Os Sete Anjos
Capítulo 3
Sete Anjos — Sete Movimentos
Estamos já
familiarizados com o facto que os primeiros três anjos são símbolos de
movimentos. Os anjos em si mesmos não voam literalmente pelos céus pregando
suas mensagens aos que perecem. Em vez disso, sob direcção do Espírito Santo e
pelo Seu poder, comunicam a sua luz aos agentes humanos que anunciam a
advertência do julgamento vindouro, a queda de Babilónia e o perigo de receber
o sinal da besta. Correctamente então, estas revelações são chamadas o
“primeiro”, “segundo” e “terceiro” movimento de anjos.
As verdades
comunicadas através de cada um destes canais são progressivas. O primeiro anjo,
equipado com o evangelho eterno que é o ilimitado poder de Deus para salvar do
pecado, oferecia a libertação da escravidão espiritual a todas as nações da
Terra. Em ligação com este ministério de salvação soava a advertência do juízo
vindouro e todos foram aconselhados a adorar Deus como o Criador e, portanto,
como a infinita Fonte de todas as coisas.
Infelizmente, devido
à profunda apostasia espiritual na qual as igrejas caíram, a resposta foi muito
pobre. A maioria escolheu rejeitar a mensagem, preferindo em vez disso
ridicularizar e perseguir os que a apresentavam. Desconhecedores do terrível
abismo de destruição para o qual se dirigiam os seus passos, endureceram os
seus corações contra os convites divinos.[ADF1]
O resultado foi que
sofreram uma profunda queda espiritual, pois é impossível rejeitar a obra da
salvação de Deus e permanecer incólume a esta resistência. Uma excelente
ilustração disto é encontrada na marcada deterioração da experiência moral e
espiritual dos judeus enquanto persistiam na sua oposição ao Messias. De homens
que no início do ministério de Cristo possuíam um bom grau de respeitabilidade
e honestidade, no final dele revelaram-se em demónios ferozes sedentos do
sangue do Salvador como animais selvagens.
Todavia, foram
capazes de manter um certo ar de santidade que era totalmente assumido
exteriormente, pois não havia no interior qualquer fonte de virtude. O
objectivo era enganar o povo de modo que continuassem a apoiar os mestres e
guias religiosos. Tornou-se portanto, necessário a Cristo arrancar-lhes as
máscaras de pretensa piedade de maneira a libertar os crentes de qualquer
confusão quanto ao que deviam defender. O relato de que Ele fez isto
encontra-se em Mateus 23:1-39.
Do mesmo modo,
tornou-se necessário que uma segunda mensagem seguisse primeira em 1844. Esta
nada adicionou à primeira, pois nada pode ser adicionado ao evangelho de Cristo
como observa o pastor E.J. Waggoner:
"Levanta-se a
pergunta, se o terceiro veio e juntou a sua voz ao clamor do primeiro e do
segundo anjo, não teremos nós algo mais a dizer ao mundo, do que aqueles que
trabalharam sob a mensagem que o primeiro tinha? Bem, certamente nós não
podemos ter nada mais para pregar do que o evangelho eterno. O segundo anjo
anuncia um facto, que Babilónia caiu, por causa da sua apostasia do evangelho. Notai,
o segundo anjo não tem qualquer verdade nova para transmitir; somente um facto,
que algo havia acontecido. O terceiro anjo anuncia unicamente o castigo que
cairá sobre os homens que procedem de modo diferente da verdade anunciada pelo
primeiro anjo. Mas o primeiro anjo continua soando, e os três seguem junto; e
uma vez que os três continuam soando juntos; e o primeiro está a falar a
respeito do evangelho eterno, — que se destina a preparar os homens para
estarem sem mácula perante Deus, — e o terceiro anjo anuncia as punições que
cairão sobre eles se não receberem o evangelho eterno, conclui-se então que
todas as três mensagens são o evangelho eterno. Bible Studies on the Book of
Romans, 96, por E.J.
Waggoner. Casa
Publicadora da Igreja do Advento e do Repouso de Deus, edição de Novembro de
1981. [Vidé Carta aos Romanos 16.4, 16.5.].#
Uma das obras do
segundo anjo é declarar a condição espiritual caída dos que rejeitaram a
verdade, assim os crentes compreenderão claramente que Deus já não está com as
igrejas apostatadas, embora os dirigentes delas clamem audaciosamente estarem
ainda a caminhar na luz da presença de Deus e no completo gozo do Seu favor.
Isto não apenas remove todo o receio de separação das estabelecidas mas
decadentes igrejas; mostra de facto que o passo é essencial.
A queda espiritual
daqueles que rejeitaram a mensagem não é a única anunciada pelo segundo
mensageiro. No interior de todos aqueles que aceitaram o evangelho eterno,
Babilónia, que é o sistema pelo qual o homem se exalta a si mesmo acima de
Deus, foi destronado. À medida que Babilónia cai de dentro do crente, este dá
um grande passo mais para cima em direcção ao reino e o abismo entre ele e
aqueles que uma vez foram os seus companheiros de igreja é alargado de modo a
não haver ligação entre eles. Já não lhe é possível ter comunhão ou cooperar
com eles sob qualquer forma. Esta falta de convivência é mal interpretada por
aqueles que estão do lado errado, como prova de um espírito de falta de amor da
parte dos verdadeiros seguidores de Cristo. O facto é que, contudo, essa falta
de convivência é devida não a que o crente esteja destituído de amor como os
seus inimigos gostariam de supor, mas porque não há associação ou ligação entre
a luz e as trevas.
O terceiro anjo
revela a última realização da aceitação por um lado e a rejeição por outro da
mensagem do primeiro anjo. Para aqueles que recebem alegremente a salvadora luz
do céu, o selo de Deus e o lugar no Seu reino é assegurado se eles seguirem no
conhecimento de Deus. Mas aqueles que negam o evangelho, receberão a marca da
besta, o número do seu nome e a total destruição pelo fogo, cairá sobre aquele
desafortunado povo.
No aparecimento de
cada um destes movimentos representados pelos três anjos voando no meio do céu,
há certas revelações que se repetem à medida que cada um aparece. É importante
que estas sejam reconhecidas e compreendidas de modo que o crente hoje saiba
com grande certeza onde se deve estabelecer.
O primeiro ponto a
considerar é que o homem chamado para guiar o movimento, não tinha posição de
importância das igrejas ou movimentos nos quais o novo grupo nasceu. William
Miller foi o homem a quem o Senhor chamou para pregar a mensagem do primeiro
anjo e foi como resultado da obra de Deus operando por ele que o movimento do
primeiro anjo nasceu e cresceu até ser uma força significativa no mundo
religioso desse tempo. Mas William Miller não tinha qualquer posição de
dirigente na igreja. No tempo que levou até à sua divina missão, ele era “um
agricultor bem sucedido, um juiz de paz, e um proeminente cidadão na
comunidade. Era também professor na escola dominical e superintendente, clérigo
da igreja, e leitor e exortador nos serviços públicos de Hampton, igreja
baptista de Nova Iorque.” A Profética Fé
dos nossos Pais 4:476.
Teria sido
virtualmente impossível para o Senhor ter encontrado entre o ministério
estabelecido e seus dirigentes daqueles dias, um homem que pudesse ser usado
para pregar o evangelho eterno. Durante muitos anos a igreja tinha-se afundado
em apostasia até que era mais importante para o clero defender a igreja e as
suas tradições, do que procurar honestamente manter-se firme na verdade. O
poder divino não se encontrava nas fileiras da igreja e as mentes dos ministros
estavam cheias de preconceitos.
Quando chegou a
altura para a luz adicional do segundo anjo, não foi através de William Miller
que ela veio. Outro homem foi escolhido para a proclamação da mensagem. Ele foi
Charles Fitch. Mais tarde Deus usou Samuel Snow para iniciar o clamor da
meia-noite — a fase final da mensagem do segundo anjo.
O mesmo padrão continuou
na apresentação do terceiro anjo. Novos dirigentes foram chamados por Deus para
servir nesta altura. O.R.L. Crosier e Hiram Edson foram os primeiros a receber
a luz do terceiro anjo. Enquanto atravessavam um campo de milho às primeiras
horas da manhã a seguir ao grande desapontamento, viram que Cristo tinha
entrado no lugar santíssimo do santuário celestial e que era isto, não a Sua
esperada volta à Terra que a profecia predizia. A palavra de Deus não tinha
falhado.
Mais luz devia
seguir-se através de um número de mensageiros, proeminente entre os quais
estavam James e Ellen White, Joseph Bates, e J.N. Loughborough. À medida que o
tempo passava, ainda outros deram a sua contribuição, mas nenhum desses que
estavam relacionados com uma posição de guia no movimento do terceiro anjo,
tinham ocupado qualquer posição de liderança na anterior.
O desenvolvimento
seguinte que marca o levantamento de outro anjo é o início de uma grave crise e
a necessidade de enviar grande luz para a enfrentar. Assim a pregação da
mensagem dos primeiros três anjos levou todos os que a ouviram ao ponto de
decisão de aceitar ou rejeitar o evangelho salvador de Cristo. Isto levou a uma
crise que separou os que aceitaram a terceira mensagem angélica daqueles que
não a aceitaram. Os que foram forçados a deixar as igrejas das quais tinham
sido membros toda a vida precisavam de uma mensagem do céu que não apenas lhes
assegurasse que tinham dado o passo certo, mas também que os instruísse como
ocupar a sua nova posição e como se relacionarem com os antigos irmãos. Assim o
segundo anjo seguiu o primeiro e a obra de Deus avançou.
Estes
acontecimentos são característicos da chegada de cada anjo e do levantamento do
movimento que ele representa. Assim chegou o tempo para a pregação da mensagem
do segundo anjo, quando o grande desapontamento trouxe uma terrível crise ao
movimento. Isto marcou o tempo para o aparecimento da chegada da mensagem do
terceiro anjo com a luz que explicava porque o Salvador não tinha vindo como eles
esperavam e para revelar as verdades que os tornaria capazes de ocupar a
posição para a qual tinham agora sido chamados.
Mas a queda no laodiceanismo
que se seguiu ao estabelecimento do movimento da terceira mensagem angélica
trouxe ainda outra crise que foi de resolvida pelo envio de Deus de Apocalipse 18 ou quarto anjo. Este anjo
traz a luz do terceiro anjo com uma clareza e poder que não foram totalmente
vistas previamente. Se bem que infelizmente rejeitado em 1888, ele está
presentemente connosco novamente e este é o tempo, acreditamos nós em que a sua
obra será bem sucedida.
Assim será que
quando a obra do quarto anjo for finalizada, de novo uma terrível crise descerá
sobre a igreja enquanto ela entra na angústia de Jacó. Isto anunciará o advento
do quinto anjo, a ser seguido por sua vez pelo sexto e pelo sétimo. Como será
visto no desenvolvimento deste estudo, os dois finais entrarão do mesmo modo no
campo de acção quando uma terrível crise está a testar a existência do
movimento angélico.[ADF2]
Aqueles que fizeram
parte das pessoas de cada movimento, vieram predominantemente daquele que o
precedeu. Assim os membros do movimento do primeiro anjo tinham previamente
adorado nas igrejas da reforma que apesar da sua profunda apostasia, eram o
povo de Deus naquela altura. Deixaram de ser Seu povo apenas quando rejeitaram
a oferta Celestial de misericórdia e restauração. Então chegou o tempo para o
segundo anjo anunciar a sua mensagem. O seu aviso e apelo foram dirigidos
àqueles que tinham recebido a luz do anjo anterior, mas não mais que apenas
alguns escolheram receber a verdade e avançar com ela. A maioria voltou para as
igrejas caídas e tornaram-se os piores oponentes de seus antigos irmãos.
De novo, quando o
terceiro anjo veio, o aviso foi dirigido àqueles que tinham recebido a luz do
primeiro e do segundo anjo. Mas a saída daqueles que falharam em suportar o
teste da luz adicional foi na verdade muito grande. Cerca de cinquenta mil
estiveram no clamor da meia-noite, mas quando o grande desapontamento veio,
apenas alguns continuaram a acreditar na mensagem e ficaram por ela. Deus não
tinha planeado que fosse assim, pois era Seu desejo que todos os que tinham
aceite a luz do primeiro e segundo anjos avançassem também com o terceiro. Infelizmente
para eles, muitos não fizeram o esforço de estabelecer a mensagem como uma
profunda experiência pessoal. Não tinham a força espiritual para enfrentar a
experiência e foram encontrados em falta.[ADF3]
Se estas coisas
provaram ser consistentemente verdade à medida que cada um dos três movimentos
apareceu, deve esperar-se também que será igualmente verdade com relação ao
movimento do quarto anjo, e, depois de dar lugar a certas mudanças de condições
que existirão uma vez que a porta da graça feche, para o quinto, sexto e sétimo
anjos também.
Primeiramente deve
ser estabelecido que o quarto anjo é tanto um símbolo de um movimento como
foram os três primeiros. Isto está plenamente declarado nestas palavras:
“A respeito de
Babilónia, no tempo referido nesta profecia, declara-se: ‘Os seus pecados se
acumularam até ao céu, e Deus Se lembrou das iniquidades dela.’ Apocalipse 18:5. Encheu a medida de sua
culpa, e a destruição está a ponto de cair sobre ela. Mas Deus ainda tem um
povo em Babilónia; e, antes de sobrevirem Seus juízos, esses fiéis devem ser
chamados a sair, para que não sejam participantes dos seus pecados e não
incorram nas suas pragas. Esta a razão de ser o movimento simbolizado pelo anjo descendo do Céu, iluminando a
Terra com sua glória, e clamando fortemente com grande voz, anunciando os pecados
de Babilónia. Em relação com a sua mensagem ouve-se a chamada: ‘Sai dela, povo
Meu.’[ADF4] Este anúncios, unindo-se à,
mensagem do terceiro anjo, constituem a advertência final a ser dada aos
habitantes da Terra.” O Grande Conflito,
603.
É o anjo de Apocalipse 18 que vem com grande poder
iluminar todo o mundo. Este é o quarto anjo que junta a sua voz ao terceiro,
como ele por sua vez juntou a sua ao segundo e primeiro. Como mencionado acima,
este anjo simboliza um movimento de pessoas que será o maior que Deus jamais
fez existir.
“O anjo que se une
na proclamação da mensagem do terceiro anjo, deve iluminar a Terra toda com a
sua glória. Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário
poder. O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do
poder de Deus; a mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos
missionários do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que
se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século dezasseis; mas
isto deve ser superado pelo poderoso movimento
sob a última advertência do terceiro anjo.” Idem, 609, 610.
Alguns podem ter a
tendência de identificar este anjo como o terceiro, mas, notai que não é o
terceiro anjo mas um que “se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo”. Este
é o anjo de Apocalipse 18, e é outra
referência provando que ele é o símbolo de um grande movimento de pessoas.
Enquanto a luz
deste outro anjo brilha sobre o Seu povo, o Senhor espera que eles avancem com
a reveladora verdade enquanto forma o movimento do quarto anjo. Aqueles que
erradamente supõem que o terceiro anjo é o último mensageiro à raça humana que
perece, colocam-se a si mesmos numa posição onde serão deixados para trás
enquanto a obra de Deus avança de uma para outra fase. Manter-se-ão na
desastrosa posição em que luz não será encontrada para além do movimento do
terceiro anjo, quando, de facto, ainda maior luz está a ser comunicada através
do quarto anjo. Isto levá-los-á a rejeitarem automaticamente tudo que não vem
através dos canais aprovados por aqueles que proclamam ser membros do movimento
do terceiro anjo. Os dirigentes, receando ter as suas posições ameaçadas,
insistirão que a luz que proclamam tem vindo através deles é a única mensagem a
seguir.
Mas os dirigentes
do movimento do terceiro anjo não são aqueles a quem o Senhor confiará as
revelações das Suas preciosas mensagens quando o quarto anjo soa. Todos poderão
estar positivamente seguros disto por causa do padrão estabelecido no
desenvolvimento das três primeiras mensagens e movimentos que as transmitiram.
Tal como já foi mostrado, ninguém a quem é dada a responsabilidade de dirigente
no novo movimento, teve uma posição significativa na antiga. Isto não é porque
o Senhor o tenha decretado, mas por causa da operação da lei natural.
O reconhecimento
destes princípios é suficiente para convencer alguém que novos mensageiros
seriam chamados quando o quarto anjo começasse a soar. Devia haver também uma
directa proclamação profética para confirmar que isto será assim, e há. O
testemunho que se segue plenamente prediz isto:
“Aproximam-se
rapidamente os dias em haverá grande perplexidade e confusão. Satanás vestido
de vestes angélicas, enganará, se possível os próprios escolhidos. Haverão
muitos deuses e muitos senhores. Soprará todo o vento de doutrina. Aqueles que
renderam suprema honra à ‘falsa ciência então chamada’ não serão os guias
então. Aqueles que têm confiado no intelecto, génio, ou talento não estarão à
cabeça das fileiras. Não acompanharam o passo da luz. Aqueles que provaram ser
infiéis não terão a confiança do rebanho. Na última obra solene poucos grandes
homens estarão ocupados. Eles são auto-suficientes, independentes de Deus, e
Ele não os pode usar. O Senhor tem servos fiéis, que no tempo de prova da
sacudidura não serão notados.” Testimonies
5:80.
A última grande
obra aqui referida é realizada durante o tempo em que a mensagem final é dada a
um mundo que morre sob o ministério do movimento do quarto anjo. Isto será
feito em duas fases. Primeiramente haverá o grande período em que Deus através
do Seu mensageiro delegado, educa aqueles através de quem a mensagem será mais
tarde transmitida no poder da chuva serôdia ao mundo. A segunda fase será
quando soar o alto clamor a todas as pessoas sobre a terra, requerendo que cada
um tome a decisão por Deus ou por Satanás.
Como o testemunho
confirma em ambas as fases o Senhor tem servos que não estarão em destaque. Não
serão proeminentes antes dessa altura, o que quer dizer que previamente não
ocuparam posições de confiança e responsabilidade. Aqueles que foram guias no
movimento do terceiro anjo, certamente não têm posições similares no quarto. O
padrão estabelecido no desenvolvimento nos primeiros três anjos permanecerá
consistente durante a história do quarto. O princípio está também demonstrado
no chamamento de João Baptista. O próprio Cristo, Seus discípulos, e todos os
outros profetas, reis, e mensageiros a quem o Senhor chamou para o Seu serviço.
De um ponto de vista humano, cada um destes veio das origens mais obscuras e
humildes e eram olhados pela elite eclesiástica como sendo muito baixos para
merecerem qualquer reconhecimento. Quando esses exerceram uma influência sobre
o povo que eclipsaram a dos pais da igreja, a inveja e raiva da hierarquia não
conheceu limites. Assim acontecerá repetidamente.
Isto também quer dizer que enquanto, as
pessoas do movimento do quarto anjo serão inicialmente em grande número
formadas por aqueles que eram membros do movimento do terceiro anjo, muito
poucos dos que estão no terceiro movimento seguirão para o próximo. Uma
terrível sacudidura daqueles que deviam ter continuado com a igreja de Deus mas
que escolheram em vez disso permanecer nas trevas e incredulidade, marca o
tempo em que luz adicional aparece.
Os que de nós hoje
olham para o poderoso ministério do quarto anjo, podem também saber o que
esperar pelo que aconteceu quando ele veio, embora temporariamente, da primeira
vez. Ele chegou para fazer a sua obra quando “O Senhor na Sua grande
misericórdia enviou uma preciosa mensagem ao Seu povo através dos pastores
Waggoner e Jones”. Testemunhos Para
Ministros, 90.
Nenhum destes
homens tinham posições de importância no movimento do terceiro anjo e
permaneceriam desconhecidos hoje se não fosse a pesada responsabilidade
colocada sobre eles. Deus passou pelo presidente da Conferência Geral,
secretários do campo, dotados autores e os famosos missionários, para dar a Sua
obra a dois desconhecidos ministros. Ele fez isto porque foi capaz de lhes
ensinar a verdade e de usá-los na proclamação dela como não podia fazer com
outros.
Houve na realidade
uma grande sacudidura nessa altura, pois o mundo adventista estava dividido
entre aqueles que estavam decididamente opostos à mensagem, aqueles que estavam
confundidos e duvidosos, e a minoria que a aceitava. Os mais determinados na
sua oposição eram aqueles que tinham posições de confiança e responsabilidade
no movimento do terceiro anjo.
A extensão da
rejeição era tão grande que o esforço de Deus para estabelecer o movimento do
quarto anjo falhou. O anjo foi obrigado a voltar para o seu lugar e esperar
outro dia de oportunidade antes de poder voltar pela segunda e última vez.
Quando esta hora ocorreu, seria menos capaz de trabalhar através dos guias
estabelecidos e encontraria poucos daqueles do movimento do terceiro anjo que
respondessem a este chamamento. Contudo, será bem sucedido nesta segunda
tentativa em estabelecer o movimento do qual é o símbolo.
Em termos gerais,
os mesmos desenvolvimentos marcarão o erigir do movimento do quinto anjo. Que
este anjo é tanto o símbolo de um movimento como os outros quatro, é assegurado
pela interpretação provida para nós no Espírito de Profecia, em Apocalipse 14:15, que se lê:
“E outro anjo saiu
do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: ‘Lança
a tua foice, e cega: é já vinda a hora de cegar, porque já a seara da terra
está madura.’”[ADF5]
Quando descrevendo
acontecimentos a acontecer depois do tempo de provação, o Senhor, através de
sua serva escolhida, disse: “Então Jesus terá na Sua mão uma foice aguda, (Apocalipse 14:14) e então os santos
clamarão dia e noite a Jesus na nuvem, para empunhar a foice aguda e segar.” A Word to the little Flock, 12.
A Bíblia testifica
que o “anjo” clama Àquele que se
senta na grande nuvem branca suplicando-Lhe que ceife a seara da terra, mas no
testemunho citado acima é declarado que os santos o fazem. Como não pode haver
uma contradição entre estes dois testemunhos inspirados, somos deixados apenas
com uma conclusão. Uma vez mais, o anjo é o símbolo de um movimento de pessoas,
de modo que aquilo que lhe é dito para dizer e fazer, é realmente dito e feito
pelo povo de Deus na terra.
A filiação deste
novo movimento será inteiramente retirada do movimento do quarto anjo, se bem
que, infelizmente, de novo alguns poucos daqueles que pertenceram ao anterior
movimento passarão para o novo. Apesar, de milhares serem convertidos num dia a
maioria serão virgens loucas que serão incapazes de sobreviver no grande teste
final quando ele cair sobre eles. Falando desse tempo, o Senhor adverte que:
“Ao aproximar-se a
tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro
anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua
posição passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e
participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz;
e, em vindo a prova estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de
talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam
sua capacidade a enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de
seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os
tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais activos
agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de
falsos boatos e insinuações incitar os governantes contra eles.” O Grande Conflito, 607.
Esta tremenda
sacudidura será a repetição, numa mais ampla, escala mundial, daquilo que teve
lugar no grande desapontamento em 1844, quando, dos cinquenta mil que
responderam à advertência do clamor da meia-noite, apenas algumas dúzias
sobreviveram ao terrível teste. Depois disso, avançaram para formar os núcleos
do movimento do terceiro anjo.
A única diferença
entre estes e os movimentos anteriores será que nenhuns mensageiros estão
envolvidos. Uma vez terminada a provação, nenhuma voz posterior de advertência
chamará homens ao arrependimento. Terá chegado o tempo para uma obra totalmente
diferente, e será realizada através de um povo tão separado e isolado uns dos
outros, que nenhuma posição de responsabilidade em relação a outros crentes
será possuída por qualquer um. Contudo, haverá um corpo definido de pessoas a
fazer exactamente o que o Senhor tinha designado que fosse feito.
Uma questão que
certamente se levantará a respeito do quinto anjo é esta: é dito que o quinto
anjo vem do templo de Deus no céu. Isto é facilmente compreendido de um anjo
literal, mas como pode ser verdade acerca do povo de quem é dito que ele
representa quando, estando fixo nesta terra até, e mesmo depois, deste ponto,
nunca ter estado no céu? Se nunca estiveram no templo, como pode ser dito que
sai dele?
É verdade que os
santos na terra não estiveram no céu pessoalmente ou fisicamente. Não precisam
de estar porque não é neste sentido que se diz que eles saem do templo. A
aplicação do versículo é espiritual, não física. A prova disto é encontrada na
parábola das dez virgens tal como foi cumprido no grande segundo movimento do
advento.[ADF6]
Na parábola, diz-se
que as virgens prudentes entram para as bodas que foram feitas pelo Pai para o
Seu Filho em 1844. De acordo com Primeiros
Escritos, 55, o Pai saiu do lugar Santo para o lugar Santíssimo do
Santuário Celestial antes de Cristo, a fim de preparar as bodas para Ele.
“Vi o Pai erguer-Se
do trono e num flamejante carro entrar no santo dos santos para dentro do véu,
e assentar-Se. Então Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam
curvados ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para
a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em
completas trevas. Os que se levantaram quando Jesus o fez, conservaram os olhos
fixos n’Ele ao deixar Ele o trono e levá-los para fora a uma pequena distância.
Então Ele ergueu o Seu braço direito, e ouvimo-Lo dizer com Sua amorável voz:
‘Esperai aqui; vou a Meu Pai para receber o reino; guardai os vossos vestidos
sem mancha, e em breve voltarei das bodas e vos receberei para Mim mesmo.’”
Na parábola quando
Cristo foi às bodas, as virgens seguiram-No, o que quer dizer que, num certo
sentido em 1844, os crentes realmente entraram no templo de Deus no céu, embora
fisicamente, permanecessem aqui na terra. Este ponto é claramente esclarecido
no seguinte testemunho:
“A proclamação: ‘Aí
vêm o Esposo!,’ feita no verão de 1844, levou milhares a esperar o imediato
advento do Senhor. No tempo indicado o Esposo veio, não para a Terra, como o
povo esperava, mas ao Ancião de dias[ADF7], no Céu, às bodas, à recepção de
Seu reino. ‘As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e
fechou-se a porta.’ Elas não deveriam estar presentes, em pessoa, nas bodas;
pois que estas ocorrem no Céu, ao passo que elas estão na Terra. Os seguidores
de Cristo devem esperar ‘o seu Senhor, quando houver de voltar das bodas.’ Lucas 12:36. Mas devem compreender o
trabalho de Cristo e segui-Lo, pela fé, ao ir Ele perante Deus. ‘E nesse
sentido que se diz irem eles às bodas.” O
Grande Conflito, 426.
Isto significa que
hoje, todo o crente em Jesus que compreende onde Ele está e o que Ele está a
fazer no templo celestial neste momento, e que O seguem pela fé na Sua obra
ali, foi às bodas e está portanto com Ele no templo. Quando o grande Sumo
Sacerdote sair no final do tempo de provação, cada crente também, num sentido
espiritual, sairá com Ele. Por conseguinte, está correcto dizer que o anjo que
simboliza o quinto movimento, sai do templo de Deus no Céu.
Uma vez que tenha
sido estabelecido que os primeiros cinco anjos são os símbolos de sucessivos movimentos,
cada um dos quais tem uma missão designada a desempenhar, torna-se claro que os
dois últimos também devem simbolizar corpos de pessoas designados. Eles
simbolizam. Assim há sete anjos e sete movimentos que devem executar as suas
designadas comissões antes do fim poder vir.
Crentes em Jesus
devem estar totalmente conhecedores que há sete anjos e não apenas três anjos
envolvidos, de outro modo serão incapazes de compreender o que deve ser
realizado antes do fim poder vir, nem saberão qual a posição que irão ocupar,
nem manter-se a passo com a luz à medida que ela avança rapidamente de ponto
para ponto.
[ADF1]No caso da Igreja, eles tinham o evangelho eterno
e em vez de utilizarem essa Mensagem no seu poder todo não rejeitaram e
apostataram a mensagem introduzindo as suas próprias ideias e erros. Resultado
foi o que está descrito neste dois parágrafos.
[ADF2]Como temos vindo a verificar, e nas alturas de
crise que é enviado por Deus grande luz para as enfrentar e é nessa altura que
está associado a vinda dos anjos. Agora cabe a nós decidir se aceitamos ou
rejeitamos as mensagens de Deus.
[ADF3]Condição de Laodicea, mais uma vez aqui explicita
e fez com que o povo cai-se devido a não viverem a mensagem e foram encontrados
em faltas.
[ADF4]O sai dela povo meu não é o sair da igreja começar
novo movimento mas sim sair da condição de Laodicea que não permite finalizar a
obra.
[ADF5]O povo está a pedir a Cristo para fazer a colheita
pois o trigo e o joio na altura do 5º Anjo ja foi separado.
[ADF6]Sempre que nós erramos Lá vai Deus começar a obra
toda de novo porque Deus quer nos salvar e isto prova o amor Dele e isto Ele
quer evitar no futuro e com toda a certeza não vai acontecer no movimento do
5º, 6º e 7º Anjos.
[ADF7]O Ancião de dias era o pai que estava no lugar santíssimo.
O esposo veio ao Pai do lugar Santo para o lugar Santíssimo como o povo
esperava.
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