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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS SETE ANJOS EM APOCALIPSE - CAPITULO 24 - F T Wrigth





Os Sete Anjos




Capítulo 24

 


O Vinho da Terra


É dos “cachos da vinha da terra…” que o vinho é pisado no grande lagar da ira de Deus. Apocalipse 14:18. Então o sangue corre até formar uma inundação que chega aos freios dos cavalos. A conclusão significativa é que é da vinha da Terra que esta colheita de destruição e desolação corre. A necessidade de identificar especificamente que vinha está envolvida indica que tem que haver pelo menos outra vinha além desta.
De facto há. É a vinha que simboliza Cristo e acerca da qual Ele instruiu os Seus discípulos no caminho da última ceia para o Getsêmane quando disse:
“Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o lavrador.
“Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.
“Estai em Mim, e Eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim.
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.
“Se alguém não estiver em Mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
“Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
“Nisto é glorificado Meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis Meus discípulos.” João 15:1-8.
Esta é a verdadeira vinha que não é da Terra, mas aquela que desceu do Céu.
“Nos montes da Palestina plantou nosso Pai celestial esta boa Videira, e Ele próprio era o Lavrador. Muitos foram atraídos pela beleza dessa Videira, reconhecendo-Lhe a origem celeste.” O Desejado de Todas as Nações, 675.
Há uma grande necessidade de uma apreciação mais clara e mais forte a respeito da diferença entre a vinha da Terra e a verdadeira Vinha que desceu do Céu. A verdadeira Vinha representa a forma de vida em que a pessoa é de facto ligada com a Fonte da vida, Jesus Cristo. Como um ramo não pode viver separado da videira, assim qualquer pessoa não pode sobreviver e operar eternamente a menos que esteja ligada em íntima e viva ligação com Cristo o Dador da vida. Sem esta ligação, embora uma pessoa possa sentir-se segura que está viva e bem, a realidade é que está viva num tempo de prova. Quando esse tempo se acabar e for verificado que ela recusou estabelecer uma viva ligação com a Vinha, perecerá eternamente. Assim, a ligação com Cristo, a Videira viva, é o caminho da vida eterna, mas, ser parte da vinha da Terra significa separação d’Ele e a certeza da morte eterna.
Infelizmente as verdadeiras diferenças entre estas duas alternativas não será vista até ao fim no tempo em que tanto o bem como o mal tenham desenvolvido totalmente o resultado dos seus princípios. Então, quando for para sempre demasiado tarde para beneficiarem de uma ligação viva com a Videira, os ímpios verão que a sua união com a vinha da Terra os separou de qualquer esperança de vida eternamente. Então haverá um tal desapontamento e ira que a caneta não pode descrever. Emocionalmente abatidos com uma intensa angústia de alma e pesar que não podem ser experimentados ou conhecido nesta altura, desejarão ter feito a escolha correcta enquanto ainda havia tempo para o fazer.
Se fosse possível, pareceria melhor se o procedimento pudesse ser revertido, isto é, se os homens pudessem primeiramente experimentar as consequências dos seus pecados antes de os cometerem por um lado e por outro provarem a bênção do Céu antes de poderem escolher a vida em justiça. Isto, evidentemente, é impossível excepto quando aprendem através das consequências que outros têm sofrido por causa dos seus pecados. Não há melhor fonte para encontrar isto do que as Escrituras nas quais os pecados cometidos por homens, bons e maus, e os consequentes sofrimentos que caíram em particular sobre os que não se arrependeram, são tão vivamente ilustrados que, se correctamente entendidos, surpreenderão as mentes com a verdadeira compreensão daquilo que o pecado é e com o que isso custará. Nenhuma mera leitura da palavra de Deus será suficiente para revelar estas simples e terríveis verdades, mas, um profundo, prolongado e intenso estudo sob a instrução e inspiração do Espírito Santo, abrirá perante a mente horrorizada a suficiente compreensão quanto ao horrendo carácter da retribuição do pecado que leva o estudante profundamente preocupado a odiar e fugir da iniquidade, enquanto, cativado pela beleza e poder da justiça de Cristo, procurará uma duradoura ligação com a verdadeira Videira.
Para tornar as coisas ainda mais difíceis, o inimigo das almas deliberadamente determinou fazer parecer que o caminho da morte é o caminho da vida, ao passo que o caminho de Deus apenas oferece derrota, vergonha, rejeição, e, no final, a sepultura. Assim, milhões são induzidos a escolher o pecado em vez da justiça e morte em vez da vida.
Não há desculpa para fazer isto, uma vez que o Altíssimo tem dado ampla evidência para a escolha correcta. Em primeiro lugar, o Senhor tem demonstrado ser um Deus de verdade que pode com exactidão predizer qual será o resultado futuro do mal. Portanto, quando Ele descreve as cenas finais em que os homens gemerão em agonia mental por causa daquilo que já perderam e ainda enfrentam, Ele tem sempre o direito de ser crido. Sobre os que hoje estudam e atendem as advertências, repousará um receio mortal de tomar uma decisão incorrecta que os carregará com um desejo intenso de tomar a decisão correcta.
Uma das muitas ilustrações divinamente inspiradas predizendo a natureza horrenda do resultado final da iniquidade humana, é o lançamento dos cachos da vinha da Terra no grande lagar da ira de Deus. A pisadura dessas uvas é o modo de Deus descrever o resultado completo e final do mal que se tem desenvolvido desde que o pecado se estabeleceu na Terra. Ele declara que todos os que são reunidos para a vinha da Terra estarão envolvidos numa destruição da vida humana sem paralelo na história humana.
Contudo, deve ser recordado que a morte em si dos ímpios não é a pior fase da sua punição. Isso proporcionar-lhes-á o alívio para as suas agonias e na realidade desejá-la-ão. É aquilo que são forçados a suportar precisamente antes da sua destruição que constituirá a mais horrível e terrível agonia jamais conhecida dos mortais, uma angústia mental mais temível do que a dor física que estarão a sofrer que dificilmente estarão conscientes dela. Então, tal como a mente do rei Davi foi desperta para uma compreensão da terrível culpa que pesava sobre ele por causa do seu pecado com Batseba e o homicídio do marido dela que a revelação do resultado das suas pecaminosas escolhas lançarão os ímpios nas inexprimíveis agonias da consciência culpada.
Somente aqueles sobre quem a culpa consumidora da alma tem sido lançada por causa dos pecados que cometeram, podem ter qualquer conceito a respeito do que essa experiência se parecerá. Todavia, não importa quão vividamente esses tenham experimentado o peso destruidor da culpa, nunca podem conhecer por antecipação a total extensão do peso esmagador da condenação que consumirá as forças da vida daqueles que nessa altura não terão qualquer sangue expiador para os proteger da descontrolada fúria da sua própria injustiça. Beberão em vez disso o vinho da ira de Deus, pisado da vinha da Terra, totalmente desprovido de misericórdia. 25/11/2006
Não admira que “…cânticos do templo naquele dia serão gemidos…” Amós 8:3. “…Então, … todas as tribos da terra se lamentarão, … E haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus 24:30, 51.
As pessoas rangem os dentes apenas quando experimentam o mais intenso desapontamento, frustração e ira. Isto é a expressão da máxima tortura mental. Esta será a terrível sorte dos ímpios da qual não obterão outra libertação que não o esquecimento da morte eterna.
Mas, embora os justos experimentem a fome, a espera e a angústia de Jacó, não sofrerão como os ímpios sofrerão. A certeza disto é dada no facto que o lagar da ira de Deus será pisado “… fora da cidade ….” Apocalipse 14:20.
Para compreender a expressão “fora da cidade”, é necessário determinar que cidade é. Em Apocalipse, há duas cidades que são proeminentes. Uma é Babilónia, a outra é Jerusalém. A primeira é referida uma e outra vez como o centro da apostasia e iniquidade, a base das operações rebeldes contra o reino de Deus, o coito de todo o espírito imundo e iníquo e sujeita às sete últimas pragas.
Esta não é uma cidade literal localizada num local geográfico fixo cruzando o grande rio Eufrates. Essa cidade foi destruída para sempre na famosa noite em que Belsazar bebeu o vinho de Babilónia nos vasos sagrados do santuário. Mas, embora a cidade visível fosse reduzida às eternas ruínas, o sistema de religião que tinha guiado o poder físico e militar que sustentava Babilónia e emergirá como a força religiosa mais importante para fazer oposição a Deus e à verdade nestes últimos dias. De facto, ela não só levará todas as igrejas e todas as nações na sua rebelião final contra o Altíssimo, mas absorvê-los-á tão completamente que se tornarão parte dela e a deixarão como o único poder religioso em oposição a Deus e Sua verdade.
A cidade, Babilónia, é o sistema apóstata da igreja mundial através de quem Satanás exercerá o seu derradeiro, desesperado esforço para estabelecer a sua supremacia sobre Cristo e Seu amado povo. Ela tem consigo muitas marcas identificadoras das quais a principal é a sua determinação de exaltar a criatura acima do Criador, para procurar construir o reino de Deus, à maneira do homem.
Não é fora desta cidade que os cachos da vinha da Terra serão pisados no lagar da ira de Deus sem mistura. Pelo contrário, na verdade é o oposto porque será inteiramente dentro dessa cidade que os incríveis sofrimentos ilustrados no pisar do lagar serão experimentados.
Portanto, isto apenas pode significar que será fora da outra cidade em Apocalipse que o lagar será pisado. Essa outra cidade é Jerusalém; também chamada Sião. É preciso cuidado na identificação desta cidade, porque há duas, a cidade literal geograficamente localizada na Palestina e o corpo de pessoas com inclinação espiritual que constitui a verdadeira igreja de Deus nesta Terra. A distinção é claramente feita por Paulo:
“Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.” Gálatas 4:25, 26.
A segunda destas duas cidades é a cidade fora da qual o lagar será pisado. A consistência da interpretação requer que esta e não a outra Jerusalém terrestre seja a cidade. No caso de Babilónia, a escolha está limitada a uma aplicação espiritual da profecia porque a cidade localizada geograficamente já deixou de existir há muito; para nunca mais ser reconstruída. Por conseguinte, a única Babilónia do Novo Testamento é o grande sistema da igreja apostatada através da qual o diabo procura governar a Terra e todos os que nela habitam.
Se a única interpretação admissível da grande cidade Babilónia quando se refere a Apocalipse é a espiritual, então esta é a única interpretação possível para a outra cidade, Jerusalém. Isto é especificamente assim quando se compreende que nos últimos dias, a Jerusalém literal está cheia do espírito e obras de Babilónia, como está a própria mãe das prostitutas.
O oposto, contrapartida natural da mística cidade das abominações, é a verdadeira igreja de Deus nos dias do sexto anjo que terá sido tão provada e purificada que não terá qualquer ruga ou mácula. 2/12/2006
Esta é a cidade fora da qual o vinho será pisado até o sangue chegar ao nível dos freios dos cavalos. O testemunho que o vinho será pisado fora da cidade é a preciosa certeza de Deus que as terríveis pragas e sofrimentos que destruirão os ímpios não tocarão no povo de Deus. Não entre eles, mas completamente fora deles como verdadeira cidade, a igreja viva, o grupo cheio de justiça, será experimentada esta descida de trevas e sofrimento.
Então será cumprida a maravilhosa promessa escrita em Salmos 91, o Salmo foi escrito especificamente para o tempo de angústia. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. ‘Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.’ Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.” Salmo 91:1-16.
A promessa escrita neste Salmo confirma a verdade que o lagar será “… pisado fora da cidade….” Notai algumas das expressões que tornam este facto verdadeiramente claro:
“Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios…. nem praga alguma chegará à tua tenda.”
Nenhum destes horrores chegará próximo dos justos, que são a igreja de Deus, a santa cidade, a Jerusalém de cima, que é livre, a mãe de todos nós. A tempestade rugirá à volta deles, os ímpios perecerão por todo o lado, os terrores da morte e das trevas marcharão pela Terra, mas não tocarão o povo de Deus. Somente com os seus olhos verão a sorte dos ímpios.
Isto não significa que será um tempo fácil para eles. Não terão alegria nem satisfação por estes terríveis sofrimentos pelos quais os seus inimigos estarão a passar. Pelo contrário, olharão com indescritível tristeza e compaixão a sorte daqueles que podiam ter gozado a vida eterna juntamente com eles. Se houvesse qualquer coisa que pudessem fazer para evitar os desastres e a destruição, tê-lo-iam feito, desde que pudessem obter permissão de Deus para interferir. Isto não acontecerá, porque, por esta altura, o anjo da misericórdia ter-se-á retirado para sempre.
Ao mesmo tempo as forças da destruição parecem ameaçar também os justos de morte. Toda a Terra será transformada em pedaços por aquele poderoso terramoto final, a saraiva estará a pulverizar os edifícios, florestas, pessoas, animais e tudo o resto na face do globo, enquanto a onda inundadora de todas as ondas estará a varrer a Terra e a devorar tudo no seu caminho. Será impossível os justos vivos resistirem no meio de tudo isso e não se sentirem ameaçados. É então que a fé viva deve repousar na certeza que o lagar será pisado completamente fora da cidade e que nenhuma praga chegará perto do lugar onde habitam.
O facto que será um tempo terrível para os justos é revelado pelas palavras: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.” Apocalipse 14:20.
Aqui está uma aterradora imagem ameaçadora de morte. Quando os cavalos estão mergulhados tão fundo num mar de sangue que chega aos seus freios, não há margem significativa de sobrevivência. Se a inundação aumentasse um pouco mais de profundidade e o suprimento de ar fosse cortado quando as narinas submergissem. A morte seria o rápido resultado.
Nem eles são ilustrados como se estivessem meramente no sangue, mas mostrados com mil e seiscentos estádios para atravessar. Isso são duzentas milhas ou trezentos e vinte quilómetros. Que luta teria cada animal para forçar a sua caminhada através do espesso sangue, as suas cabeças seriam mantidas no alto apenas para romper a superfície e nunca saberem se os pés mergulhariam num buraco mais fundo que sepultaria as suas cabeças onde não houvesse ar e vida. Fazer essa viagem através de água lamacenta já seria suficientemente mau, mas fazê-la através de um mar de sangue seria muito mais horrível e detestável. Alguém cuja imaginação pudesse visualizar esta cena e situação, recuaria com horror perante a perspectiva. Contudo, esta é uma ilustração gráfica muito simbólica das lutas e agonias pelas quais os santos de Deus serão forçados a viajar durante as fases finais da angústia de Jacó.
É necessária uma compreensão dos símbolos usados no versículo antes que a interpretação seja correctamente desenvolvida. Os símbolos principais são cavalos e sangue. Para determinar a explicação apropriada destes, a Bíblia deve ser usada como a sua própria intérprete.
Esta não é a única referência em Apocalipse a cavalos em ligação com a sagrada obra de Deus. Em primeiro lugar, há quatro que aparecem em Apocalipse 6:1-8 e depois há os que se encontram no capítulo 9:7 e 19:11-21.
Os quatro cavalos em Apocalipse 6, são branco, vermelho, preto e amarelo. Estes cavalos e as suas cores são símbolos da declinante pureza do povo de Deus na sua guerra com os poderes das trevas e ilustram a progressiva apostasia e crescimento da ineficácia da igreja entre os dias dos apóstolos e a Idade Média. O primeiro do branco mais puro revela a beleza do amor e justiça que encheram a igreja durante os primeiros dias da sua história. Mas, infelizmente isto não se manteve. O branco puro mudou para vermelho, o símbolo do pecado, como está escrito: “os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” Isaías 1:18. Em seguida o vermelho mudou para preto, as trevas que resultaram da presença do pecado. Por fim, o cavalo amarelo enche a cena, um símbolo apropriado da palidez da morte, representando a condição perigosa da igreja em resultado do pecado desenvolvido.
Este não é o lugar para entrar num estudo detalhado destes quatro cavalos e três cavaleiros. Tudo o que é necessário é demonstrar que estes cavalos são de facto símbolos do estado espiritual da igreja no tempo referido na profecia. Cavalos são símbolos certos da igreja militante, em guerra com os inimigos dos Senhor. A cavalaria no passado nos tempos bíblicos era o ataque mais rápido e mais poderoso que o general podia usar no campo de batalha.
Os cavalos de Apocalipse 9, não são símbolos de um povo puro e santo, mas dos terríveis destruidores que se espalharam pela Terra como notável rapidez e poder. O elemento destruidor nesta aplicação do símbolo é retratado por um segundo símbolo, a locusta, a criatura mais devastadora e destruidora conhecida no oriente. Assim o cavalo é usado para descrever o povo de Deus e os seus inimigos. É deixado ao dedicado, estudante da profecia ensinado pelo Espírito determinar a partir do contexto qual é a aplicação apropriada. O uso de um símbolo, neste caso cavalos, como figura tanto das forças do bem como do mal, é bastante consistente com o sistema de revelação encontrado no livro final da Bíblia. Do mesmo modo, uma montanha é usada para simbolizar tanto o reino de Deus como o de Satanás. Assim também acontece com a figura de uma mulher. Se pura e limpa, ela é o símbolo da verdadeira igreja de Deus como em Apocalipse 12, mas se uma prostituta, então é uma representação da sinagoga de Satanás.
Os cavalos que nos devem interessar mais são os que se encontram em Apocalipse 19, porque eles são vistos a cavalgar ao mesmo tempo que os de Apocalipse 14; isto é, durante o período entre o fecho real da provação e a segunda vinda de Cristo. Estes dois conjuntos de cavalos são de facto o mesmo. Os que seguem o Cordeiro no capítulo 19, estão apenas a seguir na sua vereda sangrenta quando lutam através dos mil e seiscentos estádios de sangue pela altura dos seus freios no capítulo 14.
O cavaleiro líder em Apocalipse 19:11, não é outro senão o Filho de Deus, pois, “…e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.” Além do mais, “estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus…. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.” Versículos 13, 16.
“E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” Versículo 15.
Este é o cavaleiro que é seguido pelos “…exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro….” Versículo 14.
Os exércitos que estão no Céu são de facto os santos de Deus que por esta altura nunca tinham estado fisicamente no Céu. Eles são o mesmo grupo de pessoas que são simbolizadas pelo quinto e sexto anjos de Apocalipse 14:15, 17, dos quais se diz para saírem do templo de Deus no Céu. Tal como foi explicado atrás no capítulo três deste livro, eles estão o templo apenas no sentido espiritual.
Assim está estabelecido que os cavalos simbolizam a pureza e o poder com que o povo que cavalga neles está dotado. Embora não seja especificamente declarado os cavalos referidos em Apocalipse 14:20 levam cavaleiros, é evidente que assim devem fazer pois com resolução e sucesso atravessam este mar de sangue. Cavalos sem cavaleiros não entrariam num banho de sangue. Eles precisam de cavaleiros para os guiar no caminho que devem seguir, especialmente quando o caminho que está à sua frente é perigoso. Cavalos sem cavaleiros são desorganizados e não têm direcção, como tal, não são um símbolo apropriado do poder organizador que conduz a igreja à vitória. Portanto, cavalos, como representação da condição da igreja, não podem ser separados dos seus cavaleiros.
Sem a pureza simbolizada pela brancura dos cavalos e os poderes e rapidez representada pela velocidade e força destes nobres animais, o último movimento nunca podia fazer a sua obra com sucesso. Satanás sabe isto e procura privar os santos destes instrumentos. Se ele fosse bem sucedido, então unicamente a morte seria a porção dos 144,000. O inimigo chegará tão perto da vitória que pela grossura de um cabelo realmente falhará.
Isto é ilustrado pelo sangue que chega aos próprios freios dos cavalos. Uma pessoa pode imaginar os cavalos levantando as suas cabeças para cima a fim de as manter fora do sangue. Contudo, ele chegará tão alto que não será deixada margem. Um pouco mais fundo e o sangue cobriria as narinas e cortaria o suprimento de ar. A morte seguir-se-ia rapidamente. Este triste resultado deixaria o cavaleiro privado da pureza, rapidez e poder e sepultá-lo-ia  na profundidade do sangue. A morte seria o resultado certo.
Assim, o Senhor está a procurar transmitir às nossas mentes uma figura de quão próximo os 144,000 chegarão do fracasso eterno e por quão pouca margem a vitória será ganha.
Como já se viu, o sangue corre do lagar em que é pisado o vinho da Terra, é uma representação gráfica da morte que reina nesta altura como resultado inevitável da transgressão da sagrada lei de Deus. A impiedade do homem completamente desenvolvida e a fúria da natureza, ambas totalmente ilimitadas, combinar-se-ão para desenvolver uma colheita de morte e destruição que anteriormente nunca tinha sido produzida. Será um tempo de terrível tormento, indescritível agonia mental e tremendo sofrimento físico para os ímpios.
O Senhor deseja que o Seu povo compreenda que este será um tempo da mais severa prova para eles também. Ele compreende que é impossível ao Seu povo, antes da experiência real, alcançar mais do que um ténue começo de uma adequada compreensão daquilo que eles deverão passar. É por esta razão que Ele usa cavalos forçando o seu caminho através do mortal, viscoso, denso sangue durante uma terrível distância, para lhes dar uma noção daquilo que têm de enfrentar nesta hora de teste e prova que se aproxima. Será tão intenso quanto o mais bem preparado pode suportar e não será apenas um momento.
Seja qual for o grau de compreensão desta ilustração da luta final de vida ou morte, o crente entregar-se-á à diligente obra de preparação necessária para sobreviver a esta agonia. Quando chegar este tempo, quanto desejará cada um ter devotado mais tempo à oração e exame das Escrituras enquanto teve oportunidade.
Não é de admirar como o Espírito de Deus, no Seu conhecimento da batalha que se aproxima, tivesse dito através do profeta João: “‘Escreve: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.”’ ‘Sim,’ diz o Espírito, ‘para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.’” Apocalipse 14:13.


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