Os Sete Anjos
Capítulo 11
O Quarto
Anjo
Há sete anjos e sete movimentos, mas apenas seis deles
aparecem em Apocalipse 14. O outro
anjo que é o quarto na sequência real de anjos, encontra-se em Apocalipse 18. Por causa das Escrituras
separarem o quarto anjo do sexto, alguns questionam se há justificação para
incluir este anjo na lista. Eles argumentam que, se este anjo fosse um dos
sete, então por que motivo não aparece também em Apocalipse 14?
Há uma boa razão para isto, mas, antes de se apresentar essa
razão, consideremos as evidências que claramente mostram que o anjo de Apocalipse 18:1-4 é na verdade o quarto
na sequência.
Até ao presente, um número de anjos e movimentos que eles
representam têm aparecido, e, quando o fizeram, cada um por sua vez foi
especificamente reconhecido e identificado no Espírito de Profecia.
O primeiro anjo
apareceu em 1831. Há numerosas referências confirmando isto. Uma delas será
dada aqui. Em Primeiros Escritos,
232-237, sob o capítulo com o título “A Mensagem do Primeiro Anjo”, é
descrito o poderoso movimento que começou com o ministério de William Miller.
Isto identifica claramente o reavivamento e reforma que começou em 1831 como
sendo a mensagem do primeiro anjo.
Com igual clareza é identificado o movimento do segundo anjo
no mesmo livro, páginas 237-240. Ele começou imediatamente após o primeiro
desapontamento que os expectantes crentes sofreram em Abril de 1844 e soou até
à sua fase mais poderosa quando o clamor da meia-noite começou na reunião campal
de Exeter, Maine, em Agosto de 1844.
O começo da mensagem e movimento do terceiro anjo coincidiu
com a passagem de Cristo do primeiro para o segundo compartimento do santuário
celestial no final da profecia dos 2.300 anos em 22 de Outubro de 1844. Isto é
confirmado em Primeiros Escritos,
254-258.
Estes acontecimentos são tão reconhecidos entre aqueles que
compreendem a história do levantamento do grande movimento do segundo advento
como um cumprimento distinto e muito real da profecia bíblica que nenhum esforço
será aqui feito para provar estes factos. A declaração clara, específica e
positiva de Deus através da Sua porta-voz, a profetiza, irmã Ellen White, não
deixa espaço para dúvida ou confusão a respeito destes anjos que apareceram
sucessivamente. A clara palavra de Jeová estabeleceu a questão para sempre.
Além do mais, aquilo que o Senhor consistentemente fez quando
o primeiro anjo se levantou no seu tempo, estabelece um padrão previsível do
comportamento divino. Ele fez conhecer que, tendo um profeta ao Seu dispor,
identificará cada um dos outros anjos à medida que se levantem na sua vez. Isto
significa que, se o quarto anjo apareceu durante o tempo de vida da profetiza,
Ellen White, também ele terá sido identificado sem qualquer sombra de dúvida. Ele
foi claramente identificado.
Entre o aparecimento do terceiro anjo em 1844 e a sessão da
Conferência Geral em Minneapolis em 1888, nenhuma menção é feita a qualquer
vinda de outro anjo. Portanto, o quarto anjo não começou a sua obra durante
esse período, mas, em 1888 quando o Senhor enviou os Seus mensageiros, os
pastores Waggoner e Jones, avisou os crentes adventistas pela Sua porta-voz que
isto era na verdade o ministério do anjo de Apocalipse
18. Esta verdade é confirmada nos testemunhos seguintes, o primeiro dos quais
foi escrito em 1892, quatro anos depois do anjo começar a soar. É claro que é
feita referência à poderosa obra que este anjo estava a fazer através dos
pastores Waggoner e Jones apesar destes dois mensageiros não serem
especificamente mencionados:
“O tempo de prova está exactamente diante de nós, pois o alto
clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o
Redentor que perdoa os pecados. Este é o início da luz do anjo cuja glória
encherá toda a Terra.” The S.D.A. Bible
Commentary 7:984.
No testemunho que se segue, os nomes destes dois homens são
especificamente mencionados e ligados ao anjo de Apocalipse 18, deixando sem dúvida acerca do aparecimento do anjo,
os homens através de quem a ele operou e a mensagem que ele trouxe:
“A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de
aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Minneapolis
contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.]
Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em
grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava
comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter
tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia
de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a
sua glória, e pela acção de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida,
conservada afastada do mundo.” Mensagens
Escolhidas, 1:234, 235.
A luz que devia iluminar toda a Terra com a sua glória é a
mensagem de Apocalipse 18:1-4. Aqui
ela é identificada com a maior clareza possível como a mensagem enviada através
dos pastores Waggoner e Jones em Minneapolis.
No Espírito de Profecia este anjo nunca é identificado como o
“quarto anjo”, mas é óbvio que ele é o quarto perante o facto que é aquele que
aparece depois do terceiro. Ele é referido como “o alto clamor do terceiro
anjo…”, “o anjo cuja glória encherá toda a Terra”; The S.D.A. Bible Commentary 7:984; “…do anjo que se une ao terceiro
anjo na mensagem a ser dada ao mundo.”, Testemunhos para Ministros, 300; e “…a
mensagem do terceiro anjo, em verdade”. The
Review and Herald, 1 de Abril de 1890.
Havendo estabelecido a verdade que o anjo de Apocalipse 18 é o quarto na série dos
sete, é altura de nos direccionarmos para a pergunta, “Porque é que é que ele
não está incluído em Apocalipse 14
com os outros seis?”
Há uma boa razão para isto. Este poderoso anjo que ilumina
toda a Terra com a sua glória é o alto
clamor do terceiro anjo. Portanto, ele vem pregando as mensagens do
primeiro, segundo e terceiro anjos mas com uma clareza e poder que excede a que
se encontrou no movimento do advento anterior ao seu aparecimento. Não passeis
por alto que ele é o alto clamor do terceiro
anjo.
Mas o terceiro anjo não devia ter necessidade de outro anjo
para ser o seu alto clamor e não teria se a mensagem tivesse continuado como o
Senhor pretendeu que ela seguisse. Se o propósito de Deus fosse cumprido, então
o Senhor teria regressado para o Seu povo pouco tempo depois do grande
desapontamento. Mas como foi mostrado no capítulo anterior, o laodiceanismo
substituiu a justiça e a igreja perdeu literalmente a mensagem do terceiro anjo
com o poder que ela tinha para finalizar a obra e a entrada no reino divino. Uma
religião fria, morta e formalista tomou o lugar do vivo, salvador poder do
evangelho eterno.
Uma vez instituído este estado, o Senhor tinha que trazer de
volta o povo do advento às verdades que tinham perdido, nomeadamente, a mensagem
do terceiro anjo, porque essa é a mensagem através da qual a obra será
finalizada. Para fazer esta restauração, foi comissionado outro anjo. Naturalmente,
por causa dele ser acrescentado onde nunca devia ter sido necessário, não
aparece juntamente com os outros anjos em Apocalipse
14. Esse capítulo é reservado àqueles que eram originalmente necessários. Isto não
significa que Deus foi apanhado de surpresa, porque isso era impossível. Ele
desenhou Apocalipse de acordo com o
Seu conhecimento antecipado dos acontecimentos vindouros e das necessidades que
se levantariam para a Sua igreja. Ao colocar o quarto anjo num capítulo posterior,
queria dizer que este anjo nunca teria sido necessário se o Seu povo tivesse
recebido e sido fiel a toda a luz que lhe foi enviada através do ministério dos
primeiros três anjos.
Durante quase quarenta anos o povo do advento vagueou em
trevas depois da condição laodiceana vir sobre ele. A sua religião tornou-se o
legalismo dos fariseus sob a qual o povo gemia e da qual desejava libertar-se. A
tragédia foi que eles não conheciam a sua verdadeira condição de pobreza e
cegueira e estavam confiantes que tinham a verdadeira luz da mensagem do
terceiro anjo.
Mas estavam a concentrar os seus esforços em alcançar a
perfeita obediência à lei sem primeiramente tê-la escrito no seu coração.[ADF1] Estavam literalmente a tentar produzir maçãs num espinheiro
e isso é impossível. Estavam a pregar a letra da lei que, como um ministério de
morte estava literalmente a matá-los mentalmente, espiritualmente e
fisicamente. A situação tinha-se tornado tão grave que o Senhor indicou à irmã
White que declarasse:
“Como povo têm pregado a lei até se tornarem tão secos como
os montes de Gilboa que nunca tiveram orvalho ou chuva.” The Review and Herald, 11 de Março de 1890.
Era de facto um estado espiritual patético ao qual estavam
reduzidos. A sua destituição era tão grave, que eram incapazes de produzir
fruto como as encostas secas de Gilboa. Sob estas condições não havia a mais
remota possibilidade de serem instrumentos para finalizar a obra. Portanto,
antes de poderem sair como mensageiros de Deus, tinham que primeiramente ser
libertos da sua condição apóstata. Havia apenas uma mensagem pela qual isto
podia ser alcançado e que era o evangelho eterno, as mensagens dos três anjos,
o alto clamor o qual o Senhor se estava a preparar para lhes enviar.[ADF2]
Essa preparação envolvia a educação e treino de mensageiros
escolhidos por um lado e o anúncio de solenes advertências ao povo por outro. Por
isso aconteceu que, nos meses que conduziram ao que se tornou a histórica
Conferência Geral de Minneapolis de 1888, dirigidos apelos e advertências
começaram a fluir da pena da inspiração. Estes destinavam-se a penetrar o
torpor da complacência que envolvia os membros da igreja para que fossem
alertados para a sua verdadeira condição e perigos em que estavam. Foram
portanto testemunhos muito directos que revelavam a letargia mortal do
formalismo. O testemunho que se segue é o tom incluído em muitos outros que
apareceram em The Review and Herald
durante o ano que precedeu a sessão da Conferência Geral.
“É possível ser crente parcial, formal, e contudo ser achado
em falta e perder a vida eterna. É possível praticar alguns dos preceitos
bíblicos, e ser considerado cristão, e ainda, pela falta das qualificações
essenciais ao carácter cristão, perecer.” The
Review and Herald, 11 de Janeiro de 1887, (Testemunhos Selectos,
3:12.)
Isto é exactamente o que o laodiceanismo precisava ouvir
embora parecesse não serem capazes de ouvir quanto isso se aplicava a eles. Em
seguida foram advertidos para a sua maior e mais urgente necessidade de “um
reavivamento da verdadeira piedade.”
“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior
e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa
primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do
Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos
encontramos carecidos de preparo para recebê-la….
“Há na igreja pessoas não convertidas, e que não se unirão em
fervorosa, prevalecente oração. Precisamos entrar na obra individualmente.
Precisamos orar mais, e falar menos. Abundante é a iniquidade, e o povo deve
ser ensinado a não se satisfazer com uma forma de piedade sem o espírito e o poder….
“Temos muito mais a temer de dentro do que de fora. Os
obstáculos à força e ao êxito são muito maiores da parte da própria igreja do
que do mundo….
“Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo
de Deus desimpeça o caminho mediante a remoção de todo impedimento, de modo que
o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma enfraquecida igreja e uma
congregação impenitente. Se Satanás pudesse fazer o que ele queria, nunca
haveria outro despertamento, grande ou pequeno, até ao fim do tempo. Não somos,
porém, ignorantes de seus ardis. É possível resistir-lhe ao poder. Quando o
caminho estiver preparado para o Espírito de Deus, a bênção virá. Satanás não
pode impedir uma chuva de bênção de cair sobre o povo de Deus, mais do que
fechar as janelas do Céu para que a chuva não caia sobre a Terra. Homens ímpios
e demônios não podem impedir a obra de Deus ou excluir Sua presença das
reuniões de Seu povo, caso eles, de coração rendido e contrito, confessem e
afastem de si os seus pecados, reclamando com fé Suas promessas. Toda tentação,
toda influência contrária seja ela franca ou oculta, será resistida com êxito,
‘não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos
exércitos.’…
“Qual é nosso estado neste terrível e solene tempo? Ai, que
orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário,
à frivolidade e ao divertimento, que desejo de supremacia! Todos esses pecados
têm obscurecido a mente, de modo que as coisas eternas não têm sido
discernidas.” The Review and Herald,
22 de Março de 1887.
À medida que se aproximavam de 1888, as mensagens continuaram
a vir em The Review and Herald
exortando o povo do advento a procurar a presença de Jesus no coração sem o que
nada podiam alcançar mais do que o formalismo frio e mortal.
“Sem a presença de Jesus no coração, o culto é formalismo
frio e sem vida. O anelante desejo de comunhão com Deus cessa quando o Espírito
de Deus é por nós afugentado; quando, porém, Cristo, a esperança da glória,
está em nós, somos constantemente levados a relacionar pensamentos e actos com
a glória de Deus.” The Review and Herald, 17 de Abril de 1888.
Sem dúvida que houve alguns entre os membros que leram estas
palavras que foram convencidos por elas e dessa maneira levados a procurar uma
experiência melhor. Estes naturalmente perguntaram como podia isto ser
alcançado. A resposta veio no artigo da semana seguinte em The Review and Herald.
“Devíamos estudar a vida do nosso Redentor, porque Ele é o
único exemplo perfeito para o homem. Devíamos contemplar o infinito sacrifício
do Calvário, e contemplai a grandeza da pecaminosidade do pecado e a justiça da
lei. Saireis de um concentrado estudo do tema da redenção fortalecidos e
enobrecidos. A vossa compreensão do carácter de Deus será aprofundada; e com
todo o plano da salvação claramente definido na vossa mente, sereis mais
capazes de cumprir a vossa divina comissão. Com um sentido de profunda
convicção, sereis então capazes de testificar aos homens acerca do imutável
carácter da lei manifestada pela morte de Cristo na cruz, a maligna natureza do
pecado, e a justiça de Deus na justificação do crente em Jesus, na condição da
sua futura obediência aos estatutos do governo de Deus no Céu e na Terra.” The Review and Herald, 24 de Abril de
1888.
Quanto mais perto ficavam da sessão da Conferência Geral,
mais insistente foi o chamamento ao reconhecimento da sua destituição
espiritual e à descoberta no Salvador do completo remédio para os seus males. Se
o povo pudesse ter sido alertado para a grandeza da sua necessidade e para a
urgência de receberem um remédio, teriam dedicado o seu tempo ao mais diligente
possível exame de coração e afastamento dos pecados. Então teriam vindo às
reuniões numa disposição da mente que estava receptiva às mensagens que Deus lhes
enviou. Que diferente teria sido a história! Em vez de rejeição, teria havido
sedenta aceitação. O Espírito Santo ter-Se-ia manifestado a Si mesmo com grande
poder, a chuva serôdia teria caído assim que a preparação para ela estivesse
completa, e, muito tempo antes disto, a obra estaria finalizada.
Todavia, apesar do Senhor estar a chamar o povo através dos
Seus escolhidos mensageiros para se prepararem para a manifestação da Sua
verdade, o inimigo estava a trabalhar a fim de gerar oposição mesmo antes das
reuniões começarem. Grande luz tinha brilhado na mente do pastor E.J. Waggoner
a respeito da lei em Gálatas. Ele viu
que a lei acrescentada por causa da transgressão e que era o aio para conduzir
a Cristo, era a lei moral, onde os adventistas tinham defendido que era o
código cerimonial. O pastor Waggoner com alegria comunicou esta maravilhosa luz
aos crentes esperando que eles fossem tão abençoados pela revelação como ele
havia sido. Pelo contrário, isso colocou-o em confronto directo com o
Presidente da Conferência Geral, o pastor G.I. Butler.
Para avaliar a intensidade do sentimento gerado, apenas temos
que estar conscientes quão sensível a lei em Gálatas era para um dirigente adventista. Antes de 1844, as igrejas
protestantes eram fortes na sua pregação dos dez mandamentos. Mesmo assim,
apesar de terem caído em profunda apostasia, os ministros protestantes pregavam
a letra morta sem o Espírito, reconheciam que estes requisitos morais ligavam
todos os homens. Evidentemente, eles interpretavam o quarto mandamento como se
fosse o domingo.
Quando o poderoso, evangelho eterno apresentado pelo primeiro
anjo lhes foi apresentado, rejeitaram este testemunho a favor da sua religião
formal. Isto colocou-os numa posição muito difícil, porque a lei inviolável é
que todo aquele que rejeitasse o ministério do primeiro anjo não podia receber
benefício de qualquer outro que se seguisse. Para eles, a verdade tem-se
tornado erro, o dia tornado noite e a luz trevas. Vede Primeiros Escritos, 259-261. Por isso, quando o terceiro anjo
chamou a atenção do mundo para o sétimo dia, os que desprezaram a luz das duas
mensagens anteriores tinham-se colocado onde não havia esperança de verem e
aceitarem a luz do sábado de Deus.
Isto colocou-os numa posição vulnerável. Continuaram a afirmar
que acreditavam e ensinavam a Bíblia e a Bíblia como a palavra de Deus para o
homem. Mas isto era apenas a sua afirmação, porque era claro para os
adventistas em particular que os protestantes não tinham uma sólida base
bíblica para a sua observância do domingo ou para a sua posição em várias
áreas. Os pregadores adventistas pediram-lhes então que comparassem a sua
profissão de integridade escriturística com o abandono do erro e observassem o
dia que Deus tinha designado. Porém, os protestantes não o fariam porque não
podiam. Os que tinham rejeitado o evangelho eterno nunca podiam encontrar o
sábado e guardá-lo. Isto, contudo, não exclui as pessoas honestas naquelas
igrejas que nunca haviam provado a verdadeira luz.
Os protestantes na sua procura por libertação deste dilema,
sentiram que tinham uma resposta satisfatória na afirmação que, desde a cruz, a
lei já não se aplicava aos cristãos. Para dar o que suponham ser uma base
escriturística para este argumento, citaram Gálatas
e 1Coríntios, afirmando que a lei
nestas Escrituras era a lei moral. Os adventistas tomaram a posição que havia
duas leis, não uma e que era a lei cerimonial a que Paulo se referia nestas
Escrituras.
Isto levava a um impasse de cada vez que um adventista e um
protestante se confrontavam. Nenhum deles podia demover o seu opositor. Os
adventistas entrincheiravam-se solidamente por detrás da sua suposta invencível
posição que a lei em Gálatas era a
cerimonial e não a moral. Sentiram que se retratassem desta posição em qualquer
extensão dando a mais pequena concessão ao ensinamento que era a lei moral,
teriam que admitir que os seus inimigos estavam certos e eles não tinham justificação
bíblica para observar o sábado. Mas a observância do Sábado era a sua orgulhosa
apresentação, o seu especial e peculiar distintivo identificador. Era
impensável tirar isso deles. Estavam seguros que não podia ser concebida maior
traição à igreja.
Nenhum dirigente da igreja receava um desenvolvimento desses
porque estava supremamente confiante que nenhum ministro adventista, professor
ou leigo desse guarida à mais pequena inclinação para dar esse passo. Podiam
ter preocupações e receios, mas estas não estavam incluídas.
Imaginai então a consternação que varreu os adventistas
quando E.J. Waggoner corajosamente declarou tanto verbalmente como por escrito
que a lei em Gálatas é a lei moral.
Repentinamente os adventistas sentiram-se despidos das suas defesas, nus,
vulneráveis e traídos. Estavam convencidos que tinham sido vendidos aos
protestantes que rapidamente tirariam a maior vantagem desta prometedora
mudança de posição da parte de um dos seus ministros.
Este desenvolvimento era suficientemente preocupante mas
aparentemente o pior estava para vir. Ellen White avançou defendendo a posição
de Waggoner. Ela escreveu:
“‘A lei era o nosso aio para nos conduzir a Cristo, para que
fôssemos justificados pela fé.’ Nesta Escritura, o Espírito Santo através do
apóstolo Paulo está a falar especialmente da lei moral.” The S.D.A. Bible Commentary 6:1110.
“Perguntam-me acerca da lei em Gálatas. Que lei é o aio que
nos deve levar a Cristo? Respondo: Tanto o código cerimonial como o moral, dos
Dez Mandamentos.” The S.D.A. Bible
Commentary 6:1109.
A sua posição, tomada sob a direcção de Deus e pela Sua
autoridade, devia esclarecer o assunto, mas não o fez. Em vez disso, Waggoner
entrou na fatídica conferência com uma nuvem muito densa sobre a sua cabeça. Assim
fez A.T. Jones por causa do conflito a respeito das interpretações das
profecias de Daniel. Nada há de
invulgar acerca dos mensageiros do Senhor entrarem na obra deles com o
preconceito já levantado contra si. Foi assim com Cristo incluindo o ser
chamado ilegítimo. Na lei de Moisés estava escrito que:
“Nenhum bastardo entrará na congregação do Senhor; nem ainda
a sua décima geração entrará na congregação do Senhor.” Deuteronómio 23:2. Com
isto os judeus concluíram que nenhum dos nascidos de mãe solteira podia jamais
ser o Messias. Portanto, Jesus entrou na Sua obra com o obstáculo que parecia
ser uma barreira intransponível ao Seu ministério. Contudo, no final, foi como
se não tivesse existido essa barreira.
Semelhantemente, apesar de haver sentimentos contra eles,
Waggoner e Jones prosseguiram com a pregação da mensagem com eficácia poderosa.
Apresentaram a justificação pela fé como os adventistas nunca tinham ouvido
antes. Esta foi parte do problema embora nunca devesse acontecer. Este problema
desenvolveu-se como se segue:
Na década de 1850 um novo adventismo tinha começado a
existir. Era um adventismo do qual o poder do evangelho tinha partido, mas
ainda retinha as exposições da doutrina e da profecia que se tornou para os
adventistas e para o mundo, a marca identificadora do adventismo. Por
conseguinte, por causa da aparência exterior declarar que não tinha havido
mudança, a nova forma foi aceite na crença que ainda era o original. Os membros
identificavam-se com uma mensagem direccionada para a exposição doutrinal e interpretações
proféticas. A viva e salvadora verdade da justificação pela fé havia sido
perdida e portanto não tinha parte na pregação nesse período. Por isso nenhuma
ligação era vista ou recomendada entre o verdadeiro evangelho – o poder
salvador capaz de libertar de todo o pecado – e a mensagem do advento entendida
nos anos de 1880.
Por isso, quando Waggoner e Jones avançaram com a verdadeira
luz a respeito da mensagem do terceiro anjo e de acordo com isso pregaram a
justificação pela fé como uma realidade prática salvadora, apresentaram o
adventismo que era inteiramente desconhecido na igreja nessa altura. Esse
adventismo tinha sido deixado para trás décadas antes e foi substituído por um
novo adventismo que não era de modo algum adventismo.[1]
Compreensivelmente então, os delegados à conferência foram incapazes de
equacionar o que os mensageiros do Senhor estavam a pregar com o adventismo como eles o conheciam.
Baralhados e confundidos, vários escreveram à irmã White. Precisavam
saber se os pastores Waggoner e Jones eram na verdade adventistas, ou se
estavam a tentar introduzir os infundados erros das igrejas babilónicas caídas.
Em resposta, a profetiza do Senhor assegurou-lhes que não só estavam a ouvir a
mensagem do terceiro anjo, mas estavam a ouvi-la em verdade. Aqui estão as suas palavras:
“Vários me escreveram, perguntando se a mensagem da
justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo e eu tenho respondido, ‘é a
mensagem do terceiro anjo em verdade.’” The
Review and Herald, 1 de Abril de 1890.
Em Testemunhos para Ministros, 91, 92 depois
descrever o que era a mensagem que Deus enviou através dos pastores Waggoner e
Jones, a irmã White afirmou que “É a terceira mensagem angélica que deve ser
proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em
grande medida.” Todo o testemunho é como se segue:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa
mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem
devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o
sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no
Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na
obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos perderam Jesus de vista.
Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e em Seu
imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para
que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de
Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem que Deus manda proclamar
ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto
clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.” Testemunhos para Ministros, 91, 92.
Quão maravilhoso teria sido se o povo tivesse aberto os seus
corações para receberem as maravilhosas verdades que o Senhor desejava
mostrar-lhes nesta altura! Quão rapidamente teriam os seus corações, as mentes
e o espírito, sido transformados e quão rapidamente ficariam prontos para a
obra final! Muito tempo antes disto teria o Salvador aparecido nas nuvens do
Céu para juntar os Seus expectantes santos para Si.
A certeza do aparecimento destes resultados é afirmada quando
foi declarado pela divina Inspiração que “… o alto clamor do terceiro anjo já
começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor perdoador dos pecados.” The Review and Herald, 22 de Novembro de
1892.
Este testemunho foi escrito quatro anos depois do início da
pregação da mensagem em 1888 e ter confundido algumas pessoas. Se é verdade que
o alto clamor já tinha começado, havia então evidências físicas e visíveis
disso? Onde havia a descida do Espírito Santo no poder pentecostal? Onde
estavam as grandes curas, os milhares convertidos num dia, os crentes
movimentando-se em todas as direcções a fim de levarem as mensagens aos cantos
mais escuros da Terra e a restauração do dom profético a muitos crentes?
Esta é uma pergunta aceitável. Contudo, não existe problema
quando é compreendido que há duas fases distintas no alto clamor. A primeira
envolve o período em que a mensagem é ensinada à igreja. Enquanto esta obra não
estiver completa com sucesso e profundidade, os crentes não estão preparados
para levar a cabo a segunda fase, a pregação da mensagem ao mundo. Quando esse
tempo começar, será vista a poderosa pregação da Palavra, as múltiplas
conversões num único dia, os milagres das curas e outras manifestações do poder
e glória divino que terá lugar nessa altura.
Mas o início real do alto clamor acontece quando a obra da
preparação começa dentro da igreja.
Assim o quarto anjo apareceu e começou a sua obra. Ele seguiu
o terceiro como o terceiro tinha seguido o segundo e o primeiro. Quando ele
apareceu, era vital que os adventistas conhecessem o tempo da sua visitação. O
mensageiro celestial tinha vindo com as mais selectas bênçãos do Céu – a
justificação pela fé e a justiça de Cristo. Com corações ansiosos e abertos, os
crentes deviam dar as boas vindas ao visitante celestial e aceitar tudo o que
ele tinha para eles.[ADF3]
[ADF1]Obediência esforçada,
cumprir pela força o que leva a que não se tenha sucesso pois o correcto é ser
a própria lei.
[ADF2]Por isso temos a razão
da Mensagem do 4º Anjo como menciona em cima fala da mensagem que ilumina toda
a terra é o trazer mais luz de uma forma poderosa para o povo poder sair da
condição que se encontra.
[ADF3]Isto é muito
importante pois isto está em conformidade com o nosso tempo e é isto que tem
que acontecer e temos que ter em mente que essa preparação pode estar ou tem
que estar a ser efectuada senão fecharemos a nossa porta da graça.
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