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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 11 - F T Wright




Os Sete Anjos

Capítulo 11



O Quarto Anjo


Há sete anjos e sete movimentos, mas apenas seis deles aparecem em Apocalipse 14. O outro anjo que é o quarto na sequência real de anjos, encontra-se em Apocalipse 18. Por causa das Escrituras separarem o quarto anjo do sexto, alguns questionam se há justificação para incluir este anjo na lista. Eles argumentam que, se este anjo fosse um dos sete, então por que motivo não aparece também em Apocalipse 14?
Há uma boa razão para isto, mas, antes de se apresentar essa razão, consideremos as evidências que claramente mostram que o anjo de Apocalipse 18:1-4 é na verdade o quarto na sequência.
Até ao presente, um número de anjos e movimentos que eles representam têm aparecido, e, quando o fizeram, cada um por sua vez foi especificamente reconhecido e identificado no Espírito de Profecia.
O primeiro anjo apareceu em 1831. Há numerosas referências confirmando isto. Uma delas será dada aqui. Em Primeiros Escritos, 232-237, sob o capítulo com o título “A Mensagem do Primeiro Anjo”, é descrito o poderoso movimento que começou com o ministério de William Miller. Isto identifica claramente o reavivamento e reforma que começou em 1831 como sendo a mensagem do primeiro anjo.
Com igual clareza é identificado o movimento do segundo anjo no mesmo livro, páginas 237-240. Ele começou imediatamente após o primeiro desapontamento que os expectantes crentes sofreram em Abril de 1844 e soou até à sua fase mais poderosa quando o clamor da meia-noite começou na reunião campal de Exeter, Maine, em Agosto de 1844.
O começo da mensagem e movimento do terceiro anjo coincidiu com a passagem de Cristo do primeiro para o segundo compartimento do santuário celestial no final da profecia dos 2.300 anos em 22 de Outubro de 1844. Isto é confirmado em Primeiros Escritos, 254-258.
Estes acontecimentos são tão reconhecidos entre aqueles que compreendem a história do levantamento do grande movimento do segundo advento como um cumprimento distinto e muito real da profecia bíblica que nenhum esforço será aqui feito para provar estes factos. A declaração clara, específica e positiva de Deus através da Sua porta-voz, a profetiza, irmã Ellen White, não deixa espaço para dúvida ou confusão a respeito destes anjos que apareceram sucessivamente. A clara palavra de Jeová estabeleceu a questão para sempre.
Além do mais, aquilo que o Senhor consistentemente fez quando o primeiro anjo se levantou no seu tempo, estabelece um padrão previsível do comportamento divino. Ele fez conhecer que, tendo um profeta ao Seu dispor, identificará cada um dos outros anjos à medida que se levantem na sua vez. Isto significa que, se o quarto anjo apareceu durante o tempo de vida da profetiza, Ellen White, também ele terá sido identificado sem qualquer sombra de dúvida. Ele foi claramente identificado.
Entre o aparecimento do terceiro anjo em 1844 e a sessão da Conferência Geral em Minneapolis em 1888, nenhuma menção é feita a qualquer vinda de outro anjo. Portanto, o quarto anjo não começou a sua obra durante esse período, mas, em 1888 quando o Senhor enviou os Seus mensageiros, os pastores Waggoner e Jones, avisou os crentes adventistas pela Sua porta-voz que isto era na verdade o ministério do anjo de Apocalipse 18. Esta verdade é confirmada nos testemunhos seguintes, o primeiro dos quais foi escrito em 1892, quatro anos depois do anjo começar a soar. É claro que é feita referência à poderosa obra que este anjo estava a fazer através dos pastores Waggoner e Jones apesar destes dois mensageiros não serem especificamente mencionados:
“O tempo de prova está exactamente diante de nós, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os pecados. Este é o início da luz do anjo cuja glória encherá toda a Terra.” The S.D.A. Bible Commentary 7:984.
No testemunho que se segue, os nomes destes dois homens são especificamente mencionados e ligados ao anjo de Apocalipse 18, deixando sem dúvida acerca do aparecimento do anjo, os homens através de quem a ele operou e a mensagem que ele trouxe:
“A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Minneapolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela acção de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo.” Mensagens Escolhidas, 1:234, 235.
A luz que devia iluminar toda a Terra com a sua glória é a mensagem de Apocalipse 18:1-4. Aqui ela é identificada com a maior clareza possível como a mensagem enviada através dos pastores Waggoner e Jones em Minneapolis.
No Espírito de Profecia este anjo nunca é identificado como o “quarto anjo”, mas é óbvio que ele é o quarto perante o facto que é aquele que aparece depois do terceiro. Ele é referido como “o alto clamor do terceiro anjo…”, “o anjo cuja glória encherá toda a Terra”; The S.D.A. Bible Commentary 7:984; “…do anjo que se une ao terceiro anjo na mensagem a ser dada ao mundo.”, Testemunhos para Ministros, 300; e “…a mensagem do terceiro anjo, em verdade”. The Review and Herald, 1 de Abril de 1890.
Havendo estabelecido a verdade que o anjo de Apocalipse 18 é o quarto na série dos sete, é altura de nos direccionarmos para a pergunta, “Porque é que é que ele não está incluído em Apocalipse 14 com os outros seis?”
Há uma boa razão para isto. Este poderoso anjo que ilumina toda a Terra com a sua glória é o alto clamor do terceiro anjo. Portanto, ele vem pregando as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos mas com uma clareza e poder que excede a que se encontrou no movimento do advento anterior ao seu aparecimento. Não passeis por alto que ele é o alto clamor do terceiro anjo.
Mas o terceiro anjo não devia ter necessidade de outro anjo para ser o seu alto clamor e não teria se a mensagem tivesse continuado como o Senhor pretendeu que ela seguisse. Se o propósito de Deus fosse cumprido, então o Senhor teria regressado para o Seu povo pouco tempo depois do grande desapontamento. Mas como foi mostrado no capítulo anterior, o laodiceanismo substituiu a justiça e a igreja perdeu literalmente a mensagem do terceiro anjo com o poder que ela tinha para finalizar a obra e a entrada no reino divino. Uma religião fria, morta e formalista tomou o lugar do vivo, salvador poder do evangelho eterno.
Uma vez instituído este estado, o Senhor tinha que trazer de volta o povo do advento às verdades que tinham perdido, nomeadamente, a mensagem do terceiro anjo, porque essa é a mensagem através da qual a obra será finalizada. Para fazer esta restauração, foi comissionado outro anjo. Naturalmente, por causa dele ser acrescentado onde nunca devia ter sido necessário, não aparece juntamente com os outros anjos em Apocalipse 14. Esse capítulo é reservado àqueles que eram originalmente necessários. Isto não significa que Deus foi apanhado de surpresa, porque isso era impossível. Ele desenhou Apocalipse de acordo com o Seu conhecimento antecipado dos acontecimentos vindouros e das necessidades que se levantariam para a Sua igreja. Ao colocar o quarto anjo num capítulo posterior, queria dizer que este anjo nunca teria sido necessário se o Seu povo tivesse recebido e sido fiel a toda a luz que lhe foi enviada através do ministério dos primeiros três anjos.
Durante quase quarenta anos o povo do advento vagueou em trevas depois da condição laodiceana vir sobre ele. A sua religião tornou-se o legalismo dos fariseus sob a qual o povo gemia e da qual desejava libertar-se. A tragédia foi que eles não conheciam a sua verdadeira condição de pobreza e cegueira e estavam confiantes que tinham a verdadeira luz da mensagem do terceiro anjo.
Mas estavam a concentrar os seus esforços em alcançar a perfeita obediência à lei sem primeiramente tê-la escrito no seu coração.[ADF1]  Estavam literalmente a tentar produzir maçãs num espinheiro e isso é impossível. Estavam a pregar a letra da lei que, como um ministério de morte estava literalmente a matá-los mentalmente, espiritualmente e fisicamente. A situação tinha-se tornado tão grave que o Senhor indicou à irmã White que declarasse:
“Como povo têm pregado a lei até se tornarem tão secos como os montes de Gilboa que nunca tiveram orvalho ou chuva.” The Review and Herald, 11 de Março de 1890.
Era de facto um estado espiritual patético ao qual estavam reduzidos. A sua destituição era tão grave, que eram incapazes de produzir fruto como as encostas secas de Gilboa. Sob estas condições não havia a mais remota possibilidade de serem instrumentos para finalizar a obra. Portanto, antes de poderem sair como mensageiros de Deus, tinham que primeiramente ser libertos da sua condição apóstata. Havia apenas uma mensagem pela qual isto podia ser alcançado e que era o evangelho eterno, as mensagens dos três anjos, o alto clamor o qual o Senhor se estava a preparar para lhes enviar.[ADF2] 
Essa preparação envolvia a educação e treino de mensageiros escolhidos por um lado e o anúncio de solenes advertências ao povo por outro. Por isso aconteceu que, nos meses que conduziram ao que se tornou a histórica Conferência Geral de Minneapolis de 1888, dirigidos apelos e advertências começaram a fluir da pena da inspiração. Estes destinavam-se a penetrar o torpor da complacência que envolvia os membros da igreja para que fossem alertados para a sua verdadeira condição e perigos em que estavam. Foram portanto testemunhos muito directos que revelavam a letargia mortal do formalismo. O testemunho que se segue é o tom incluído em muitos outros que apareceram em The Review and Herald durante o ano que precedeu a sessão da Conferência Geral.
“É possível ser crente parcial, formal, e contudo ser achado em falta e perder a vida eterna. É possível praticar alguns dos preceitos bíblicos, e ser considerado cristão, e ainda, pela falta das qualificações essenciais ao carácter cristão, perecer.” The Review and Herald, 11 de Janeiro de 1887, (Testemunhos Selectos, 3:12.)
Isto é exactamente o que o laodiceanismo precisava ouvir embora parecesse não serem capazes de ouvir quanto isso se aplicava a eles. Em seguida foram advertidos para a sua maior e mais urgente necessidade de “um reavivamento da verdadeira piedade.”
“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la….
“Há na igreja pessoas não convertidas, e que não se unirão em fervorosa, prevalecente oração. Precisamos entrar na obra individualmente. Precisamos orar mais, e falar menos. Abundante é a iniquidade, e o povo deve ser ensinado a não se satisfazer com uma forma de piedade sem o espírito e o poder….
“Temos muito mais a temer de dentro do que de fora. Os obstáculos à força e ao êxito são muito maiores da parte da própria igreja do que do mundo….
“Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de Deus desimpeça o caminho mediante a remoção de todo impedimento, de modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma enfraquecida igreja e uma congregação impenitente. Se Satanás pudesse fazer o que ele queria, nunca haveria outro despertamento, grande ou pequeno, até ao fim do tempo. Não somos, porém, ignorantes de seus ardis. É possível resistir-lhe ao poder. Quando o caminho estiver preparado para o Espírito de Deus, a bênção virá. Satanás não pode impedir uma chuva de bênção de cair sobre o povo de Deus, mais do que fechar as janelas do Céu para que a chuva não caia sobre a Terra. Homens ímpios e demônios não podem impedir a obra de Deus ou excluir Sua presença das reuniões de Seu povo, caso eles, de coração rendido e contrito, confessem e afastem de si os seus pecados, reclamando com fé Suas promessas. Toda tentação, toda influência contrária seja ela franca ou oculta, será resistida com êxito, ‘não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.’…
“Qual é nosso estado neste terrível e solene tempo? Ai, que orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário, à frivolidade e ao divertimento, que desejo de supremacia! Todos esses pecados têm obscurecido a mente, de modo que as coisas eternas não têm sido discernidas.” The Review and Herald, 22 de Março de 1887.
À medida que se aproximavam de 1888, as mensagens continuaram a vir em The Review and Herald exortando o povo do advento a procurar a presença de Jesus no coração sem o que nada podiam alcançar mais do que o formalismo frio e mortal.
“Sem a presença de Jesus no coração, o culto é formalismo frio e sem vida. O anelante desejo de comunhão com Deus cessa quando o Espírito de Deus é por nós afugentado; quando, porém, Cristo, a esperança da glória, está em nós, somos constantemente levados a relacionar pensamentos e actos com a glória de Deus.” The Review and Herald, 17 de Abril de 1888.
Sem dúvida que houve alguns entre os membros que leram estas palavras que foram convencidos por elas e dessa maneira levados a procurar uma experiência melhor. Estes naturalmente perguntaram como podia isto ser alcançado. A resposta veio no artigo da semana seguinte em The Review and Herald.
“Devíamos estudar a vida do nosso Redentor, porque Ele é o único exemplo perfeito para o homem. Devíamos contemplar o infinito sacrifício do Calvário, e contemplai a grandeza da pecaminosidade do pecado e a justiça da lei. Saireis de um concentrado estudo do tema da redenção fortalecidos e enobrecidos. A vossa compreensão do carácter de Deus será aprofundada; e com todo o plano da salvação claramente definido na vossa mente, sereis mais capazes de cumprir a vossa divina comissão. Com um sentido de profunda convicção, sereis então capazes de testificar aos homens acerca do imutável carácter da lei manifestada pela morte de Cristo na cruz, a maligna natureza do pecado, e a justiça de Deus na justificação do crente em Jesus, na condição da sua futura obediência aos estatutos do governo de Deus no Céu e na Terra.” The Review and Herald, 24 de Abril de 1888.
Quanto mais perto ficavam da sessão da Conferência Geral, mais insistente foi o chamamento ao reconhecimento da sua destituição espiritual e à descoberta no Salvador do completo remédio para os seus males. Se o povo pudesse ter sido alertado para a grandeza da sua necessidade e para a urgência de receberem um remédio, teriam dedicado o seu tempo ao mais diligente possível exame de coração e afastamento dos pecados. Então teriam vindo às reuniões numa disposição da mente que estava receptiva às mensagens que Deus lhes enviou. Que diferente teria sido a história! Em vez de rejeição, teria havido sedenta aceitação. O Espírito Santo ter-Se-ia manifestado a Si mesmo com grande poder, a chuva serôdia teria caído assim que a preparação para ela estivesse completa, e, muito tempo antes disto, a obra estaria finalizada.
Todavia, apesar do Senhor estar a chamar o povo através dos Seus escolhidos mensageiros para se prepararem para a manifestação da Sua verdade, o inimigo estava a trabalhar a fim de gerar oposição mesmo antes das reuniões começarem. Grande luz tinha brilhado na mente do pastor E.J. Waggoner a respeito da lei em Gálatas. Ele viu que a lei acrescentada por causa da transgressão e que era o aio para conduzir a Cristo, era a lei moral, onde os adventistas tinham defendido que era o código cerimonial. O pastor Waggoner com alegria comunicou esta maravilhosa luz aos crentes esperando que eles fossem tão abençoados pela revelação como ele havia sido. Pelo contrário, isso colocou-o em confronto directo com o Presidente da Conferência Geral, o pastor G.I. Butler.
Para avaliar a intensidade do sentimento gerado, apenas temos que estar conscientes quão sensível a lei em Gálatas era para um dirigente adventista. Antes de 1844, as igrejas protestantes eram fortes na sua pregação dos dez mandamentos. Mesmo assim, apesar de terem caído em profunda apostasia, os ministros protestantes pregavam a letra morta sem o Espírito, reconheciam que estes requisitos morais ligavam todos os homens. Evidentemente, eles interpretavam o quarto mandamento como se fosse o domingo.
Quando o poderoso, evangelho eterno apresentado pelo primeiro anjo lhes foi apresentado, rejeitaram este testemunho a favor da sua religião formal. Isto colocou-os numa posição muito difícil, porque a lei inviolável é que todo aquele que rejeitasse o ministério do primeiro anjo não podia receber benefício de qualquer outro que se seguisse. Para eles, a verdade tem-se tornado erro, o dia tornado noite e a luz trevas. Vede Primeiros Escritos, 259-261. Por isso, quando o terceiro anjo chamou a atenção do mundo para o sétimo dia, os que desprezaram a luz das duas mensagens anteriores tinham-se colocado onde não havia esperança de verem e aceitarem a luz do sábado de Deus.
Isto colocou-os numa posição vulnerável. Continuaram a afirmar que acreditavam e ensinavam a Bíblia e a Bíblia como a palavra de Deus para o homem. Mas isto era apenas a sua afirmação, porque era claro para os adventistas em particular que os protestantes não tinham uma sólida base bíblica para a sua observância do domingo ou para a sua posição em várias áreas. Os pregadores adventistas pediram-lhes então que comparassem a sua profissão de integridade escriturística com o abandono do erro e observassem o dia que Deus tinha designado. Porém, os protestantes não o fariam porque não podiam. Os que tinham rejeitado o evangelho eterno nunca podiam encontrar o sábado e guardá-lo. Isto, contudo, não exclui as pessoas honestas naquelas igrejas que nunca haviam provado a verdadeira luz.
Os protestantes na sua procura por libertação deste dilema, sentiram que tinham uma resposta satisfatória na afirmação que, desde a cruz, a lei já não se aplicava aos cristãos. Para dar o que suponham ser uma base escriturística para este argumento, citaram Gálatas e 1Coríntios, afirmando que a lei nestas Escrituras era a lei moral. Os adventistas tomaram a posição que havia duas leis, não uma e que era a lei cerimonial a que Paulo se referia nestas Escrituras.
Isto levava a um impasse de cada vez que um adventista e um protestante se confrontavam. Nenhum deles podia demover o seu opositor. Os adventistas entrincheiravam-se solidamente por detrás da sua suposta invencível posição que a lei em Gálatas era a cerimonial e não a moral. Sentiram que se retratassem desta posição em qualquer extensão dando a mais pequena concessão ao ensinamento que era a lei moral, teriam que admitir que os seus inimigos estavam certos e eles não tinham justificação bíblica para observar o sábado. Mas a observância do Sábado era a sua orgulhosa apresentação, o seu especial e peculiar distintivo identificador. Era impensável tirar isso deles. Estavam seguros que não podia ser concebida maior traição à igreja.
Nenhum dirigente da igreja receava um desenvolvimento desses porque estava supremamente confiante que nenhum ministro adventista, professor ou leigo desse guarida à mais pequena inclinação para dar esse passo. Podiam ter preocupações e receios, mas estas não estavam incluídas.
Imaginai então a consternação que varreu os adventistas quando E.J. Waggoner corajosamente declarou tanto verbalmente como por escrito que a lei em Gálatas é a lei moral. Repentinamente os adventistas sentiram-se despidos das suas defesas, nus, vulneráveis e traídos. Estavam convencidos que tinham sido vendidos aos protestantes que rapidamente tirariam a maior vantagem desta prometedora mudança de posição da parte de um dos seus ministros.
Este desenvolvimento era suficientemente preocupante mas aparentemente o pior estava para vir. Ellen White avançou defendendo a posição de Waggoner. Ela escreveu:
“‘A lei era o nosso aio para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé.’ Nesta Escritura, o Espírito Santo através do apóstolo Paulo está a falar especialmente da lei moral.” The S.D.A. Bible Commentary 6:1110.
“Perguntam-me acerca da lei em Gálatas. Que lei é o aio que nos deve levar a Cristo? Respondo: Tanto o código cerimonial como o moral, dos Dez Mandamentos.” The S.D.A. Bible Commentary 6:1109.
A sua posição, tomada sob a direcção de Deus e pela Sua autoridade, devia esclarecer o assunto, mas não o fez. Em vez disso, Waggoner entrou na fatídica conferência com uma nuvem muito densa sobre a sua cabeça. Assim fez A.T. Jones por causa do conflito a respeito das interpretações das profecias de Daniel. Nada há de invulgar acerca dos mensageiros do Senhor entrarem na obra deles com o preconceito já levantado contra si. Foi assim com Cristo incluindo o ser chamado ilegítimo. Na lei de Moisés estava escrito que:
“Nenhum bastardo entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor.” Deuteronómio 23:2. Com isto os judeus concluíram que nenhum dos nascidos de mãe solteira podia jamais ser o Messias. Portanto, Jesus entrou na Sua obra com o obstáculo que parecia ser uma barreira intransponível ao Seu ministério. Contudo, no final, foi como se não tivesse existido essa barreira.
Semelhantemente, apesar de haver sentimentos contra eles, Waggoner e Jones prosseguiram com a pregação da mensagem com eficácia poderosa. Apresentaram a justificação pela fé como os adventistas nunca tinham ouvido antes. Esta foi parte do problema embora nunca devesse acontecer. Este problema desenvolveu-se como se segue:
Na década de 1850 um novo adventismo tinha começado a existir. Era um adventismo do qual o poder do evangelho tinha partido, mas ainda retinha as exposições da doutrina e da profecia que se tornou para os adventistas e para o mundo, a marca identificadora do adventismo. Por conseguinte, por causa da aparência exterior declarar que não tinha havido mudança, a nova forma foi aceite na crença que ainda era o original. Os membros identificavam-se com uma mensagem direccionada para a exposição doutrinal e interpretações proféticas. A viva e salvadora verdade da justificação pela fé havia sido perdida e portanto não tinha parte na pregação nesse período. Por isso nenhuma ligação era vista ou recomendada entre o verdadeiro evangelho – o poder salvador capaz de libertar de todo o pecado – e a mensagem do advento entendida nos anos de 1880.
Por isso, quando Waggoner e Jones avançaram com a verdadeira luz a respeito da mensagem do terceiro anjo e de acordo com isso pregaram a justificação pela fé como uma realidade prática salvadora, apresentaram o adventismo que era inteiramente desconhecido na igreja nessa altura. Esse adventismo tinha sido deixado para trás décadas antes e foi substituído por um novo adventismo que não era de modo algum adventismo.[1] Compreensivelmente então, os delegados à conferência foram incapazes de equacionar o que os mensageiros do Senhor estavam a pregar com o adventismo como eles o conheciam.
Baralhados e confundidos, vários escreveram à irmã White. Precisavam saber se os pastores Waggoner e Jones eram na verdade adventistas, ou se estavam a tentar introduzir os infundados erros das igrejas babilónicas caídas. Em resposta, a profetiza do Senhor assegurou-lhes que não só estavam a ouvir a mensagem do terceiro anjo, mas estavam a ouvi-la em verdade. Aqui estão as suas palavras:
“Vários me escreveram, perguntando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo e eu tenho respondido, ‘é a mensagem do terceiro anjo em verdade.’” The Review and Herald, 1 de Abril de 1890.
Em Testemunhos para Ministros, 91, 92 depois descrever o que era a mensagem que Deus enviou através dos pastores Waggoner e Jones, a irmã White afirmou que “É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.” Todo o testemunho é como se segue:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos perderam Jesus de vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e em Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.” Testemunhos para Ministros, 91, 92.
Quão maravilhoso teria sido se o povo tivesse aberto os seus corações para receberem as maravilhosas verdades que o Senhor desejava mostrar-lhes nesta altura! Quão rapidamente teriam os seus corações, as mentes e o espírito, sido transformados e quão rapidamente ficariam prontos para a obra final! Muito tempo antes disto teria o Salvador aparecido nas nuvens do Céu para juntar os Seus expectantes santos para Si.
A certeza do aparecimento destes resultados é afirmada quando foi declarado pela divina Inspiração que “… o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor perdoador dos pecados.” The Review and Herald, 22 de Novembro de 1892.
Este testemunho foi escrito quatro anos depois do início da pregação da mensagem em 1888 e ter confundido algumas pessoas. Se é verdade que o alto clamor já tinha começado, havia então evidências físicas e visíveis disso? Onde havia a descida do Espírito Santo no poder pentecostal? Onde estavam as grandes curas, os milhares convertidos num dia, os crentes movimentando-se em todas as direcções a fim de levarem as mensagens aos cantos mais escuros da Terra e a restauração do dom profético a muitos crentes?
Esta é uma pergunta aceitável. Contudo, não existe problema quando é compreendido que há duas fases distintas no alto clamor. A primeira envolve o período em que a mensagem é ensinada à igreja. Enquanto esta obra não estiver completa com sucesso e profundidade, os crentes não estão preparados para levar a cabo a segunda fase, a pregação da mensagem ao mundo. Quando esse tempo começar, será vista a poderosa pregação da Palavra, as múltiplas conversões num único dia, os milagres das curas e outras manifestações do poder e glória divino que terá lugar nessa altura.
Mas o início real do alto clamor acontece quando a obra da preparação começa dentro da igreja.
Assim o quarto anjo apareceu e começou a sua obra. Ele seguiu o terceiro como o terceiro tinha seguido o segundo e o primeiro. Quando ele apareceu, era vital que os adventistas conhecessem o tempo da sua visitação. O mensageiro celestial tinha vindo com as mais selectas bênçãos do Céu – a justificação pela fé e a justiça de Cristo. Com corações ansiosos e abertos, os crentes deviam dar as boas vindas ao visitante celestial e aceitar tudo o que ele tinha para eles.[ADF3] 





[1]  Vede O Destino de Um Movimento, segunda edição, capítulo 17, do mesmo autor.





 [ADF1]Obediência esforçada, cumprir pela força o que leva a que não se tenha sucesso pois o correcto é ser a própria lei.


 [ADF2]Por isso temos a razão da Mensagem do 4º Anjo como menciona em cima fala da mensagem que ilumina toda a terra é o trazer mais luz de uma forma poderosa para o povo poder sair da condição que se encontra.


 [ADF3]Isto é muito importante pois isto está em conformidade com o nosso tempo e é isto que tem que acontecer e temos que ter em mente que essa preparação pode estar ou tem que estar a ser efectuada senão fecharemos a nossa porta da graça.

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