenta e quatro mil, então, eles nunca podiam ser as primícias porque não
serão os primeiros no tempo a receber o selo do Deus vivo. Ao referir o selo
aqui, falamos do segundo e último selo pelo qual os justos são anunciados como
prontos para a colheita. Os cento e quarenta e quatro mil, não são os primeiros
no ponto do tempo, mas são de facto os últimos em relação ao tempo. Em 1844, a
obra do selamento começou na qual os justos mortos receberam o segundo e último
selo enquanto repousavam nos seus leitos de pó, e foram desse modo declarados
como certificados para a grande colheita no dia da ressurreição. Essa obra de
selamento começou muito antes com os primeiros crentes a morrer nos dias de
Adão e prosseguiu até tratar dos casos daqueles que morreram na fé da mensagem
do terceiro anjo e tão depressa quanto cada um terminou a sua jornada
terrestre. Contudo, dizer que a obra do selamento começou em 1844, Apesar de
ser verdade no sentido geral, é passar por alto o facto que todos aqueles que
já estão no Céu, tal como Moisés, Elias e Enoque juntamente com os mártires do
Antigo Testamento que foram ressuscitados com Jesus e regressaram ao Céu com
Ele, devem ter recebido o segundo e último selo antes de poderem entrar nas
cortes celestiais. Está a chegar o tempo em que os últimos mortos terão sido
julgados e a obra do selamento passará aos justos vivos, aqueles que serão os
cento e quarenta e quatro mil. E quando esse tempo vier eles serão os únicos
que faltam selar, por isso, quando consideramos um ponto de tempo eles não
serão os primeiros a serem selados mas serão precisamente os últimos. Se então,
para se qualificarem como primícias tivessem que ser os primeiros a serem
selados, então nunca podiam qualificar-se. Alguém podia presentar o argumento
que dos vivos eles serão os primeiros, todavia, nem isto é verdade, porque
Enoque e Elias foram ambos selados em vida e transladados para o Céu em
resultado disso. Como aprendemos no estudo dos acontecimentos dos últimos dias,
ninguém pode receber o segundo e último selo, até ter enfrentado e passado o
grande teste final que vem no fim do tempo de provação, exactamente no início
do tempo da angústia de Jacó. Este facto põe imediatamente fim à ideia o que
uma certa classe receberá o selo no início da chuva serôdia para seguir depois
e juntar ao restante da colheita, que por sua vez formará a grande multidão.
Essa ideia está muito longe da verdade e é uma negação do próprio princípio
envolvido do que significa as primícias. Além do mais, deve ser salientado que
na natureza as primícias não saem para juntar o restante da colheita. Portanto,
na natureza do caso, então como foi na experiência de Cristo como primícias, os
cento e quarenta e quatro mil nunca se qualificarão como primícias se tiver de
ser uma questão de precedência no tempo. Nem isto pode ser uma questão de
primeira excelência na qualidade do desenvolvimento de carácter. Tal como no
caso do Mestre, assim com eles será verdade que terão alcançado um nível de
desenvolvimento do carácter mais elevado do que aqueles que ressuscitaram dos
mortos em virtude da experiência pela qual terão passado, e por seu lado
desfrutarão de especiais privilégios no reino, então, como não foi isto que fez
de Cristo as primícias, semelhantemente, não será isso que fará deles as
primícias. O quê, então faz deles as primícias se não é nenhuma destas duas
outras possibilidades? Aquilo que fará deles as primícias será exactamente o
que fez Cristo ser as primícias. Qualquer outra interpretação seria dar às
primícias um significado diferente no lugar e no outro e assim destruir a
consistência da palavra de Deus. Tal como Cristo tinha que cumprir uma certa
obra e obter uma certa vitória antes do resto dos resgatados poderem ressurgir
para a eternidade, assim será que Cristo o grande capitão do exército do Senhor
terá que cumprir através deles uma obra que tem de ser feita antes da obra de
Deus poder ser consumada e a colheita geral de todos as eras recolhida. Para
compreender isto é preciso que olhemos para a própria natureza dos argumentos
legais envolvidos no grande conflito e este será o assunto estudado a seguir.
PARTE
2
No capítulo anterior vimos que os cento e
quarenta e quatro mil não podem ser as primícias por causa de qualquer
precedência no ponto de tempo ou no desenvolvimento do carácter mas porque
Cristo realizará através deles uma obra, sem o sucesso da qual nunca poderia
haver a colheita do resto da seara. Para compreender isto devemos ver
claramente os pontos cruciais em causa no grande conflito em si, para que
possamos compreender o que o diabo está a procurar realizar e o que o Senhor
pretende cumprir antes do fim do grande conflito. Que há muito em causa na
questão da perfeição dos cento e quarenta e quatro mil enquanto estiverem
vivos, e que dessa obra depende a sorte de todos os justos de todos os séculos
bem como a segurança e a prosperidade do Universo, é tornado claro neste testemunho.
O contexto mostra que ele está a falar do tempo em que o diabo ganhou o
controlo sobre todo o mundo e somente um pequeno remanescente permanece em
desafio à sua determinação de governar o mundo e quebrar o plano da salvação. A
conjuntura são as cenas finais do grande dia da expiação quando de todos os
fiéis de Deus somente os cento e quarenta e quatro mil são deixados vivos. O
testemunho diz então: “Satanás conta o mundo como súdito seu, ele adquiriu
domínio sobre as igrejas apóstatas; mas ali está um pequeno grupo que lhe
resiste à supremacia. Caso os pudesse desarraigar da Terra, seu triunfo seria
completo.” Testimonies 5:472. A única esperança que ele tem de ser capaz de
fazê-los desaparecer da Terra é quebrar a sua fé no poder salvador Deus e desse
modo levá-los ao pecado num tempo em que o santuário está fechado e o
ministério pelo pecado não existe. Se ele pudesse fazer isto, então podia
destrui-los e de facto fá-los-ia desaparecer, e se fosse capaz de fazer isso
então o seu triunfo seria completo. Por outras palavras, ele seria o vencedor
no grande conflito dos séculos. Ele teria provado que tinha razão e assim
provava que Deus era o mentiroso na situação. Desde o princípio do grande
conflito, Satanás tem declarado que as leis de Deus são injustas, opressoras e
egoístas no que respeita a Deus, e por isso não podem ser obedecidas pelos
seres criados. Ele fez esta “descoberta” quando esteve na própria luz da
presença Deus e começando a olhar para o seu próprio brilho e talento, e a
ver-se a si mesmo merecedor de uma posição muito melhor e mais elevada do que
aquela que lhe tinha sido atribuída, naturalmente pensou no início que o Senhor
o veria como ele se via a si mesmo e que o elevaria a uma posição de igualdade
com Cristo. Ele antecipou isto na base da sua então correcta compreensão de que
o Senhor havia dado a cada ser criado uma posição igual aos seus talentos e
capacidades. Todavia, à medida que o tempo passou ele não viu evidência da
parte do Senhor para lhe dar o que aos seus próprios olhos sentiu ser
merecedor. Em vez de verificar para ver se ele era realmente o que pensava ser
e então rever a sua atitude para com a lei de Deus, decidiu que o Senhor estava
a mantê-lo abaixo a fim de preservar um lugar especial e posição para Si
próprio e para o Seu filho Jesus Cristo. Assim, “descobriu” ele por causa da
sua agora distorcida e egoísta visão das coisas, que a lei de Deus se destinava
a servir um Deus egoísta, e não era de modo algum para a felicidade das
criaturas, mas apenas para os manter numa servil escravatura ao poder de Deus e
Seu filho. Então nessa altura e só nessa altura, propôs no seu coração que se o
Senhor não lhe desse aquilo que ele considerava ser seu por direito e que
considerava estar a ser-lhe negado por um Deus egoísta e centrado em Si mesmo
então levantar-se-ia e tomá-lo-ia pela força. Ele pensou que a sua reacção era
perfeitamente justificada e o único caminho possível a tomar, uma vez que
entendia ter sido “enganado” acerca do carácter de Deus, que ele via agora como
sendo o mestre da mentira, portanto ficou convicto que a lei de Deus não podia
ser guardada de modo algum, e que aqueles que estavam obedecer-lhe faziam-no
somente por causa de estarem sob a tirania de uma terrível servidão. Mas fossem
os seres criados despertados para a grande “descoberta” que ele fez, e
acabariam para sempre com a servidão a Deus e ao Filho. Que isto é assim não é
o resultado da invenção ou da leitura da nossa mente porque o próprio diabo o
disse. Olhai para o incidente acerca de Jó no Antigo Testamento. “E disse o
Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra
semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do
mal?” Jó 1:8. Na sua resposta Satanás não negou que Jó estava a servir a Deus,
mas retorquiu e disse que ele estava a fazer isso porque não compreendia o
verdadeiro carácter de Deus. Jó estava tão enganado que via Deus como Lúcifer O
via antes, como um benfeitor dos Seus filhos, mas se o Senhor mostrasse o Seu
verdadeiro carácter e Jó visse esse carácter como o de um opressor, então Jó
amaldiçoaria Deus na Sua face. “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse:
Porventura teme Jó a Deus debalde? “Porventura tu não cercaste de sebe, a ele,
e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado
se tem aumentado na terra. “Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto
tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.” Versículos 9-11. Desta
maneira, Satanás declarou que rebelião, que é pecado de acordo com a posição,
ponto de vista e julgamento de Deus, é inevitável se os seres criados ficarem
conscientes da verdadeira natureza da situação. Com esta convicção firme na
mente, ele lançou-se ao trabalho de ajudar os anjos não caídos a compreender a
sua situação, e foi bem-sucedido em juntar um terço dos exércitos celestiais
para o seu lado em aberta e total rebelião contra o poder de Deus. Esta foi uma
significativa vitória para o seu lado e deu-lhe um auspicioso começo no agora
longo conflito. A conquista de um terço do exército do Céu já era suficiente
mau se isso fosse tudo o que ele conseguisse, mas na realidade todo o exército
celestial foi enganado em parte e até à cruz do Calvário seguiram Deus com
alguma reserva. Até essa altura havia a dúvida nas suas mentes de que talvez o
diabo estivesse correcto e que o Senhor estava a enganá-los pelo menos até
certo ponto. Que isto é assim é tornado claro nestes testemunhos. “Até à morte
de Jesus, o caráter de Satanás não fora ainda claramente revelado aos anjos e
mundos não caídos. O arqui-apóstata se revestira por tal forma de engano, que
mesmo os santos seres não lhe compreenderam os princípios. Não viram claramente
a natureza de sua rebelião.” “Satanás viu que estava desmascarado. Sua
administração foi exposta perante os anjos não caídos e o Universo celestial.
Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se
Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria
restrita. Qualquer que fosse a atitude que tomasse, não mais podia esperar os
anjos ao virem das cortes celestiais, nem perante eles acusar os irmãos de
Cristo de terem vestes de trevas e contaminação de pecado. Estavam rotos os
últimos laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial.” O Desejado de Todas
as Nações, 758, 761. Este testemunho claramente declara que os últimos laços de
simpatia entre Satanás e o mundo celestial estavam quebrados quando ele matou
Cristo na cruz do Calvário. Há uma clara A Grande Multidão 9 diferença entre
ter uma simpatia com e ter uma simpatia por outra parte. Porque para existir
uma simpatia com ou entre duas partes, tem de haver uma partilha das mesmas
atitudes e pensamentos, ou, pelo menos um reconhecimento de que aquilo que o
outro homem acredita ou faz, tem uma certa medida de justificação, ao passo que
por outro lado podeis ter simpatia por uma pessoa por causa da infeliz situação
em que ela se encontra sem no mínimo grau simpatizar com a sua ideologia e
forma de viver. Por isso hoje nós podemos sentir e devemos sentir muita pena
mesmo do próprio diabo por quem nós mostramos simpatia, todavia, ao mesmo tempo
não deve haver a mínima simpatia entre ele e nós acerca de qualquer coisa que
ele acredite ou faça. Até à crucificação quando o amor e o carácter de Deus
apareceram no seu melhor, enquanto o carácter de Satanás apareceu no seu pior,
os seres não caídos não tinham perdido a sua simpatia pelos enganos Satanás,
mas com aquela revelação das duas partes em luta, Satanás perdeu tudo no que
respeita à simpatia do mundo celeste. Tremendo terreno foi ganho pelas forças
da justiça, mas a batalha ainda não estava ganha. É verdade que o Céu tinha-se
tornado um lugar seguro, todos os seus habitantes tinham visto por si mesmos a
natureza do carácter e dos argumentos de Satanás, e tinham tomado a decisão
definitiva necessária para não lhe dar o mínimo acolhimento. A mesma batalha
tem que ser levada ao fim nesta Terra de maneira que os homens vejam totalmente
que Satanás é o grande enganador e do coração reconheçam essa verdade. Uma certa
situação tinha de ser alcançada antes que a vitória pudesse ser ganha pela qual
os exércitos do Céu fossem totalmente libertos dos enganos de Satanás e levou
quatro mil anos a chegar até ela. Semelhantemente, uma certa situação terá de
ser alcançada antes do fim poder vir com a completa revelação aos homens
pecadores, bem como aos justos, do verdadeiro carácter de Satanás. Cristo foi o
campeão que ganhou a vitória no Calvário, e será outra vez Aquele que ganhará a
vitória final, sendo os cento e quarenta e quatro mil o instrumento nas Suas
mãos. O que foi feito num grande campo de batalha, a luta pela lealdade dos
seres não caídos deve agora ser feito na luta pela conquista das mentes dos
seres caídos. Como Cristo cumpriu o papel das primícias nessa primeira grande
batalha, assim terá Ele de novo as Suas primícias na reprodução de Si próprio
nos cento e quarenta e quatro mil. Vejamos como será isto feito. A Natureza
Humana Debaixo de Fogo Quando Adão pecou no Jardim do Éden, Satanás exultou,
porque agora ele podia apontar o facto que a perfeita natureza angélica e a
perfeita natureza humana não eram à prova da tentação do pecado. Apenas um
confronto foi suficiente, a obra de alguns minutos, para vencer Adão e Eva no
seu prefeito lar edénico. Ele pensou que agora tinha uma base de operações
segura contra o governo do Céu até serem proferidas as palavras “E porei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Génesis 3:15. A partir desse
momento, tem sido o esforço de Satanás abolir da face da Terra a justiça de
Deus pela destruição do povo de Deus, e muitas vezes tem chegado perigosamente
perto de ser bem-sucedido. Uma e outra vez tem ele conduzido Israel ao pecado,
e com isso “Esperava estabelecer a pretensão que manifestara quando de sua
rebelião no Céu — que as reivindicações de Deus eram injustas, e não podiam ser
obedecidas. Mesmo Israel, declara ele, não guardava a lei.” O Desejado de Todas
as Nações, 29. Então veio Jesus e naquela mesma natureza humana que tinha
falhado tanto antes, e agora enfraquecida por quatro mil anos de pecado e
injustiça, demonstrou que a lei pode ser obedecida em cada particular sob as
pressões e condições mais terríveis possíveis e ainda assim ser para a melhoria
e felicidade daqueles que a guardam, provando dessa maneira que Deus não era
injusto, arbitrário ou severo ao fazer essas leis para as Suas criaturas.
Satanás sabia que agora iria perder tudo, e que tudo dependia de vencer a natureza
humana de Jesus e fazer com que Ele pecasse. Portanto, depois de perder batalha
atrás de batalha, chegou o momento em que a batalha final devia ser travada na
cruz. Satanás sabia que este seria um esforço derradeiro de vida ou morte, que
perderia ou ganharia tudo nesta luta e por isso, a constante exposição total do
seu carácter, lançou tudo o que tinha no supremo esforço para destruir o Filho
de Deus espiritualmente e moralmente ̶e perdeu. O Filho de Deus triunfou sobre
o diabo, provando para sempre a justiça e o amor de Deus. Tendo obtido essa
vitória, e saído do túmulo como prova da vitória, tornou-se as primícias dos
que dormiam, com isso garantindo que o diabo não tinha poder para manter os
justos na sepultura. Aflição para a Terra Não sendo capaz de ser ouvido pelos
anjos, então voltou toda a sua atenção para os que restavam no campo de
batalha, esta Terra. Enquanto antes de da cruz, ele dividia o seu tempo e
energia entre a Terra e os anjos, agora concentrou tudo nos homens e mulheres
aqui, por essa razão está escrito, “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia:
Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do
seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do
nosso Deus os acusava de dia e de noite.… Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós
que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu
a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apocalipse 12:10-12.
Todo o seu tempo, energia e esforço, estão agora dedicados ao objectivo de
fazer com que aqueles que professam ser filhos do reino pequem e assim possa
destruí-los da face da Terra, provando dessa maneira o seu ponto de vista que a
natureza humana não é capaz de modo algum cumprir a lei. É verdade que Jesus na
nossa natureza humana obedeceu de facto à lei, mas o inimigo perverte a verdade
sobre isto espalhando a doutrina de que Ele não era realmente humano como nós
somos, mas que possuía qualidades e poderes que uma pessoa comum não conhece e
Ele podia não pecar. Ele podia fazer isso mas outra coisa é qualquer pessoa
fazê-lo também. E na linha do tempo a triste realidade é que mesmo os professos
filhos de Deus têm falhado uma e outra vez a Deus dando por isso credenciais à
grande mentira de Satanás. Antes do conflito ser por fim resolvido, antes dos
ímpios serem levados voluntariamente a reconhecer que Deus é justo e santo, tem
de haver na Terra um povo vivo que sem Mediador nas cortes do Céu, demonstre
que sob as mais proibitivas circunstâncias a lei pode ainda ser cumprida para o
progresso e bem-estar da família humana. Uma e outra vez o Senhor procura
juntar esse povo e de cada vez o diabo tem sido bem sucedido em levar essa
grande obra de reavivamento e reforma a um aparente mas não completo fim. Se
ele pudesse em qualquer momento fazer isto, então teria ganho a vitória, porque
teria provado que a injustiça era mais forte do que a justiça e por isso sairia
vitorioso no seu argumento. Finalmente o Senhor terá um povo que será a
perfeita reprodução do carácter de Jesus. Em desespero Satanás vê o que isto
significa e como fez na cruz reunirá todos os seus poderes e recursos numa
poderosa determinação de eliminar este povo justo da face da Terra. Ele sabe
que ganhe agora, ou perca para sempre, não haverá outra oportunidade. As duas
grandes forças que se confrontaram para a batalha tantas vezes antes, agora
enfrentar-se-ão pela última A Grande Multidão 11 vez numa luta de vida ou morte
da qual não haverá retirada senão com a vitória de uma ou de outra. Tal como foi
na cruz, assim outra vez Satanás falhará completamente e como naquela altura
será de novo com um custo tremendo para si. Então o preço que ele pagou foi a
total exposição de si mesmo perante os exércitos das cortes celestiais pela
qual perdeu toda a simpatia que existia entre eles. Mais uma vez o preço que
ele pagará pela derrota será a completa exposição de si mesmo desta vez não
perante o exército celestial, porque isso já foi feito, mas perante os
moradores desta Terra. Resumidamente aqui está o seu desenvolvimento como
revelado na segura palavra da profecia. Satanás levará os governantes desta
Terra a passarem o decreto de morte contra os verdadeiros e santos e depois
guiará os exércitos dos ímpios para destruir o povo de Deus. A situação chega a
um ponto em que os ímpios estão sobre os justos com as suas espadas levantadas
a fim de os matar, “quando, eis, um denso negror, mais intenso do que as trevas
da noite, cai sobre a Terra. Então o arco-íris, resplandecendo com a glória do
trono de Deus, atravessa os céus, e parece cercar cada um dos grupos em oração.
As multidões iradas subitamente se detêm. Silenciam seus gritos de zombaria. É
esquecido o objeto de sua ira sanguinária. Com terríveis pressentimentos
contemplam o símbolo da aliança de Deus, anelando pôr-se ao amparo de seu
fulgor insuperável.” Então a voz de Deus fala e liberta o Seu povo e é nesta
altura que “há um terrível despertar daqueles que tudo perderam no grande
conflito da vida…. O povo vê que foi iludido. Um acusa ao outro de o ter levado
à destruição; todos, porém, se unem em acumular suas mais amargas condenações
contra os ministros. Pastores infiéis profetizaram coisas agradáveis, levaram
os ouvintes a anular a lei de Deus e a perseguir os que a queriam santificar.
Agora, em seu desespero, esses ensinadores confessam perante o mundo sua obra
de engano.” O Grande Conflito, 654-656. Isto é a seca do rio Eufrates que deve
acontecer para que o caminho dos reis do Oriente seja preparado. Isto é dizer
que os reis do Oriente, que nós sabemos do nosso estudo da batalha do Armagedom
ser Cristo e os Seus exércitos, não podem vir enquanto o caminho não estiver
preparado para eles virem, e essa preparação é a seca das águas do simbólico
rio Eufrates que é a retirada total do suporte que o diabo terá conquistado
nessa altura. “Mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra.” Daniel
11:45. Ele será despojado de todo o suporte humano nesse tempo como da simpatia
do Céu na crucificação. E terá de ser dessa maneira antes da vitória final no
grande conflito ser alcançada pelo Senhor e pelos Seus exércitos, porque é da
natureza da lei de Deus que o Seu povo O sirva, não porque tem de ser, mas
porque têm uma convicção pessoal que o Seu caminho é o único que é recto e
verdadeiro. A convicção é baseada no conhecimento, e é obtida pela experiência.
Portanto, o diabo deve revelar-se completamente aos homens, tal como aconteceu
também com os anjos, antes de vitória ser alcançada e ganha verdadeiramente a
convicção que o Senhor é recto e verdadeiro. Trazer a questão a esta situação;
fazer com que as coisas se desenvolvam a este ponto, não é obra de um momento.
É preciso um povo que viva uma vida de justiça tão perfeitamente como Jesus
viveu enquanto esteve na Terra como visível reprovação do inimigo de toda a justiça.
A própria existência desse povo fará manifestar a mais furiosa oposição
possível que subirá de intensidade à medida que ele procura por todos os meios
destruí-los. Para isso ele será forçado ao ponto em que se ultrapassará a si
próprio e dará aos ímpios e também aos justos uma tal ilustração verdadeira de
si mesmo que fará com que eles lhe retirem o apoio. Ao mesmo tempo será dada
pelos justos a demonstração que a lei pode ser cumprida por aqueles que estão
vivos na carne mais enfraquecida de todos os tempos. Não será antes disto estar
feito que os justos de todas as eras serão chamados das suas sepulturas e os
justos vivos trasladados para o reino. Mas quando estiver feito como a palavra
tão claramente diz, o caminho dos Reis do Oriente terá sido preparado e o fim
virá. Portanto, como na morte e ressurreição de Jesus foi realizado algo
unicamente através do qual a porta da vida eterna pode ser garantida para todo
o resto, assim a vitória dos cento e quarenta e quatro mil realizará algo
unicamente pelo qual o fim pode vir e os remidos de todas as eras, a grande
colheita, será reunida no celeiro celestial. Hoje eles repousam nas suas camas
de pó esperando essa colheita, a colheita que depende dessa geração que serão
os cento e quarenta e quatro mil, sendo verdadeiros e fiéis todo o caminho até
à vitória final. É neste sentido que eles serão as primícias, tal como foi no
mesmo sentido que Jesus foi as primícias dos que dormiam. Possa Deus ajudar
cada um de nós a ver a responsabilidade da nossa própria geração de se elevar a
tudo aquilo que Deus espera do Seu povo de modo que a obra possa ser por fim
terminada ao tomar a eterna decisão no último grande conflito com os poderes
das trevas.
PARTE
3
Até agora no estudo da grande
multidão vimos que ela não é o grupo reunido pelos cento e quarenta e quatro
mil na altura da colheira final. Isto tem de estar claro. Mas não é suficiente
dizer quem eles não são, temos de ser capazes de dizer também quem eles são. A
questão perante nós é acerca de quem eles serão. Uma segunda teoria é que eles
serão os cento e quarenta e quatro mil cuja crença é baseada nos seguintes
argumentos. Então ele diz, “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes
brancas e com palmas nas suas mãos.” Apocalipse 7:9. Isto parece sugerir à
mente que o profeta está agora a dar uma visão sobre aqueles de quem tinha
estado a ouvir, uma sugestão que é fortalecida quando informação adicional dada
a respeito desta grande multidão. Pouco depois quando João ainda está olhando
maravilhado para este grande grupo, é feita a pergunta, “Estes que estão
vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?” João admitiu que não
sabia e depois de reconhecer que aquele que perguntava sabia e podia dizer-lhe
recebeu a seguinte informação: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que
estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? “E eu disse-lhe:
Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação,
e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. “Por isso
estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e
aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.”
Versículos 13-15. De imediato notamos que esta grande multidão servirá a Deus
de dia e de noite no Seu templo, onde estão perante o Seu trono. Nós recordamos
que a irmã White estava em visão na qual lhe eram mostradas as glórias do lar
celestial, estava quase a entrar no templo do Monte de Sião, quando Jesus
disse, “somente os cento e quarenta e quatro mil entram neste lugar.” Portanto,
o raciocínio daqueles que defendem esta teoria, que a grande multidão são os
cento e quarenta e quatro mil, que como a grande multidão servem Deus no Seu
templo, deve ser este grupo especial. O que não é levado em conta aqui é que há
mais do que um templo localizado na Nova Terra, e aquele onde só os cento e
quarenta e quatro mil entram não é aquele onde está o trono de Deus. Sobre isto
aprenderemos mais tarde neste artigo. Alguns podem argumentar contra a teoria
acima indicada com base no facto de ser dito que a grande multidão é tão grande
que nenhum homem podia contar. Eles pensam num número enorme de pessoas,
numericamente tão grande para além da capacidade do homem numerar. Tal
argumento é realmente inválido apesar da conclusão estar correcta. A posição
que nos é apresentada na Palavra de Deus é que a grande multidão representa os
salvos de todas as eras. Deve ser reconhecido que eles foram adquiridos da
população mundial desde as portas do Éden até ao fecho da porta da graça. A
mais optimista contagem daqueles que seriam salvos não produziria um número que
o homem não pudesse contar no sentido da contagem numérica, porque o homem é
capaz de contar até números astronómicos. Portanto, um momento de clara
reflexão mostrará que não é a grandeza do número que torna impossível o homem
contá-los. A verdade a respeito disto é outra completamente. Quando em toda a
história foi o homem capaz de numerar o Israel de Deus? Elias tentou numa
altura em que havia apenas sete mil que não dobraram os seus joelhos a Baal e
quão errado estava o seu número. Mesmo se houvesse apenas dez verdadeiros
filhos de Deus e vos tivessem dito que havia apenas esses, podíeis numerá-los?
Podíeis vós declarar que este podia ser contado com os salvos e outro não?
Sabeis que não podíamos e nunca seremos capazes de o fazer. É Deus que numera o
Seu povo designando que este ou aquele como Seu de acordo com as decisões do
julgamento, primeiro dos mortos e depois dos vivos. Dessa contagem sairá a
grande multidão, grande não só pela numérica multiplicidade, mas no
desenvolvimento de carácter e merecimento moral. Sempre e ao longo do tempo o
povo de Deus tem sido grande, não por causa de serem muitos porque isso ele
nunca foi, mas porque residia neles a grandeza do poder de Deus. A Grande
Colheita É sempre de grande valor procurar no Espírito de Profecia para
encontrar a compreensão ali contida das Escrituras. Os textos que tratam com a
grande multidão estão citados em vários lugares em que o contexto não deixa
dúvidas sobre o entendimento do Espírito de Profecia a respeito disto. Olhemos
então para estas referências e vejamos o que elas dizem. Encontraremos que cada
uma delas na sua vez fala dos salvos de todas as idades como a grande multidão
e nunca uma só vez os limita aos que são chamados a sair de Babilónia na grande
advertência final. O primeiro testemunho é de Educação, 309. “‘Ainda não é
manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos.’ 1 João 3:2. “Então,
nos resultados de Sua obra, Cristo contemplará Sua recompensa. Naquela grande
multidão que ninguém pode contar, apresentada como ‘irrepreensíveis, com
alegria, perante a Sua glória’ (Judas 24), Aquele cujo sangue nos redimiu e
cuja vida nos ensinou, verá o ‘trabalho da Sua alma’ e ‘ficará satisfeito’.
Isaías 53:11.” Aqui a grande multidão é nomeada como sendo o resultado da Sua
obra que não pode de modo algum ser limitada à fase final da Sua obra, mas nada
menos do que a toda ela. A totalidade deve incluir todos os que foram salvos
desde o início do conflito nesta Terra até ao fim. Um testemunho semelhante é
encontrado em Atos dos Apóstolos, 601, 602. “O que susteve o Filho de Deus
durante Sua vida de trabalho e sacrifício? Ele viu os resultados do trabalho de
Sua alma, e ficou satisfeito. Olhando para dentro da eternidade, contemplou a
felicidade dos que receberam por intermédio de Sua humilhação, perdão e vida
eterna. Seus ouvidos perceberam os louvores dos remidos. Ouviu-os entoando o
cântico de Moisés e do Cordeiro. “Podemos ter uma visão do futuro, da
felicidade no Céu. Na Bíblia estão reveladas visões da glória futura, cenas
pintadas pela mão de Deus, e que são uma preciosidade para Sua igreja. Pela fé,
podemos chegar até o limiar da cidade eterna e ouvir as afáveis boas-vindas
dadas aos que, nesta vida, cooperaram com Cristo, considerando uma honra sofrer
por Sua causa. Ao serem pronunciadas as palavras: ‘Vinde, benditos de Meu Pai’
(Mateus 25:34), eles lançarão suas coroas aos pés do Redentor, exclamando:
‘Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria,
e força, e honra, e glória, e ações de graça. [...] E ao que está assentado
sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e
poder para todo o sempre’. Apocalipse 5:12, 13. A Grande Multidão 15 “Lá, os
remidos saúdam os que os conduziram ao Salvador, e todos se unem no louvor
Àquele que morreu para que os seres humanos pudessem ter a vida que se mede com
a vida de Deus. O conflito está terminado. As tribulações e lutas chegaram ao
fim. Cânticos de vitória enchem todo o Céu, enquanto os remidos entoam o
jubiloso coro: ‘Digno é o Cordeiro, que foi morto’ (Apocalipse 5:12), e vive
outra vez, como triunfante vencedor. “‘Depois destas coisas, olhei, e eis aqui
uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando
vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro’. Apocalipse
7:9, 10. “‘Estes são os que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus
vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono
de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está
assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra. Nunca mais terão fome,
nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o
Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para
a fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima’.
Apocalipse 7:14-17. ‘E não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas’. Apocalipse 21:4.” Todo o sentido
deste testemunho cobre todo o campo da história da salvação e seu resultado
final. Não há um indício ou uma sugestão nele de que esteja a referir-se apenas
ao povo dos últimos dias. No primeiro parágrafo enquanto nos é dito daquilo que
susteve o Salvador, aprendemos que “Olhando para dentro da eternidade,
contemplou a felicidade dos que receberam por intermédio de Sua humilhação,
perdão e vida eterna. Seus ouvidos perceberam os louvores dos remidos. Ouviu-os
entoando o cântico de Moisés e do Cordeiro.” Quando Ele contemplou a felicidade
daqueles que tinham recebido perdão e vida eterna, estava evidentemente a ver a
alegria de todo o grupo de remidos e não só uma secção final deles. E por isso,
quando continua a falar dos remidos na cidade de Deus, é evidente que está a
falar de todos os remidos e depois à luz de todo este contexto, os textos são
directamente citados de Apocalipse 7:9-17, que nos fala acerca da grande
multidão, significando sem dúvida a soma total dos remidos de todos os séculos.
Isto é tão claro e compreensível que não parece ser necessário comentário
adicional no que respeita a este testemunho. Passemos então ao testemunho
seguinte a ser considerado. Este testemunho encontrado em O Grande Conflito,
665, é talvez o mais claro de todos. Ele fala daquele tempo em que chegou o fim
dos mil anos e os justos são reunidos à volta do seu Salvador, enquanto os
ímpios cercam a cidade de Deus no último grande dia de julgamento. Quando os
justos se encontram ali, estão divididos em certas classificações facilmente
identificáveis. Aqui está todo o testemunho. “Mais próximo do trono estão os
que já foram zelosos na causa de Satanás, mas que, arrancados como tições do
fogo, seguiram seu Salvador com devoção profunda, intensa. Em seguida estão os
que aperfeiçoaram um caráter cristão em meio de falsidade e incredulidade, os
que honraram a lei de Deus quando o mundo cristão a declarava nula, e os
milhões de todos os séculos que se tornaram mártires pela sua fé. E além está a
‘multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos,
e línguas, ... [que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro] trajando
vestidos brancos e com palmas nas suas mãos.’ Apocalipse 7:9. Terminou a sua
luta, a vitória está ganha. Correram no estádio e alcançaram o prêmio. O ramo
de palmas em suas mãos é um símbolo de seu triunfo, as vestes brancas, um
emblema da imaculada justiça de Cristo, a qual agora possuem.” Nesta ocasião
particular aqueles que estarão mais próximo do trono são os que já foram
zelosos na causa de Satanás mas que, tendo sido arrancados como tições do fogo
seguiram o seu Salvador com profunda, intensa devoção. O apóstolo Paulo estaria
certamente nesta classificação. E tem havido outros como ele na história. A
seguir vêm aqueles que t aperfeiçoaram o seu carácter no meio da infidelidade e
falsidade, aqueles que honraram a lei de Deus quando o mundo cristão a declara
nula. Os cento e quarenta e quatro mil devem ser numerados neste grupo, porque
eles terão vivido no período da maior infidelidade e falsidade de todos os
tempos e serão com certeza os que honrarão a lei de Deus quando o mundo cristão
a declarará nula. Na linha seguinte estão os mártires de todas as idades,
milhões deles. Estes são os que entregaram a sua vida pelo Mestre. Deve ser
evidente que eles são qualificados em mais do que uma categoria. Paulo, por
exemplo, é um caso destacado daqueles que estarão na primeira categoria e
estará mais perto de Cristo, mas ao mesmo tempo também foi mártir e por isso
podia estar também nesta secção. Agora a seguir na lista vem a grande multidão
directamente citada de Apocalipse 7:9. Nesta posição, é evidente que eles não
podem ser incluídos em qualquer outro grupo, indicando assim que estão entre os
justos de todas as idades e não no grupo especial do tempo do fim. De facto,
este testemunho é na verdade muito claro de que eles não são conquistados pelos
cento e quarenta e quatro mil, depois deste grupo ter sido abençoado com o
derramamento da chuva serôdia. Se fosse verdade que, os cento e quarenta e
quatro mil são um grupo que sai e ganha a grande multidão, depois essa grande
multidão teria de honrar a lei de Deus numa altura em que o mundo cristão a
declara nula. Isto significaria que a grande multidão estaria não onde este
parágrafo mostra que estão, mas juntamente com aqueles que terão honrado a lei
de Deus quando o mundo cristão a declarou nula. Todavia, não vemos que eles
estejam entre aquele grupo o que prova para além de qualquer dúvida que eles
não viveram durante aquele tempo, e portanto, não podiam ter sido o grupo
especial ganho pelos cento e quarenta e quatro mil. Assim é que o Espírito de
Profecia, esse dom especialmente prometido para o remanescente dos últimos
dias, confirma que a grande multidão não é uma geração dos últimos dias, mas os
salvos de toda a história. Há ainda outras referências que podem ser lidas se
quisermos procurar todos, mas em cada caso todos eles têm a mesma natureza
daqueles que já estudámos e não dizem mais ou menos do que aquilo que já vimos.
A Grande Libertação Tendo estabelecido a missão dos cento e quarenta e quatro
mil como primícias, e tendo visto que a grande multidão é composta por todas as
gerações de salvos e não por uma colheita especial dos últimos dias, é
apropriado que investiguemos porque é que os cento e quarenta e quatro mil e a
grande multidão são mostrados juntamente no mesmo capítulo. Há uma razão muito
real para isso como ordenação da mensagem dada nas profecias não é acidental
mas por um propósito definido. No capítulo João ouve o número dos que são
selados nesse glorioso e privilegiado grupo, os cento e quarenta e quatro mil.
Logo que este selamento estiver completo está presente a consciência visível da
grande multidão. É como se o selamento dos primeiros abrisse uma grande porta e
lançasse uma onda de salvos na cena. E é exactamente assim que será e esta é a
mensagem principal deste capítulo. Tal como vimos antes, a própria razão pela
qual o Senhor Deus permitiu que o grande conflito continuasse todos estes anos
é para que o verdadeiro carácter e motivos de Satanás sejam revelados. Nós
estudámos como isto será feito e vimos que isto será realizado pelos vivos na
carne humana caída, da perfeita justiça da lei de Deus por um remanescente do
povo neste últimos dias como foi por Jesus na mesma carne humana caída nos Seus
dias. Depois, face a esta irrepreensível e inconquistável justiça, o diabo será
forçado a revelar-se a si mesmo ao ponto de perder o apoio dos mais próximos a
amados dele, os ministros da apostasia. Tal como A Grande Multidão 17 já vimos,
esse propósito do grande conflito foi alcançado pelos seres celestiais não
caídos e outros mundos mas ainda não foi realizado pela raça humana. Todavia
terá de ser alcançado. Se há alguma coisa que temos de compreender é que o
Senhor nunca levará o grande conflito ao fim, até que o propósito pelo qual foi
permitido que ele continuasse esteja total e finalmente cumprido. Até esse
objectivo ser alcançado nem que seja preciso outros mil anos, o que louvemos ao
Senhor não acontecerá, como a segura palavra da profecia nos assegura, o
conflito terá de continuar. Quando e somente quando os objectivos forem
alcançados chegará ele ao seu derradeiro final. Até essa altura a grande
multidão permanecerá nas suas sepulturas esperando a vitória final e a total
revelação aos homens do verdadeiro carácter e obra de Satanás. Embora essa
revelação completa do carácter de Satanás ao ponto onde mesmo os seus seguidores
lhe retiram o apoio, seja realizada pela completa e total dedicação de um
remanescente do poder e guia de Cristo, aqueles que deverão ser esse
remanescente serão eles próprios a chave nas mãos de Cristo para abrir as
portas das prisões e libertar os prisioneiros. Por outras palavras, até eles se
completarem totalmente, o resto da colheita não pode ser recolhida. Isto é
dizer que aqueles que de nós têm professado ser os filhos do Senhor, mas
falhado em chegar à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus,
muito embora lhes tenham sido dado todos os meios necessários, estão a impedir
a mais rápida recolha da grande multidão que espera nas suas sepulturas a manhã
da ressurreição. Um dia por fim o Senhor terá esse povo. João ouviu o selamento
deles como registado em Apocalipse 7. Quando isso acontecer de facto, Ele
tê-los-á, então através deles os objectivos do grande conflito serão totalmente
alcançados e aí nada adiará a imediata recolha da colheita e o fim da história
do mundo. Portanto, exactamente como ilustrado em Apocalipse 7, com o selamento
dos cento e quarenta e quatro mil, a ira de Satanás é incitada até ao limite, a
exposição de si mesmo é total e a obra é terminada. Então de imediato aparece a
grande multidão. Por outras palavras toda a ordenação da informação em
Apocalipse 7, mostra que os cento e quarenta e quatro mil são as primícias no
sentido em que ao serem os objectivos do grande conflito alcançados através
deles, o resto da colheita poder ser ceifada. Que responsabilidade têm então
aqueles afirmam ser o povo do Senhor no tempo presente, de pôr um fim a pecado
e ao erro de qualquer espécie, para viver a plenitude da justiça da vida de
Cristo e planear não para o presente mas para a eternidade, os mortos clamam
nos seus leitos de morte, “até quando, ó verdadeiro e santo Dominador?” E a Sua
resposta ser sempre, até Eu ter um povo através de quem por fim possa alcançar
os objectivos finais do grande conflito. Então, A grande multidão a qual
ninguém podia contar de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, as
primícias terão sido reunidas e a sua ceifa virá, na libertação das suas
sepulturas. Que o Senhor do Céu possa encontrar no Seu povo desta geração o
grupo fiel e escolhido que Ele tem procurado. Podeis vós, caros leitores
vislumbrar as implicações e responsabilidade desta hora e elevar-vos à altura?
Que Deus seja capaz de nos ajudar a fazer exactamente isso, antes de nos
juntarmos aos que jazem nas suas camas de pó e esperar que outra geração de
justos se levante para fazer o que nós podíamos ter feito.
PARTE
4
Estamos agora preparados ao
continuar o estudo da grande multidão para olhar o glorioso galardão deste
grupo. Esta meditação encher-nos-á de maravilha e gozo quando virmos alguma
coisa daquilo que o Senhor tem preparado para os Seus filhos e tornar as coisas
desta Terra grandemente esbatidas e sem valor em comparação. Vividamente à
medida que a ilustração vai sendo preenchida, ainda faltam “as coisas que o
olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as
que Deus preparou para os que o amam.” 1 Coríntios 2:9. Somente quando chegarmos
a esse ponto começamos nós a compreender e apreciar a maravilha e glória do
Éden restaurado. Ainda assim isso será apenas o início, porque durante toda a
eternidade “surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar,
novas verdades a compreender, novos objetivos a aguçar as faculdades do
espírito, da alma e do corpo.” O Grande Conflito, 677. A Grande Aflição Em
primeiro ugar tomemos nota de que eles terão saído da grande aflição. A leitura
da margem declara que terá sido a grande aflição, como se especificasse uma
certa aflição em particular. Noutro lugar da Palavra de Deus fala-se de
específicos tempos de angústia e aflição e descreve-o. Em Mateus 24:21, Jesus
disse, “porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio
do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” Depois Ele declara que “e, logo
depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz,
e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” Versículo
29. Isto, como especialmente descrito em O Grande Conflito, 306, mostra
claramente que a aflição referida aqui é o período da Idade das Trevas, esse
terrível período coberto pela profecia dos mil duzentos e sessenta anos. Nós já
vimos que a grande multidão não é composta apenas por este período da história.
Portanto, não pode ser essa a tribulação referida em Apocalipse 7. Depois há o
tempo de tribulação e angústia falado por Daniel o Profeta, em Daniel 12:1. “E
naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor
dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde
que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo,
todo aquele que for achado escrito no livro.” Este é aquele tempo e que os
crentes terão de desenvolver e aperfeiçoar um carácter cristão quando o resto
do mundo terá declarado a lei de Deus nula. Os que farão isto serão os cento e
quarenta e quatro mil e não a grande multidão. Portanto, Apocalipse 7 não se
refere a nenhum destes períodos de tribulação. Isto deixa-nos com a pergunta
quanto a quem se está referir e a resposta é bastante simples. A grande
tribulação do ponto de vista o Céu e do ponto de vista da eternidade comporta
todo o período do grande conflito. Antes desta tribulação começar havia paz e
unidade no Céu e nenhuma tribulação, mas desde o início do conflito apenas tem
havido tribulação. Mesmo nos E A Grande Multidão 19 período mais pacífico e
próspero da igreja tem havido tempos de tribulação. Se não fosse assim, então o
diabo devia ter tido tempos em que deixou a igreja em paz e não perseguida.
Isto, nós sabemos que nunca aconteceu. A grande tribulação no completo sentido
do termo tem sido algo como seis mil anos de duração, e é desse período que
sairá a grande multidão como a grande colheita dos séculos, o fruto da obra de
Jesus Cristo ao dar a Sua vida em resgate de muitos. No Seu Templo É dito que a
grande multidão estará “diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite
no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua
sombra.” Apocalipse 7:15. Nós sabemos que apenas os cento e quarenta e quatro
mil entrarão no templo do Monte de Sião na Nova Terra e por essa razão tem sido
concluído que a grande multidão são o mesmo grupo especial. Mas toda a
dificuldade é removida quando é visto que o templo do Monte de Sião não é o
referido aqui no texto acabado de citar. Uma cuidadosa leitura de Primeiros
Escritos, 17-19 rapidamente mostra que o templo do Monte de Sião está fora da
Cidade Santa. Para chegar a ele da cidade é necessário atravessar campos e
bosques até chegar ao templo no cimo de um monte rodeado por sete outros
montes. É digno de nota lembrar que a Cidade Santa está numa vasta planície
criada pelo aplanamento do Monte das Oliveiras como está escrito “E naquele dia
estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém
para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente
e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará
para o norte, e a outra metade dele para o sul.” Zacarias 14:4. Por isso, não
há monte na cidade de Deus, nem ela está construída no cimo de um monte, mas
numa planície. É nessa cidade que se encontra o trono de Deus onde também está
o templo de Deus. O nosso versículo diz-nos que a grande multidão está perante
o trono de Deus e como tal O serve dia e noite no Seu templo, pelo que devemos
compreender que estar perante o trono de Deus e na própria presença de Deus é
estar ao mesmo tempo no templo de Deus. É revelado que isto é assim na
maravilhosa verdade que não há templo na cidade no que respeita a um edifício
distinto e separado, porque o Pai e o Filho estão no templo como relatou João:
“E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o
Cordeiro.” Apocalipse 21:22. Hoje, por causa da parede de separação do pecado,
a face e a presença de Deus estão veladas do Seu povo. Não podemos olhar a Sua
face e viver. Na experiência do Israel do Antigo Testamento, também era assim.
A presença de Deus tinha de estar velada dentro da profundidade do santuário no
véu interior onde nenhum homem podia aventurar-se e viver excepto o Sumo
Sacerdote apenas uma vez por ano, e tinha de ter grandes nuvens de incenso para
velar a glória da Presença da Divindade. Ali todos os remidos “verão o seu
rosto, e nas suas testas estará o seu nome.” Apocalipse 22:4. “‘Nela não vi
templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro.’
Apocalipse 21:22. O povo de Deus tem o privilégio de entreter franca comunhão
com o Pai e o Filho. ‘Agora vemos por espelho em enigma.’ 1 Coríntios 13:12.
Contemplamos a imagem de Deus refletida como que em espelho, nas obras da
Natureza e em Seu trato com os homens; mas então O conheceremos face a face,
sem um véu obscurecedor de permeio. Estaremos em Sua presença, e contemplaremos
a glória de Seu rosto.” O Grande Conflito, 676-7. É possível para a presente
mente humana compreender o que isto significará para o povo de Deus na
eternidade vindoura? Não! É impossível! Pensai na alegria e maravilha que é
falar com Deus face a face, manter aberta comunhão com Ele e com o Seu
maravilhoso Filho. Pensai nisso! Deixemos que a admiração e maravilha disto nos
encham com reverência, com humildade e com a mais feliz antecipação. Permitamos
que a perspectiva sirva para nos dar força para o conflito que está à nossa
frente e nos estimule com um entusiasmo para ganhar essa coroa não importa qual
o custo que isto possa ter nesta Terra. “Então será revelada muita coisa na
explanação de questões a cujo respeito Deus agora guarda silêncio, por não
havermos colhido e apreciado o que tem sido revelado dos mistérios eternos. Os
métodos da Providência divina serão esclarecidos; os mistérios da graça por
meio de Cristo serão patenteados. O que a mente agora não consegue entender, e
que é difícil de compreender será explicado. Discerniremos ordem naquilo que
parecia ser inexplicável; sabedoria em tudo o que foi retido; bondade e afável
misericórdia em tudo que foi comunicado. A verdade será desdobrada à mente,
livre de obscuridade, numa só linha, e seu fulgor será suportável. O coração
será levado a cantar de alegria. Os conflitos estarão para sempre terminados, e
serão solucionadas todas as dificuldades.” The S.D.A. Bible Commentary 6:1091.
Tudo isto e muito mais será a herança que espera a grande multidão quando eles
por fim pisarem a terra do lar celestial, juntamente com os cento e quarenta e
quatro mil cuja vitória terá tornado possível o regresso de Jesus para levá-los
como a grande colheita para o celeiro celestial. A Nova Criação Não seremos ali
como somos aqui, fracos, débeis, doentes e a morrer. A obra da segunda criação
será completa. Aqui o Senhor nos tem dado uma vida eterna perfeita na alma mas
ainda não recebemos a nova criação do corpo no qual essa vida habitará e
operará. Esse ser-nos-á dado na segunda vinda de Cristo nas nuvens do céu.
Finalmente no fim dos mil anos, depois da Terra ter sido destruída pelo fogo, o
Senhor criará “um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Apocalipse 21:1. Habituados
como estamos às limitações desta carne fraca, não podemos imaginar o que será
ser emancipado dela e com isso ser capazes de desfrutar e ver a plenitude de
uma vida onde “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque
já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4. Que maravilhoso vigor
físico e mental será o nosso então. Somos informados que a energia vital
possuída por Adão na sua criação era vinte vezes superior ao que agora o homem
possui. “Deus dotou o homem de tão grande força vital que ele tem resistido ao
acúmulo de doenças lançadas sobre a humanidade em consequência de hábitos
pervertidos, e tem sobrevivido por seis mil anos. Este fato, por si mesmo, é
suficiente para nos mostrar a força e a energia elétrica que Deus conferiu ao
ser humano na criação. Foram necessários mais de dois mil anos de delitos e de
condescendência com as paixões inferiores para trazer sobre os seres humanos
enfermidades físicas em grande escala. Se Adão, ao ser criado, não houvesse
sido dotado de vinte vezes maior vitalidade do que os homens possuem agora, a
humanidade, com seus atuais métodos de vida que constituem uma violação da lei
natural, já estaria extinta. Por ocasião do primeiro advento de Cristo, o ser
humano degenerara tão rapidamente que um acúmulo de doenças pesava sobre aquela
geração, suscitando uma torrente de aflição e uma carga de sofrimento
indescritível.” Testimonies 3:138, 139. “Ao sair Adão das mãos do Criador era
de nobre estatura e perfeita simetria. Tinha mais de duas vezes o tamanho dos
homens que ora vivem sobre a Terra, e era bem proporcionado.” Spiritual Gifts
3:34; História da Redenção, 21. A Grande Multidão 21 Que maravilhoso espécimen
da arte criadora do Criador terá sido este pai da família humana. Se duas vezes
mais alto do que os homens que agora vivem ele deve ter tido mais de doze pés1
de altura [3,65 m] maravilhosamente proporcionado e possuía vinte vezes a
energia vital no corpo e no cérebro que resta na raça humana hoje, despojados
como estamos actualmente por causa de séculos de iniquidade. Mas tudo isto
deverá ser restaurado à medida que tivermos acesso à árvore da vida.
“Restabelecidos à árvore da vida, no Éden há tanto tempo perdido, os remidos
crescerão até à estatura completa da raça em sua glória primitiva. Os últimos
traços da maldição do pecado serão removidos, e os fiéis de Cristo aparecerão
‘a beleza do Senhor nosso Deus’, refletindo no espírito, alma e corpo, a imagem
perfeita de seu Senhor. Oh! maravilhosa redenção! Há tanto tempo objeto das
cogitações, há tanto tempo esperada, contemplada com ávida expectativa, mas
nunca entendida completamente!” O Grande Conflito, 645. Contudo, apesar do
facto de virmos a ter esta tremenda vitalidade não revela mesmo assim os
espantosos poderes que serão dados à grande multidão que estiver nesse céu
criado de novo. Por exemplo, não só teremos vinte vezes melhor visão mas
seremos equipados com poderes de visão nunca sonhados nesta vida. “Ali, quando
for removido o véu que obscurece a nossa visão, e nossos olhos contemplarem
aquele mundo de beleza de que ora apanhamos lampejos pelo microscópio; quando
olharmos às glórias dos céus hoje esquadrinhadas de longe pelo telescópio;
quando, removida a mácula do pecado, a Terra toda aparecer ‘na beleza do Senhor
nosso Deus’ — que campo se abrirá ao nosso estudo! Ali o estudante da ciência
poderá ler os relatórios da criação, sem divisar coisa alguma que recorde a lei
do mal. Poderá escutar a melodia das vozes da Natureza, e não perceberá nenhuma
nota de lamento ou tristezas. Poderá enxergar em todas as coisas criadas uma
escrita; contemplará no vasto Universo, ‘escrito em grandes letras, o nome de
Deus’; e nem na Terra, nem no mar ou no céu permanecerá um indício que seja do
mal.” Educação, 303. Este testemunho plenamente declara que ali seremos capazes
de ver coisas que agora os mais poderosos microscópios apenas nos dão um
vislumbre. Nada estará escondido da nossa vista. Seremos capazes de levar a
cabo os mais maravilhosos e profundos estudos dos mais escondidos segredos da
natureza, e ver a obra das mãos de Deus, o livro da natureza, com uma clareza e
poder impossível para nós aqui. Uma tal visão revelará para nós o carácter do
Pai e do Filho e do Espírito Santo como nunca podíamos conseguir aqui nesta
Terra. Semelhantemente, os nossos olhos contemplarão aquelas coisas que agora
são observadas ao longe com o telescópio, e para além daquilo que pode ser
alcançado com o telescópio. Não haverá limites, restrição, lugares de paragem,
a aprendizagem, a satisfação e a realização de tudo o que é mais desejável e
maravilhoso no coração dos filhos de Deus. “Ali os remidos ‘conhecerão como
também são conhecidos.’ O amor e simpatia que Deus plantou na alma encontrarão
o mais verdadeiro e suave exercício. A pura comunhão com seres santos, a vida
social harmoniosa com os santos anjos e com os fiéis de todos os tempos, que
lavaram as suas vestes e as tornaram brancas no sangue do Cordeiro, a santa associação
que reúne ‘toda a família no Céu e na Terra’ Efésios 3:15, estes ajudam a
constituir a felicidade dos remidos.” Ali, mentes imortais contemplarão com
interminável deleite as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que
redime. Não haverá cruel inimigo enganador para tentar ao esquecimento de Deus.
Toda a faculdade será desenvolvida, toda a capacidade aumentada. A aquisição de
conhecimento não fatigará a mente ou exaurirá as energias. Ali os maiores
empreendimentos podem ser levados a cabo, as mais elevadas aspirações
alcançadas, as mais altas ambições realizadas; e ainda haverá mais alturas a
chegar, novas maravilhas para 1 Conversão de medidas inglesas. 1 pé = 0,3048
metros. admirar, novas verdades para compreender, novos objectivos a exigir os
poderes da mente, da alma e do corpo. Todos os tesouros do Universo estarão
abertos ao estudo dos remidos de Deus. Sem as restrições da mortalidade, voarão
com voo incansável a mundos longínquos, ̶ mundos que estremeceram de tristeza
perante o espectáculo do sofrimento humano, e cantaram com cânticos de alegria
com as novas do resgate de uma alma. Com indescritível gozo os filhos da Terra
entram na alegria e sabedoria dos seres não caídos. Eles partilham dos tesouros
do conhecimento e compreensão obtido durante anos e anos em contemplação das
obras das mãos de Deus. Com visão limpa olham para a glória da criação,
sistemas solares e constelações, todos nas suas ordens circulando em volta do
trono da Divindade. Em todas as coisas desde as mais pequenas às maiores, está
escrito o nome do Criador, e em todas estão as riquezas do Seu poder. E os anos
da eternidade, à medida que passam, trarão ricas e mais gloriosas revelações de
Deus e de Cristo. À medida que o conhecimento progride, assim o amor,
reverência e felicidade aumenta. Quanto mais os homens aprendem acerca de Deus,
mais será a sua admiração pelo Seu carácter. À medida que Jesus abre perante
eles as riquezas da redenção, e os espantosos feitos na grande controvérsia com
Satanás os corações dos resgatados estremecem com a mais fervorosa devoção,
tocam as suas harpas de ouro com a mais arrebatadora alegria; e dez milhares
vezes dez milhares e miríades de vozes se unem para cantar o poderoso coro de
louvor. “E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da
terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está
assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e
glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:13. “O grande conflito
terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está
purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta
criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os
domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos,
todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo,
declaram que Deus é amor.” O Grande Conflito, 677-678. Isto é apenas um fraco
vislumbre daquilo que o Senhor tem preparado para os Seus filhos. A grande
multidão devia estar neste mesmo momento a viver no mais pleno gozo destes
tesouros. Em vez disso repousam nas suas sepulturas, esperando, esperando….
esperando. Não é por causa de algum fracasso ou falta de Deus que eles esperam.
Há muito tempo, desde que o convite foi feito “tudo já pronto; vinde às bodas.”
Mas o povo de Deus não veio. Demoraram e atrasaram-se e permitiram ser
enganados pelo inimigo enquanto todos os mortos dormiam, esperando, esperando…
esperando! Por quanto tempo mais, filhos dos homens? Quanto tempo mais antes do
Senhor do Deus do Céu ter uma geração de crentes que faça todo o caminho e não
falhe em alcançar a Sua glória? Ele tem de a ter antes de poder ver todo o
objectivo do grande conflito realizado. Ele tem tudo o que precisamos. Cabe-nos
a nós responder, confiar naquilo que Ele tem para nós e ganhar para Ele aquela
vitória que permita a libertação da grande multidão para a glória. Possa o
Senhor hoje despertar-nos para a solene obra desta hora de maneira a que
afastar tudo excepto a Sua verdade e obra para que o fim venha e venha
rapidamente.
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